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DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL Gestão Estratégica de Pessoas Durante muito tempo, a área de Recursos Humanos teve caráter puramente operacional, contribuindo muito pouco para atingir os objetivos macros, e por isso estratégicos, desenhados pela alta direção organizações. É possível identificar três momentos contemporâneos nas relações de trabalho, que contribuíram de forma substancial para a gestão de pessoas com foco no Desenvolvimento Organizacional. Momentos contemporâneos nas relações de trabalho Primeiro momento - Sistema japonês de produção enxuta, ou sistema Toyota de produção. Tinha como foco superar os problemas da produção em massa, decorrentes do Taylorismo e Fordismo, que imperam até meados da década de 1990. Para o novo sistema da Toyota, o foco são pequenos e diversificados lotes de produção com qualidade externa. Para tanto, houve a necessidade de mudanças quanto aos seus recursos humanos. Os novos funcionários passam a ser multifuncionais, ou seja, seus conhecimentos extrapolam a sua área de atuação. Nesse novo modelo funcional, os operários são capacitados constantemente e detêm o poder de interromper a qualquer momento os sistemas produtivos, caso detectem algo que venha de encontro com a máxima qualidade exigida. Segundo Ohno, (1998 apud Shingo,1996) “Os valores sociais mudaram. Agora, não podemos vender nossos produtos a não ser que nos coloquemos dentro dos corações de nossos consumidores, cada um dos quais tem conceitos e gostos diferentes. Hoje, o mundo industrial foi forçado a dominar de verdade o sistema de produção múltiplo, em pequenas quantidades”. Segundo momento - Globalização e financeirização O processo de aprofundamento da integração econômica entre os vários países do globo culminou na miscigenação entre empresas, nas quais o poder de mando passa a ser da cultura que detém a maioria acionária, e não mais do país onde está instalada. Com isso, houve a necessidade de adaptação e quebra de inúmeras barreiras, modificando as relações interorganizacionais, cujas diferenças políticas e culturais passam a ocupar o segundo plano, diante das novas estratégias de competição e mercados cada vez mais restritivos. Terceiro momento - Revolução tecnológica e conectividade A evolução da eletrônica e da microinformática, juntamente com o desenvolvimento de tecnologias da informação, criou meios eficazes de acessibilidade e permitiu a aplicação da informação e do conhecimento de forma mais efetiva. A internet propiciou a fusão de várias culturas e a modelação de novos paradigmas, gerando cada vez maisconhecimento e permitindo o desenvolvimento de competências antes restritas a um grupo pequeno de profissionais. O Novo Papel do RH Estratégico nas Organizações Desde a experiência de Hawthorne e as ideias de Elton Mayo, em 1933, com a Escola de Relações Huamnas, o funcionário passou a ser visto como potencial em evolução, cujo desemprenho não está mais associado apenas ao dinheiro que recebe pelo esforço empreendido. A partir do momento em que a área de RH começa a utilizar e aplicar algumas ciências do comportamento, como a sociologia, a pedagogia e, principalmente, a psicologia, para modelar o comportamento dos funcionários aos comportamentos predefinidos pela organização (comportamento organizacional), ela passa do patamar de geradora de custo para geradora de diferencial competitivo. Esse comportamento organizacional, que outrora era entendido com um conjunto de “manias” apresentadas no ambiente empresarial, torna-se foco estratégico que, moldado às necessidades da empresa, transforma-se em indicador de desempenho, além de ele entre as necessidades dos funcionários e as da empresa. Atualmente, é no contexto da análise estratégica que a área de recursos humanos se situa e, para tanto, apoia-se em três grandes pilares: Pilares da área de recursos humanos Primeiro pilar: O RH passa a te uma visão mais generalista e de longo prazo O foco é observar a interação entre as várias competências na empresa e como essas competências contribuem de forma efetiva para atingir os objetivos estratégicos. O profissional começa a ser medido não mais pelo que sabe, mas pela capacidade que tem em observar e adquirir novos conhecimentos, auxiliando a empresa na obtenção de diferenciais competitivos ainda não detectados. O imediatismo usado nos processos antigos de RH é substituído por ferramentas de Tecnologia da Informação, automatizando o cotidiano e abrindo brechas de tempo, utilizadas no planejamento estratégico, em conjunto com outras áreas da organização. Segundo pilar: menor foco na execução dos processos e maior foco no aspecto consultivo e de parceria. A área de RH começa a projetar seus processos de forma a auxiliar às demais áreas da empresa. São utilizados indicadores de desempenho macro e o RH passa a discutir, juntamente com as demais áreas, as necessidades de investimentos, em curto e médio prazo, para capacitação de seus colaboradores. Há um alimento estratégico entre o negócio e as funções existentes na empresa, de forma que os resultados sejam atingidos no menor prazo possível e ao menor custo. Terceiro pilar: planejamento de recursos e investimentos, o RH como unidade de negócios. Para um Desenvolvimento Organizacional efetivo, a área de RH deve deixar de ser apenas um centro de custos para um ser um centro de lucros ou de investimentos. Passa a ser encarada como uma unidade de negócios e, portanto, um novo olhar dever ser utilizado, no qual os RH da organização sejam encarados como capital. Isso pressupõe a utilização de ferramentas matemática eficiente e adaptadas ao novo contexto, que demonstrem, de forma clara e objetiva, quanto o investimento em pessoas contribuirá para a estratégia organizacional. Segundo CHIAVENATO (2008), para que o RH torne-se estratégico para a empresa, seus profissionais devem assumir múltiplos papéis. Os papéis assumidos pelo RH tornar-se-ão cada vez mais complexos e esses papéis podem ser definidos por quatro Ênfases, cada uma baseada em focos distintos. Administração da estratégica de recursos humanos – esta ênfase pressupõe que o RH deve visualizar o futuro estratégico da empresa, ou seja, para onde a empresa vai, quais seus valores, sua missão, qual o mercado em que está inserida, quais as principais ameaças e oportunidades desse cenário. Além disso, o foco deve repousar também nos processos internos, ou seja, com as coisas acontecem, qual sua ordem lógica, o grau, a hierarquia, a complexidade e as importância de cada atividade exercida. Administração da transformação e mudança – esta ênfase entende que o RH deve observar e atuar olhando para futuro estratégico, já mencionado, além de manter seu foco nas pessoas, identificando as principais reações, os comportamentos que podem ser nocivos ou positivos dentro das práticas organizacionais. Ter foco nas pessoas permite que a organização crie a cadeia de valor que melhor lhe convenha, além de permitir a identificação dos futuros. Administração da contribuição dos funcionários – esta Ênfase tem como base o foco nas pessoas e no cotidiano operacional. A observação do cotidiano operacional permite ao RH identificar quais as principais práticas adotadas na empresa, como essas práticas contribuem de forma efetiva para o clima organizacional e, consequentemente, o quanto esse cotidiano impacta no desempenho da empresa em relação aos seus concorrentes. Empresas de vanguarda enxergam a contribuição dos funcionários com a principal ferramenta estratégica capaz de gerar diferencial competitivo. A contribuição do funcionário torna-se artigo único, pois, ao contrário da tecnologia, não pode ser comprada,copiada ou equiparada pela concorrência. Administração da infraestrutura da empresa –nesta ênfase, além do foco no cotidiano operacional, o RH deve voltar seu olhar para os processos. Assim, o cotidiano operacional pode ser tanto reflexo como refletir nos processos. Muitas empresas apresentam baixo desempenho porque seus processos são desenhados e formados para criar um cotidiano repleto de atividades repetitivas, burocráticas e dissociadas das metas departamentais. Quando isso acontece, os indicadores de desempenho são equivocados e normalmente absorvem muito tempo dos processos, com mediações que mostram muito pouco dos fatores que devem compor a estratégia organizacional. 2. Motivação como Ferramenta Estratégica. Programas de Motivação Orientados para Eficácia Organizacional A motivação realmente é uma ferramenta estratégica. A motivação é “algo” que reflete diretamente em todos os processos organizacionais, desde o chão de fábrica até a alta gestão da empresa. A motivação permeia todos os ambientes e sua falta pode transformar a empresa no pior local para se estar. Quem motiva não é a empresa. O máximo que ela pode fazer é incentivar e, para tal, os valores da empresa devem alinhar-se os valores dos seus funcionários, se não no seu todo, pelo menos em parte, e essa parte é o que vai impactar na execução da estratégia organizacional e no atingimento dos objetivos propostos. Conclusões obtidas com essa pesquisa: a) A interação social reflete diretamente no nível de produção - Ao contrário do que afirma a Teoria Clássica, a produção é determinada pelas normas sociais prevalecentes e pelas expectativas do grupo, e não por aspectos fisiológicos. Quanto mais o indivíduo está integrado ao grupo, maior será sua eficiência e disposição para trabalhar e executar tarefas, mesmo que repetitivas. b) Os comportamentos apresentados são grupais - O funcionário faz parte de um grupo social que influência sua forma de reação perante as exigências apresentadas pela empresa. Nesse caso, a organização não deve tratar o indivíduo isoladamente, mas como integrante de algo maior, que compõe e é composto por indivíduos em constante processo de interação. c) Sanções Sociais e Recompensas–Para a Teoria das Relações Humanas, as pessoas são motivadas pela necessidade de reconhecimento, de aprovação social e participação nas atividades dos grupos sociais nos quais convivem, ficando o rendimento salarial como secundário. d) Grupos Informais – As empresas possuem regra e normas que devem ser seguidas para que o conjunto caminhe adequadamente, de acordo com os princípios da administração científica. Porém, aa experiência de Hawthorne demonstrou que efetivamente a empresa caminhava baseada em grupos sociais informais, que definiam suas regras de comportamento, as recompensas ou punições, dentro da escala de valores preconizada por esses grupos sociais, fazendo com que cada indivíduo assimilasse esses valores, reproduzindo-os no seu dia a dia. e) Relações Humanas – Cada indivíduo possui sua personalidade que, durante a interação social, influencia e é influenciada por outra. É extremamente importante que a empresa entenda com as relações humanas acontecem, quais são os aspectos essenciais das múltiplas personalidades que compõem o “corpo organizacional”, para que se cultive um ambiente onde seja permitido ao indivíduo expressar-se de maneira livre, estimulando sua criatividade e fortalecendo os vínculos sociais. f) Conteúdo do Cargo e sua Importância – Principalmentepara as atividades operacionais, especializar-se significa desenvolver diariamente atividades repetitivas que, ao longo do tempo, tornam-se desestimulantes e levam à desmotivação e à perda de foco. g) Ênfase nos Aspectos Emocionais – Os aspectos emocionais, devido ao fato de serem imprevisíveis, elevam a empresa, muitas vezes, a situações de conflitos que, se não tratadas adequadamente, pode colocar em risco questões estratégicas. Para uma organização competitiva, os aspectos emocionais devem ser mapeados e, se possível, tratados com antecedência. Conhecer a personalidade de cada indivíduo é fundamental importância para a gestão do seu clima. 2.1. Programas Motivacionais Muitas empresas ainda não entenderam a importância dos programas motivacionais. Isso normalmente acontece pelos mesmos motivos que outras ferramentas de gestão estratégica, quando levadas à prática, não dão certo: Não há nada no ambiente organizacional que entusiasme seus funcionários. O ambiente organizacional é visto, pelos funcionários, apenas como local de troca: tempo versus dinheiro. A gestão da empresa não faz a menor ideia da importância de incentivar seus funcionários. Os gestores enxergam seus subordinados como peças passíveis de troca a qualquer momento. A empresa não pesquisa seu clima. A empresa não tem, dentro das suas estratégias, ferramentas que desenvolvam competências. Os gestores, normalmente, vêm de escolas tradicionais de administração e ainda se utilizam de ferramentas ultrapassadas, que não consideram os aspectos comportamentais. O ambiente físico, muitas vezes, reflete desleixo. Não há preocupação com os aspectos de segurança e bem-estar. A alta gestão emprega técnicas de coerção, criando um ambiente no qual o respeito está associado ao medo, e não à competência. Não há investimento em treinamento e Desenvolvimento (T&D). É facilmente evidenciada a crise moral e ética no ambiente organizacional. A complexidade das tarefas não está associada aos recursos disponibilizados aos funcionários. Há centralização das tarefas. Os líderes normalmente não conhecem ou não querem aplicar o Empowerment. Os programas motivacionais devem considerar que os empregados buscam, em seu ambiente de trabalho, valores que venham a complementar os seus, além da satisfação de necessidades físicas e psicológicas. A área de recursos humanos deve sempre atentar aos detalhesque podem transformar o ambiente organizacional em algo prazeroso e que transpire confiança. Alguns programas motivacionais: Comemoração dos aniversários do mês. Comemoração e premiação do destaque do mês. Investimento em planos de carreira eficientes, baseados em regras objetivas e justas. Ambiente físico (layout e ergonomia) que reflita bem-estar. Ambiente psicológico que reflita o estresse necessário par ao trabalho, e não o estresse causado por atitudes individuais. Programa de comunicação dirigida, em que os funcionários possam expressas suas angústias e insatisfações. Implantação de espaços de lazer e descontração. Premiação de ideias. Premiação por soluções que venham a reduzir custos, desde que não dilapidem o clima organizacional. Tudo que permita ao funcionário melhorar sua qualidade de vida, dentro e fora da empresa. Todo programa motivacional deve fazer parte da estratégia da empresa. 3 . Fator Humano e Produtividade: mensurado o desempenho A produtividade e uma empresa está diretamente relacionada à sua capacidade de otimizar recursos, ou seja, fazer o máximo possível com os fatores de produção disponíveis. Os recursos humanos, em sua empresa, seguem a mesma regra. Para que o indivíduo seja produtivo, deve possuir as competências certas e aplica-las no momento certo. Os funcionários devem ser encarados como capital e, portanto, investir em pessoas é a primeira regra para que a produtividade empresarial cresça. Mas por que investir em pessoas? Segundo Gramigna (2002): 1. Sem pessoas não há inovação tecnológica. 2. Pessoas promovem mudanças. Delas depende o sucesso ou o fracasso de uma estrutura social. 3. Pessoassão receptáculos de experiências e aprendizados. Elas vivenciam. 4. Pessoas sonham, querem ver seus sonhos realizados, precisam de patrocinadores e fazem muito por eles. 5. Pessoas colocam seus talentos à disposição daquilo (organização) que as promove. 6. Pessoas são leias àqueles que as respeitam, valorizam e apresentam oportunidades. Se o investimento em pessoas é de fundamental importância, medir o retorno desse investimento é questão de estratégia. Basicamente, as empresas enxergam dois caminhos que podem promovê-las à frente dos seus concorrentes: 1. Investimento em tecnologia, para maximizar seus processos e diminuir custos. 2. Aumentar o desempenho dos seus colaboradores, capacitando-os, para que se tornem multifuncionais e, com isso, também reduzir custos. 3.1. Mensurando o Desempenho Como toda e qualquer mediação, o desempenho funcional deve possuir comparadores que determinem o mínimo aceitável dentro dos objetivos propostos. Além dos comparadores, o desempenho humano deve apoiar-se em indicadores associados às metas e aos resultados, aos comportamentos esperados, aos conhecimentos para execução das atribuições, aos traços psicológicos, às atitudes e às intenções demonstradas no ambiente organizacional. Exemplo de indicadores de desempenho Metas e resultados. Redução dos custos; diminuição dos riscos e acidentes; atendimentos aos prazos propostos; aumento dos lucros por departamento; aumento no nível de satisfação dos clientes internos e externos. Conhecimento, habilidades e traços psicológicos. Identificação do momento; apresentação pessoal; segurança nas ações e decisões; amizade e lealdade; honestidade; descrição; ética; bom senso; conhecimento das tarefas e do negócio; conhecimento dos objetivos estratégicos; capacidade de adaptação; capacidade de aprender com rapidez. Comportamento e atitudes esperados. Relacionamentos entre indivíduo e equipes; liderança; responsabilidade por tarefas; iniciativa e cooperação; espírito de equipe; dinamismo; reação mediante situações inesperadas; atitudes e aspectos de segurança. Desenho Organizacional e Mapeamento de Processos Toda organização se baseia em um conjunto de atividades inter-relacionadas. Essas atividades têm um sequencia lógica de fatos que devem ser desenvolvidos de forma a fechar um ciclo, ou melhor, de forma a gerar um determinado resultado. Segundo os critérios de excelência do Prêmio Nacional da Qualidade (PNQ), os processos podem ser definidos como: “um conjunto de atividades preestabelecidas que, executadas numa sequência determinada, vão conduzir a um resultado esperado que assegure o atendimento das necessidades e expectativas dos clientes e outras partes interessadas (FUNDAÇÃO NACIONAL DA QUALDIADE, 2008a). A abordagem de processo é a forma como uma organização lida com os diversos segmentos de trabalho, de forma a conseguir o resultado desejado. 1. Características dos Processos É possível considerar como as principais características dos processos os seguintes itens: Devem ser uma sequência lógica de passos para a realização de determina tarefa. Devem possuir um conjunto de atividades detalhadas, de modo que permitam gerar resultados. Devem possuir direcionadores para a execução de qualquer serviço. Devem possuir uma ou mais entrada (inputs) que, depois de analisadas e organizadas, geram uma ou mais saídas (outputs). Devem ser ordenadas no tempo, de maneira que tenham início, meio e fim. Podem ser relacionados a outros processos. Devem permitir sua representação gráfica. Existem vários tipos de processos, dentre eles: processos de informática, processos de automação, processos organizacionais, processos de negócios. Todos esses processos têm como objetivo determinar quais atividades serão realizadas, como serão realizadas e qual a forma de trabalho adotada pela organização. Modelo de Gestão de Processos Gestão dos dados do processo/informações Nesse modelo, são considerados a missão, a visão e os valores da organização, relevantes na gestão de dados do processo e nas informações geradas a partir deles. O processo tem seu início na definição das atividades a serem executadas, deixando claro quais fatores de produção e atividades será preciso executar. 2.Mapeamento e Modelando Processos Mapear os processos significa identifica-los, bem como seu grau de importância, e sua modelagem é a adequação desses processos de maneira que satisfaçam as necessidades da empresa (rapidez, redução de custo, satisfação dos clientes). O mapeamento de processos é uma técnica que detalha todo o processo de negócios de uma organização, caracterizando e reconhecendo os agentes essenciais que influenciam o comportamento da empresa. Então, ao mapear e modelar os processos existem os objetivos de: Desenvolver possíveis melhorias no processo. Eliminar trabalho desnessário (retrabalho). Criar relação entre as operações e seus elementos. Organização Quais os fatores de produção? Como transformar recursos em produtos/serviços? Quais atividades executar? Produtos/Serviços O que produzir para o cliente? Mercado/Clientes Quem são nossos clientes? Qual propósito da organização? Alterar a sequência das operações. Simplificar as operações essenciais. Eliminar as operações em duplicidade. Fundir as operações e os processos. Identificar e hierarquizar os subprocessos. Desenhar representar as tarefas. Automatizar processos. A gestão com vistas ao mapeamento de processos difere da gestão tradicional (ou funcional) com o foco no negócio, no quesito rastreabilidade. Quando o foco se centraliza no processo, como já mencionado, fica mais nítido, dentro das estratégias organizacionais, quais ações foram superdimensionadas. As ações superdimensionadas acabam demandando mais tempo, pois exigem mais controle e implementação de métricas exaustivas, que burocratizam e nublam as decisões gerenciais. Visão com base no mapeamento de processos versus visão tradicional de negócios Características analisadas Visão Tradicional Visão Por processos Foco Interno (chefia e liderança) Externo (cliente) Inter-relacionamento Hierarquia Cliente/Fornecedor Orientação Hierarquia Processo Tomada de decisão Gestão Participante do processo Estilo de liderança Autoritário Consultivo/Participativo Alocação de pessoas Agrupados juntos aos seus pares em áreas funcionais. Times de processos envolvendo diferentes perfis e habilidades Autonomia operacional Tarefas executadas sob rígida supervisão hierárquica. Fortalece o indivíduo, dando- lhe autoridade para a tomada de decisões. Avaliação de desempenho Centrada no desempenho funcional do indivíduo. Centrada nos resultados do processo de negócio. Cadeia de comando Forte supervisão de nível hierárquico superposto. Fundamentada na negociação e colaboração Capacitação dos indivíduos Voltada ao ajuste da função que desempenham. Dirigida às múltiplas competências da multifuncionalidade requerida. Escala de valores da organização Metas exclusivas de áreas geram desconfiança e competição entre as áreas. Comunicação e transparência no trabalho, gerando clima de colaboração mútua. Estilo de liderança Autoritário Consultivo/Participativo Estrutura organizacional Estrutura hierárquica, departamentalização/vertical. Fundamentada em equipes de processos/horizontal. Medidas de desempenho Foco no desempenho de trabalhos fragmentados nas áreas funcionais. Visão integrada do processo, deforma a manter uma linha de agregação constante de valor. Natureza do trabalho Repetitivo e com escopo bastante restrito/mecanicista. Bastante diversificado, voltado ao conhecimento/evolutivo- adaptativo. Organização do trabalho Em procedimento em áreas funcionais/mais linear Por meio de processos multifuncionais/mais sistêmico. Relacionamento externo Pouco direcionado, maior concentração no âmbito interno. Forte incentivo por meio de processos colaborativos de parcerias. Utilização da tecnologia Sistemas de informação com foco em áreas funcionais. Integração e “orquestração” dos sistemas de informação. Observe que, na organização funcional, todas as tarefas são executadas sob rígida supervisão hierárquica, enquanto a organização gerida por processos de grande esforços é feita nos sentido de fortalecer a individualidade, delegando aos indivíduos autoridade para tomar decisões essenciais ao cumprimento das tarefas. Veja a estrutura de gestão baseada na visão tradicional GESTÃO P&D Produção Comercial/MKT Finanças - Tecnologia; - Aplicação. - Custos; - Fat.produção; - Prazos. - Público-alvo; - Metas. - Investimento; - Resultado. No modelo tradicional, existe interdependência entre algumas áreas envolvidas no processo. Todas trabalham para o cliente, com foco nas suas necessidades. Porém, de forma individualizada, segmentada. Aqui, erros no processo ou retrabalho, por exemplo, têm mais chances de ocorrer. No modelo apresentado na figura 2.3, mapear e modelar processos permite criar uma linguagem única para tratar a manufatura de produtos e a prestação de serviços da empresa. Ou seja, permite identificar o melhor ponto de partida e forma de trabalho, alinhado às estratégicas da organização. Para que um mapa de processos se torne efetivo, é importante lembrar: Não devem ser mapeados todos os processos, apenas aqueles estratégicos. O mapeamento de processos é uma ferramenta, portanto, é o meio, e não o fim. Devem ser definidos os objetivos e metas a partir dos esforços da gestão de processos. Deve-se criar um plano de trabalho detalhado, em que as atividades, os responsáveis, os recursos e o cronograma sejam claros, objetivos e tangíveis. É imprescindível fazer uma análise periódica dos indicadores do processo. O mapeamento pode gerar vantagem competitiva, e uma das técnicas mais utilizadas é o fluxograma. 3.Ferramentas para Análise dos Processos: fluxogramas, análise de tempo e qualidade, custos e valor agregado. Melhoria dos Processos. É possível definir um fluxograma como diagrama, um método para descrever esquematicamente um processo existente ou um novo processo a ser criado, utilizando símbolos simples, linhas e palavras de forma a apresentar graficamente as atividades e a sequência no processo. É uma das sete ferramentas de qualidade. Também chamado de diagrama lógico ou de fluxo, é uma excelente ferramenta para entender o relacionamento e o funcionamento interno dos processos empresariais, pois traça o fluxo de informações, pessoas, equipamentos ou materiais através das várias partes do processo. Os fluxogramas podem ser classificados com sua forma de apresentação e devem ser representados por símbolos próprios para criação de fluxogramas. Outros símbolos também são utilizados na construção de um fluxograma. Vale lembrar que, ao indicar graficamente um processo, utilizando-se de símbolos, é importante que fique claro o que o símbolo escolhido está representado. Processo DocumentoSomador Vários Doc. Processos Fita perfurada Além do fluxograma, outras ferramentas de mapeamento de processos são importantes e úteis na gestão de processos. A seguir, você verá algumas delas. Brainstorming/Brainwriting – Tanto a técnica do Brainstorming quanto a do Brainwriting são utilizadas quando há necessidade de levantar uma quantidade grande de ideias e sugestões em curto espaço de tempo. Suas características são: Brainstorming Várias pessoas participam da reunião, contribuindo com informações e/ou sugestões com graus de relevâncias variados. Realimenta os participantes com novas ideias, minimizando a tendenciosidade. Estimula a criatividade e originalidade dos envolvidos Identifica oportunidades ou melhores alternativas para aperfeiçoamento. Culmina com soluções ou planos de ação participativos. Brainwriting Brainwriting é uma variação do Brainstorming para grupos pequenos, de até seis pessoas. Para o Brainwriting, é recomendado o método 6-3-5, ou outro proporcional que convenha mais ao momento. É importante salientar que esta técnica deverá ser utilizada para grupos pequenos, de até seis colaboradores que estejam bem integrados ao processo em que é necessário solucionar problemas pontuais, devido ao fato de ser mais trabalhoso e demorado que é Brainstorming. O método 6-3-5 significa que até seis participantes gerarão três ideias no prazo de cinco minutos, conforme regra do Brainwriting. Regras para execução da reunião de Brainstorming: A reunião deverá contar com um orientador (responsável pela condução) e um secretário, que anotará, em local apropriado e visível (flipchart, cartolina, lousa),a s ideias do grupo. No início da reunião, o responsável apresentará o problema a ser solucionado, além das regras para o desenvolvimento dos trabalhos. Cada participante, em ordem preestabelecida (orientadora da direita para esquerda, ou qualquer outra mais conveniente para o momento), apresentará verbalmente para os participantes sua ideia ou opinião, de forma rápida e suscita. Não será permitido a qualquer participante do grupo censurar as ideias emitidas por outro participante, independentemente da qualidade ou propriedade delas. As ideias serão transcritas para o flipchart ou outro meio, na forma o como foram expostas, sem alteração, interpretação ou implementação. A quantidade de rodadas deverá ser estabelecida pelo orientador no início da sessão. Após o término das rodas, o secretário deverá proceder à retirada das ideias redundantes. Deverão ser votados, pelos participantes, os conjuntos de ideias mais pertinentes, até o momento em que restem apenas as três mais relevantes para a solução do problema apresentado inicialmente. Encerramento da sessão com ponderação final feita pelo orientador, com palavra aberta aos participantes. Regras para execução da reunião Brainwriting: Um orientador (responsável pela reunião) apresenta qual o problema a ser solucionado e entrega uma folha em branco para cada participante. Cada participante terá cinco minutos para escrever três ideias pertinentes ao problema. Depois e transcorridos os cinco minutos, faz-se o rodízio dos papéis entre os participantes. São dados mais cinco minutos para que os participantes complementem as ideias contidas nos papéis, com mais três ideias correlatas. Esse processo deverá continuar até que todos os papéis passem pelas mãos de todos os participantes, sem repetição. Da mesma forma que no Brainwriting, as ideias deverão ser votadas, restando as três mais pertinentes para o momento. Encerramento da sessão com ponderação final feita pelo orientador, com palavra aberta aos participantes. Diagrama de Pareto – A lei de Pareto foi sugerida por Joseph Juran, considerado um dos pais da revolução da qualidade no Japão, em homenagem a Vilfredo Pareto. A lei de Pareto afirma que 80% das consequências advêm de 20% das causas. O diagrama de Pareto é um gráfico de barras que coloca em ordem de prioridades (maior para o menor) as frequências em que os problemas ocorrem, permitindosua priorização. É uma das sete ferramentas da qualidade. Suas principais características são: É conhecido como princípio 80-20, 70-30 ou ABC. É um recurso gráfico de fácil visualização. É utilizado para identificar os problemas em ordem de prioridade (do menos ao mais relevante). É utilizado para identificar os problemas em ordem de prioridade (do menos ao mais relevante). Reúne os dados em categorias (permitindo listar as categorias em ordem crescente ou decrescente e calcular a frequência relativa). Permite priorizar os problemas. Separa os problemas em dias categorias: poucos e essenciais (mais importantes) e muitos e triviais ( aqueles com menor importância). A partir da análise dos problemas mais importantes e daqueles com menor importância, é possível priorizar, projetar e implementar soluções para os problemas mais emergenciais e importantes. Diagrama de Ishikawa (causa e efeito) O diagrama de Ishikawa, também conhecido como “diagrama de causa e efeito”, ou “espinha de peixe”, leva esse nome devido ao engenheiro químico japonês Kaoru Ishikawa. Ishikawa mostrou a importância das sete ferramentas da qualidade: Diagrama de Pareto; Diagrama de causa e efeito; Histograma; Folhas de verificação; Gráficos de dispersão; Fluxograma; Cartas de controle. E acreditou na importância da sustentação e da liderança. Ishikawa traduziu os conceitos e princípios do controle estatístico da qualidade desenvolvidos pelo De. William Edwards Deming e pelo Dr. Joseph MosesJuran, integrando-os aos conceitos de gerenciamento japonês. Trata-se de uma ferramenta gráfica utilizada para o gerenciamento e o controle da qualidade (CQ) em processos diversos. O diagrama de causa e efeito também é conhecido como 6M, pois, em sua estrutura, todos os tipos de problemas podem ser classificados em seis tipos diferentes: Problemas de método; Problemas de matéria-prima; Problemas de mão de obra; Problemas de máquinas; Problemas de mediação; Problemas de meio ambiente. Utilização do diagrama de causa e efeito Reúna os participantes para um Brainstorming. Monte um esqueleto lógico em formato de “espinha de peixe”, que culmine com o problema. Relacione o maior número de causas possíveis para o problema. As principais causas, ou as mais gerais, ocuparão lugar de evidência na espinha de peixe; as causas de menor relevância serão alocados como subcausas de alguma causa principal. Priorize as causas mais evidentes, identificando fatores que podem ser relacionados a mais de uma causa. Relacione as causas principais com os 6Ms. Exemplo de possíveis resultados (6Ms), da aplicação do diagrama de causa e efeito (Ishikawa), para análise hipotética do alto índice de perda de matéria-prima (madeira) numa indústria moveleira: Problemas de método - não foram evidenciados procedimentos escritos e aprovados para recebimento e descarga da mercadoria (madeira). Problemas de matéria-prima - desenvolvimento de poucos fornecedores; inexperiência do profissional de compras. Problemas de mão de obra - falta de treinamento adequado para operação dos equipamentos de transporte; recrutamento de mão de obra feito por agente externo que desconhece as competências necessárias de mercadorias. Problemas de máquinas – equipamento de transporte afixado em local de difícil manuseio, empilhadeira com capacidade inferior à necessária. Problemas de mediação – falta de qualificação de fornecedores, falta de procedimentos de controle e acompanhamento dos fornecedores. Problemas de meio ambiente – matéria-prima deixada ao relento por falta de espaço na área de armazenagem. Levantamentos de Plano de Ação – 5W2H Trata-se da construção de um formulário para execução e controle de tarefas que atribuem responsabilidades e determinam as circunstâncias em que o trabalho deverá ser realizado.O processo de gerenciamento se inicia pelas diretrizes da alta administração e do estabelecimento de metas que devem ser implementadas por cada área de forma a contemplar os 5W2H. What – o que será feito? (etapas). Why – Por que será feito? (justificativa). Where – Onde será feito? (local). When – Quando será feito? (tempo). Who – Por quem será feito? (responsabilidade). How – Como será feito? (método) How much – Quanto custará fazer? (custo) Lista de Verificação ou folha de Verificação São formulários que viabilizam, de forma mais eficiente, a coleta e posterior análise de dados. São estruturados em formato de planilhas ou tabelas que apontam a frequência com que determinados eventos acontecem. Eles não comprometem a análise dos dados e permitem a priorização das ações de correção caso os eventos sejam perniciosos ao processo, ou a implementação de novas estratégias para os eventos que vêm ao encontro das necessidades organizações. Exemplo de folha de verificação para um processo de trabalho na área de RH Processo de aferição do cartão de pontos Nº de ocorrências Nº de ocorrências Evento Período de 01/03 a 02/03 Semestre Reverificação pela supervisão 3 7 Pagamento complementar 8 25 Extravio do cartão 2 5 Atraso no pagamento 1 3 Através da folha de verificação, ou checklist, os dados são estruturados e organizados para que fiquem claros os números de ocorrências e seus eventos correspondentes. Facilita-se, assim., a interpretação de dados, bem como dos processos de melhoria. 4. Análise do Desempenho dos Processos e Envolvimento das Pessoas Quando se fala em análise de desempenho dos processos, é preciso relacionar sua performance com padrões preestabelecidos, a fim de determinar se o processo em questão está atendendo a determinados padrões de qualidade e corrigi-lo, caso necessário. Entre as várias ferramentas usadas para análise e correção do processo, é possível citar as cartas de controle. Esta ferramenta, originada do CEP (Controle Estatístico do Processo), é bastante completa, por entre suas etapas: a coleta dos dados do processo, de forma metódica; a identificação do ponto em que o processo se torna mais estável e, consequentemente, apresenta maior desempenho; e o cálculo dos seus limites que determinam as variações máximas toleradas para a manutenção da qualidade. As cartas de controle têm a intenção de separar o que é corriqueiro, ou seja, os desvios que fazem parte do processo e afetam todos os índices (exemplos: variação climática), dos especiais, aqueles que causam a alteração de um ou mais índices e que constituem os problemas que devem ser observados para não prejudicar o desempenho do processo. Para utilização das cartas de controle, é necessário que os recursos humanos da empresa sejam treinados para interpretar as informações que a ferramenta disponibiliza e proceder às ações de correção que se fizerem necessárias. Veja as etapas para utilização das cartas de controle: Coletar amostras do processo que se quer avaliar, de forma sistemática e consecutiva, considerando o momento e o período em que os dados são coletados. É recomendada a coleta de quantidade significativa de amostrar (acima de 100). Calcular os limites de controle, ou seja, as variações para maior e para menor toleradas para o processo. O fator determinante, independentemente da ferramenta ou tecnologia utilizada para a gestão por processos, são as pessoas. Segundo SORDI (2008), para que o desenvolvimento dos profissionais dê certo, alguns aspectos importantes devem ser observadas: Alocação de pessoas: envolve delimitar cada profissional segundo suas atividades ou competências, formando grupos cuja função é colocar em operação todos os processos e subprocessos organizacionais.Autonomia operacional: cada colaborador possui tarefas sob sua responsabilidade e a execução dessas tarefas sob sua responsabilidade e a execução dessas tarefas pressupõe certa liberdade de decisão para implementar melhorias ou interferir no processo quando houver necessidade. Avaliação de desempenho: relacionada à criação de critérios que determinam a medição do atingimento do que foi proposto como metas, além da valorização do seu esforço. Cadeia de comando: determina a ordem que as responsabilidades são atribuídas. Cabe à cadeia de comando projetar e criar condições para que as intervenções no processo sejam efetivas. Capacitação dos indivíduos: uma prática contínua, pois parte do pressuposto de que o indivíduo, para que possa interferir corretamente no processo de forma ajustá-lo dentro dos padrões requeridos, deve possuir múltiplas competências. Na gestão por processos, delegar responsabilidades é algo comum. Portanto, possuir funcionários com múltiplas competências e que atinjam altos padrões de qualidade é primordial. Escala de valores: é estabelecida numa organização administrada por processos, em que o envolvimento do colaborador é determinante para que as ações aconteçam dentro do esperado. Estrutura organizacional: é importante que seja considerada quando a empresa é gerida por processos, possuindo poucos níveis hierárquicos c om departamentos desenhados de forma sistemática. Neste caso, existe grande interdependência entre os departamentos, assim como de seu desempenho, fazendo com que o resultado do processo de uma área interfira no resultado do processo da outra. Medidas de desempenho: são métricas, ou seja, as formas como o desempenho é medido. Na administração por processos, as medidas de desempenho são feitas nos processos individualmente, de forma a permitir uma agregação constante de valor às propostas de entrega e uma maior integração entre os envolvidos em cada processo. Natureza e organização do trabalho: ao contrário da administração científica, os profissionais podem desempenhar diversos papéis durante a execução dos processos, sejam eles papéis operacionais ou de coordenação, motivo pelo qual os profissionais que trabalham nessa forma de gestão são multifuncionais. Relacionamento externo: valoriza parcerias colaborativas com todos os envolvidos no sucesso do negócio da empresa. Isso envolve tanto os clientes quanto os fornecedores. Utilização de tecnologia: utilização de tecnologia da informação (TI) ou softwares específicos na gestão de processos de negócios ou BPMS (Business Process Management Systems). GERENCIAMENTO DE CULTURA E CLIMA ORGANIZACIONAL A forma de agir, os hábitos, os modos, os gostos e os valores morais, materiais e espirituais de um individuo são determinados pelo meio em que se vive, códigos e padrões complexos que regulam as ações individuais e coletivas e se manifestam em todos os aspectos da vida. O Indivíduo cria e age baseado na sua cultura. A cultura de uma sociedade é a forma com que ela percebe o mundo. Todos os grupos sociais possuem culturas e toda organização é um grupo social. 1.Conceituação e Avaliação da Cultura Organizacional Em uma organização, os valores e crenças de seus proprietários, em conjunto com os valores e crebças dos seus funcionários formam a cultura organizacional. Pode-se conceituar cultura organizacional como: Conjunto de crenças, costumes, sistemas de valores, normas de comportamento e formas de fazer negócios, que são peculiares a cada empresa, que definem um padrão geral para as atividades, decisões e ações da empresa, que definem um padrão geral para as atividades, decisões e ações da empresa e descrevem os padrões implícitos e explícitos de comportamento e as emoções que caracterizam a vida na organização. (LACOMBE,2007,p.230). Chiavenato defende que cultura organizacional é: Conjunto de hábitos, crenças, valores etradições, interações e relacionamentos sociais típicos de cada organização. Representa a maneira costumeira de pensar e fazer as coisas, e que é compartilhada por todos os membros da organização. A cultura organização envolve as normas informais e não escritas que orientam o comportamento dos membros da organização no cotidiano e direcionam suas ações para a realização dos objetivos organizacionais. (CHIAVENATO, 2005, p.2960). Para este autor, então, os valores e tradições que imperam em uma empresa, as relações interpessoais e o modelo de gestão adotado fazem parte de sua cultura. É com base na cultura organizacional que os processos organizacionais são desenhados e ela é o alicerce para o desenvolvimento de qualquer organização. Há também a cultura tácita, implícita, que só se percebe durante a convivência no meio e que pode ser descrita pelos valores dos grupos informais, pelas crenças internas quanto ao poder e sua forma de exercê-lo, pelas relações afetivas que se desenvolvem como o passar do tempo, pela dependência psicológica, pelas atitudes e formas de tratamento não preconizadas pela empresa. Enfim, por tudo aquilo que não caracteriza uma morna de conduta ou procedimento organizacional. Há empresas cuja cultura é amis retrógrada e conservadora, e outras, normalmente empresas de alta-tecnologia, com a cultura mais focada na liberdade de expressão e criatividade. Cultura e subculturas Empresas que operam em várias regiões diferentes (outros estados e países) podem perceber certas dificuldades para implantar sua cultura, deparando-se com regionalismo que precisam ser considerados. A cultura de uma empresa está relacionada com a cultura da sociedade (local) onde está inserida, o que pode facilitar ou dificultar sua gestão. Políticas, métodos de tarbalho ou formas de tratamento que são comuns em determinadas regiões podem ser percebidos como ofensivos ou abusivos em outras, forçando gestores a adaptar ou até mesmo mudar aspectos importantes da cultura organizacional. Outras formas de subculturas que devem ser entendidas referem-se às áreas de negócios da empresa. Áreas diferentes pressupõem maneiras diferentes de enxergar as mesmas situações. A área técnica, por exemplo, pode possuir uma maneira mais lógica e direta de encarar os problemas, enquanto a área de recursos humanos pode identificar aspectos comportamentais envolvidos na mesma situação e que requeiram um tratamento mais ponderado quando da resolução do problema. Subcultura diferentes são extremamente importantes na construção de soluções inovadora e criativas. 2.Formalizando a Cultura Para que a cultura não se torne empecilho, há a necessidadede formalizar seus aspectos mais relevantes, moldando a “cultura oficial”. A cultura oficial é aquela que se chama de “aparente”, como as declarações de visão, missão, objetivos e a própria história de criação da organização. Por exemplo, os dizeres sobre missão, objetivos, visão, que geralmente são expostos desde a recepção até os setores de grande circulação da empresa. Elas são chamadas de declarações de princípios, que serão melhorar explicitadas a seguir. A cultura deve ser formada também por: Declaração de princípios: deve constar o histórico da empresa, os valores dos seus fundadores, os motivos que levaram à criação da empresa, as crenças dos seus fundadores e da alta gestão, sua missão. Seu código de ética:Quais são as condutas toleradas pela empresa, o que é permitido e percebido como não ofensivo aos componentes da empresa. Normais internas: Regras e procedimentos que determinam como, quando e por que as coisas são feitas internamente. Exemplos: normas de segurança, de guarda e de descarte de documentos. Normas externas: regras e procedimentos que determinam como, quando e por que ascoisas são feitas fora da empresa. Exemplo: como proceder junto ao cliente quando em atendimento externo, o que deve ser feito quando do uso de veículos com a marca da empresa. Política: Quais os princípios norteadores, as regras, os objetivos estratégicos, a missão da organização. Valores organizacionais: Grau de importância que a organização atribui às condutas, pessoas e processos. Os ideais da alta administração: São objetivos macro da alta administração, em que todos os esforços organizacionais devem ser concentrados. É onde a alta administração quer chegar em um determinado período de tempo (ser maior, melhor, exclusiva). São as aspirações dos donos e acionistas da empresa. Após a formalização da cultura, é necessário: Disseminá-la: A disseminação da cultura pode ser feita através de cartazes, palestras periódicas com os funcionários, comunicados internos, lembretes e todo e qualquer meio que a empresa tenha disponível. A disseminação deve ser constante, ao ponto de saturar os funcionários com os preceitos da cultura. Ensina-la: Em paralelo à disseminação, é necessário desenvolver maneiras de fazer com que os funcionários as internalizem. Isso é possível por meio de treinamento e da geração de ambientes que privilegiem e deem ênfase à cultura organizacional. O ambiente deve “transpirar” a cultura. Muitos gestores possuem vícios culturais trazidos de outras organizações e, por falta de uma percepção mais apurada, acabam pregando certos hábitos e praticando outros. Essa falta de engajamento cultural dos gestores transmite a mensagem para os funcionários de que podem escolher os hábitos que melhor lhes conviver. Acaba imperando o ditado “faça o que mando, mas não faça o que faço”. Outro cuidado importante é na admissão de novos colaboradores. Cobrá-la:Após o período de disseminação e treinamento da cultura, os funcionários devem ser cobrados quanto ao enquadramento dentro dos seus preceitos. Aqueles que negligenciarem a cultura da empresa devem passar por um novo processo de “aculturamento”. Se mesmo assim for detectada resistência, medidas administrativas devem ser aplicadas, impedindo que os “maus hábitos” se proliferem. A aprendizagem: e a mudança que inevitavelmente a acompanha são processos complexos e geram, muitas vezes, mais frustações do que realizações para os grupos e indivíduos (MACOMBE, 2007). 3.Elaboração de Pesquisas de Clima organizacional Está relacionado com a satisfação dos funcionários, e está, com vários fatores: Identificação com valores da empresa. Relacionamento com colegas. Rotinas de trabalho. Estilo de liderança. Estresse. Salários e benefícios. Oportunidades. Interesses e perspectivas de crescimento. Comunicação interna. Motivações. O clima organizacional é determinante no processo de gestão e proceder seu levantamento significa identificar quais são as principais insatisfações dos funcionários, o quanto essas insatisfações impactam os negócios e a melhor forma de remediá-las. Pesquisa de clima Um levantamento de clima, como também é chamada e pesquisa de clima organizacional, é um questionário que deve ser estruturado de forma a levantar pontos importantes que podem comprometer a gestão dos processos ou a implementação de estratégias. O questionário deve considerar: Sigilo e nulidade –normalmente as perguntas são de caráter estratégico e podem comprometer processos e pessoas. Quando as informações “vazam”, pressupõe-se que a pesquisa é tendenciosa e descompromissada com a verdade, colocando em cheque todo o trabalho de levantamento de clima. Facilidade de aplicação – as pesquisas de clima devem ser usar linguagem compatível com o nível cultural dos empregados. As perguntas utilizadas na ferramenta devem ser estruturadas para direcionar ao assunto e nuca para direcionar ao assunto e nunca para direcionar à resposta. Imparcialidade – é interessante que a ferramenta seja desenvolvida e aplicada por um agente externo, a fim de não caracterizar tendenciosidade do processo. Capacidade de resposta – o levantamento de clima apontará problemas de relacionamento interpessoal, liderança, comunicação, entre outros. A organização deverá estar preparada para solucionar os problemas de forma assertiva e pragmática. Tempo de resposta – o tempo a aplicação de ferramentae as respostas aos funcionários deve ser o menor possível, a fim de evitar ansiedade e descrença que podem alterar negativamente o cotidiano da organização. Valor das Respostas Escala +2 +1 0 -1 -2 - Nominal Concordo plenamente Concordo Não estou apto a avaliar Discordo Não se aplica Numérica 5 4 3 2 1 0 Alguns pontos importantes que devem ser verificados no levantamento de clima: Integração entre as áreas e as pessoas – avalia o grau de cooperação e relacionamento existente entre os funcionários e os diversos departamentos da empresa. Estilo de gerência e liderança – o que os funcionários pensam sobre suas lideranças. Devem ser identificados pontos relacionados à competência, conhecimento da área, relacionamento com os subordinados, ética, confiança, segurança. Perspectiva salarial – analisa as diferenças salariais internas e a política de salários da empresa e da concorrência Atingimento de metas e resultados – verifica se a empresa cria metas “tangíveis”, estimula e provê meios para seu atingimento. Benefícios – quais os benefícios e como eles são percebidos pelos funcionários. Comunicação – efetivamente dos canais de comunicação usados pela empresa. Desenvolvimento profissional – avalia as oportunidades de treinamento e o conhecimento dos funcionários quanto às possibilidade de promoções e carreira. Imagem da empresa – levanta como a empresa é percebida pelos funcionários. Condições de trabalho – levantaaspectos de ergonomia, segurança, conforto, iluminação, ruído e se sempre supre os funcionários com meios e ferramentas necessários para a boa execução das tarefas. Processo decisório – aponta para questões como centralização ou descentralização das decisões. Trabalho em equipe – mede a satisfação do indivíduo com seu grupo de trabalho, bem como problemas de relacionamento interpessoal com colegas e liderança. O que deve pesquisar - Integração entre as áreas e as pessoas -Estilo de gerência e liderança -Perspectiva salarial -Benefícios -Comunicação -Desenvolvimento profissional -Imagem da empresa -Condições de trabalho -Processo decisório -Trabalho em equipe CLIMA Pontos importantes -Sigilo e nulidade - Facilidade de aplicação -Capacidade de resposta -Tempo de resposta Neste mapa,, fica claro o que deve ser pesquisado ou levantado numa pesquisa de clima e os pontos mais importantes da tarefa, ou seja, aspectos que devem ser considerados ao se planejar a pesquisa como um todo. 4.Elaboração de planos de Ação para Gerenciamento do Clima e Cultura organizacional O objetivo da pesquisa de clima é levantar todas as variáveis comportamentais que influenciam os resultados da empresa e compará-las com uma situação ideal, ou seja, com o melhor torne-se cada vez mais competitiva. O plano de ação composto por uma série de tarefas a serem cumpridas a partir de um planejamento. As tarefas devem ser devidamente priorizadas e listadas por ordem de importância. Dentre os objetivos da pesquisa de clima organizacional, o principal é o de levantar indicadores a respeito do cenário atual de uma organização considerando comportamentos adequados e inadequados. Ao mesmo tempo, trata-se de uma ferramenta que possibilita a visualização de um cenário adequado à organização. Formas de criaçãoe implantação de um plano de ação – o ciclo PDCA O ciclo PDCA, também conhecido como o ciclo de DEMING ou SHEWHART, é uma sequência de ações com foco na melhoria contínua. Ele possui esse nome devido às iniciais, em inglês, das palavras Planejar (Plan), Fazer (Do), Verificar (Check) e Ação (Act). O ciclo PDCA possui quatro passos: Planejar (Plan): Nesta etapa, deve-se estabelecer uma meta ou identificar tudo aquilo que impede o alcance dos resultados esperados, ou seja, um problema; analisar as informações relacionadas ao problema; descobrir as principais causas geradoras do problema; e criar um plano de ação com auxílio de outra ferramenta (5W2H). Fazer (Do): Esta é a etapa da realização do plano de ação. Verificar (Check): O processo de verificação consiste em monitorar e avaliar periodicamente os processos e resultados, comparando-os com o que foi planejado, gerando relatórios e consolidando as informações colhidas. Ação (Act): Com as informações colhidas na etapa anterior (verificação), agir no sentido de implementar as correções necessárias, de forma a melhorar a qualidade, eficiência e eficácia, aprimorando a execução e corrigindo eventuais falhas. Além disso, um plano de ação bem elaborado deve responder o que será feito, como será feito, quanto custará, quem realiza a ação, quando as ações serão executadas e os motivos por que serão realizadas. Uma das ferramentas mais usadas para criar um plano de ação é a 5W2H. Um plano de ação bem elaborado deve permitir: Ser dividido por áreas. Identificar, nos resultados da pesquisa, os pontos críticos que interferem no sucesso da organização. Conter medidas de correção factíveis. Criar indicadores de desempenho que permitam comparações com as próximas pesquisas de clima. Permitir o monitoramento constante das opiniões dos funcionários quanto às ações realizadas. Dividir as ações por prioridade ou por tempo. O fluxograma Plano de Ação, comoficam claras as ações de melhorias divididas por áreas, o que facilita a tomada decisões, bem como agilidade no processo. Por exemplo, considere que a área de RH está apresentado a um ponto crítico, como demora na entrega de cestas básicas aos colaboradores. DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL E GESTÃO DE MUDANÇAS É possível definir motivação com aquela força interior que impede as pessoas a fazerem alguma coisa. O conceito de motivação está intrinsecamente ligado ao conceito de valor, que pode ser definido como grau de importância que se dá a algo ou a alguém. A motivação se dá por meio da interação do indivíduo com alguma situação. 1. Motivação e Satisfação no Trabalho Para as organizações, um funcionário motivado é sinônimo de produtividade e de geração de resultados positivos. Segundo ROBBINS (2005), a motivação em uma organização deve possuir alguns vetores. São eles: Intensidade; Direção; Persistência. A intensidade se relaciona ao grau de esforço que o funcionário está disposto a fazer. Quanto mais o funcionário se identifica com a tarefa, maior será o grau desse esforço. Entre os três vetores, esse é o maior peso, pois diz respeito à execução do trabalho. Porém, esforço sem direção é como um carro sem freio descendo uma ladeira. Todos os esforços devem ser direcionados no sentido de atingir os objetivos organizacionais. Portanto, deve-se considerar não apenas a intensidade do esforço, mas, principalmente, sua qualidade e coerência. E, por último, a persistência, que é o tempo em que o funcionário consegue manter esforço. O esforço deve ter o tempo máximo da realização da tarefa. Algumas empresas, por não conseguirem medir corretamente seus processos, gastam muito tempo em determinados objetivos e pouco tempo em outros, comprometendo as metas organizacionais. Principais teorias motivacionais Ao longo do tempo, muitos autores estudaram o processo motivacional, criando teorias usadas até os dias de hoje, por executivos de grandes e pequenas empresas. As principais são: Teoria das necessidades (Hierarquia de Maslow; Teoria X e Y de MacGregor; Teria dos dois fatores de Herzberg; Teoria ERG; Teoria de McClelland). Teoria da fixação de objetivos. Teoria do reforço. Teoria das necessidades de Maslow Abrahan Maslow foi um psicólogo americano que trabalhou no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). Fundador do centro de pesquisa do National Laboratories for Group Dynamics, foi criador desta teoria, provavelmente uma das mais conhecidas e estudadas, que escalona as necessidades humanas em cinco etapas interdependentes. São elas: Fisiologia – respiração, fome, sede, abrigo, sexo, homeostase. Segurança - segurança e proteção física e emocional, saúde, emprego, família. Social – sensação de pertencer a algum grupo, aceitação, a feição, amizade. Autoestima – respeito próprio, autonomia, status, reconhecimento dos outros, conquistas, confiança. Autorrealização – alcance do próprio potencial, crescimento, desenvolvimento, moralidade, civilidade. Para Maslow, a satisfação das necessidades de um determinado degrau está normalmente relacionada à satisfação das necessidades do degrau anterior. Ele também as necessidade em dois grupos: necessidades de nível baixo (fisiológicas e de segurança) e necessidades de nível alto (sociais, autoestima e autorrealização). Elas foram assim divididas, pois Maslow percebeu que as de nível baixo são satisfeitas externamente, e as de nível alto são satisfeitas dentro do indivíduo. Pirâmide de Maslow Teoria X e Y de MacGregor Douglas de MacGregor propôs o enquadramento do ser humano em duas categorias motivacionais antagônicas, chamadas de teoria “X”, basicamente negativa, e teoria “Y”, basicamente positiva. Observando como os gestores tratavam seus funcionários, ele conseguiu identificar um conjunto de premissas. Premissas sobre a teoria X 1. Os funcionários são preguiçosos e, sempre que possível, tentarão evita RO trabalho. 2. Os trabalhadores precisam ser dirigidos, coagidos pela punição ou pelo dinheiro para que atinjam as metas estabelecidas. 3. Os funcionários evitam responsabilidades e buscam orientação formal (modelo mecanicista). 4. Os trabalhadores são pouco ambiciosos e colocam a segurança acima de tudo. Premissas sobre teoria Y O trabalho é natural e pode ser encarado como lazer. Quando houver comprometimento com os objetivos, as pessoas demonstração automotivaçao para o trabalho, ou seja, o empenho em alcançar objetivos é função das recompensas atribuídas ao êxito da tarefa. Em condições apropriadas, o ser humano, em média, aprende mão só a aceitar, mas a procurar responsabilidades. Qualquer pessoa pode ser imaginativa e criativa na solução de problemas. Isso não é privilégio apenas dos gestores. Teoria dos dois fatores de Herzberg A teoria dos fatores, também conhecida como teoria higiene-motivação, foi desenvolvida pelo psicólogo clínico e professor de Gestão da Universidade de Utah, Frederick Herzberg. Nessa teoria, Herzberg acreditava que a relação entre um indivíduo e seu trabalho é básica, o que pode determinar seu sucesso ou fracasso. Os fatores que levam à insatisfação com o trabalho são diferentes e separados daqueles que levam à satisfação. Herzberg evidenciou a presença de dois fatores distintos que devem ser considerados na satisfação do cargo. São eles: Fatores higiênicos – Correspondem à perspectiva ambiental. Referem-se às condições que rodeiam o funcionário, como as condições físicas do trabalho, o salário, os benefícios sociais, as políticas da empresa, o tipo de supervisão recebido, o relacionamento entre a direção e os funcionários, os regulamentosinternos. São os fatores comumente utilizados pelas empresas para obter motivação dos funcionários. Herzberg escolheu a expressão “higiene” para mostrar que se destinam simplesmente a evitar fontes de insatisfação do meio ambiente ou ameaças potenciais ao seu equilíbrio. Fatores motivacionais – Referem-se ao conteúdo do cargo. São fatores motivacionais que produzem efeitos duradouros na produtividade e na competitividade. Herzberg compôs o termo motivação, com os fatores relacionados ao sentimento da realização, reconhecimento profissional, ou seja, a tudo que pudesse ser encarado como desafiador para o funcionário. Em resumo, a teoria higiene-motivação afirma que: A satisfação no cargo é função do conteúdo ou atividades desafiadoras e estimulantes do cargo, ou seja, dos fatores motivacionais. A insatisfação no cargo é função do ambiente, da liderança, do relacionamento com os colegas e do contexto geral do cargo, por isso são chamados de fatores higiênicos. A teoria ERG ou ERC Foi criada por Clayton Alderfer, sobre a hierarquia das necessidades de Maslow, no intuito de alinhá-la com a pesquisa empírica. É dividida em: Necessidades existenciais – relacionadas com as necessidades fisiológicas e de segurança de Maslow. Necessidades de relação – desejo de manter importantes relações interpessoais. Para sua satisfação, essas necessidades dependem de constante interação com outros. São relacionadas com as necessidades sociais de Maslow. Necessidades de crescimento – desejo interno de crescimento pessoal. Relacionam-se com as necessidades da autoestima e autorrealização de Maslow. A teoria ERC entende que as necessidades não têm que ser satisfeitas por ordem correlata, como teoria das necessidades de Maslow. Para Alderfer, quando um indivíduo não consegue satisfazer uma necessidade de ordem superior, ela é substituída por um sentimento de frustração, decaindo para a necessidade inferior. Comparação de Maslow com ERC Teoria das necessidades de McClelland Também conhecida como teoria da motivação pelo êxito e/ou medo, foi desenvolvida por David McClelland e sua equipe e destaca três necessidades que orientam a dinâmica do comportamento humano. Elas são definidas como: Necessidades de realização – é as luta ou competição pelo sucesso, a necessidade de realizar algo dentro de determinados padrões. Necessidade de poder – necessidade de exercer influência, ou seja, de fazer com que os outros ajam segundo a sua vontade. Necessidade de associação – desejo de relacionamento interpessoal cordial, próximo, amigável e afetuoso. Em suas pesquisas, McClelland percebeu que as pessoas bem-sucedidas diferenciam-se das outras por sentirem necessidade de fazer cada vem melhor, de chamar a responsabilidade para si, buscam constantemente a solução de problemas e apreciam muito o feefback como forma de melhor continuamente. A base da teoria pressupõe que quando um indivíduo consegue resolver um problema através de algum meio, este se torna referência e é utilizado como padrão para resolver outros, caracterizando o estilo do indivíduo. Teoria da fixação de objetivos Efetivamente, fixar objetivos melhora o desempenho e algumas informações podem ser feitas: Objetivos difíceis, quando aceitos, melhoram mais o desempenho do que objetivos fáceis. O feedback melhora o desempenho, pois mostra as discrepâncias entre o realizado e o determinado. Objetivos específicos favorecem mais seu alcance do que objetivos genéricos. Objetivos mais fáceis têm maior probabilidade de serem atingidos, porém geram menor satisfação. Objetivos difíceis dependem de alto nível de esforço e maiores competências para serem atingidos. Quando os objetivos são definidos em conjunto com os funcionários, há maior envolvimento. Objetivos difíceis, definidos junto aos funcionários, são atingidos mais rapidamente do que aqueles definidos apenas pela gerência. A teoria da fixação de objetivo parte do pressuposto que o indivíduo está comprometido com o alcance do objetivo, ou seja, entendeu sua importância e não o trocará. Segundo ROBBINS (2002), isso normalmente acontece quando: Os objetivos se tornam públicos. Quando o indivíduo tem equilíbrio. Quando as metas são estabelecidas por ele. Quando o indivíduo tem autoeficácia, ou seja, tem certeza de que é capaz de realizar determinada tarefa. Teoria de reforço É uma teoria comportamentalista, que sugere que o comportamento é modelado pelo esforço. Desenvolvida inicialmente pelo psicólogo norte-americano Frederic Skinner, considerado um dos pais da psicologia comportamental, essa teoria afirma que o comportamento das pessoas pode ser influenciado e controlado através da recompensa e do castigo. A teoria do reforço é o contraponto da teoria da fixação de objetivos, pois ignora os fatores cognitivos, afirmando que a resposta imediata a qualquer problema é um reforço para que o comportamento se repita. Sem dúvida, o reforço influencia o comportamento, porém, não é o único fator a influenciá-lo. 2. Gestão de Mudança versus Resiliência Nos dias atuais, a s mudanças acontecem de forma rápida, imprevisível, obrigando os gestores a se prepararem para responder às incertezas do novo ambiente. Gerenciar a mudança significa: Primeiro: aceitá-la – Toda mudança que ocorre sem aceitação é traumática e compromete o clima organizacional. A aceitação da mudança permite que as novas possibilidades sejam vislumbradas. No ambiente organizacional, o gestor deve ter a habilidade de identificar, no processo de mudança, quais os fatores que podem ser considerados comprometedores e focar esforços no sentido de eliminá-los. Segundo: toda mudança é um processo – A mudança soa acontece quando se deixa uma situação (estado) e se parte para outra. Normalmente, nos processos de mudança impera o sentimento de “quero que isso termine logo”. Esse sentimento é comum, pois move toda a organização de sua zona de conforto para um estado de incerteza. Terceiro: a mudança e o desenvolvimento - Junto ao processo de mudança, vêm as oportunidade de desenvolvimento. Normalmente, as empresa mudam após um longo processo de estagnação, o que se reflete na capacidade de competição da empresa e nas competências dos seus funcionários. A mudança permite comparar onde a empresa se encontra atualmente com onde deveria estar. Quarto: o tempo de transição - Pessoas são diferentes. As mudanças são encaradas de formas diferentes entre as pessoas. No processo de mudança, os gestores devem ficar atentos aos “tempos de cada um”. O tempo ajuda no processo digestivo, quando valores antigos devem ser deixados e novos valores devem ser entendidos e internalizados. Ninguém aceita novos valores se não os entender. Quinto: a lacuna da transição – Toda transição é composta pelo término de um processo ou período e o começo de outro. Não há como identificar efetivamente onde um começa e o outro termina. Esse “espaço” não definido, normalmente, caracteriza-se pelo excesso de atividades desvinculadas de objetivos, o que pode acarretar a sensação de “inutilidade ou incompetência” em alguns funcionários ou setores. Sexto: todo processo de mudança acarreta perdas – Todas as pessoas podem adaptar-se às mudanças, porém só o farão aquelas que entenderem a sua importância. Normalmente, em um processo de mudança, novos valores são apresentados e devem ser entendidos e aceitos por toda a organização. Porém, esses novos valores podem vir a se chocar com as crenças, expectativas e necessidades do indivíduo. Resiliência: É a capacidade do indivíduo para lidar com problemas, superar obstáculos ouresistir à pressão de situações adversas. Acontece quando o indivíduo compara a situação em que se encontra com nível de esforço que deve gerar para vencer essa situação e sair vencedor. A resiliência está relacionada aos fatores internos do indivíduo. Para BARBOSA (2006), a resiliência pode ser entendida como um amálgama de sete fatores: 1. Administração das emoções – é a habilidade de se manter sereno diante de uma situação de estresse. 2. Controle dos impulsos – refere-se à capacidade de regular a intensidade de seus impulsos e não se deixar levar impulsivamente para a experiência de uma emoção. 3. Empatia – a capacidade que o ser humano tem de compreender os estados psicológicos dos outros (emoções e sentimentos). 4. Otimismo – a crença de que as coisas podem mudar para melhor. Há um investimento contínuo de esperança. 5. Análise causal ou do ambiente – trata-se da capacidade de identificar precisamente as causas dos problemas e das adversidades presentes no ambiente. 6. Autoeficácia – refere-se à convicção de conseguir fazer bem, de ser eficaz nas ações propostas. 7. Alcance de pessoas – é a capacidade que a pessoa tem de se vincular a outros sem receios e medo de fracasso. Numa organização em processo de mudança, pessoas com maior índice de resiliência conseguem adaptar-se mais facilmente e integrar-se mais rapidamente ao novo ambiente. 3. Gerenciamento Pessoas para Criatividade e Inovação no Trabalho Inovar é a palavra de ordem e inovação só vem de pessoas. O incentivo à criatividade deve fazer parte da cultura organizacional e, como tal, deve ser um processo contínuo de cima para baixo: Características das empresas criativas: Seus processos são flexíveis. São desburocratizadas. Investem fortemente em treinamento e desenvolvimento. Privilegiam o ambiente descontraído e agradável. Possuem poucos níveis hierárquicos. Dão voz ao funcionário. São “antenadas” no mundo. Ouvem efetivamente seus clientes. Os funcionários possuem múltiplas competências. Trabalham com equipes autogeridas. Estão constantemente criando novas e inovadoras condições de trabalho. As áreas são altamente integradas. Promovem o relacionamento interpessoal saudável e descontraído. Impera o poder do carisma e da competência em detrimento do poder de posição. A gestão caminha junto aos funcionários. Preocupam-se em medir e melhorar constantemente o clima organizacional. Não são presas e regras e normas. Acreditam realmente que seus funcionários são seu principal ativo. São toleradas ao erro. Para ser uma empresa criativa e inovadora não basta querer. O processo de inovação depende, principalmente, da cultura da empresa. Para fomentar o ambiente criativo é necessário quebrar barreiras internas, romper com os preconceitos e entender que a inovação é uma forma de ver o mundo. Os gestores de organizações inovadoras entendem que para se inovador de verdade é preciso incentivar os funcionários a experimentar os funcionários novas ferramentas e metodologias, novas idéias e conceitos, em busca do diferencial que transforma em líderes de mercado. Regras para uma gestão inovadora e criativa: Invista fortemente no processo de comunicação – A comunicação deve sempre bilateral. Ouvir e transmitir corretamente mensagens aos funcionários aumenta as chances de acerto e encurta processo. Use todos soe mios que dispuser: jornais, rádio interno, eventos, panfletos, cartas, e-mails. Minimize a hierarquia – Muitos níveis hierárquicos contribuem para o aumento da burocratização e aumentam a necessidade de sistemas de controle paralelos. Além disso, dificultam o acesso dos funcionários aos níveis maiores e restringem a participação dos níveis inferiores no processo criativo. Crie ambientes dinâmicos – Os indivíduos tendem ao acomodamento quando repetem por muito tempo as mesmas tarefas. A pior coisa para empresas inovadoras é a rotina. Por isso, insira atividades diferenciadas nos processo, de forma que a atenção do funcionário fique desperta e ele sinta prazer em suas tarefas. A gestão da inovação parte do pressuposto que as coisas são feitas sempre da mesma maneira, não porque esse é o melhor jeito, mas porque as pessoas desconhecem os motivos que as levaram a fazer assim da primeira vez. Crie um ambiente questionador - Quando há questionamento é porque se está pensando a respeito, Incentive os funcionários a buscarem as razões que os levam a executar suas tarefas daquela maneira. Muitos processos são reduzidos e, com isso, reduz-se tempo e economiza-se dinheiro para alcançar os mesmos objetivos. Dê valor à iniciativa – Nem todas as idéias são aplicáveis, nem por isso o mérito de quem as teve é menor. Empresas como 3M, Google e Deca sabem que demonstrar verdadeiramente o interesse por todas as idéias trazidas pelos funcionários é fator motivador e contribui para a criação e lançamento de novos produtos e serviços. Grande parte do faturamento de empresas inovadoras advém disso. Crie condições - Muitas idéias são engavetadas por falta de recursos. Algumas empresas criam programas que focam a criatividade, porém se esquecem de que muitas idéias importantes precisam ser testadas, colocadas em práticas e, para isso, tanto recursos financeiros quanto físicos devem ser disponibilizados. Cuidado como preconceito – Uma idéia, para ser considera boa depende de duas coisas: primeiro, tempo certo; segundo, tecnologia. Algumas idéias foram descartadas por estarem à frente do seu tempo ou por não haver tecnologia para o seu desenvolvimento. Isso não significa que futuramente, essa mesma ideia não se torne um produto ou serviço vendável. Não usar uma ideia simplesmente porque foi descartada no passado caracteriza falta de visão inovadora e pode levar as empresa e perder grandes oportunidade de negócios.
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