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Apostila NP1

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Direito Internacional Público
Questão 1
O caráter especial dos diplomas internacionais sobre direitos humanos lhes reserva lugar específico no ordenamento jurídico brasileiro: eles estão abaixo da Constituição, porém acima da legislação interna. O status supralegal dos tratados internacionais de direitos humanos subscritos pelo Brasil, desta forma, torna inaplicável a legislação infraconstitucional com eles conflitante, seja ela anterior ou posterior ao ato de adesão. (...)A prisão civil do depositário infiel não mais se compatibiliza com os valores supremos assegurados pelo Estado Constitucional, que não está mais voltado para si mesmo, mas compartilha com as demais entidades soberanas, em contextos internacionais e supranacionais, o dever de efetiva proteção dos direitos humanos.
Brasil. Supremo Tribunal Federal. RE Nº 349.703/1RS. Relator: Min. Gilmar Mendes. Julgamento em: 03/12/2008, DJe de 05/06/2009 (com adaptações).
No que se refere à aplicação dos dispositivos dos tratados internacionais no direito interno, avalie as seguintes asserções e a relação proposta entre eles
A recepção da Convenção Americana sobre Direitos Humanos – Pacto de San José da Costa Rica – pelo ordenamento jurídico brasileiro acarretou impedimento legal à prisão civil do depositário infiel.
PORQUE
A previsão constitucional para prisão civil do depositário infiel foi revogada por força do status normativo supralegal dos tratados internacionais de direitos humanos subscritos no Brasil.
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta.
As asserções I e II são proposições verdadeiras e a II justifica a I.
As asserções I e II são proposições verdadeiras e a II não justifica a I.
A asserção I é uma proposição verdadeira e a II é uma proposição falsa.
A asserção I é uma proposição falsa e a II é uma proposição verdadeira.
As asserções I e II são proposições falsas.
1. Introdução teórica
Conceito de Direito Internacional Público
Direito Internacional é o ramo do direito que trata da regulação da ordem externa, tanto no plano público quanto no plano privado.
No âmbito do Direito Internacional Público, estão as diretrizes legais de relacionamento entre os Estados e, no âmbito do Direito Internacional Privado, estão as diretrizes legais de relacionamento entre os particulares de diferentes países.
Accioly, Silva e Casella (2010) definem Direito Internacional Público como
(...) conjunto de normas jurídicas que rege a comunidade internacional, determina direitos e obrigações dos sujeitos, especialmente nas relações mútuas dos estados e, subsidiariamente, das demais pessoas internacionais, como determinadas organizações, bem como dos indivíduos. 
Segundo Boson (2000), Direito Internacional é
(...) como um conjunto de regras e princípios que regem as relações jurídicas internacionais, tanto dos Estados ou outras entidades análogas quanto dos homens.
É a definição que se impõe, porque melhor traduz a realidade atual. Mais ampla ainda que a precedente, abarca o homem, que, mesmo não gozando amplamente da capacidade ad processum na esfera judiciária internacional, tem direitos sob a guarda imediata do jus gentium e responsabilidade perante a ordem jurídica das nações.
Husek (2007) afirma que
o Direito Internacional é isso: teorias que abrangem o estudo das entidades coletivas, internacionalmente reconhecidas – Estados, organizações internacionais e outras coletividades -, além do próprio homem, em todos os seus aspectos, incluindo os princípios e regras que regem tais sujeitos de direito nas respectivas atividades internacionais.
As regras de Direito Internacional podem ser aplicadas a um Estado soberano? Se aplicadas, valerão mais do que as regras internas desse mesmo Estado? A primeira resposta para as perguntas é que ambos os direitos (interno de um Estado e internacional) têm espaços de atuação diferentes e, em princípio, não deveriam se chocar.
Na vida prática, essa separação entre direito interno e direito internacional nem sempre ocorre de forma tão clara, porque existem situações práticas que provocam a discussão sobre o conflito entre as normas e sua aplicabilidade. 
Os países, embora preservem sua autonomia uns em relação aos outros e também em relação aos organismos internacionais dos quais fazem parte (ONU, OEA e OIT, entre outros), podem relativizar essa autonomia em assuntos específicos assinando tratados internacionais por meio dos quais se comprometem a cumprir determinados preceitos.
Rezek (2010) define tratado como
(...) acordo formal concluído entre pessoas jurídicas de direito internacional público, e destinado a produzir efeitos jurídicos. Na afirmação clássica de Georges Scelle, o tratado internacional é em sim mesmo um simples instrumento; identificamo-lo por seu processo de produção e pela forma final, não pelo conteúdo.
Tradicionalmente, o Brasil sempre teve suas relações internacionais caracterizadas pela participação em organismos como a ONU e a OEA e pelo fato de ser signatário dos principais documentos propostos por esses organismos, como a Declaração Universal dos Direitos do Homem, da ONU e a Convenção Americana sobre Direitos Humanos. 
1.2. Pactos internacionais de Direitos Humanos e Constituição Federal Brasileira de 1988
Em abril de 1948, foi criada a Organização dos Estados Americanos, a OEA, entidade que teve origem em 1889, quando foi realizada a Primeira Conferência Internacional Americana. Várias outras conferências foram realizadas e a consolidação do debate resultou na criação da OEA e na aprovação de vários textos legais a serem adotados pelos países membros, como, por exemplo, a Carta da Organização dos Estados Americanos, a Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem e o Tratado Americano sobre Soluções Pacíficas.
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos é um dos órgãos que compõe a Organização dos Estados Americanos. Ela foi criada por Resolução da Quinta Reunião de Consulta dos Ministros das Relações Exteriores, em Santiago, no Chile, em 1959. Foi formalmente instalada em 1960, quando seu Estatuto foi aprovado pelo Conselho da Organização, e é responsável pela promoção e proteção dos direitos humanos no continente americano.
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos tem por principal função, expressa no artigo 112 da Carta da OEA, promover o respeito e a defesa dos direitos humanos e servir como órgão consultivo nessa matéria.
Em 22 de novembro de 1969, foi aprovada em San José, Capital da Costa Rica, a Convenção Americana sobre Proteção dos Direitos Humanos, que passou a vigorar em 18 de julho de 1978, a qual o Brasil aderiu em 25 de setembro de 1992 por meio do Decreto Presidencial Nº 678, de 06 de novembro de 1992.
O Brasil também é signatário do Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos, elaborado em 1966 e aprovado pelo Congresso Nacional por meio do Decreto Legislativo Nº 226/91, ratificado em 24 de janeiro de 1991 e adotado pela legislação interna pelo Decreto Presidencial Nº 678/92.
O Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos estabeleceu que ninguém poderá ser preso por não cumprir com uma obrigação contratual, conforme consta no artigo 11. A Convenção Americana, também conhecida por Pacto de São José, determina que ninguém deve ser detido por dívidas e que esse princípio não limita os mandados de autoridade judiciária competente, expedidos em virtude de inadimplemento de obrigação alimentar.
Surgiu, então, a controvérsia sobre a possibilidade jurídica da prisão civil do depositário infiel ou ainda sobre a eficácia constitucional ou infraconstitucional dos tratados que haviam sido incorporados ao ordenamento jurídico brasileiro.
A Constituição Federal brasileira de 1988 determina em seu artigo 5º, parágrafo 2º, que
os direitos e as garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.
Piovesan (2013) afirma que
o valor da dignidade
humana – ineditamente elevado a princípio fundamental da Carta (Constituição Federal do Brasil de 05 de outubro de 1988), nos termos do artigo 1°, III – impõe-se como núcleo básico e informador do ordenamento jurídico brasileiro, como critério e parâmetro de valoração a orientar a interpretação e compreensão do sistema constitucional instaurado em 1988. A dignidade humana e os direitos fundamentais vêm a constituir os princípios constitucionais que incorporam as exigências de justiça e dos valores éticos, conferindo suporte axiológico a todo sistema jurídico brasileiro. Na ordem de 1988 esses valores passam a ser dotados de uma especial força expansiva, projetando-se por todo universo constitucional e servindo como critério interpretativo de todas as normas do ordenamento jurídico nacional.
É neste contexto que se há de interpretar o disposto no artigo 5°, parágrafo 2° do texto, que, de forma inédita, tece a interação entre o Direito Brasileiro e os tratados internacionais de direitos humanos. (...) A Constituição de 1988 inova, assim, ao incluir, dentre os direitos constitucionalmente protegidos, os direitos enunciados nos tratados internacionais de que o Brasil seja signatário. Ao efetuar tal incorporação, a Carta está a atribuir aos direitos internacionais uma natureza especial e diferenciada, qual seja, a natureza de norma constitucional.
Essa conclusão advém de interpretação sistemática e teleológica do texto, especialmente em face da força expansiva dos valores da dignidade humana e dos direitos fundamentais, como parâmetros axiológicos a orientar a compreensão do fenômeno constitucional. A este raciocínio se acrescentam o princípio da máxima efetividade das normas constitucionais referentes a direitos e garantias fundamentais e a natureza materialmente constitucional dos direitos fundamentais, o que justifica estender aos direitos enunciados em tratados o regime constitucional conferido aos demais direitos e garantias fundamentais. Essa conclusão decorre ainda do processo de globalização, que propicia e estimula a abertura da Constituição à normação internacional – abertura que resulta na ampliação do “bloco de constitucionalidade”, que passa a incorporar preceitos asseguradores de direitos fundamentais.
Logo, por força do artigo 5°, parágrafos 1° e 2°, a Carta de 1988 atribui aos direitos enunciados em tratados internacionais natureza de norma constitucional, incluindo-os no elenco dos direitos constitucionalmente garantidos, que apresentam aplicabilidade imediata.
(...) os direitos enunciados em tratados internacionais de proteção dos direitos humanos detêm natureza de norma constitucional. Este tratamento jurídico diferenciado se justifica na medida em que os tratados internacionais de direitos humanos apresentam um caráter especial, distinguindo-se dos tratados internacionais comuns. Enquanto estes buscam o equilíbrio e reciprocidade das relações entre Estados-partes, aqueles transcendem os meros compromissos recíprocos entre os Estados pactuantes, tendo em vista que objetivam a salvaguarda dos direitos do ser humano e não das prerrogativas dos Estados.
(...)
Conclui-se, portanto, que o Direito brasileiro faz opção por um sistema misto, que combina regimes jurídicos diferenciados: um regime aplicável aos tratados de direitos humanos e outro aplicável aos tratados internacionais. Enquanto os tratados internacionais de proteção dos direitos humanos – por força do artigo 5°, parágrafos 1° e 2° - apresentam natureza de norma constitucional e aplicação imediata, os demais tratados internacionais apresentam natureza infraconstitucional e se submetem à sistemática da incorporação legislativa.
Disponível em <http://www.pge.sp.gov.br/centrodeestudos/revistaspge/revista3/rev6.htm>. Acesso em 01 abr. 2013.
A Emenda Constitucional Nº 45, de 2004, determinou a inserção do parágrafo 3º ao supracitado artigo 5º, com a seguinte redação.
3º - Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.
 
A esse respeito, comenta Carvalho (2013):
ao que parece, o reformador da Constituição estabeleceu que somente por intermédio de procedimento equivalente às emendas constitucionais podem os tratados internacionais ingressarem com a dignidade máxima no ordenamento brasileiro. Conforme Celso Lafer, a norma extraída do comando do art. 5º, § 3º da Constituição Federal é “lei interpretativa destinada a encerrar as controvérsias jurisprudenciais e doutrinárias suscitadas pelo §2º do art. 5º”. (CARVALHO, W. Tratados Internacionais De Direitos Humanos Anteriores À Emenda Constitucional 45: O Problema Do Status Normativo). Disponível em <http://www.fdv.br/publicacoes/periodicos/revistadireitosegarantiasfundamentais/n8/11.pdf>. Acesso em 14 mar. 2013. 
Ocorre que o tratado internacional de San José da Costa Rica foi introduzido no Brasil antes da Emenda Constitucional 45, de 2004.
No julgamento do Recurso Especial 466.343, realizado em 3.12.2008 e publicado no Diário de Justiça de 5.6.2009, o Ministro Gilmar Mendes afirma que
se não existem maiores controvérsias sobre a legitimidade constitucional da prisão civil do devedor de alimentos, assim não ocorre em relação à prisão do depositário infiel. As legislações mais avançadas em matérias de direitos humanos proíbem expressamente qualquer tipo de prisão civil decorrente do descumprimento das obrigações contratuais, excepcionando apenas o caso do alimentante inadimplente. O artigo 7°, número 7, da Convenção Americana sobre Direitos Humanos Pacto de San José da Costa Rica de 1969, dispõe desta forma: ”Ninguém deve ser detido por dívidas. Este princípio não limita os mandados de autoridade judiciária competentes expedidos em virtude de inadimplemento de obrigação alimentar.” Com a adesão do Brasil a essa convenção, assim como ao Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos, sem qualquer reserva, ambos no ano de 1992, iniciou-se um amplo debate sobre a possibilidade de revogação, por tais diplomas internacionais, da parte final do inciso LXVII do art. 5° da Constituição Federal de 1988, especificamente, da expressão ‘depositário infiel’, e, por consequência, de toda a legislação infraconstitucional que nele possui fundamento direto ou indireto. (...) Portanto, diante do inequívoco caráter especial dos tratados internacionais que cuidam da proteção dos direitos humanos, não é difícil entender que a sua internalização no ordenamento jurídico, por meio do procedimento de ratificação previsto na Constituição, tem o condão de paralisar a eficácia jurídica de toda e qualquer disciplina normativa infraconstitucional com ele conflitante. Nesse sentido, é possível concluir que, diante da supremacia da Constituição sobre os atos normativos internacionais, a previsão constitucional da prisão civil do depositário infiel (...) deixou de ter aplicabilidade diante do efeito paralisante desses tratados em relação à legislação infraconstitucional posterior que com eles seja conflitante também tem sua eficácia paralisada. (...) Enfim, desde a adesão do Brasil, no ano de 1992, ao Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos (art. 11) e à Convenção Americana sobre Direitos Humanos – Pacto de San José da Costa Rica (art. 7°, 7), não há base legal para aplicação da parte final do art. 5°, inciso LXVII, da Constituição, ou seja, para a prisão civil do depositário infiel. 
O Ministro Celso de Mello, ao proferir seu voto no julgamento do Recurso Extraordinário 349.703, afirmou que o artigo 4°, inciso II da Constituição Federal, preconiza a prevalência dos direitos humanos como princípios nas suas relações internacionais e defendeu que os tratados e as convenções internacionais sobre direitos humanos, mesmo os firmados antes da Constituição Federal de 1988, devem ter o mesmo status dos dispositivos inscritos na carta constitucional, na medida em que não podem contrariá-la, mas podem
complementá-la.
Para dirimir definitivamente a questão, a sessão plenária realizada no Supremo Tribunal Federal em 16 de dezembro de 2009 aprovou a Súmula 25, publicada em 23 de dezembro de 2009 no Diário Oficial da União, p. 1, com a seguinte redação.
É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito.
Posteriormente, em 03 de março de 2010, o Superior Tribunal de Justiça estabeleceu a Súmula 419, publicada no Diário de Justiça em 11 de março de 2010: Súmula 419/STJ: Descabe a prisão civil do depositário judicial infiel.
Desse modo, ficou consagrado o entendimento do Supremo Tribunal Federal no sentido de que os tratados e as convenções internacionais sobre direitos humanos dos quais o Brasil seja signatário serão recepcionados como norma supralegal, ou seja, abaixo da Constituição Federal, porém acima da legislação interna. Essa denominação foi adotada pelo Supremo Tribunal Federal e, em consequência, as normas que versam sobre a prisão civil do depositário infiel, embora vigentes no ordenamento brasileiro, não são válidas, porque contrariam a norma supralegal que fundamentou a decisão das Súmulas. 
No caso da prisão civil, o entendimento pacificador, firmado pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça, que exerceram o papel fundamental de intérpretes da lei, foi no sentido de acolhimento integral do Pacto de San José da Costa Rica, que veda a prisão civil do depositário infiel.
Questão 2
Assunto/tema. Sociodiversidade e multiculturalismo: violência, relações étnico-raciais e assassinatos de afrodescendentes em relato da ONU.
Leia o texto e a charge a seguir.
ONU diz que polícia brasileira mata 5 por dia; maioria é afrodescendente
Genebra (10/03/2016)
Segundo a ONU, a polícia brasileira matou 2.000 pessoas em 2015
A Organização das Nações Unidas (ONU) acusa a polícia brasileira de ser a responsável por cinco mortes a cada dia no país, totalizando apenas em 2015 cerca de 2.000 casos. O alerta foi feito nesta quinta-feira (10) pelo Alto Comissário da ONU para Direitos Humanos, Zeid Bin Hussein.
Essa é a segunda denúncia que as Nações Unidas apresentam sobre a violência policial no Brasil em apenas uma semana.
Nesta quinta-feira, Zeid fez seu balanço anual sobre a situação dos direitos humanos no mundo. Entre os cerca de 30 países citados pelo alto comissário, a situação brasileira teve seu destaque ao tratar do racismo contra pessoas afrodescendentes.
"No Brasil, o governo tomou ações para lidar com os direitos sociais de pessoas afrodescendentes, especialmente no campo da educação", reconheceu Zeid.
"Apesar disso, foi amplamente informado sobre a insegurança que muitos jovens afro-brasileiros sentem diante da violência policial e da impunidade", disse.
"Mais de 2.000 pessoas foram mortas pela polícia no Brasil no ano passado e eles eram, de forma
desproporcional, de afrodescendência", acusou Zeid. Segundo o relator, outra constatação preocupante também é a morte de jovens afro-americanos nos
Estados Unidos, com 300 casos em 2015.
"Mais ações são necessárias em países onde esses casos são registrados, incluindo medidas para levar os autores à Justiça e garantir um remédio para as vítimas", defendeu Zeid.
Na última terça-feira (8), o relator da ONU para a prevenção da Tortura, Juan Mendez, também atacou o Brasil por não dar respostas à violência policial. Para ele, os homicídios cometidos por policiais não são a exceção, mas, sim, "a regra".
Rogério Sottili, secretário de Direitos Humanos, viajou até Genebra, na Suíça, para dar uma resposta ao informe. "Existe um problema de impunidade muito grave no país", admitiu.
"Há tortura no Brasil. Somos um país formado por violações de direitos humanos. Temos uma cultura de violência. Como mudar? Com um novo processo histórico com formação em direitos humanos", disse. Para ele, parte da explicação é a construção histórica do Brasil. "É evidente que não mudaremos uma cultura de violência de pelo menos 500 anos de uma hora para outra. Mas tenho a convicção de que recentemente começamos a transformar essa cultura de discriminação e de violência em favor de uma cultura de direitos", disse.
Como tem feito nos últimos dez anos em reuniões da ONU, o governo listou os diversos programas e iniciativas que adotou, "indicando o caminho para a ruptura do ciclo de impunidade e violência no país". Entre os programas e instituições, estão o Sistema Nacional de Prevenção e Combate à Tortura e a criação de um Mecanismo Nacional de Combate à Tortura.
Disponível em <http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-estado/2016/03/10/policia-brasileira-mata-5-pessoas-por-dia-diz-onu.htm>. Acesso em 22 mar.
2016.
Disponível em <http://profwladimir.blogspot.com.br/2015/09/charge-triste-duas-realidades.html>. Acesso em 22 mar. 2016.
Com base na leitura e nos seus conhecimentos, analise as afirmativas.
I.	A reportagem indica que as preocupações da mãe do segundo quadrinho não são infundadas. II.	De acordo com a matéria, o racismo é menor nos Estados Unidos do que no Brasil.
III.	Segundo o relator da ONU, a falta de políticas públicas inclusivas é a principal causa do racismo na corporação policial.
IV. A charge e a reportagem mostram que o assassinato de afrodescendentes no Brasil ocorre porque eles reagem à abordagem policial.
 Está correto o que se afirma somente em
A. I, II e III. 
B. II e III.
C. I e IV. D. I.
E. II e IV.

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