Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Gabarito – Turma A 1a Prova de A´lgebra Linear para Engenharia II – MAT 2458 12/09/2007 Questa˜o 1. (2,5 pontos) Seja T : P2(R)→M2(R) uma transformac¸a˜o linear tal que: [T ]BC = 1 2 0 2 4 0 0 1 −1 0 −1 −1 , onde B = {1, 1 + x, 1 − x2} e´ uma base de P2(R) e C = {( 1 0 0 0 ) , ( 0 1 0 0 ) , ( 0 0 1 0 ) , ( 0 0 0 1 )} e´ uma base de M2(R). (a) Dados a, b, c ∈ R, determine T (a+ bx+ cx2). (b) Encontre uma base de Ker(T ) e uma base de Im(T ). (c) T e´ injetora? T e´ sobrejetora? Justifique sua resposta. Soluc¸a˜o. (a) Queremos encontrar α, β, γ ∈ R tais que: a+ bx+ cx2 = α1 + β(1 + x) + γ(1− x2); essa igualdade e´ equivalente ao sistema: α+ β + γ = a, β = b, −γ = c. Resolvendo, obtemos: α = a− b+ c, β = b, γ = −c. Da´ı: [a+ bx+ cx2]B = (a− b+ c, b,−c), e portanto: [T (a+ bx+ cx2)]C = 1 2 0 2 4 0 0 1 −1 0 −1 −1 a− b+ cb −c = a+ b+ c 2a+ 2b+ 2c b+ c −b+ c . Da´ı: T (a+ bx+ cx2) = ( a+ b+ c 2a+ 2b+ 2c b+ c −b+ c ) . (b) Temos que a + bx + cx2 ∈ Ker(T ) se e somente se (a, b, c) e´ soluc¸a˜o do sistema linear homogeˆneo: a+ b+ c = 0, 2a+ 2b+ 2c = 0, b+ c = 0, −b+ c = 0. As duas u´ltimas equac¸o˜es do sistema nos da˜o b = 0, c = 0 e a primeira nos da´ a = 0. Logo: Ker(T ) = {0}, e o conjunto vazio e´ base de Ker(T ). Temos que as colunas de [T ]BC sa˜o as coordenadas na base C de geradores de Im(T ); logo: Im(T ) = [( 1 2 0 0 ) , ( 2 4 1 −1 ) , ( 0 0 −1 −1 )] . Como Ker(T ) tem dimensa˜o nula e o domı´nio de T tem dimensa˜o igual a 3, segue que Im(T ) tem dimensa˜o igual a 3 e portanto os treˆs geradores de Im(T ) apresentados acima constituem uma base de Im(T ). (c) Como Ker(T ) = {0}, T e´ injetora. Como Im(T ) tem dimensa˜o igual a 3 e o contra-domı´nio de T tem dimensa˜o igual a 4, T na˜o e´ sobrejetora. Gabarito – Turma A 1a Prova de A´lgebra Linear para Engenharia II – MAT 2458 12/09/2007 Questa˜o 2. (2,5 pontos) Seja S o subespac¸o vetorial de R5 definido por: S = { (x, y, z, t, w) ∈ R5 : x+ y − t = 0 e y − w = 0}. Assuma R5 munido com seu produto interno canoˆnico. (a) Ache uma base ortogonal para S e uma base (qualquer) para S⊥. (b) Dado u = (1,−1, 1,−1, 1), encontre u1 ∈ S e u2 ∈ S⊥ de modo que u = u1+u2. Soluc¸a˜o. (a) Temos: (x, y, z, t, w) ∈ S ⇐⇒ y = w e x = t− w, donde: S = { (t− w,w, z, t, w) : z, t, w ∈ R} = { z(0, 0, 1, 0, 0) + t(1, 0, 0, 1, 0) + w(−1, 1, 0, 0, 1) : z, t, w ∈ R} = [(0, 0, 1, 0, 0), (1, 0, 0, 1, 0), (−1, 1, 0, 0, 1)]; os treˆs geradores para S descritos acima sa˜o linearmente independentes e portanto constituem uma base para S. Escrevemos: b1 = (0, 0, 1, 0, 0), b2 = (1, 0, 0, 1, 0), b3 = (−1, 1, 0, 0, 1), e aplicamos o processo de ortogonalizac¸a˜o de Gram–Schmidt para obter uma base ortogonal {b′1, b′2, b′3} para S. Temos b′1 = b1 e: b′2 = b2 − 〈b2, b′1〉 〈b′1, b′1〉 b′1 = b2, b′3 = b3 − 〈b3, b′1〉 〈b′1, b′1〉 b′1 − 〈b3, b′2〉 〈b′2, b′2〉 b′2 = b3 + 1 2 b2 = 1 2 (−1, 2, 0, 1, 2). Vemos enta˜o que: {b′1, b′2, 2b′3} = { (0, 0, 1, 0, 0), (1, 0, 0, 1, 0), (−1, 2, 0, 1, 2)} e´ uma base ortogonal para S. Procuremos uma base para S⊥. Temos: (x, y, z, t, w) ∈ S ⇐⇒ 〈(x, y, z, t, w), (1, 1, 0,−1, 0)〉 = 0 e 〈(x, y, z, t, w), (0, 1, 0, 0,−1)〉 = 0, donde: S = [(1, 1, 0,−1, 0), (0, 1, 0, 0,−1)]⊥, e: S⊥ = [(1, 1, 0,−1, 0), (0, 1, 0, 0,−1)]. Os dois geradores para S⊥ apresentados acima sa˜o obviamente linearmente inde- pendentes e portanto constituem uma base para S⊥. (b) Basta tomar u1 = projS u e u2 = u−u1. Usando a base ortogonal para S obtida no item (a), calculamos projS u como segue: 〈u, (0, 0, 1, 0, 0)〉 = 1, 〈(0, 0, 1, 0, 0), (0, 0, 1, 0, 0)〉 = 1, 〈u, (1, 0, 0, 1, 0)〉 = 0, 〈u, (−1, 2, 0, 1, 2)〉 = −2, 〈(−1, 2, 0, 1, 2), (−1, 2, 0, 1, 2)〉 = 10, projS u = (0, 0, 1, 0, 0)− 2 10 (−1, 2, 0, 1, 2) = 1 5 (1,−2, 5,−1,−2). Da´ı: u1 = 1 5 (1,−2, 5,−1,−2), u2 = 15 (4,−3, 0,−4, 7). Gabarito – Turma A 1a Prova de A´lgebra Linear para Engenharia II – MAT 2458 12/09/2007 Questa˜o 3. (2,5 pontos) Seja C1 ( [−1, 1]) o espac¸o vetorial das func¸o˜es f : [−1, 1] → R que possuem derivada cont´ınua; considere em C1 ( [−1, 1]) o produto interno definido por: 〈f, g〉 = f(0)g(0) + ∫ 1 −1 f ′(x)g′(x) dx, para quaisquer f, g ∈ C1([−1, 1]). Determine a projec¸a˜o ortogonal de f(x) = cos(pix) no subespac¸o S = [1, x, x2, x3]. Soluc¸a˜o. Um ca´lculo simples mostra que o u´nico produto interno entre vetores distintos do conjunto {1, x, x2, x3} que na˜o e´ nulo e´: 〈x, x3〉 = 2. Aplicando o processo de ortogonalizac¸a˜o de Gram–Schmidt ao conjunto {1, x, x2, x3} obtemos enta˜o a seguinte base ortogonal para S: {1, x, x2, u}, onde: u = x3 − 〈x 3, x〉 〈x, x〉 x = x 3 − x, ou seja: {1, x, x2, x3 − x} e´ uma base ortogonal para S. Calculamos enta˜o projS f como segue: 〈f, 1〉 = 1, 〈f, x〉 = 0, 〈f, x2〉 = −2pi ∫ 1 −1 x sen(pix) dx = −4, 〈f, x3 − x〉 = 〈f, x3〉 = 0, projS f = 〈f, 1〉 〈1, 1〉 1 + 〈f, x2〉 〈x2, x2〉 x 2 = 1− 3 2 x2. No ca´lculo de 〈f, x3〉 e´ u´til observar que o integrando obtido e´ uma func¸a˜o ı´mpar e portanto sua integral no intervalo [−1, 1] e´ nula. No ca´lculo de 〈f, x2〉 usamos integrac¸a˜o por partes da seguinte forma:∫ 1 −1 x sen(pix) dx = −x pi cos(pix) ∣∣∣1 −1 − ∫ 1 −1 − 1 pi cos(pix) dx = 2 pi . Gabarito – Turma A 1a Prova de A´lgebra Linear para Engenharia II – MAT 2458 12/09/2007 Questa˜o 4. (2,5 pontos) Em cada item abaixo, decida se a afirmac¸a˜o e´ verdadeira ou falsa. Justifique sua resposta demonstrando ou dando contra-exemplo. (a) Existe uma transformac¸a˜o linear T : R6 → R5 que e´ injetora. (b) Na˜o existe uma transformac¸a˜o linear T : R2 → R2 tal que: Ker(T ) ∩ Im(T ) = [(1, 1)]. (c) Se T : P2(R)→ P2(R) e´ um operador linear tal que: [T ]B = 0 0 11 0 0 0 1 0 , onde B = {p1, p2, p3} e´ uma base de P2(R), enta˜o T (p1+ p2+ p3) = p1+ p2+ p3. Soluc¸a˜o. (a) A afirmac¸a˜o e´ falsa. De fato, se T : R6 → R5 fosse linear e injetora, seu nu´cleo teria dimensa˜o nula e portanto sua imagem teria dimensa˜o igual a 6 (igual a` dimensa˜o do domı´nio de T ); por outro lado, a imagem de T deve ter dimensa˜o menor ou igual a 5, ja´ que e´ um subespac¸o de R5. (b) A afirmac¸a˜o e´ falsa. E´ fa´cil verificar que a transformac¸a˜o linear T : R2 → R2 definida por: T (x, y) = (x− y, x− y), (x, y) ∈ R2, satisfaz Ker(T ) = [(1, 1)] e Im(T ) = [(1, 1)]. (c) A afirmac¸a˜o e´ verdadeira. Sabemos que: T (p1) = (0, 1, 0)B = p2, T (p2) = (0, 0, 1)B = p3, T (p3) = (1, 0, 0)B = p1, donde, pela linearidade de T : T (p1 + p2 + p3) = p2 + p3 + p1 = p1 + p2 + p3.
Compartilhar