Buscar

Aspectos Jurídicos Diversos

Prévia do material em texto

A responsabilidade do agente garantidor de realiza crime doloso e crime culposo
2)Erro na execução previsto no artigo 73 do código penal
Art. 73 - Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente, ao invés de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como se tivesse praticado o crime contra aquela, atendendo-se ao disposto no § 3º do art. 20 deste Código. No caso de ser também atingida a pessoa que o agente pretendia ofender, aplica-se a regra do art. 70 deste Código.
3)Tipos de Dolo(dolo direto, dolo indireto e dolo geral)
Dolo dire ito ou deter minado: é a vontade 
de realizar a conduta e produzir 
diretamente o resultado ( teoria da 
vontade). No dolo direto o agente diz, eu 
quero. 
Dolo Indireto ou Indeterminado: o agente 
não quer diretamente o resultado, mas 
aceita a possibilidade d e produz i-lo ( dolo 
eventual – o agente diz não quero, mas 
se acontecer tanto faz), ou não se 
importa em produz ir este ou aquele 
resultado (dolo alternativo – o agente 
quer produzir qualquer um resultado). 
4)Embriaguez ao volante e subsequente crime de homicídio culposo no transito
5) Crime impossível previsto no art 17 do código penal
Se a pessoa já estava morta e o indivíduo atira pensando que 
estivesse vivo é crime impossível. ( Não se pune a tentativa, por ine ficácia absoluta do 
meio ou por absoluta impropriedade do objeto material, é impossível consumar-se o 
crime).
6) A configuração do crime de latrocínio segundo a sumula 610 do STF
SÚMULA 610 - "Há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma, ainda que não realize o agente a subtração de bens da vítima."
7) Norma Penal em branco frente ao delito de drogas. Portaria da Anvisa que retira algumas substancias e tem o poder de retroagir
Regras de direito que dependem da integração de outras fontes legislativas. 
8)crime de roubo praticado com arma de brinquedo e a possibilidade de adotar a majorante (causa obrigatória de aumento de pena prevista no parágrafo segundo inciso 1º do art 157 do código penal)
9)homicídio e perdão judicial
Homicídio doloso
Homicídio doloso é o crime onde existe dolo, ou seja, é praticado com intenção de matar. Neste acaso, a pessoa tem plena consciência da consequência dos seus atos.
Homicídio culposo
Homícidio culposo é o ato de causar a morte de uma pessoa sem ter a intenção de matar. Existe a culpa, porque o fato é que a pessoa morreu, mas não existe o dolo, a intencionalidade de matar. É o caso de homicídios por negligência.
Já o perdão judicial constitui providência exclusivamente do Poder Jurisdicional derivada de medida de Política Criminal, havendo previsão expressa em situações de homicídio culposo e outras culposas expressas em lei, quando as conseqüências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária, destacando que o artigo 120 do Código Penal é expresso ao afirmar a natureza declaratória do instituto do perdão judicial ao afirmar que “a sentença que conceder perdão judicial não será considerada para efeitos de reincidência”.
10)conflito aparente das normas e seus princípios 
O conflito aparente de normas penais ocorre quando há duas ou mais normas incriminadoras descrevendo o mesmo fato. Sendo assim, existe o conflito, pois mais de uma norma pretende regular o fato, mas é aparente, porque, apenas uma norma é aplicada à hipótese.
11) Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido..
 Óbvio que cada pessoa responderá pela sua participação e apenas no grau de participação. Quem ficou vigiando a porta terá uma participação (responsabilidade) muito menor do que quem apertou o gatilho.
12)Aplicação da lei Penal e o computo do prazo
Contage m do Prazo
"Inclusão do dia do começo: não interessa a que horas do dia o prazo
começou a correr; considera- se o dia todo para efeito de contagem de
prazo. Assim, se a pena começou a ser cumprida às 23h50min, os 10
minutos são contados como um dia inteiro. Do mesmo modo, não
importa se o prazo começou em domingo ou feriado, computando- se um
ou outro como primeiro dia.
Prescrição e decadência: os prazos são contados de acordo com a regra
do art. 10 do Código P enal.
Prazos processuais: contam- se de acordo com a regra do art. 798, § 1º,
do CPP . Exclui- se o dia do começo. De acordo com a Súmula 310 do
STF, se o dia do começo for domingo ou feriado, o início do prazo será
o dia útil imediatamente subseqüente.
C ontagem de mês e ano: são contados como períodos que compreendem
um número determinado de dias, pouco importando quantos sejam os
dias de cada mês. Exemplo: 6 meses a partir de abril; terminará o prazo
em setembro, não importando se o mês tem 30 ou 31 dias.
O s anos são contados da mesma forma, sendo irrelevante se bissextos ou
com 365 dias. C inco anos depois de janeiro de 1994 será janeiro de
1999 (A Lei n. 810/49, em seu art. 1º, considera ano "o período de 12
(doze) meses contados do dia do início ao dia e mês correspondentes do
ano seguinte", daí se falar que anos e meses são contados
independentemente do número de dias.).
Q uestão: o agente começa a cumprir pena às 19h27min do dia 5 de
agosto de 2003. Tem 6 anos, 9 meses e 23 dias de pena a cumprir.
C alcular a data do término.
Resposta: dividir em três colunas dia, mês e ano. Em seguida, adicionar o
quantum .
13)conflitos de leis Penais no tempo
A lei que deve ser aplicada é a vigente ao tempo da pratica do fato criminoso, de acordo com o principio do tempus regit actum.
Retroatividade – aplicação da lei a fatos cometido antes de sua vigência quando for mais benéfica.
Ultratividade- a 
14)
HOMICÍDIO CULPOSO DO CÓDIGO DE TRÂNSITO
CTB - Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção De veículo automotor: Penas - detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
Optando o Ministério Público pela denúncia por homicídio com dolo eventual e recebida e denúncia pelo juiz, o rito será o dos crimes contra a vida e caso seja pronunciado, será julgado pelo tribunal do júri.
.
HOMICÍDIO CULPOSO DO CÓDIGO PENAL
O homicídio culposo que está no Código Penal, possui pena menor que a do Código de Trânsito, veja:
CPB - Art. 121. § 3º. “Se o homicídio é culposo: Pena - detenção, de um a três anos.
15) HOMICÍDIO CULPOSO DO CÓDIGO PENAL
Homicídio culposo ou homicídio involuntário ocorre quando uma pessoa mata outra, mas sem que tivesse esta intenção, nem aceitando os riscos que levem à morte da outra; pode ser por negligência, imperícia ou imprudência.[1]
16) A regra tempus regit actum
A lei que deve ser aplicada é a vigente ao tempo da pratica do fato criminoso, de acordo com o principio do tempus regit actum.
17)Aplicação da sumula 711 do STF
A Súmula 711 do STF estabelece que “a lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência”.
No dia 01/04/2016 (quando estava em vigor a Lei “A”, que previa uma pena de 5 a 15 anos para o crime de extorsão mediante sequestro), Douglas tenha sequestrado Rusivalter e passado a exigir de sua família uma determinada quantia em dinheiro como condição para o resgate da vítima. Agora, imagine que no dia 20/04/2016 (data em que Rusivalter ainda estava sendo mantido em cativeiro), tenha entrado em vigor a Lei “B”, prevendo uma pena de 4 a 12 anos para o mencionado delito. Algum tempo depois, quando ainda estava em vigor a Lei “B”, Rusivalter é libertado.
Como você talvez já tenha percebido, aplica-sea lei “B”, não porque ela é mais benéfica ao agente, mas sim pelo fato de que ela era a lei vigente no momento da cessação da permanência (ou, se fosse o caso, da continuidade delitiva).
18) aRT 4 DO Cp
Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado.
        A lei em si já sintetiza a teoria adotada pelo Código Penal, que é a da atividade. A doutrina também destaca a existência da teoria do resultado e a mista (nas quais se considera praticado o crime no momento do resultado ou no momento da ação e do resultado, simultaneamente). No entanto, no Brasil, considera-se praticado o crime no momento em que o autor do fato praticou a conduta, sendo irrelevante o momento em que se deu o resultado.
Exemplo:
- Vítima atingida por disparo de arma de fogo vem a falecer dois dias após o fato, considera-se praticado o crime no momento em que a vítima foi atingida e não no momento em que faleceu.
19) os ELEMENTOS DE FATOS TIPICOS( CONDUTA, RESULTADO, RELAÇÃODE CAUSALIDADE E TIPICIDADE)
20)TEORIA CAUSALISTA OU NATURALISTA DA AÇÃO
21) A tentativa de crime e o percentual da pena a ser fixada pelo juiz sempre dependendo do inter crimines percorrido pelo agente(cogitação)
22)Desistência voluntaria e arrependimento eficaz
O ex-marido de uma mulher, com o firme propósito de matá-la, coloca veneno na comida dela. Após ela finalizar a refeição, ele se arrepende e a leva ao hospital para uma lavagem gástrica, tudo a tempo de salvá-la da morte. Responderá por algum crime? E se não houvesse dado tempo de socorrê-la e ela tivesse morrido? Qual conduta seria imputada ao agente? E ainda, se no meio do caminho o ex-marido pronto para despejar o veneno no prato da vítima, é convencido pelo amigo a abandonar sua empreitada delitiva, desistindo voluntariamente de matar a mulher? Subsistiria alguma ilicitude? Para entender cada situação é preciso conhecer os institutos da desistência voluntária, do arrependimento eficaz e do arrependimento posterior. Vejamos:
A desistência voluntária e o arrependimento eficaz estão previstos no artigo 15 do Código Penal. A primeira consiste no abandono voluntário da prática delitiva pelo agente. Cessa a fase executória da conduta e o resultado inicialmente desejado não ocorre em razão da desistência voluntária do agente. Ressalte-se que a desistência tem que ser voluntária, ou seja, por razões próprias o sujeito abandona a prática delitiva. Nada impede que um amigo ou terceiro o convença a abandonar seu intento inicial.
O arrependimento eficaz ocorre quando o agente pratica alguma conduta para salvaguardar o bem jurídico que já foi colocado em risco. Em tal situação, a fase de execução foi realizada, entretanto, o agente agrega nova conduta a fim de evitar o sacrifício do bem tutelado, salvando-o. Note que a execução do crime aconteceu, mas não o seu exaurimento.
O arrependimento posterior, previsto no artigo 16 do Código Penal, só pode acontecer em crimes praticados sem violência ou grave ameaça, desde que o agente repare o dano ou restitua a coisa até o recebimento da denúncia ou da queixa. Trata-se de situação na qual o crime já foi consumado, mas se for possível a reparação o agente terá em seu benefício a causa obrigatória de diminuição da pena de um a dois terços.
De acordo com as hipóteses lançadas inicialmente, nota-se que o agente que envenena a ex-mulher e pratica alguma conduta a tempo de salvá-la, evitando assim o sacrifício do bem jurídico tutelado, terá o benefício do arrependimento eficaz (CP, art. 15). A consequência penal de tal conduta será a responsabilização apenas pelo que fez, deixando de ser responsabilizado pela tentativa de homicídio; responde tão somente por lesão corporal. Isso porque o arrependimento foi eficaz, caso não a tivesse socorrido a tempo, o agente responderia por homicídio doloso.
Na hipótese do agente desistir de colocar veneno no prato da ex-mulher, restará para ele a responsabilização pelo que realmente praticou, se tal conduta constituir crime. No caso em análise, não responderá por nenhum delito, nem mesmo na forma tentada, haja vista ter abandonado seu intento antes de adentrar a esfera do proibido.
24) Crime preterdoloso 
Crime preterdoloso caracteriza-se quando o agente pratica uma conduta dolosa, menos grave, porém obtém um resultado danoso mais grave do que o pretendido, na forma culposa. Explicando: um sujeito pretendia praticar um roubo porém, por erro ao manusear a arma, acaba atirando e matando a vítima. Nesse caso o agente agiu com a intenção de roubar (conduta dolosa) e por imprudência acaba matando a vítima (conduta culposa), respondendo ele por ambos, desde que caracterize-se pelos menos a culpa no resultado
25)
ERRO DE TIPO
Tipo é a descrição legal da norma proibitiva, vale dizer, é a norma que descreve condutas (previstas abstratamente) que são criminosas. Quando o indivíduo pratica um fato e ele se subsume na descrição legal, tem-se o crime, surgindo ai o “ius puniendi” do Estado. Porém, podem ocorrer circunstâncias que, se objetivamente constatadas, excepcionarão o poder de punir do Estado e dentre estas exceções encontra-se oerro de tipo.
O erro de tipo está no art. 20, “caput”, do Código Penal. Ocorre, no caso concreto, quando o indivíduo não tem plena consciência do que está fazendo; imagina estar praticando uma conduta lícita, quando na verdade, está a praticar uma conduta ilícita, mas que por erro, acredite ser inteiramente lícita.
O erro sobre o fato típico diz respeito ao elemento cognitivo, o dolo, vale dizer, a vontade livre e consciente de praticar o crime, ou assumir o risco de produzi-lo (Dolo Direto e Eventual respectivamente, CP art. 18, I).
Por isso, de acordo com o que dispõe o art. 20, caput, do CP, o erro de tipo exclui o dolo e, portanto, a própria tipicidade (como visto, o dolo foi deslocado para Tipicidade de acordo com a Teoria Finalista). Observe não há qualquer mácula à culpabilidade, por força disso, se o erro for vencível, haverá punição por crime culposo desde que previsto no tipo penal. Trata-se de um consectário lógico do Princípio da Excepcionalidade do crime culposo, art. 20, CP, modalidade examinada mais adiante.
Formas de Erro de Tipo
O Erro de Tipo pode apresentar-se de duas formas, quais sejam, o erro “essencial” e “acidental”. Passaremos agora ao exame sucinto, porém, não destituído de caráter dogmático, que é o escopo do ensaio.
A) Erro Essencial
Ocorre o erro essencial quando ele recai sobre elementares, qualificadoras, causas de aumento de pena e agravantes, ficando-as excluídas se o erro foi escusável. Portanto, nesta forma, o agente não tem plena consciência ou nenhuma de que esta praticando um conduta típica.
O erro essencial por sua vez se desdobra em duas modalidades, a saber:
a) Escusável ou Invencível – está previsto no art. 20, “caput”, 1.º parte. Verifica-se quando o resultado ocorre, mesmo que o agente tenha praticado toda diligencia necessária, em suma, naquela situação todos agiriam da mesma forma.
27) ULTRATIVIDADE
Ultratividade, é um princípio de direito que guarda relação estreita com os princípios constitucionais da reserva legal (legalidade)[1] e da anterioridade da lei penal[2], sendo normalmente estudada quando se aborda o âmbito temporal de atuação das normas jurídicas, ganhando especial relevância no Direito Penal.
Diz-se que uma lei é ultrativa quando é aplicada posteriormente ao fim de sua vigência (vide revogação). Exemplo disso também ocorre no Direito das sucessões e nos contratos.
No Direito Penal, quando uma lei posterior pune mais gravemente ou severamente um fato criminoso (lex gravior ou lex severior), revogando de forma expressa a lei anterior que o punia mais brandamente (lex mitior), prevalecerá a lei mais benéfica[3]. Deste modo diz-se que a lei anterior é ultrativa, mas somente para os fatos ocorridos durante sua vigência. Do contrário, se a lei anterior for a mais gravosa, ela não será ultrativa, ao contrário, a lei posterior é que retroagirá.Da mesma forma, as leis temporárias e as excepcionais[4] são ultrativas, pois aplicam-se aos fatos ocorridos durante a sua vigência, mesmo após auto-revogadas.
28) Princípio da Insiguinificancia e Bagatela( 4 vetores)
Originário do Direito Romano, e de cunho civilista, funda-se no conhecido brocardo de minimisnon curat praetor (o pretor não cuida de coisas pequenas). Isso significa que o Direito não deve preocupar-se com condutas incapazes de lesar o bem jurídico. No sistema penal, os tipos incriminadores exigem um mínimo de lesividade, ou seja, condutas totalmente inofensivas ou incapazes de lesar o interesse protegido não são de grande relevância. Sempre que a lesão for insignificante, incapaz de ofender o bem tutelado, não haverá adequação típica. O Superior Tribunal de Justiça tem reconhecido a tese da exclusão da tipicidade nos chamados delitos de bagatela, aos quais se aplica o princípio da insignificância. Por sua vez, o Supremo Tribunal Federal assentou que algumas circunstâncias devem estar presentes para seu reconhecimento: mínima ofensividade da conduta do agente; nenhuma periculosidade social da ação; reduzidíssimo grau de reprovabilidade do comportamento; e inexpressividade da lesão jurídica provocada que devem orientar a aferição do relevo material da tipicidade penal. Mas não existe uma regra, pois o entendimento doutrinário sobre o tema sofre constantes alterações. Contudo, não se deve confundir delito insignificante ou de bagatela com crimes de menor potencial ofensivo e contravenções penais que não são, a priori, insignificantes.
29) Formas de tentativa (tentativa branca, tentativa inedonia, tentativa imperfeita)
Crime tentado é o crime que, tendo sido iniciada sua execução, não se consumou por circunstâncias alheias à vontade do agente, nos termos do artigo 14, inciso II, do Código Penal Brasileiro.[1] A tentativa é uma adequação típica de subordinação mediata ou indireta ( seria imediata ou direta, caso a conduta se adequasse perfeitamente com a consumação prevista na abstração formal do tipo penal) - (uma norma de extensão).
São elementos do crime tentado -Primeiro elemento do crime tentando = início execução -Segundo elemento do crime tentado = não consumação por circunstância alheia à vontade do agente -Terceiro elemento do crime tentado = dolo em relação ao crime total.
Espécies de tentativa:
Tentativa perfeita ou acabada ou crime falho: quando o agente faz TODOS OS ATOS executórios, porém não consegue consumar por circunstâncias alheias a sua vontade.
Tentativa imperfeita ou inacabada: INICIADOS OS ATOS executórios, o agente não consegue esgotá-lo.
Tentativa Branca ou Incruenta: a vítima não é atingida, nem vem a sofrer ferimentos. A tentativa branca pode ser perfeita ou imperfeita>se o agente comete todos os atos executórios mas não atinge a vitima, tem se a tentativa branca perfeita; se não consegue praticar todos os atos executórios nem atingir a vitima, tem se a tentativa branca imperfeita.
Tentativa cruenta ou vermelha, Ocorre quando atinge o bem jurídico tutelado, a vitima é ferida. Pode também ser tentativa cruenta perfeita ou tentativa cruenta imperfeita.
Tentativa Inidônea ou Crime Impossível : É a tentativa propriamente dita em que o agente inicia a execução (sendo possível alcançar a consumação ) mas não consuma o crime por circunstancias alheias a sua vontade. Ex. Meio – matar com um palito; Ex. Objeto – matar um morto.
TENTATIVAS ABANDONADAS – quando o agente inicia a execução mas não consuma por interferência de sua própria vontade. São espécies de tentativas abandonadas:
Desistência Vonluntária (art.15 do CP): ocorre quando o agente desiste de continuar, respondendo somente pelos atos já praticados.
Arrependimento eficaz (art.15 do CP): ocorre quando o agente desiste e ajuda a vítima a se reabilitar para que não haja consumação.
Arrependimento Posterior (art. 16 do CP) , é uma causa de diminuição de pena, que ocorre nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça a pessoa, em que o agente, voluntariamente, repara o dano ou restitui a coisa até o recebimento da denuncia ou queixa. Requisitos: - crimes cometidos sem violência ou grave ameaça a pessoa ; Reparação do dano ou restituição da coisa ( a reparação tem que ser integral, salvo se a vitima aceitar parte); - voluntariedade do agente , também não significa espontaneidade, valendo também a restituição ou reparação realizado por terceiro com o conhecimento e consentimento do agente; até o recebimento da denuncia o queixa.
30) conduta homicivas e condutas comissivas 
Exemplo 1 - O padrasto estuprou a enteada menor de 14 anos. A mãe da menina sabia da referida situação, contudo, nada fez de modo a impedir que o ato fosse praticado. Qual crime cometeu a genitora?
Exemplo 2 - Um catador de lixo se depara com uma sacola preta continha um recém-nascido ainda com vida, entretanto, nada faz, deixando o menor morrer por inanição. Qual crime cometeu o catador de lixo?
De início, para responder esses questionamentos você precisa saber se as referidas omissões são crimes. Desse modo, as dúvidas que surgem são: Quando uma conduta omissiva é considerada crime? Qual a diferença entre crime omissivo próprio e crime omissivo impróprio?
Mãos à obra!!!
Vimos nos comentários do artigo Elementos do fato típico 1- 4 que todo crime é um fato típico e antijurídico. Nesse sentido, a conduta que se subsumi (que se encaixa, adequa, enquadra, amolda, etc.) àquele fato típico e antijurídico é considerada uma conduta criminosa.
Nessa trilha, destaca-se que o crime pode ter tanto uma conduta criminosa comissiva como uma conduta criminosa omissiva, à luz da interpretação dos arts. 4° e 13, caput e §2° do Código Penal que diz:
Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado.
Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.[...]
Relevância da omissão
§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.
Desse modo, um crime omissivo é aquele em que o agente de forma voluntária e consciente deixa de realizar determinada conduta e, em razão dessa inércia, acaba praticando o crime pela referida omissão.
A doutrina, por sua vez, classifica os crimes omissivos em crime omissivo próprio e crime omissivo impróprio (impuro ou comissivo por omissão), ou seja, o crime ocorre pela incidência de uma conduta criminosa omissiva própria ou uma conduta omissiva imprópria.
Crime omissivo próprio é aquele em que o tipo penal descreve que a inação do agente é um comportamento proibido. Trata-se de crime de mera conduta uma vez que não produz o resultado naturalístico, uma vez que sua consumação ocorre no momento que o agente deixa de fazer algo que poderia ter feito. É o caso do exemplo 2 do catador de lixo que se depara com um recém-nascido em uma sacola plástica.
De início, não foi ele quem deu causa àquela situação (criança dentro da sacola plástica), contudo, após ele ter identificado que se trata de uma criança abandonada, espera-se que seu comportamento seja de socorrer a criança ou, na impossibilidade, de solicitar auxílio à autoridade competente. Desse modo, a sua omissão (conduta omissiva) fará com que ele tenha praticado o crime de omissão de socorro previsto no art. 135 do Código Penal, uma vez que o referido comportamento não é tolerado pela sociedade, ou seja, é proibido, razão pela qual foi tipificado como um crime.
Sob outra ótica, não é possível definir uma conduta criminosa omissiva própria para aquela pessoa que presencia o furto de uma caixa de chocolate no supermercado e nada faz (lembrando que está agindo deforma voluntária e consciente), deixando o larápio evadir-se do local com o referido bem. Nesse exemplo, aquela pessoa não tem o dever jurídico de impedir o resultado, pelo contrário, há um dever ético e moral no sentido de comunicar o fato, por exemplo, ao segurança do estabelecimento, mas não há nada disposto em lei que determine tal conduta como proibida, por isso, não há que se falar em conduta criminosa para a pessoa que presenciou o furto mas deixou de comunicar a autoridade competente.
Oportuno anotar que crime omissivo próprio não admite tentativa, uma vez que não há que se falar em tentativa de não praticar uma conduta quando poderia praticá-la, tal como já explicado aqui no artigo infrações penais que não admitem tentativa.
Crime omissivo impróprio é aquele em que o agente tem a posição de garante, ou seja, a lei atribui um dever legal de agir para evitar a consumação do crime, mas o agente não o faz, quedando-se inerte de forma voluntária e consciente.
É o caso do exemplo 1 no qual a genitora tem o dever de proteger sua filha, tal como disposto, por exemplo, no art. 227 da Constituição Federal, arts. 4°, ‘a’ e 5° do Estatuto da Criança e do Adolescente e art. 1583 Código Civil. Desse modo, a mãe encontra-se na posição de garante e por esse motivo sua omissão fará com que ela seja punida à luz do art. 217-A do Código Penal (estupro de vulnerável).
O mesmo ocorre no caso do segurança do supermercado que presencia uma pessoa furtando uma caixa de chocolate e nada faz, de forma voluntária e consciente, para impedi-lo. Nesse exemplo, o segurança do supermercado está na posição de garante, ou seja, ele tem a obrigação de proteger aquele estabelecimento. Desse modo, a sua inação fará com que ele responda pelo crime de furto, uma vez que foi conivente ao caso concreto.
Importante perceber que esse exemplo foi utilizado duas vezes, tanto para tratar de crime omissivo próprio como crime omissivo impróprio, mas os personagens mudaram. Nesse sentido, a conduta de ambos, cliente e segurança do supermercado, foram as mesmas, ou seja, deixaram de praticar uma conduta, de forma voluntária e consciente, diante da prática do furto. Contudo, no segundo caso, o segurança tem um dever legal de proteger o estabelecimento, ele encontra-se numa posição de garante, o que não ocorre, por óbvio, com o cliente.
Oportuno anotar que crime omissivo impróprio admite tentativa. Exemplo clássico da doutrina é aquele em que a genitora que, voluntária e conscientemente, deixa de amamentar a prole, mas outra pessoa intervém e impede a morte do menor, alimentando-o. Nessa hipótese a mãe praticou o crime de tentativa de homicídio. Por outro lado, oportuno destacar que se o resultado for culposo, não há que se falar em tentativa.
31) conceito de crime
32)conceito de fato típico e conduta 
No estudo de crime, fato típico é o primeiro substrato do crime. É um fato humano indesejado, que consiste numa conduta humana voluntária produtora de um resultado que se ajusta formalmente (resultado jurídico) e materialmente (resultado naturalístico) ao tipo penal
33) concurso forma, concurso material e crime continuado
Concurso Material (Art. 69 do CP)
Ocorre quando o agente, através de mais de uma conduta (ação ou omissão), pratica dois ou mais crimes, ainda que idênticos ou não. Exemplo: Agente A, armado com um revólver, mata B e depois rouba C. Neste exemplo, há duas condutas e dois crimes diferentes (homicídio e roubo), a este resultado com crimes diferentes atribui-se o termo Concurso Material Heterogêneo, já para crimes idênticos, o termo é Concurso Material Homogêneo.
No Concurso Material, o agente deve ser punido pela soma das penas privativas de liberdade. É imprescindível que o juiz, ao somar as penas, individualize cada pena antes da soma. Exemplo: Três tentativas de homicídio em Concurso Material. Neste caso, o magistrado deve, primeiramente, aplicar a pena para cada uma das tentativas e, no final, efetuar a adição. Somar as penas antes da individualização viola, claramente, o princípio da individualização da pena, fato que pode anular a sentença.
Na hipótese da sentença cumular pena de reclusão e detenção, a de reclusão deverá ser cumprida primeira.
Concurso Formal (Art. 70 do CP)
Ocorre quando o agente mediante uma conduta (ação ou omissão) pratica dois ou mais crimes, ainda que idênticos ou não. Exemplo: Agente A, com a intenção de tirar a vida da Agente B, grávida de 8 meses, desfere várias facadas em sua nuca, B e o bebê morrem.
Aplica-se a pena mais grave, aumentada de 1/6 até 1/2, e somente uma das penas, se iguais, aumentada de 1/6 até 1/2. Aplicam-se as penas, cumulativamente, se a ação ou omissão for dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos.
I. Concurso formal homogêneo: dois ou mais crimes idênticos.
Exemplo: Avançar o sinal vermelho e matar duas pessoas. Dois Homicídios Culposos.
II. Concurso formal heterogêneo: dois ou mais crimes diversos.
Exemplo: Avançar o sinal vermelho e matar uma pessoa e ferir outra. Homicídio e Lesão Corporal.
III. Concurso formal perfeito: o agente não possuía o intuito de praticar os crimes de forma autônoma (culpa).
Exemplo 1: Agente A atira em B para matá-lo, a bala atravessa e atinge C. Dolo + Culpa.
Exemplo 2: Motorista que dirige de forma imprudente a acaba matando três pessoas. Culpa + Culpa.
IV. Concurso formal imperfeito: o agente possuía o intuito de praticar os crimes de forma autônoma (dolo).
Exemplo 1: Agente A que atira em C e D, seus desafetos. Dolo + Dolo.
Na hipótese IV, a pena sempre será somada.
Crime continuado (Art. 71 do CP)
O artigo 71 do Código Penal prevê que:
"Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições do tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subsequentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticos, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços.
Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa, poderá o juiz, considerando a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, aumentar a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, até o triplo, observadas as regras do parágrafo único do art. 70 e do art. 75 deste Código".
Entende-se que são delitos da mesma espécie os que estiverem previstos no mesmo tipo penal, tanto faz que sejam figuras simples ou qualificadas, dolosas ou culposas, tentadas ou consumadas.
A figura do crime continuado do caput do artigo 71 do Código penal constitui um favor legal ao agente que comete vários delitos. Cumpridas as condições do mencionado dispositivo, os fatos serão considerados crime único por razões de política criminal, sendo apenas agravada a pena de um deles, se idênticos, ou do mais grave, se diversos, à fração de 1/6 a 2/3. O reconhecimento de tal modalidade exige uma pluralidade de condutas sucessivas no tempo, que ocorrem de forma periódica e se constituem em delitos da mesma espécie (ofende o mesmo bem jurídico tutelado pela norma – não se exigindo a prática de crimes idênticos).[1]
É o caso do indivíduo que é preso após cometer vários furtos, o qual agia sempre da mesma forma. A pena do furto é de 1 a 4 anos, na hipótese da prática de 50 furtos e aplicação da pena máxima em cada um, não seria interessante para o Estado o cumprimento de 4x50=200 anos de pena aplicada ao condenado, o que feriria também o princípio da ressocialização do apenado.

Continue navegando

Outros materiais