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Caso Clínico 03 Obesidade

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Página 1 de 4 
 
Universidade Veiga de Almeida 
Caso Clínico no 2 
 A. B. C. mulher, 40 anos, atendida no ambulatório 20 de Nutrição e Clínica Médica da Santa Casa de 
Misericórdia do Rio de Janeiro. Apresenta problemas ortopédicos e excesso de peso. Após a anamnese foram 
obtidos os seguintes dados: 
 
Peso Atual 124kg Albumina 3,5g/dl 
Altura 168cm Globulina 2,9g/dl 
PCT 29mm Proteínas totais 6,4g/dl 
CB 43cm Creatinina 0,7mg/dl 
C. Cintura 
P.A 
Hemácias 
Hemoglobina 
Leucócitos 
Glicemia de Jejum 
123cm 
120x80mmHg 
4,45 milhões 
12,3g/ 100ml 
7200mm3 
102mg/dl 
CT 
HDL 
LDL 
VLDL 
Triglicerídeos 
Ácido úrico 
164mg/dl 
34 mg/dl 
180 mg/dl 
31mg/dl 
159mg/dl 
6,0mg/dl 
 
 QP: Constipação, coimbrãs, cefaléia, hipohidratação. 
HDA: Engorda após o nascimento do segundo filho, refere agitação e “nervoso”, com aumento da vontade de 
comer. 
 HF: Mãe com obesidade e HAS 
 Não pratica atividade física 
 
1. Calcular IMC, PT, faixa de peso pelo IMC mínimo e máximo. 
 
IMC = PA/A2 = 124/1,682 = 124/2,8224 = 43,9 kg/m2 → Obesidade Grau III 
IMCideal = 24,9 kg/m2 (IMC máximo para entrar na eutrofia) 
PT = IMCideal x A2 = 24,9 x 1,682 = 24,9 x 2,8224 = 70,3 kg 
PT_______ 100% 70,3______ 100% 
PA_______ x 124_______ x 
70,3x = 124 x 100 → x = 12400/70,3 → x = 176% → > 115% (precisa calcular Peso Ajustado) 
Pajustado = (PT – PA) x 0,25 + PA 
= (70,3 – 124) x 0,25 + 124 = -53,7 x 0,25 + 124 = -13,425 + 124 = 110,6 kg 
 
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2. Diagnóstico antropométrico; 
 
PCT = 29mm → a paciente tem obesidade grau III, o adipômetro não consegue pinçar toda a gordura que ela tem no 
braço, então esse valor não é confiável para a avaliação. 
CA = 120cm (> 80cm) → risco grave para DCV 
 
Diagnóstico antropométrico: paciente com obesidade grau III e risco grave para DCV 
 
3. Avaliação e diagnóstico Bioquímico; 
 
Com excesso de glicose no sangue, a paciente produz muita insulina o que leva ao quadro de resistência a mesma por 
fadiga dos seus sinalizadores nas células, o que dificulta a atividade do GLUT4 em transportar a glicose para dentro 
da célula. Com isso, a glicose fica na corrente sanguínea e o alto valor de glicemia de jejum da paciente demonstra 
esse fato. 
Devido a paciente apresentar menor sensibilidade à insulina, a glicose não entra na célula, o que força a degradação 
das reservas de gordura para conseguir energia, o que aumenta a taxa de triglicerídeos na circulação. 
Por conta do estresse oxidativo e da inflamação nos quadros de obesidade, há maior produção de colesterol. O LDL 
retira o colesterol do fígado e leva para a corrente sanguínea. 
O valor de VLDL está baixo por ser ele responsável pela síntese de triglicerídeos. O valor baixo de VLDL e alto de 
triglicerídeo fazem que o colesterol total esteja desejável, porém como é observado nos exames, o perfil lipídico da 
paciente está alterado. 
Nos quadros inflamatórios a produção de proteínas plasmáticas está diminuída. Isso explica os valores baixos de 
proteínas totais, albumina e globulina. 
O valor elevado de ácido úrico pode ser devido à diminuição da filtração ou diminuição do metabolismo. Porém o 
metabolismo não está diminuído porque ele está convertendo purina em ácido úrico, mas ele não está sendo 
excretado pela urina ficando parte dele no sangue. 
O problema de excreção se deve ou porque o rim já está parando de funcionar, o que não é o caso porque o valor de 
creatinina está normal, ou porque há excesso de formadores de ácido úrico, purinas. Possivelmente o metabolismo 
hepático da paciente está alterado devido a uma possível alimentação rica em purinas. 
 
4. Diagnóstico nutricional conclusivo; 
 
IRN = (1,519 x albumina sérica) + (0,417 x %PT) = (1,519 x 3,5) + (0,417x 176) = 5,3165 + 73,392 = 78,7% (<83,5%) 
 
Obesidade Grau III e risco nutricional grave 
 
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5. Descrever os objetivos da dieta com justificativa; 
 
Promover reeducação alimentar com o objetivo de: 
• melhorar o quadro absortivo pela diminuição da permeabilidade do intestino, tornando-o mais seletivo, 
melhorando a atividade da microbiota. 
• melhorar os marcadores bioquímicos com o objetivo de diminuir o estado inflamatório, normalizar o 
metabolismo e melhorar sinais e sintomas. 
Programar perda de peso. 
 
6. Calcular o VET e distribuição dos macronutrientes; 
 
Para o cálculo do VET não será usado o peso ajustado, pois isso resultaria em uma perda excessiva de peso em pouco 
tempo, o que prejudicaria metabolicamente a paciente. 
Como primeiramente o objetivo é uma reeducação alimentar, para o cálculo do VET será usado o peso atual, pois a 
paciente provavelmente já deve consumir mais calorias do que o recomendado para o peso atual. 
 
TMB = 8,7 x P + 829 = 8,7 x 124 + 829 = 1078,8 + 829 = 1907,8 kcal 
VET = TMB x FA = 1907,8 x 1,56 = 2976 kcal 
 
Com objetivo de manter a massa magra e aumentar as proteínas séricas, a dieta vai ser ligeiramente hiperproteíca 
(1 a 1,3g/kg de PTN) 
PTN = 1,1g/kg x 124 kg = 136,4g x 4 = 545,6 kcal 
VET ________ 100% 2976kcal ____________ 100% 
PTN __________ x 545,6kcal ____________ x 
x = 545,6 x 100 / 2976 = 54560 / 2976 = 18,3% 
 
Com objetivo de diminuir a taxa de glicemia do paciente, a distribuição de CHO vai ser a menor possível para uma 
dieta normoglicídica (55% a 65%). Então, CHO vai ser 55% do VET. 
 
VET = CHO + PTN + LIP → LIP = VET – CHO – PTN = 100 – 55 – 18,3 = 26,7% (dieta normolipídica com gorduras de 
melhor qualidade para dar saciedade ao paciente). 
CHO = 55% x VET = 0,55 x 2976 = 1636,8 kcal/ 4 = 409,2g 
LIP = 26,7% x 2976 = 794,6 kcal / 9 = 88,3g 
 
7. Conduta dietoterápica com justificativa; 
 
Melhorar a glicemia através do consumo de carboidratos integrais e de baixo índice glicêmico. 
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Ingestão de fibras, principalmente insolúveis, e aumentar ingestão hídrica, para melhorar o quadro de constipação. 
Gordura de boa qualidade para dar saciedade, proteínas de alto valor biológico para melhorar as proteínas séricas. 
Suplementar ômega 3 pois é anti-inflamatório. 
 
8. Exemplo de cardápio e estabeleça as recomendações e orientações. 
 
1eq PTNAVB = 7g PTN 
1eq PTNBVB = 2g PTN 
1eq CHOcomplexo = 15g CHO 
1eq CHOsimples = 10g PTN 
1eq LIP (poli-insaturado, monoinsaturado, saturado) = 5g LIP 
 
PTN: 
80% AVB = 0,8 x 136,4g = 109,12g / 7g = 15,6 = 16eq (os valores de equivalentes tem que ser número inteiro) 
20% BVB = 0,2 x 136,4g = 27,28g / 2g = 13,6 = 14eq 
CHO: 
70% complexo = 0,7 x 409,2g = 286,44g / 15g = 19,1 = 19eq 
30% simples = 0,3 x 409,2g = 122,76g / 10g = 12,3 = 12eq 
LIP: (atenção a porcentagem de LIP é do VET, não é da grama de LIP) 
Poli-insaturada = 10 a 20% VET 
Monoinsaturada = 5 a 15% VET 
Saturada = 7 a 10% VET 
LIP representa 26,7% do VET na dieta, então tenho que distribuir essa porcentagem, respeitado o limite de cada 
gordura. 
Como se quer reduzir a ingestão de gordura saturada, o valor vai ser o mínimo possível (7%). Restam 19,7% para 
dividir entre poli-insaturada e monoinsaturada, dando preferência para o consumo maior de gordura poli-insaturada. 
Então a divisão sugerida é: poli-insaturada = 10,7%, monoinsaturada = 9% e saturada = 7%. (A distribuição pode ser 
diferente, desde que respeite os limites de cada gordura e a porcentagem de gordura poli-insaturada seja maior do 
que a de monoinsaturada). 
Poli-insaturada = 0,107 x 2976 = 318,43kcal / 9kcal/g = 35,38g / 5g = 7,1 = 7eq 
Monoinsaturada = 0,09 x 2976 = 267,84kcal / 9kcal/g = 29,76g / 5g = 5,9 = 6eq 
Saturada = 0,07 x 2976 = 208,32kcal / 9kcal/g = 23,15g / 5g = 4,6 = 5eq

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