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Direito do Trabalho - Aula 3: Princípios

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS 
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS 
 
Disciplina: Direito do Trabalho I 
Professora: Cláudia Glênia 
JUR: 3231 
 
MATERIAL APENAS PARA ROTEIRO DISCIPLINAR, 
NÃO DEVE SER USADO COMO CONTEÚDO DE 
ESTUDO, NÃO DEVE SER USADO SEM AS DOUTRINAS 
E AS LEGILAÇÕES PERTINENTES 
 
 
 
 
 
FONTE E INTERPRETAÇÃO DO DIREITO DO TRABAHO E A REFORMA. 
 
 
Art. 8º ................................. 
§ 1º O direito comum será fonte subsidiária do direito do trabalho. 
§ 2º Súmulas e outros enunciados de jurisprudência editados pelo 
Tribunal Superior do Trabalho e pelos Tribunais Regionais do 
Trabalho não poderão restringir direitos legalmente previstos nem 
criar obrigações que não estejam previstas em lei. 
§3º No exame da convenção coletiva ou acordo coletivo de 
trabalho, a Justiça do Trabalho analisará exclusivamente a 
conformidade dos elementos essenciais do negócio jurídico, 
respeitado o disposto no artigo 104 da Lei 10.406, de 10 de 
janeiro de 2002, e balizará sua atuação pelo princípio da 
intervenção mínima na autonomia da voante coletiva. 
 
 
 Inicialmente vale lembrar que o direito civil sempre foi fonte subsidiária do 
direito do trabalho, mas a intenção do legislador aqui, pode ser interpretada como uma 
invasão do direito civil comum no direito do trabalho, assim essas normas ingressarão 
na seara trabalhista com mais desenvoltura, principalmente no que diz respeito à análise 
dos contratos de trabalho, seja individual ou coletivo. Porém, a reforma aplica somente 
ao que é mais pertinente no momento neoliberal que vive o país, por exemplo: o § 3º 
restringe a análise do negócio jurídico apenas aos vícios de nulidades contratuais dos 
elementos essenciais, quais sejam: 
- agente capaz; 
- objeto lícito, possível e determinado ou determinável; 
- forma prescrita ou não defesa em lei. 
 
 Desprezando, como isso, as interconexões necessárias e que acontece em todos 
os ramos do direito. Não existe como aplicar o artigo 104 do C.C. sem o diálogo com o 
artigo 138 a 184 do mesmo código, ou seja os elementos acidentais e os vícios de 
consentimento. Ou seja, não há como desprezar a condição, o termo, o encargo, bem 
como o erro, o dolo, a coação, o estado de perigo, a lesão e a fraude contra credores. 
 
 Quando a análise passa para o § 2º temos aí um problema de restrição 
interpretativa, visto que uma jurisprudência não se forma com um julgado, ela se 
concretiza no mundo jurídico como norma, depois de decisões reiteradas sobre o mesmo 
assunto, segundo Vólia “... é o resultado da adequação das hipóteses abstratas previstas em 
lei aos casos concretos submetidos a julgamento.” A lei é geral e abstrata e é o direito e a 
justiça através dos Tribunais que faz a adequação dessa norma geral ao caso concreto, ao 
particular. É importante afirmar que não existe interpretação sem criação. 
 
 A jurisprudência é considerada integradora e atualizadora da legislação. Assim, o §º 
pode ser considerado, inclusive, inconstitucional, por impedir o controle de leis pelos 
princípios e valores constitucionais. 
 
 
 
PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO: 
 
 Constituem o fundamento do ordenamento jurídico do trabalho, são linhas e 
diretrizes que informam algumas normas e inspiram direta ou indiretamente uma série 
de soluções, podendo ou não estarem positivados, expressos no ordenamento jurídicos. 
 
Funções dos princípios: 
 
 Informadora: inspiração do legislador, dando a base para a criação de preceitos 
legais, servindo de sustentáculo para o ordenamento jurídico; 
 
 Normativa: os princípios atuam como fonte supletiva, nas lacunas ou omissão da lei, 
preenche as lacunas, completando-a, inteirando-a; 
 
 Interpretativa: critério orientador; 
 
 Integrativa: questão subsidiária, apenas na falta de disposição legal ou contratual é 
que se aplicam os princípios. 
 
1- Princípio da proteção: procura tornar iguais os desiguais protegendo o empregado 
equilibrando a situação, a reforma relativizou um dos princípio, conforme poderá ser 
observado a seguir, ele subdivide-se em: 
 
A - Princípio in dúbio pro operário entre duas ou mais interpretações inerentes ao caso, 
deve ser feita a interpretação que favoreça o empregado, observando o ônus da prova 
no caso concreto, tal princípio foi relativizado, ao menos em face ao direito coletivo do 
trabalho, vez que não caberá ao juiz ou tribunal interpretar o contrato ou acordo, a não 
se no que diz respeito às nulidades presentes no artigo 104 do C.C.; 
 
B- norma mais favorável: aplicação da norma mais favorável ao empregado. Este 
princípio foi relativizado no diz respeito aos conflitos de normativos aplicados ao caso 
concreto, haja vista que quando for analisada uma mesma norma inserida na Convenção 
Coletiva de Trabalho e no Acordo Coletivo de Trabalho, por exemplo, prevalecerá não a 
mais favorável e sim a que consta no Acordo Coletivo de Trabalho, mesmo sendo a 
norma da Convenção melhor ao empregado. 
 
 A reforma também ampliou direitos que podem ser objeto de negociação, e com 
isso relativizando o referido princípio sobre os mesmos, a exemplo de: Jornada de 
trabalho, observados os limites constitucionais. Intervalo intrajornada (mínimo de 30 
minutos). Identificação dos cargos de confiança. Regulamento empresarial. 
Representantes dos trabalhadores no local de trabalho, dentre outros direitos. 
 
 Com a reforma, o artigo 620 da CLT trouxe: “ As condições estabelecidas em 
acordo coletivo de trabalho sempre prevalecerão sobre as estipuladas em convenção 
coletiva de trabalho”, com isso esse princípio não mais prevalece, enfraquecendo o 
princípio basilar do direito do trabalho, ficando a cargo da Justiça do Trabalho a 
aplicação de outro princípio que deverá pautar sua atuação, qual seja: o "princípio da 
intervenção mínima". 
 
 
C- condição mais benéfica: também chamado de princípio da inalterabilidade 
contratual, onde vantagens já conquistadas e que são mais benéficas ao trabalhador 
prevista no contrato, não podem ser modificadas, por norma posteriormente alterada, ou 
seja, se em uma Convenção Coletiva existir um benefício como biênio e o trabalhador já 
estiver recebendo, mesmo quando retirado de futuras Convenções o empregado 
continuará recebendo. 
 
 Dessa forma, podemos entender pelo fim da ultratividade das cláusulas 
negociadas, conforme nova redação do artigo 614 §3º da CLT : “ Não será permitido 
estipular duração de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho superior a dois 
anos, sendo vedada a ultratividade.” 
 
CRITÉRIO DO CONGLOBAMENTO: 
 
 Após do confronto em bloco das normas, opta-se pelo bloco mais favorável, não 
podendo o empregado utilizar-se de mais de um instrumento normativo com intuito de 
se beneficiar ao máximo dos mesmos. 
 
 Alguns autores trazem o princípio do congobamento mitigado, onde a norma 
mais favorável é buscada por comparação de várias regras, respeitando-se o critério de 
especialização. 
 
 Com a reforma, pode ocorrer uma nova interpretação desse critério, no que diz 
respeito às questões de hermenêutica do negociado sobre o legislado, ao menos nas 
normas coletivas de trabalho. 
 
 
 Vale ressaltar que alguns juristas vêm se posicionando pela 
inconstitucionalidade da reforma no que concerne à relativização do princípio da 
proteção, que vem afrontando o princípio constitucional do não retrocesso social. 
 
 
2- Princípio da irrenunciabilidade: Nulidade da renúncia, conforme artigo 9º da CLT, 
deve o trabalhador estar ainda trabalhando na empresa, aí nessas condições o 
empregado não pode renunciar aos direitos que lhes são assegurados, podendo 
transacionar extrajudicialmente e conciliar judicialmente. 
 
Renúncia: ato unilateral e voluntário, através do qual o indivíduo abre mão de direitocerto. Extingue o processo sem julgamento do mérito. 
 
Transação: Ato bilateral, onde as partes promovem concessões mútuas. 
 
 Com a reforma, existe já apontamentos no sentido de que este princípio também 
fora relativizado, pois as partes poderão firmar anualmente um termo de quitação das 
obrigações trabalhistas junto ao sindicato, com a listagem das obrigações cumpridas no 
ano encerrado, cuja eficácia será liberatória em relação as parcelas trabalhistas e ainda 
no que diz respeito à rescisão contratual, que trará quitação total dos valores, mesmo os 
não pagos, o que não pode ocorrer, pois ninguém pode quitar valores não recebidos, isso 
seria renúncia, proibido pelo principio analisado. 
 
 Além disso, Empregados com nível superior e salário mensal igual ou superior a 
duas vezes o teto do INSS (atualmente, R$ 11.062,62) podem firmar cláusula 
compromissória de arbitragem e negociar individualmente a flexibilização de certas 
condições de trabalho. 
 
3- Princípio da continuidade: Presume-se que todo o contrato de trabalho será por 
tempo indeterminado, salvo estipulação em contrário. Decorre da natureza do contrato 
de trabalho, que é de trato sucessivo, sendo em regra suas condições inalteráveis. 
 A STST 212 afirma que em decorrência do princípio da continuidade o ônus de 
provar a negativa de vínculo e do despedimento é do empregador. A questão que deve 
ser levantada é de como serão aplicadas as súmulas após a reforma do artigo 8º da CLT. 
 
4- Princípio da primazia da realidade: havendo divergência entre o que ocorre na 
prática e o que representam os documentos, prefere-se a realidade fática. Decorre desse 
princípio que são aceitas provas para contrariar os documentos apresentado, que irão 
evidenciar realmente os fatos ocorridos. 
 
 Em razão da reforma do artigo 8º, o § 3º passa agora a restringir a análise no 
negócio jurídico apenas aos vícios de nulidades contratuais dos elementos essenciais, o 
que pode causar prejuízo na interpretação do referido princípio, escapando outros vícios 
inerentes e próprios do contrato individual de trabalho. 
 
5- Princípio da razoabilidade: No direito do trabalho a razoabilidade aparece como 
elemento fundamental para se identificar e aquilatar as mais diversas situações, pois o 
ser humano deve proceder de acordo com a razão, como poderia qualquer homem 
“médio” ou comum proceder – padrão comum, por exemplo o empregador deve fazer 
prova da dispensa por justa causa, do abandono de emprego, pois o homem comum, por 
exemplo não iria se apresentar ao trabalho embriagado, em decorrência de necessitar do 
emprego para sobreviver, bem como nenhum ser humano tem condições físicas de 
laborar sem intervalo para descanso e alimentação que seja irregular, ou trabalhar 
muitas horas seguidas sem um descanso para se recompor. 
 
6- Princípio da boa-fé: Regra de conduta fundada na lealdade, na confiança, na lisura, 
na retidão, assim, as partes devem agir com notada boa-fé no curso do contrato de 
trabalho, para a manutenção do mesmo. 
 
7- Princípio da irredutibilidade: Previsão constitucional, onde a regra geral é pela 
irredutibilidade salarial salvo CCT ou ACT ( artigo 7°, VI da CF/88. seguindo 
rigorosamente as regras estabelecidas na Lei 4.923/65) Essa Lei não se encontra 
mais em vigor face a vigência da Lei Nº 13.189, DE 19 DE NOVEMBRO DE 2015 
 
. Trechos da Lei 4.923/65: 
 
Art. 2º A empresa que, em face de conjuntura econômica, devidamente 
comprovada, se encontrar em condições que recomendem, 
transitòriamente, a redução da jornada normal ou do número de dias do 
trabalho, poderá fazê-lo, mediante prévio acordo com a entidade 
sindical representativa dos seus empregados, homologado pela 
Delegacia Regional do Trabalho, por prazo certo, não excedente de 3 
(três) meses, prorrogável, nas mesmas condições, se ainda 
indispensável, e sempre de modo que a redução do salário mensal 
resultante não seja superior a 25% (vinte e cinco por cento) do 
salário contratual, respeitado o salário-mínimo regional, e reduzidas 
proporcionalmente a remuneração e as gratificações de gerentes e 
diretores. 
§ 1º Para o fim de deliberar sobre o acordo, a entidade sindical 
profissional convocará assembléia-geral dos empregados diretamente 
interessados, sindicalizados ou não que decidirão por maioria de votos, 
obedecidas as normas estatutárias. 
§ 2º Não havendo acordo, poderá a empresa submeter o caso à Justiça do 
Trabalho, por intermédio da Junta de Conciliação e Julgamento ou, em 
sua falta, do Juiz de Direito, com jurisdição na localidade. Da decisão de 
primeira instância caberá recurso ordinário, no prazo de 10 (dez) dias, 
para o Tribunal Regional do Trabalho da correspondente Região, sem 
efeito suspensivo. 
§ 3º A redução de que trata o artigo não é considerada alteração 
unilateral do contrato individual de trabalho para os efeitos do disposto 
no art. 468 da Consolidação das Leis do Trabalho. 
 
Em julho surgiu no ordenamento jurídico a medida provisória 680/2015 que 
prevê redução de jornada com redução salarial onde a União complementará metade da 
perda salarial por meio do Fundo de Amparo ao Trabalhador, ou seja, a diferença do 
salário será parcialmente compensada pelo governo, que vai pagar ao trabalhador 50% 
da perda, com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) – observando que 
esse fundo já está deficitário. Essa compensação está limitada a R$ 900,84, 
correspondente a 65% do valor do maior benefício do seguro-desemprego, hoje em R$ 
1.385,91. 
 
A título de exemplificação, pelas regras, um trabalhador que receba R$ 5 mil por 
mês e entre no PPE passará a receber R$ 4,25 mil com a redução de 30% da jornada, 
sendo que R$ 3,5 mil serão pagos pelo empregador e R$ 750 pagos com recursos FAT. 
Essa Medida foi convertida em Lei: 
 
Em vigor: 
LEI Nº 13.189, DE 19 DE NOVEMBRO DE 2015 
Institui o Programa de Proteção ao Emprego - PPE. 
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA 
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte 
Lei: 
Art. 1º Fica instituído o Programa de Proteção ao Emprego - PPE, com os 
seguintes objetivos: 
I - possibilitar a preservação dos empregos em momentos de retração da 
atividade econômica; 
II - favorecer a recuperação econômico - financeira das empresas; 
III - sustentar a demanda agregada durante momentos de adversidade, 
para facilitar a recuperação da economia; 
IV - estimular a produtividade do trabalho por meio do aumento da 
duração do vínculo empregatício; e 
V - fomentar a negociação coletiva e aperfeiçoar as relações de emprego. 
Parágrafo único. O PPE consiste em ação para auxiliar os trabalhadores 
na preservação do emprego, nos termos do inciso II do caput do art. 2º da 
Lei nº 7.998, de 11 de janeiro de 1990. 
Art. 2º Podem aderir ao PPE as empresas de todos os setores em situação 
de dificuldade econômico-financeira que celebrarem acordo coletivo de 
trabalho específico de redução de jornada e de salário. 
§ 1º A adesão ao PPE pode ser feita até 31 de dezembro de 2016, e o 
prazo máximo de permanência no programa é de vinte e quatro meses, 
respeitada a data de extinção do programa. 
§ 2º Tem prioridade de adesão a empresa que demonstre observar a cota 
de pessoas com deficiência. 
Art. 3º Poderão aderir ao PPE as empresas, independentemente do setor 
econômico, nas condições estabelecidas em ato do Poder Executivo e que 
cumprirem os seguintes requisitos: 
I - celebrar e apresentar acordo coletivo de trabalho específico, nos 
termos do art. 5º; 
II - apresentar solicitação de adesão ao PPE ao órgão definido pelo Poder 
Executivo; 
III - apresentar a relação dos empregados abrangidos, especificando o 
salário individual; 
IV - ter registro no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica - CNPJ há, no 
mínimo, dois anos; 
V - comprovar a regularidade fiscal, previdenciária e relativa ao Fundo 
de Garantia do Tempo deServiço - FGTS; e 
VI - comprovar a situação de dificuldade econômico-financeira, 
fundamentada no Indicador Líquido de Empregos - ILE, considerando-se 
nesta situação a empresa cujo ILE for igual ou inferior a 1% (um por 
cento), apurado com base nas informações disponíveis no Cadastro Geral 
de Empregados e Desempregados - CAGED, sendo que o ILE consiste 
no percentual representado pela diferença entre admissões e demissões 
acumulada nos doze meses anteriores ao da solicitação de adesão ao PPE 
dividida pelo número de empregados no mês anterior ao início desse 
período. 
§ 1º Para fins do disposto no inciso IV do caput, em caso de solicitação 
de adesão por filial de empresa, pode ser considerado o tempo de registro 
no CNPJ da matriz. 
§ 2º A regularidade de que trata o inciso V do caput deve ser observada 
durante todo o período de adesão ao PPE, como condição para 
permanência no programa. 
Art. 4º Os empregados de empresas que aderirem ao PPE e que tiverem 
seu salário reduzido, nos termos do art. 5º, fazem jus a uma compensação 
pecuniária equivalente a 50% (cinquenta por cento) do valor da redução 
salarial e limitada a 65% (sessenta e cinco por cento) do valor máximo da 
parcela do seguro-desemprego, enquanto perdurar o período de redução 
temporária da jornada de trabalho. 
§ 1º Ato do Poder Executivo federal deve dispor sobre a forma de 
pagamento da compensação pecuniária de que trata o caput, custeada 
pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador - FAT. 
§ 2º O valor do salário pago pelo empregador, após a redução de que 
trata o caput do art. 5º, não pode ser inferior ao valor do salário mínimo. 
Art. 5º O acordo coletivo de trabalho específico para adesão ao PPE, 
celebrado entre a empresa e o sindicato de trabalhadores representativo 
da categoria da atividade econômica preponderante da empresa, pode 
reduzir em até 30% (trinta por cento) a jornada e o salário. 
§ 1º O acordo deve ser aprovado em assembleia dos trabalhadores 
abrangidos pelo programa e deve dispor sobre: 
I - número total de empregados abrangidos pela redução e sua 
identificação; 
II - estabelecimentos ou setores específicos da empresa abrangidos; 
III - percentual de redução da jornada e redução proporcional ou menor 
do salário; 
 
IV - período pretendido de adesão ao PPE e de redução temporária da 
jornada de trabalho, que deve ter duração de até seis meses, podendo ser 
prorrogado por períodos de seis meses, desde que o período total não 
ultrapasse vinte e quatro meses; 
V - período de garantia no emprego, que deve ser equivalente, no 
mínimo, ao período de redução de jornada acrescido de um terço; 
VI - constituição de comissão paritária, composta por representantes do 
empregador e dos empregados abrangidos pelo PPE, para acompanhar e 
fiscalizar o cumprimento do acordo e do programa, exceto nas 
microempresas e empresas de pequeno porte. 
§ 2º O acordo coletivo de trabalho específico de que trata este artigo não 
disporá sobre outras condições de trabalho. 
§ 3º A empresa deve demonstrar ao sindicato que foram esgotados os 
bancos de horas, além de fornecer as informações econômico-financeiras. 
§ 4º É facultada a celebração de acordo coletivo múltiplo de trabalho 
específico a grupo de microempresas e empresas de pequeno porte, do 
mesmo setor econômico, com o sindicato de trabalhadores representativo 
da categoria da atividade econômica preponderante. 
§ 5º Na hipótese do § 4º, a comissão paritária de que trata o inciso VI do 
§ 1º será composta por representantes do empregador e do sindicato de 
trabalhadores que celebrar o acordo coletivo múltiplo de trabalho 
específico. 
§ 6º Para fins dos incisos I e II do § 1º, o acordo deve abranger todos os 
empregados da empresa ou, no mínimo, os empregados de setor ou 
estabelecimento específico. 
§ 7º Para fins do disposto no § 4º, cada microempresa ou empresa de 
pequeno porte deverá demonstrar individualmente o cumprimento dos 
requisitos exigidos para adesão ao PPE. 
§ 8º A redução de que trata o caput está condicionada à celebração de 
acordo coletivo de trabalho específico com o sindicato de trabalhadores 
representativo da categoria, observado o disposto no art. 511 da 
Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei nº 
5.452, de 1º de maio de 1943. 
Art. 6º A empresa que aderir ao PPE fica proibida de: 
I - dispensar arbitrariamente ou sem justa causa os empregados que 
tiverem sua jornada de trabalho temporariamente reduzida enquanto 
vigorar a adesão ao PPE e, após o seu término, durante o prazo 
equivalente a um terço do período de adesão; 
II - contratar empregado para executar, total ou parcialmente, as mesmas 
atividades exercidas por empregado abrangido pelo programa, exceto nas 
hipóteses de: 
a) reposição; 
b) aproveitamento de concluinte de curso de aprendizagem na empresa, 
nos termos do art. 429 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, 
aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943. 
§ 1º Nas hipóteses de contratação previstas nas alíneas a e b do inciso II 
do caput, o empregado deve ser abrangido pelo acordo coletivo de 
trabalho específico. 
§ 2º Durante o período de adesão, é proibida a realização de horas 
extraordinárias pelos empregados abrangidos pelo programa. 
Art. 7º A empresa pode denunciar o PPE a qualquer momento desde que 
comunique o ato ao sindicato que celebrou o acordo coletivo de trabalho 
específico, aos seus trabalhadores e ao Poder Executivo, com 
antecedência mínima de trinta dias, demonstrando as razões e a 
superação da situação de dificuldade econômico-financeira. 
§ 1º Somente após o prazo de trinta dias, pode a empresa exigir o 
cumprimento da jornada integral de trabalho. 
§ 2º Deve ser mantida a garantia de emprego, nos termos da adesão 
original ao PPE e seus acréscimos. 
§ 3º Somente após seis meses da denúncia, pode a empresa aderir 
novamente ao PPE, caso demonstre que enfrenta nova situação de 
dificuldade econômico-financeira. 
Art. 8º Fica excluída do PPE e impedida de aderir ao programa 
novamente a empresa que: 
I - descumprir os termos do acordo coletivo de trabalho específico 
relativo à redução temporária da jornada de trabalho ou qualquer outro 
dispositivo desta Lei ou de sua regulamentação; 
II - cometer fraude no âmbito do PPE; ou 
III - for condenada por decisão judicial transitada em julgado ou autuada 
administrativamente após decisão final no processo administrativo por 
prática de trabalho análogo ao de escravo, trabalho infantil ou 
degradante. 
§ 1º A empresa que descumprir o acordo coletivo ou as normas relativas 
ao PPE fica obrigada a restituir ao FAT os recursos recebidos, 
devidamente corrigidos, e a pagar multa administrativa correspondente a 
100% (cem por cento) desse valor, calculada em dobro no caso de fraude, 
a ser aplicada conforme o Título VII da Consolidação das Leis do 
Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1º de maio de 
1943, e revertida ao FAT. 
§ 2º Para fins do disposto no inciso I do caput, a denúncia de que trata o 
art. 7º não é considerada descumprimento dos termos do acordo coletivo 
de trabalho específico. 
Art. 9º A compensação pecuniária integra as parcelas remuneratórias para 
efeito do disposto no inciso I do art. 22 e no § 8º do art. 28 da Lei nº 
8.212, de 24 de julho de 1991, e do disposto no art. 15 da Lei nº 8.036, de 
11 de maio de 1990. 
Art. 10. Permanecem regidas pela Medida Provisória nº 680, de 6 de 
julho de 2015, as adesões ao PPE já aprovadas, aplicando-se esta Lei às 
solicitações de adesão ou de prorrogação em tramitação na data de sua 
publicação ou protocoladas a partir dessa data, sendo facultadas às 
empresas a prorrogação dos prazos e a adoção das demais condições 
previstas nesta Lei mediante aditivo ao acordo coletivo de trabalho 
específico. 
Art. 11. O PPE extingue-se em 31 de dezembro de 2017. 
Art. 12. Esta Lei entra em vigor na datade sua publicação, com exceção 
do disposto no art. 9º, quanto à Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, que 
entra em vigor no dia 1º de novembro de 2015. 
Brasília, 19 de novembro de 2015; 194º da Independência e 127º da 
República. 
DILMA ROUSSEFF 
Nelson Barbosa 
Miguel Rossetto 
 
 
A reforma inseriu no texto celetista o artigo 611 – A, que condiciona a 
negociação de redução de salário à compensação com cláusula convencional de 
proteção contra despedida imotivada durante a vigência do pacto coletivo. O §4º do 
mesmo artigo, assegura, por sua vez, às empresas a invalidação da cláusula 
compensatória da cláusula anulada, e protege os empregados contra a devolução de 
pagamentos já efetuados. 
 
 
8- Princípio da não discriminação: Conforme o artigo 7º ,XXX da CF/88 fica proibido 
a diferença de critério para admissão, exercício de função e de salário por motivo de 
gênero, idade, cor ou estado civil. 
 
 Para observar o preceito constitucional foi publicada a LEI Nº 9.029, DE 13 DE 
ABRIL DE 1995, que proíbe a exigência de atestados de gravidez e esterilização, e 
outras práticas discriminatórias, para efeitos admissionais ou de permanência da relação 
jurídica de trabalho, e dá outras providências 
 
 
FRAUDE A LEGISLAÇÃO TRABALHISTA 
Grande parte dos empresários prefere o caminho mais simples: Não registram a 
carteira profissional e assim ficam livres de encargos. Os patrões, assim na demonstrada 
Fraude Trabalhista, explora ao máximo possível os trabalhadores para retirar o maior 
lucro e os trabalhadores acabam pagando a conta, sem direitos trabalhistas e sem 
amparo legal. Este capitalismo “moderno” mostra sua verdadeira face, tentando 
implementar situações a muito superadas, quando os trabalhadores não tinham direito 
algum, nem podiam se organizar em sindicatos e em organizações por empresas. 
A Legislação Trabalhista deve ser cumprida, mas é muito comum dentro das 
relações de emprego o empregador a todo custo tentar afastar o vínculo empregatício, 
essa burla a legislação trabalhista, de nada vale no mundo do direito, previsão do artigo 
9º da CLT que prevê a nulidade dos atos praticados para desvirtuar, impedir ou fraudar 
a aplicação dos preceitos normativos trabalhistas. 
Assim, no cotidiano laboral podem ser encontradas algumas situações 
decorrentes de fraude, como por exemplo: uma cooperativa não serve para fornecer mão 
– de – obra às empresas, só é legítima uma cooperativa quando ela represente o 
resultado de uma união voluntária dos trabalhadores e que seja, por si só, uma atividade 
autônoma. 
TRT-1 - Recurso Ordinário RO 00010810620115010079 RJ (TRT-1) 
Data de publicação: 01/06/2015 
 
Ementa: FRAUDE À RELAÇÃO DE EMPREGO. REPRESENTANTE 
COMERCIAL. ORDEM PÚBLICA SOCIAL. VÍNCULO 
EMPREGATÍCIO CONFIGURADO. Representação comercial, 
segundo Fran Martins, ocorre quando -uma parte se obriga, mediante 
remuneração, a realizar negócios mercantis, em caráter não eventual, 
em favor de outra. A parte que se obriga a agenciar propostas ou 
pedidos em favor da outra tem o nome de representante comercial; 
aquela em favor de quem os negócios são agenciados é o representado. - 
(Contratos e Obrigações Comerciais). Trata-se de contrato formal, 
oneroso e necessariamente escrito, nos termos da Lei nº 4.886 , de 1965, 
com as alterações da Lei nº 8.420 , de 1992. A relação de emprego, ao 
revés, se constitui de modo tácito ou expresso, desde que presentes a 
subordinação, a pessoalidade, a não-eventualidade e a onerosidade do 
labor. -Diante desse quadro - afirma a doutrina de Amauri Mascaro do 
Nascimento - a primeira tarefa do intérprete será, por exclusão, verificar 
se estão afastados os dados configuradores da condição de empregado. 
Convencendo-se que sim, então examinará o contrato escrito de 
representação comercial e não aplicará a legislação trabalhista... (Curso 
de Direito do Trabalho. 25ª ed., p. 1026). Entretanto, quando presentes 
os pressupostos da relação de emprego, a ser aquilatada in concreto, -
fica automaticamente afastada a configuração da autonomia 
característica do representante comercial, e ainda que exista um contrato 
escrito de representação comercial, a relação jurídica é atraída para a 
esfera do direito do trabalho.... - (Amauri Mascaro, id ibidem). No caso 
dos autos, ausentes os requisitos formais que definem a representação 
comercial válida, diante da inexistência de prova de inscrição no CORE, 
e presentes a pessoalidade, a habitualidade e a subordinação, 
comprovadas pela prova documental e testemunhal, devendo ser 
reformada a sentença que julgou improcedente o pedido. Recurso 
conhecido e provido. 
 
 
 
TST - AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA 
AIRR 553002320085220003 (TST) 
Data de publicação: 17/11/2017 
 
Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE 
REVISTA INTERPOSTO PELO RÉU EM FACE DE DECISÃO 
PUBLICADA ANTES DA VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015 /2014. 
FRAUDE. FENÔMENO DENOMINADO "PEJOTIZAÇÃO". 
TERCEIRIZAÇÃO DE ATIVIDADE-FIM. O fenômeno denominado 
"pejotização" constitui modalidade de precarização das relações de 
trabalho por intermédio da qual o empregado é compelido ou mesmo 
estimulado a formar pessoa jurídica, não raras vezes mediante a 
constituição de sociedade com familiares, e presta os serviços 
contratados, mas com inteira dependência, inclusive econômica, e 
controle atribuídos ao tomador. Tal prática vem sendo declarada ilegal 
pela Justiça do Trabalho, quando comprovado o intuito de fraudar a 
aplicação da lei trabalhista, em clara afronta ao disposto no artigo 9º da 
CLT , diante da inteira e completa subordinação com o suposto 
contratante, situação incompatível com o próprio conceito de empresa e 
em clara afronta aos princípios protetivos clássicos do Direito do 
Trabalho. No caso, o Tribunal Regional concluiu que em relação aos 
nutricionistas, psicólogos, enfermeiros, fisioterapeutas e bioquímicos, 
ficou caracterizado o fenômeno da "pejotização", além da terceirização 
ilícita. Decidir de forma diversa implica revolvimento do quadro fático-
probatório, o que não se admite por força da Súmula nº 126 desta Corte. 
Agravo de instrumento a que se nega provimento. INDENIZAÇÃO 
POR DANOS MORAIS COLETIVOS. ÔNUS DA PROVA. Os artigos 
818 da CLT e 333 do CPC/1973 disciplinam a distribuição do encargo 
probatório entre as partes do processo. Assim, a violação dos 
mencionados dispositivos legais somente ocorre na hipótese em que 
magistrado decide mediante atribuição equivocada desse ônus, o que 
não ocorreu no caso dos autos. Provado o fato constitutivo do direito à 
indenização por danos morais coletivos, como se extrai do acórdão 
regional, é impossível reconhecer a violação literal desses dispositivos 
de lei. Agravo de instrumento a que se nega provimento. AGRAVO DE 
INSTRUMENTO EM RECURSO. 
 
 
BIBLIOGRAFIA 
 
CARRION, Valentin. Comentários à Consolidação das leis do Trabalho. São Paulo: 
Saraiva. 
MANUS, Pedro Paulo Teixeira. Direito do trabalho 
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito do trabalho 
NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Iniciação ao direito do trabalho 
NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Direito do trabalho 
DELGADO, Maurício Godinho. Curso de Direito do Trabalho. 
CASSAR, Vólia Bonfim. Direito do Trabalho. 
BARROS, Alice Monteiro. Curso de Direito do Trabalho. 
BASILE, César Reinaldo Offa. Duração do trabalho a direito de greve. 
VENEZIANO, André Horta. Direito e processo do trabalho. 
DELGADO, Maurício Godinho. Curso de Direito do Trabalho.

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