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DINÂMICA DE GRUPOS unidade1

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DINÂMICA DE GRUPOS
Ana Carolina Lynch
Caracterização do processo grupal e as instituições. Estudos das teorias de grupo, da relação indivíduo e grupo e do grupo em diversos contextos. Reflexões sobre as articulações entre diferentes teorias de grupo e suas aplicações.
Ementa
Aplicar as competências de análise crítica na formação de grupos, bem como a capacidade de liderar e gerir grupos em diferentes contextos da Psicologia.
Objetivo da disciplina
Bibliografia básica
ANDRADE, G. S. Teoria e prática de dinâmica de grupo: jogos e exercícios. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1999. 
BLEGER, J. Temas de Psicologia: entrevista e grupos. São Paulo: Martins Fontes, 2007. 
MINICUCCI, A. Dinâmica de grupo: teorias e sistemas. São Paulo: Atlas, 2007. 
PROGRAMA DETALHADO
UNIDADE 1 - Definições e conceitos
Objetivos 
Analisar a visão sistêmica sobre o processo de dinâmica de grupo.
 
Conteúdo
1.1. História e primeiros conceitos de grupos
1.2. Definições e conceitos
1.3. Principais teorias de grupo
UNIDADE 1
Kurt Lewin foi quem primeiro se destacou em 1936, quando surgiu nos Estados Unidos a Dinâmica de Grupo como objeto de pesquisa das ciências sociais.
Os EUA era o palco mais propício para seu surgimento devido a cultura, ao desenvolvimento industrial, plano político (questão do socialismo) e no plano militar.
BREVE HISTÓRICO DA DINÂMICA DE GRUPOS
Psicologia se torna mais objetiva e experimental no fim do séc. XX. 
A sociologia orienta-se para o estudo das instituições políticas, dos fenômenos coletivos dos grandes grupos humanos e das mentalidades sócio-culturais
A evolução das duas áreas caminha para um meio-termo, o dos pequenos grupos
Psicologia se interessa pelo comportamento em grupos e a sociologia que saber sobre as subculturas.
A evolução da Psicologia e da Sociologia 
1- As pesquisas de Hawthorne (1927-1932)
Constatações : a ambiência era impregnada de significações psicológicas e sociais.
O grupo engendra uma organização informal.
2- A psicoterapia de grupo –
Desde os fins do séc. XIX ideia de que o doente mental é um inadaptado social. O esforço em tratamentos em grupo surge no começo do século XX.
AS QUATRO FONTES DIRETAS DA DINÂMICA DE GRUPO
8
3- A sociometria de Moreno – notou que cada participante poderia tornar-se agente terapêutico dos outros, que o grupo tinha vida, consistência e estrutura específica e que havia nisso um princípio de transformação da concepção tradicional da personalidade como interioridade.
AS QUATRO FONTES DIRETAS DA DINÂMICA DE GRUPO
9
4 – Kurt lewin e a fundação do Centro de Pesquisa sobre a Dinâmica de Grupo(1945)
Teoria de campo
Valências positivas e negativas
A Teoria de Campo considera que não se pode compreender o comportamento do indivíduo sem se considerar os fatores externos e internos à pessoa, uma vez que estes interagem na determinação desse comportamento.
Lewin foi ainda um dos criadores da Teoria da Dinâmica dos Grupos, que procura analisar, do ponto de vista interindividual, as estruturas do grupo, como o poder, a liderança e a comunicação.
AS QUATRO FONTES DIRETAS DA DINÂMICA DE GRUPO
10
O conceito de dinâmica de grupo como o conhecemos hoje surgiu entre 1935 e 1955. Em Psicologia Social, o grupo é a instância que estabelece a ligação entre o individual e o coletivo. Neste âmbito, emerge como um conceito que vai além dos indivíduos que o compõem. Como elementos centrais da definição de um grupo, pode-se destacar a interdependência funcional entre os seus membros, a partilha de um objetivo comum e a existência de papéis e normas.
DINÂMICA DE GRUPO
Sua classificação não corresponde a uma categoria abstrata. Por exemplo : fumantes
Não corresponde também a uma categoria demográfica. Ex: médicos.
Sua classificação não corresponde a realidades econômicas ou sócio- econômicas, Ex: proletariado
Não corresponde também a um dado sócio-cultural. Ex: Franceses
GRUPO PRIMÁRIO
Representam grupos limitados pelo número ou restritos.
Representam um grupo onde cada um conhece os outros e pode estabelecer com todos uma relação pessoal. Número entre 4 e 80 de elementos aproximadamente.
Supõe que haja uma unidade psicológica específica solidarizando de certa maneira, os membros do grupo com o contexto natural ou social.
São conjuntos humanos caracterizados pela associação ou cooperação face a face.
Resultam de uma integração íntima.
GRUPO PRIMÁRIO
Relações indiretas
Consciência dos outros e global ou vaga
Comunicação é intermediada
GRUPO SECUNDÁRIO
Naturais: famílias, amigos por exemplo/ grupos caracterizados por relações afetivas espontâneas.
Artificiais ou ocasionais: colônias de férias, grupos de formação, etc
Classificação dos grupos primários
Persistentes: dura muito tempo
Momentâneos: grupo de discussões, classe escolar
Eixo de persistência
Interações : intercâmbios não só verbais. Relação direta sem intermediários.
Emergência de normas: nascem pouco a pouco num grupo primários que constitui aos poucos seu código de valores.
Existência de objetivos coletivos comuns: realizar uma tarefa por exemplo.
Características fundamentais dos grupos primários
Presença de emoções e sentimentos coletivos.
Emergência de uma estrutura informal: simpatia-antipatia, nascimento de subgrupos. Muitas vezes não consciente.
Presença de um inconsciente coletivo: determinado pela história comum do grupo.
Estabelecimento de um equilíbrio interno e de um sistema de relações estáveis com o meio ambiente: duplo equilíbrio interno e externo.
Características fundamentais dos grupos primários
Compreende dois grandes conjuntos diferentes:
1- conjunto de fenômenos psicossociais que se produzem nos pequenos grupos, assim como as leis naturais que os regem.
2- Conjunto de métodos que permitem atuar sobre a personalidade através dos grupos, assim como os que possibilitam aos pequenos grupos atuar sobre as organizações sociais mais amplas.
Definição do campo da dinâmica de grupo
Lewin defende que não é possível estudar os grupos em condições artificiais de laboratório.
Os fenômenos devem ser trabalhados no próprio campo psicológico.
Pesquisa- Ação – pesquisação = pesquisa no próprio campo
Para Lewin só o estudo dos pequenos grupos podia levar ao entendimento dos grandes grupos.
Método de pesquisa em dinâmica de grupo
DINÂMICA DE GRUPO
IDEOLOGIA POLÍTICA
CONJUNTO DE TÉCNICAS
CAMPO DE PESQUISA
Natureza dos grupos;
Seu funcionamento;
Relação indivíduo- grupo
Relação grupo-sociedade
O QUE É NECESSÁRIO CONHECER?
As relações que se estabelecem entre grupos primários e seu contexto, ações e reações entre um grupo como realidade coletiva e o meio ambiente social.
A influência exercida por um grupo primário sobre o comportamento de seus membros.
A vida afetiva dos grupos
Os fatores de coesão e dissociação dos grupos primários. 
A DINÂMICA DE GRUPO COMO CONJUNTO DE FENÔMENOS PSICOSSOCIAIS QUE SE PRODUZEM NOS GRUPOS PRIMARIOS E NAS LEIS QUE OS REGEM
A dinâmica de grupo utiliza de métodos de laboratório ou dados reunidos pela observação direta dos grupos reais em situação; tenta formular leis específicas desse campo científico.
Estudo dos processos de mudança;
Problemas éticos envolvidos
A utilização dos métodos de grupo para tratar distúrbios da personalidade.
Estudo e realização das mudanças sociais através de pequenos grupos. 
A dinâmica de grupo como ação sobre a personalidade
A observação dos fenômenos de grupo coloca o problema geral do observador-perturbador.
A observação da dinâmica de um grupo exige que se saiba ‘o que se passa’ de certo ponto de vista.
Os fenômenos psicossociológicos nos grupos primários e suas leis específicas
Não se deixar absorver ou fascinar pelo sentido imediato do conteúdo.
Não se implicar pessoalmente;
Não interpretar o que se passa, não se projetar no grupo.
Estar vigilante e presente integralmente ao que se passa aqui e agora sem distração ou desinteresse.
Fazer prova de empatia.
Perceber a dinâmica de grupo exige descentração e objetividade do observador.Habituamo-nos a considerar o grupo como um agregado de indivíduos: temos dificuldades em compreendê-lo como um ser com vida própria, opiniões, reações e valores.
Os grandes fenômenos coletivos (pânico, revolta, linchamento, emoções coletivas e explosões de massa) nos parecem excepcionais, perigosos, nocivos à consciência individual e radicalmente distintos da psicologia da personalidade.
A vida de grupo penetra de maneira total em nossa individualidade
Comportamento individual e de grupo
 A questão biológica
O caráter
A subversão ao grupo
Individualidade e influências sociais
A despeito de fatores de personalidade, não se pode escapar à influência dos grupos a que se pertence.
O estudo psicológico dos grupos esclareceu também quanto a existência de tipos de conduta originados pelo ser grupal.
A facilidade de certos atos ou de determinadas reações, que, no indivíduo, seriam controlados e evitados (condutas de escândalo, provocação, agressão, etc)
A sugestão e o contágio das emoções, que levam à conduta coletiva de tipo emocional;
A emergência de valores coletivos
A atribuição de prestígio a todos que encarnam esses modelos ou valores.
Os cinco gêneros de fenômenos grupais
A associação a um grupo nos faz adotar, sem saber, estereótipos.: em todo grupo primário permanente desenvolvem-se estereótipos. 
Ex: psicanalistas x behavioristas
Os estereótipos criados são em relação a outros grupos ou aos próprios grupos.
A associação a um grupo exprime-se pela adoção espontânea de modelos de conduta. Agem como princípios morais.
ANDALÓ, C. S. A. O papel de coordenador de grupos. Psicol. USP, 2001, vol.12, no.1, p.135-152. ISSN 0103-6564. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-65642001000100007&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt
Na atualidade vem se dando cada vez mais ênfase aos processos grupais, o que torna o conhecimento sobre os mesmos um instrumental valioso e até mesmo imprescindível, seja em termos de eficácia para atingir objetivos ou realizar tarefas (rendimento), seja para detectar lideranças, obter coesão, resolver conflitos e tensões, etc.
GRUPOS E ATUALIDADE
O interesse pelos processos grupais pode ser facilmente constatado através da proliferação, tanto de publicações sobre "jogos" e as famosas "dinâmicas de grupo,"2 como da demanda de trabalhos com grupos em contextos os mais variados.
Interesse pelos processos grupais na atualidade
Tem-se observado, no entanto, um processo de banalização preocupante numa perspectiva claramente tecnicista, dando a falsa impressão de que coordenar grupos é uma atividade simples e que não requer maiores conhecimentos teóricos, além do domínio de alguns "jogos," "técnicas" e "dinâmicas" superficiais aplicadas geralmente à revelia do movimento grupal.
A banalização tecnicista dos processos grupais
Parece que sim, pois mesmo os agrupamentos espontâneos onde não há coordenadores oficiais atribuem, ainda que provisoriamente, o papel de liderança a determinados participantes.
os grupos necessitam de coordenadores?
Kurt Lewin (1943)
Experimento acerca do efeito do "clima social" sobre o comportamento e o rendimento de quatro grupos de meninos de 10 anos de idade de uma escola.
objetivo era investigar a influência da "atmosfera social" constituída por três diferentes tipos de liderança - autoritária, laissez-faire e democrática.
Estudo sobre liderança de Lewin
no caso da liderança autoritária, duas formas de reação grupal, a saber, uma agressiva, irritada e auto-centrada e a outra submissa, altamente dependente, que apresentava comportamentos socialmente apáticos.
O grupo democrático apresentou alto nível de coesão espontânea, isto é, não induzida pelo líder. 
Quanto ao tempo dedicado ao trabalho verificaram ser ele bem mais alto no grupo autocrático/submisso (74% quando na presença do líder) em relação ao grupo democrático (50%).
O clima laissez-faire, além de apresentar um círculo vicioso de frustração-agressão-frustração provocava insatisfação pela confusão e incerteza criadas pela atitude passiva do líder.
Resultados
Quanto aos objetivos a serem atingidos, verificaram que o líder democrático leva em conta os interesses das crianças, encorajando a livre discussão (14% do tempo gasto em comparação com 0,2% no grupo autocrático e 10% no laissez-faire).
no clima autoritário se produzam mais comportamentos competitivos centrados no "eu," enquanto no democrático predomina o sentido do "nós." Concluem que no clima democrático se obtém um rendimento mais lento, porém mais consistente e duradouro, inclusive na ausência do líder.
Resultados
Pesquisas experimentais realizadas na década de 40 já evidenciavam como o tipo de coordenação exercida influencia o estabelecimento do clima grupal que, por sua vez, afeta o alcance dos objetivos e o rendimento.
Liderança x alcance de metas
Esta discussão toda vem a propósito do caráter ideológico3 que pode assumir o papel do coordenador, que passa freqüentemente a ser visto como um modelo de estabilidade, calma, consistência, força do ego e objetividade, representando ."..o futuro e a norma dos membros do grupo."
Pontalis
1. Gostar e acreditar em grupos, pois o grupo capta o que o coordenador pensa ou sente.
2. Amor às verdades, base da confiança, da criatividade e da liberdade.
3. Coerência, pois incongruências sistemáticas abalam a confiança do grupo no coordenador.
4. Senso de ética, que significa não apenas a questão do sigilo, mas também a não imposição pelo coordenador de seus valores e expectativas ao grupo.
5. Respeito pelas características dos participantes, através da procura da não utilização dos rótulos ou papéis que lhes são usualmente atribuídos.
6. Paciência, que não significa passividade ou resignação, mas uma "atitude ativa," que ofereça aos participantes o tempo necessário para adquirirem confiança e respeite seus ritmos.
7. Continente no sentido de ter capacidade de acolher e conter as necessidades e angústias dos membros do grupo.
8. Capacidade negativa, que diz respeito à condição do coordenador de conter suas próprias angústias.
Zimmerman
9. Função de ego auxiliar que é semelhante à capacidade da mãe de exercer as capacidades de ego (perceber, conhecer, discriminar, juízo crítico, etc.) que ainda não estão suficientemente desenvolvidas no filho.4
10. Função de pensar, que consiste em perceber se os participantes são capazes de pensar as ideias, os sentimentos e as posições que são verbalizadas. Diferencia "pensar" de simplesmente "descarregar."
11. Discriminação. É entendida pelo autor como a capacidade "… de estabelecer uma diferenciação entre o que pertence a si próprio e o que é do outro, fantasia e realidade, interno e externo, presente e passado, o desejável e o possível, o claro e o ambíguo, verdade e mentira etc ..."
12. Comunicação verbal e principalmente não-verbal que assume formas sutis. Aponta como aspecto importante da comunicação nos grupos as atividades interpretativas.
13. Traços caracterológicos. O autor considera importante o coordenador conhecer bem a si próprio, seus valores, idiossincrasias e caracterologia predominante. Destaca especificamente traços de natureza narcisista, assim como o discurso interpretativo dogmático que "… pode estar mais a serviço de uma fetichização, isto é, da manutenção do ilusório, de seduzir e dominar, do que propriamente a uma comunicação, a uma resposta, ou a abertura para reflexões" (Zimerman, 1997, p.46).
14. Modelo de identificação. Todos os grupos exercem uma função psicoterapêutica, dado o modelo em que se constitui a figura do coordenador.
15. Empatia, que diz respeito ao atributo do coordenador de se colocar no lugar de cada um do grupo e entrar dentro do clima grupal. Está ligada à sua capacidade de fazer um aproveitamento útil dos seus sentimentos contra-transferenciais.
16. Síntese e Integração. Refere-se à habilidade que o coordenador deve ter de "extrair um denominador comum dentre as inúmeras comunicações provindas das pessoas do grupo" (Zimerman, 1997, p. 46). Nãose trata portanto de fazer resumos, nem de apenas juntar ou ligar de outro modo os mesmos elementos, mas de sintetizar. Ressalta como fundamental essa capacidade particularmente na integração dos opostos.
Analisando esta lista de atributos que Zimerman considera desejáveis ao coordenador de grupo é possível constatar:
Uma série de aspectos ligados a valores como "amor às verdades," "ética," "respeito pelo outro;"
Características relativas ao que poderia ser chamado de equilíbrio emocional, como "coerência," "paciência," " continência," "empatia," "capacidade negativa" e "traços caracterológicos;"
Funções ligadas a aspectos cognitivos como "pensar," "discriminar," ter capacidade de "síntese e integração;"
Condições de exercer o "papel de ego auxiliar" e de "comunicação" (verbal e pré-verbal), além da capacidade de interpretação;
Ênfase no caráter terapêutico que os grupos podem ter e no papel educativo do coordenador, que funciona como importante figura transferencial e "modelo de identificação."
 No caso dos grupos espontâneos, que circunstâncias levam determinadas pessoas a se colocarem como tal? Parece que se fazem líderes aqueles indivíduos que num momento determinado se mostram capazes de "ver o possível com olhos comuns," isto é, se fazem intérpretes dos desejos e intenções de todos, conseguindo ver, tanto os integrantes em sua particularidade, como o movimento do próprio coletivo.
Tal liderança é circunstancial e temporária, pois facilmente se desmonta diante da emergência de um outro intérprete mais eficaz.
Grupos espontâneos
Somente quando se constitui o "grupo com tarefa" e se impõe a necessidade de uma organização para realizá-la é que ocorre a distribuição e diferenciação de papéis
É neste momento que os atos individuais adquirem sentido no conjunto, pois cada função supõe a organização de todas as outras e se faz necessária a presença de uma liderança que, de modo mais efetivo, seja capaz de organizar as ações em função da realização dos objetivos propostos.
Grupos espontâneos
No caso dos grupos não espontâneos, a liderança, em geral, é imposta ou estabelecida a partir de fora, através da figura de um coordenador ou de uma equipe de coordenação. Um dos maiores riscos deste tipo de liderança é a adoção de posturas autoritárias, respaldadas na situação de poder que lhe foi outorgada.
Grupos não espontâneos
Na abordagem socio-psicodramática, a coordenação se caracteriza como essencialmente diretiva, ou seja, afasta-se de uma perspectiva centrada no cliente do tipo rogeriana ou de uma condução laissez-faire, onde o grupo fica entregue ao seu próprio movimento.
A proposta moreniana, embora diretiva, é de simetria entre coordenador e participantes. Ao afirmar que "a sociometria é a sociologia do povo, pelo povo e para o povo" (Regra da participação universal na ação), Moreno (1972, p. 66) não estava pretendendo fazer um discurso demagógico, mas esboçava uma proposta de não verticalidade na relação entre líder e liderados.
Aliás, do ponto de vista epistemológico, ele recomenda: como não se está tratando com organismos, mas com atores, deve-se "seguir o processo de dentro (interior) para fora." Para tanto, é preciso observar os participantes "in situ," ou seja, na sua situação vivencial, faz-se necessário "atuar com eles," "participar da ação comum," tornando-se um co-ator. Nesse sentido, está indicando um tipo de investigação participante.
Abordagem Socio Psicodramática
O próprio Moreno, no entanto, aponta as dificuldades que esta postura contém, ao afirmar: "formando parte do grupo, ele (o coordenador) se priva do papel de investigador, que consiste em manter-se fora do jogo para sugerir, criar e dirigir a experiência." Ou seja, perde a distância que permite maior objetividade, pois "Não se pode, ao mesmo tempo, ser um participante autêntico e um "agente secreto" do método científico" (Moreno, 1972, p. 67).
Uma das soluções encontradas por ele para escapar deste "beco sem saída" consiste "em atribuir a cada membro do grupo a condição de investigador," ou seja, fazer deles experimentadores. A esta perspectiva subjaz uma valorização do saber do grupo, coerente com sua visão otimista do homem como espontâneo-criador, capaz de se fazer sujeito da sua própria história.
Uma solução bastante interessante criada por Moreno no contexto psicoterápico foi a cisão ou fragmentação do papel de coordenador, pois a equipe é composta por um diretor (coordenador), que mantém o necessário distanciamento para investigar com mais objetividade, e por um ou mais egos-auxiliares, que se constituem na parte do diretor que entra na ação transformando-se num co-ator no grupo, que procura colher in situ a experiência vivida pelo mesmo.
Moreno
Em um outro ponto Moreno retoma a perspectiva de horizontalidade que pretende dar à relação coordenador-grupo, quando forja o conceito de protagonista. Literalmente este termo significa "aquele que agoniza primeiro" - mais do que um "porta-voz," que pode representar apenas parte do movimento grupal, o protagonista é um representante legítimo do grupo, uma vez que encarna, através da sua particularidade, no aqui e agora da cena, o drama coletivo. É por essa razão que se costuma dizer que o psicodrama se constitui, no nível clínico, como uma psicoterapia do grupo e não em grupo, pois esta pressupõe uma terapêutica individual feita
Para não incorrer nas armadilhas do poder oculto faz-se necessário esclarecer melhor o papel da equipe de coordenação. Ela se constitui como interlocutora qualificada, na medida em que dispõe de conhecimentos específicos, que lhe permitem funcionar como desafiadora do grupo em direção ao crescimento e superação de seus impasses e dificuldades. em grupo.
Moreno – o protagonista
José Bleger
Grupos operativos de ensino
TEMAS DE PSICOLOGIA – ENTREVISTA E GRUPOS
Definição:
Segundo Enrique J. Pichón-Riviére, grupo operativo “é um conjunto de pessoas com um objetivo em comum que procuram abordar trabalhando como equipe. A estrutura da equipe só se consegue na medida em que opera; grande parte do trabalho do grupo operativo consiste, em resumo, no treinamento para trabalhar como equipe.”
 Grupos Operativos no Ensino
O grupo operativo no ensino trabalha sobre um tópico de estudo dado. Contudo, enquanto o desenvolve, se forma nos diferentes aspectos do fator humano.
O fator humano tem importância primordial, pois este constitui o “instrumento de todos os instrumentos’’, não existindo nenhum instrumento que funcione sem o ser humano.
Grupos Operativos
Trata-se de grupos de ensino e aprendizagem. Ensino e aprendizagem constituem passos dialéticos inseparáveis, integrantes de um processo único em permanente movimento, não somente por existir alguém que, quando aprende, tem de haver outro que ensina, mas também em virtude do princípio segundo o qual não se pode ensinar corretamente enquanto não se aprende e durante a própria tarefa de ensinar. Este processo de interação deve restabelecer-se plenamente no emprego do grupo operativo. 
 Ensino ou Aprendizagem
Não se pode pretender organizar o ensino em grupos operativos sem que o pessoal docente entre no mesmo processo dialético que os estudantes, sem dinamizar e relativizar os papéis e sem abrir amplamente a possibilidade de um ensino e de uma aprendizagem mútua e recíproca.
Conhecer o que se vai ensinar e ser honesto na valorização do que se sabe e do que se desconhece é a melhor forma de “defesa”.
A imagem realizada do professor onipotente e onisciente perturba a aprendizagem, em primeiro lugar, do próprio professor.
O mais importante não é dispor de informação acabada, mas possuir instrumentos para resolver os problemas que se apresentam. Quem se sentir possuidor de informação acabada tem esgotadas suas possibilidades de aprender e de ensinar de forma realmente proveitosa.
O coordenador de um grupo operativo e o diretor de um ensino organizado operativamente devem co-trabalhar ou co-pensar com os estudantes e com todos os auxiliares.
A organização do ensino em gruposoperativos exige que se desarmem e se rompam uma série de estereótipos, que se vem repetindo e que servem como defesas da ansiedade, mas que paralisam o processo dialético de ensino e aprendizagem.
A técnica operativa no ensino muda consideravelmente a organização, sua administração e os objetivos que se desejam alcançar. Deve-se, primeiramente, problematizar o próprio ensino e promover a explicitação das dificuldades e conflitos que perturbam ou distorcem. No trabalho com grupos operativos é necessário partir do atual e presente, e toda a história de uma ciência deve ser reelaborada em função disso. Não se devem ocultar as dúvidas e lacunas e preenchê-las com improvisações.
O Ensino Grupal
No ensino operativo, procura-se caminhar para o desconhecido, para o questionamento daquilo que não está suficientemente elucidado, explicado. Em ciência, se avança, principalmente, criando problemas novos, não só encontrando soluções. Com isso, o estudante participa diretamente aprendendo a problematizar e a empregar instrumentos para encontrar e estabelecer as vias de solução possíveis. 
Segundo Bleger, “a aprendizagem é a modificação mais ou menos estável de linhas de conduta, entendendo-se por conduta todas as modificações do ser humano, seja qual for a área em que apareçam; nesse sentido, pode haver aprendizagem ainda que não se tenha a formulação intelectual.”
O que é aprender ?
Não existe aprendizagem sem a intervenção do ser humano, mas ignorou-se isso na prática, como se o objetivo fosse se transformar em um instrumento alienado, desumanizado, e não como forma de realmente conseguir que o ser humano assimilasse instrumentos para seu desenvolvimento. Não se tratava de dominar objetos com o conhecimento, somente, mas também de dominar e controlar os seres humanos com a aprendizagem e o ensino.
O ser humano na aprendizagem
Quando se trabalha um objeto, não só ele está sendo modificado, mas o sujeito também, e vice-versa e isso ocorre ao mesmo tempo. Não se pode operar além das possibilidades reais do objeto e reais e momentâneas do sujeito.
Todo impedimento, déficit ou distorção da aprendizagem é, também, de personalidade do sujeito, e vice-versa, ou seja, todos os transtornos de personalidade são transtornos da aprendizagem.
Sendo assim, não há uma diferença essencial entre aprendizagem e terapia na teoria e na técnica dos grupos operativos, a não ser na tarefa que o grupo se propõe a realizar. O grupo operativo que se constitui em equipe e estabelece vínculos, podem conseguir um certo grau de efeito terapêutico. Contudo, isso não significa dizer que qualquer tarefa realizada em qualquer condição seja terapêutica.
Com isso, há um erro em dizer que o trabalho cura. “O trabalho em si é uma abstração que não cura nem faz adoecer; o que cura, enriquece a personalidade ou faz adoecer são as condições humanas e inumanas em que o trabalho é realizado, o tipo de vínculo ou relação interpessoal que se estabelece durante o trabalho.” (BLEGER, 2003) 
O grupo operativo tende a alcançar um ótimo vínculo que enriqueça a personalidade e tarefa e conserte os padrões estereotipados e distorcidos.
A ruptura de estereótipos é uma ação que o coordenador do grupo deve estar atento: à medida que se consegue, as dissociações vão sendo superadas. Uma dissociação (perturbação neurótica e/ou aprendizagem) frequente é o que se sabe ou diz que se sabe e o que realmente se faz.
Elas não são só perturbações da tarefa, mas também dissociações da personalidade, e ao superá-las, o resultado é duplo.
O pensamento é sempre um processo dialético; a lógica formal não é um pensamento criador, e sim a estereotipia e o controle do pensamento. “O espontâneo é o pensamento dialético, que está limitado e reprimido pelo pensamento formal, porque com ele não se pensa, mas se critica e se controla o pensar dialético até um limite em que se chega a bloqueá-lo.’’
 Pensar e Aprendizagem
Para Bleger (2003), O processo de aprendizagem funciona, no grupo, como uma verdadeira maiêutica, não no sentido de que tudo consiste em tirar de cada um o que já tem dentro de si, mas no de que é o grupo que cria seus objetivos e faz suas descobertas através da ativação daquilo que existe em cada ser humano de riqueza e experiência, ainda que pelo simples fato de viver.’’
É um conjunto de experiências, conhecimentos e afetos com os quais o indivíduo pensa e atua.
O esquema referencial deve ser objeto de questionamento constante nos grupos operativos. Se não houver um esquema referencial adequado, não é possível perceber os fenômenos. Para que se forme o esquema referencial necessário, é indispensável manter-se em contato e em interjogo com o objeto de indagação.
Esquema Referencial
O questionamento do esquema referencial é o método para romper estereótipos, porém só ao ser usado que ele pode ser questionado e mudado. A técnica do grupo operativo deve orientar-se para a participação livre, espontânea de seus integrantes, que assim trarão seus esquemas referenciais e os colocarão à prova numa realidade mais ampla, fora dos limites da estereotipia, do autismo ou do narcisismo, tomando consciência deles, com a consequente retificação.
Constrói-se gradativamente um esquema referencial grupal nos grupos operativos, ó que possibilita a sua atuação como equipe, com unidade e coerência. Mas ‘não significa dizer que todas pensem igual. Deve-se conseguir que cada membro trabalhe com a sua ideologia e isso constitui a sua melhor crítica e revisão; não se trata de defende-la em uma exposição teórica, mas de usá-la.
Deve-se conseguir que a ideologia seja um instrumento do ser humano e não que ele se transforme em instrumento da ideologia.
O grupo enriquece a informação à medida que a reconstrói, e quando a aprende, ela já é superior à informação originariamente fragmentada.
Pichon diz que há um princípio básico denominado a “regra de ouro”da técnica dos grupos operativos, que consiste em respeitar o emergente do grupo, isto é, trabalhar com a informação que o grupo atualiza a cada momento que corresponde ao que momentaneamente pode admitir e elaborar.
Não se aprende sem ansiedade, e com muita ansiedade também não.
Para se investigar e aprender, é necessário reter ou conservar em certa proporção essa angústia do adolescente diante do desconhecido.
A aprendizagem é um processo constituído por momentos que se sucedem ou alternam, mas que podem também isolar-se ou estereotipar-se, aparecendo perturbações nesse caso.
Esses momentos podem ser reduzidos a oito em sua forma típica: Momento paranóide; Momento fóbico; Momento contrafóbico; Momento obsessivo; Momento confusional; Momento esquizoide; Momento depressivo e Momento epileptoide.
A aprendizagem como processo grupal
A informação que um grupo recebe é maior do que a que ele mesmo pode verbalizar, e isto é válido também para seus integrantes considerados individualmente.
No grupo operativo, cada um atua em sua medida pessoal com seu próprio “repertório” de conduta e em sua forma característica, o coordenador não deve esperar nada específico de ninguém .
Informação e Ação 
A tarefa do coordenador do grupo é centrar-se nos seres humanos que integram o grupo trabalhando o tema com sua técnica e de acordo com os objetivos que o grupo se propõe a alcançar.
O Coordenador deve fazer o possível para estabelecer o diálogo entre os componentes do grupo e não encampar tudo, nem centrar tudo em si.
O funcionamento do grupo operativo
O grupo operativo deve funcionar com um tempo limitado e previsto e com frequência regular. É melhor fazê-lo em sessões de mais de uma hora de duração, pois o melhor rendimento começa após os primeiros 50 ou 60 minutos.
O tempo

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