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Cirurgia Oral I 18.1 Aula 1 – parte 3 Paolla Barboza 16.2 Vasoconstritores Função: restringir o anestésico ao local de aplicação, aumentar a concentração do anestésico naquele local (diminui a absorção -pelos vasos- do anestésico local e prolonga a duração da anestesia), diminuir a atividade vasodilatadora do anestésico, diminuir toxicidade do anestésico, promove hemostasia. Sistemicamente, o vasoconstritor não é bom, pois é análogo de hormonios de luta e fuga. Uma crise adrenérgica leva ao aumento da frequência cardíaca, respiratória, sudorese, por isso deve ser controlada. Mas, em doses terapêuticas, o vasoconstritor é extremamente seguro. Classificação dos vasoconstritores: Aminas simpatomiméticas: Catecolaminas: Adrenalina Noradrenalina Agem sobre receptores α e β. Levonordefrina Não-catecolaminas: Fenilefrina De derivação hormonal não simpatomimética: Felipressina Obs: O padrão outro dos vasoconstritores é a adrenalina. ADRENALINA Capacidade de agir sobre os receptores α (presentes na artéria e na arteríola) e β (presentes no coração). Obs: Aplicar no paciente não é um problema pois a quantidade na corrente circulatória é muito pouca, mas se atingirmos um vaso ao aplicar o anestésico com adrenalina, o coração dispara na hora. Para injetar fora do vaso sanguíneo, fazemos a técnica de injetar só um pouco do anestésico e soltar o êmbolo, se voltar sangue, é porque atingimos o vaso. Tira-se a agulha, muda a posição e repete até não voltar sangue para ter a certeza de não estar atingindo um vaso. Concentrações: 1:50.000 (não utilizamos), 1:100.000 (eficiência não difere muito da 1:200.000) e 1:200.000 (bastante eficiente e bem menos tóxico). NORADRENALINA Isômero da adrenalina Tem afinidade pelos receptores α (90%) muito maior que pelos receptores β (10%), mas sua potência é bem menor que a da adrenalina (deve ser muito mais concentrada para atingir o mesmo efeito – risco de arritmia pela avidez pelos receptores α). Obs: Não apresenta vantagens sobre a adrenalina e tem maior incidência de efeitos adversos (se aplicar no palato em alta concentração, pode necrosar – se liga aos receptores e não desloca mais). A duração da vasoconstrição é muito maior. LEVONORDEFRINA Também tem maior afinidade pelos receptores α (75% - menos que a noradrenalina e mais que a adrenalina), mas a sua potência é muito baixa (15%). Concentração: 1:20.000 FENILEFRINA É a que menos tem potência em comparação com a adrenalina Concentração 1:2.500 Age quase exclusivamente sobre receptores α. Efeito vasoconstritor mais prolongado. Obs: Efeitos adversos são potencialmente mais duradouros FELIPRESSINA Similar à vasopressina. Não age sobre receptores α e β, age sobre vênulas. Só está associada ao anestésico prilocaína. Menor capacidade hemostática (por isso não se usa de rotina em cirurgia – sangra mais) É o melhor pra usar em pacientes com cardiopatia descompensada. Componentes do tubete de anestésico combinado com vasoconstritor: Anestésico Local; Vasoconstritor; Preservador de vasoconstritor (bissulfito de sódio); * Antibacteriano (metilparabeno) – está sendo gradativamente excluído dos anestésicos; * Veículo (geralmente água destilada ou soro fisiológico). *Geralmente são esses dois componentes (bissulfito de sódio e metilparabeno) os responsáveis por reações alérgicas. Obs: Raramente o paciente é alérgico a anestésicos e vasoconstritores (nunca é alérgico à adrenalina, pois tem de origem endógena). Obs2: O bissulfito de sódio é preservador de vasoconstritores adrenérgicos (catecolaminas), ou seja, não tá presente no tubete com felipressina – indicado usar prilo+feli em pacientes com alergia a bissulfito de sódio. O bissulfito é um preservador encontrado em cosméticos, produtos de limpeza, produtos de higiene pessoal, por isso é importante perguntar se o paciente tem alergia a algum desses itens. Pacientes asmáticos que fazem uso de corticóides podem ser alérgicos a bissulfito de sódio. ATENÇÃO! Posso usar adrenalina em pacientes hipertensos e cardiopatas? Sim, desde que estejam controlados. A quantidade de vasoconstritor presente em um tubete de adrenalina é menor que a própria concentração endógena da substância secretada pelo nosso organismo. Quando o paciente sente dor, ativa o sistema de luta/fuga, o que leva a um pico de liberação de adrenalina (concentração muito maior que de qualquer tubete). A ADRENALINA ENDÓGENA É MAIS NOCIVA QUE A DO TUBETE. Assim, é melhor controlar a dor do paciente com o pouco vasocontstritor presente no tubete de anestesico do que correr o risco de pico de adrenalina endógena ao não usar vasoconstritor e o anestésico dispersar, perdendo o seu efeito. Classificações ASA: ASA1: paciente normal ASA2: paciente com doença sistêmica controlada ASA3: paciente com doença sistêmica não controlada ASA4: paciente gravemente doente ASA5: paciente com prognóstico de morte Nós iremos tratar apenas pacientes ASA1 e ASA2 ou ASA3 em situações de emergência (exemplo: paciente com abscesso). Dosagem máxima de adrenalina: Para ASA1 e ASA2: 0,2mg de adrenalina por sessão. Para ASA3 e ASA4: 0,04mg de adrenalina por sessão. Pergunta: Em quantos tubetes de adrenalina 1:100.000 temos tal dosagem? Fazendo a regra de três: 1g de adrenalina ------------------ 100.000ml de solução (concentração do tubete) = = 1000mg de adrenalina ---------- 100.000ml de solução (arrumando as unidades) X mg de adrenalina -------------- 1,8ml de solução (tubete) X = 0,018mg de adrenalina em cada tubete Sendo assim, 1 tubete tem 0,018mg; 2 tubetes tem 0,036mg; 3 tubetes tem 0,054mg (ultrapassou a dosagem máxima para ASA3 e ASA4, que é 0,04mg de adrenalina por sessão);. Conclusão: podemos utilizar até 2 tubetes de adrenalina 1:100.000 em pacientes ASA3 e ASA4. Se a concentração for 1:200.000 (metade), podemos utilizar o dobro de tubetes (4 por sessão). Jamais usar adrenalina em pacientes: Com menos de 6 meses de um infarto do miocárdio ou acidente cerebrovascular; Hipertensos com pressão sistólica acima de 200mmHg ou diastólica 115 de mmHg; Com angina instável; Com arritmia cardíaca grave; Com menos de 6 meses após cirurgia de by-pass da artéria coronária; Com hipertireoidismo não controlado; Com tumor de glândula suprarrenal; Com histórico de alergia a sulfitos; Sob efeito de drogas ilícitas; Depressivos em tratamento. A alternativa para esses pacientes é a mepivacaína sem vasoconstritor.
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