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apostila Manobra Higine Bronquica

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Apostila: Manobras de Higiene Brônquica Fisioterapia on-line 
Curso de Fisioterapia Universidade de São Paulo 
1
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MANOBRAS DE HIGIENE BRÔNQUICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2005 
 
 
Apostila: Manobras de Higiene Brônquica Fisioterapia on-line 
Curso de Fisioterapia Universidade de São Paulo 
2
SUMÁRIO 
 
 
Introdução 03 
Princípios Fisiológicos do Aparelho Mucociliar 04 
 1. Introdução 04 
 2. Formação e estrutura do muco 05 
3. Fatores que prejudicam os mecanismos de defesa 06 
Fisiopatologia 07 
1. Síndrome dos cílios imóveis 07 
2. Asma 08 
3. Bronquite crônica 10 
4. Bronquiectasia 11 
5. Fibrose cística 11 
Manobras de Higiene Brônquica 13 
1. Vibrocompressão 13 
2. Drenagem autógena 15 
3. Colete vibratório 18 
4. Tapotagem 20 
5. Oscilador de alta freqüência 25 
6. Expiração lenta total com a glote aberta em decúbito infralateral–ELTGOL 29 
7. Técnica de expiração forçada 32 
8. Tosse 35 
9. Drenagem postural 39 
10. Inaloterapia 47 
 
 
 
 
 
Apostila: Manobras de Higiene Brônquica Fisioterapia on-line 
Curso de Fisioterapia Universidade de São Paulo 
3
APOSTILA DO MÓDULO I – Manobras de Higiene Brônquica (MHB) 
 
Introdução 
 
 A Higiene Brônquica tem como objetivo manter as vias aéreas livres de 
secreções, de forma a prevenir complicações pulmonares e melhorar a função 
respiratória. 
 Neste módulo abordaremos as principais técnicas utilizadas para higiene 
brônquica, conceituando-as e caracterizando-as num contexto clinico, com o objetivo 
de facilitar a compreensão, detalhar a aplicação e complementar os conhecimentos 
recebidos em sala de aula. 
 Este módulo será dividido em: 
• Princípios Fisiológicos: onde será feita uma breve revisão da fisiologia do 
aparelho mucociliar. 
• Fisiopatologia: onde abordaremos as principais doenças hipersecretivas. 
• Manobras de Higiene Brônquica: 
o Manobras Intra-Brônquicas: técnica de expiração forçada ou “huffing”, 
tosse assistida e estimulada, oscilador de alta freqüência. Drenagem 
autógena e expiração lenta total com a glote aberta em decúbito 
infralateral (ELTGOL). 
o Manobras Extra-Brônquicas: tapotagem ou percussão, 
Vibrocompressão, Colete Vibratório. 
o Umidificação: Inaloterapia. 
o Postura: Drenagem Postural. 
 
 
 
 
 
 
Apostila: Manobras de Higiene Brônquica Fisioterapia on-line 
Curso de Fisioterapia Universidade de São Paulo 
4
Princípios Fisiológicos do Aparelho Mucociliar 
 
1. Introdução 
• O aparelho mucociliar é um dos dispositivos mais importantes de defesa do 
sistema respiratório. 
• A árvore brônquica é revestida por células ciliares desde os brônquios até a 
laringe. 
• São 15 a 20 milhões de cílios por cm2, dispostos como pêlos de um pincel. 
• Cada cílio tem 0,25 µm de diâmetro e 5 a 7 µm de comprimento. 
• Transversalmente, o cílio tem 1 par central e 9 pares de microtúbulos 
periféricos, formados por 2 elementos protéicos (subfibras A e B). 
 
 
Figura 1. Corte transversal de cílio. Cedida pelo Lab. Poluição Ambiental-FMUSP. 
 
 
• Batimento ondulatório 
o Os cílios apresentam uma freqüência aproximada de 1000 
batimentos por minuto (10 a 20Hz). 
o A velocidade de deslocamento de uma partícula no aparelho 
mucociliar é de 10 a 20 mm/min. 
 
 
Apostila: Manobras de Higiene Brônquica Fisioterapia on-line 
Curso de Fisioterapia Universidade de São Paulo 
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2. Formação e Estrutura do Muco 
 
• O muco é produzido nas células caliciformes e glândulas mucosas. 
 
 
Figura 2. Muco sendo secretado. Cedida pelo Lab. Poluição Ambiental - FMUSP. 
 
• O muco é dividido em duas porções, dispostas sobre a estrutura ciliar: 
o fase sol 
o fase gel 
• Fase sol: 
o Tem 4 a 8 µm de espessura. 
o Cobre diretamente árvore brônquica. 
o É fina e aquosa. 
• Fase gel: 
o Tem 1 a 2 µm de espessura. 
Apostila: Manobras de Higiene Brônquica Fisioterapia on-line 
Curso de Fisioterapia Universidade de São Paulo 
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o É viscosa. 
gel
sol
cílios
 
Figura 3. Detalhe do aparelho mucociliar. (figura adaptada) 
 
• As funções do muco são: 
o Hidratação das vias aéreas. 
o Captação e transporte das partículas inaladas presentes no ar. 
o Diluição e filtração de gases e fluidos que podem ser lesivos para o 
epitélio traqueobrônquico. 
 
3. Fatores que Prejudicam os Mecanismos de Defesa 
 
• Diversos agentes ambientais e mecânicos (poeiras, fumaças, ar seco, altas 
concentrações de O2 e CO2, tubos endotraqueais, etc), agentes patológicos 
(vírus, infecção bacteriana crônica, mucoviscidose, DPOC, etc) e alguns 
fármacos (anestésicos locais e gerais, codeína, álcool, nicotina, etc) podem 
destruir a conformação, tanto estrutural, como a distribuição ao longo do trato 
respiratório, dos cílios. 
Apostila: Manobras de Higiene Brônquica Fisioterapia on-line 
Curso de Fisioterapia Universidade de São Paulo 
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• A hiperprodução de secreção, a ponto de formar uma camada de muco com 
espessura superior a dos cílios, diminui a velocidade do fluxo mucociliar, 
prejudicando o clerance mucociliar, ou seja, a eliminação de partículas 
aderidas ao muco ao longo do aparelho mucociliar. 
• Se houver aumento da viscosidade das secreções (por exemplo, no caso de 
inalação de partículas hidrofílicas – como a sílica) pode haver um retardo do 
transporte mucociliar. Se o muco sofrer desidratação, forma-se uma camada 
ressecada sobre as glândulas secretoras, que ao fragmentar-se interrompe o 
clerance mucociliar, além de danificar os cílios. 
• pH ≤ 6.4 paralisa os cílios e o cálcio, ao entrar no axonema ciliar (formado 
pelos microtúbulos centrais e periféricos) faz com que os cílios parem de se 
movimentar. 
 
Fisiopatologia 
 
Algumas doenças, comuns na prática clínica, serão brevemente descritas, a 
seguir, para caracterizar condições de hipersecreção pulmonar. 
 
1. Síndrome dos Cílios Imóveis 
 
• Doença genética caracterizada por alteração das proteínas ciliares, causando 
alguma alteração da estrutura do cílio, tais como: 
o Ausência do par central dos microtúbulos. 
o Ausência dos microtúbulos periféricos. 
o Arranjo anormal dos microtúbulos periféricos. 
o Defeito na síntese de tubulina (proteína). 
o Defeito nas espículas radiais. 
o Déficit ou falta de braços de dineína. 
o Ausência congênita de ATPase. 
Apostila: Manobras de Higiene Brônquica Fisioterapia on-line 
Curso de Fisioterapia Universidade de São Paulo 
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• Dessa forma, os cílios ficam imobilizados ou apresentam batimento 
desorganizado. 
• Quadro Clínico 
o Tosse crônica 
o Dispnéia 
o Obstrução nasal 
o Dor na região dos seios paranasais 
o Cefaléia crônica 
o Esterilidade nos homens (acometimento dos espermatozóides) 
 
2. Asma 
 
• Doença inflamatória crônica das vias aéreas, associada à limitação de fluxo 
aéreo (broncoconstrição) e aumento da hiperreatividade das vias aéreas (NIG 
Guidelines, 1997). 
• Segundo o Consenso Brasileiro no Manejo da Asma (1998), a asma é 
caracterizada por: 
o infiltração de mastóscitos, linfócitos e eosinófilos nas vias aéreas. 
o presença de secreção nas vias aéreas, resultante do processo 
inflamatório. 
• Do ponto de vista anátomo-patológico, encontra-se: 
o Hipertrofia da musculatura lisa das paredes das vias aéreas. 
o Edema e hiperemia da parede brônquica. 
o Hipertrofiadas glândulas mucosas, que em geral, produzirão muco 
anormal (espesso e viscoso). 
o Infiltração extensa por mastócitos, eosinófilos e linfócitos (TH2); essas 
células produzem interleucinas (IL-3, IL-4 e IL-5), promovendo a síntese 
de imunoglobulina E (IgE), que é uma molécula efetora alérgica. 
• Patogenia: 
Apostila: Manobras de Higiene Brônquica Fisioterapia on-line 
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o quimiocinas são produzidas por células epiteliais e inflamatórias, 
ampliando e perpetuando o processo inflamatório no interior das vias 
aéreas. Durante esse processo inflamatório, com a liberação da IgE, 
ocorre a liberação de mediadores, entre eles: histaminas, fatores 
quimiotáticos para neutrófilos e eosinófilos, bradicininas, 
prostaglandinas, entre outros. Muitos desses mediadores reagem com 
receptores nas membranas das células musculares lisas, levando a 
contração do músculo liso. Além disso, como as vias aéreas dos 
asmáticos são mais sensíveis a irritantes inespecíficos, a liberação 
desses mediadores pode estimular o sistema nervoso autônomo, via 
nervo vago, a causar uma broncoconstrição reflexa, que pode ser 
bloqueada pela atropina. 
• Quadro clínico: 
o Crises recorrentes de obstrução de vias aéreas (por constrição da 
musculatura lisa das vias aéreas, por espessamento do epitélio das 
vias aéreas ou por presença de liquido e/ou de tampões mucosos na 
luz das vias aéreas). 
o desconforto respiratório (dispnéia, sensação de aperto no peito). 
o tosse 
o expectoração escassa e branca 
o sibilos 
o ansiedade 
• Exame Físico: 
o taquicardia 
o pulso paradoxal (queda inspiratória exagerada da pressão arterial 
sistólica). 
o aumento da freqüência respiratória. 
o utilização de musculatura acessória da respiração. 
o ausculta pulmonar: ruídos adventícios (sibilos inspiratórios e 
expiratórios, roncos). 
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o A percussão do tórax revela hiperressonância. O tórax normalmente é 
hiperinsulflado e a fase expiratória apresenta-se prolongada em relação 
à fase inspiratória. 
 
3. Bronquite Crônica 
 
• Classificada como Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica. 
• Quadro Clínico: 
o Produção excessiva de muco na árvore brônquica, levando a tosse 
crônica produtiva na maioria dos dias por pelo menos três meses noano 
durante dois anos consecutivos. 
o Deve estar descartada a presença de outras doenças pulmonares 
como asma, tumores brônquicos, infecções pulmonares ou 
bronquiectasia. 
• Exame Físico: 
o Cianose 
o Baqueteamento digital 
o Uso de musculatura respiratória acessória 
o Sinais de retenção de liquido com aumento da pressão jugular e edema 
de tornozelo 
o A ausculta pulmonar pode apresentar roncos e estertores. 
o RX de tórax pode revelar um certo aumento cardíaco, campos 
pulmonares congestos, trama broncovascular aumentada e algumas 
seqüelas de infecções antigas, além de sinais de hiperinsuflação 
pulmonar. 
o A bronquite crônica está fortemente relacionada com o hábito de fumar, 
sendo incomum em pacientes sem histórico de tabagismo. 
 
 
 
Apostila: Manobras de Higiene Brônquica Fisioterapia on-line 
Curso de Fisioterapia Universidade de São Paulo 
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4. Bronquiectasia 
 
• A bronquiectasia é uma doença que se caracteriza por dilatação anormal 
permanente dos brônquios principais e dos bronquíolos e destruição da 
parede brônquica. 
• As alterações descritas são: 
o inflamação transmural (parede de vias aéreas). 
o neovascularização brônquica 
o alterações decorrentes de cicatrização ou obstrução decorrentes de 
infecções repetidas. 
• Dois fatores são responsáveis pela indução da doença: um agravo infeccioso 
e comprometimento da eliminação de secreção, obstrução das vias aéreas 
e/ou defeito na defesa do hospedeiro. 
• Quadro clínico: 
o tosse diária hipersecretiva 
o escarro mucopurulento 
o hemoptise intermitente (devido a episódios infecciosos agudos, que 
lesam arteríolas brônquicas superficiais da mucosa). 
o dispnéia 
o pleurisia (dor pleurítica) 
o A ausculta pulmonar apresenta ruídos adventícios (mais comumente, 
estertoração). 
Para se estabelecer o diagnóstico, além dos achados clínicos é necessário um 
exame de imagem, sendo a tomografia computadorizada de tórax o mais apropriado. 
 
5. Fibrose Cística 
 
• É uma doença genética causada por mutação no gene que codifica a proteína 
reguladora da condutância iônica transmembrana, afetando o transporte de 
NaCl das glândulas exógenas. 
Apostila: Manobras de Higiene Brônquica Fisioterapia on-line 
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• O diagnóstico de Fibrose Cística é feito pelo quadro clínico e história familiar. 
• A confirmação se faz através da dosagem de NaCl no suor. 
• O principal órgão afetado é o pâncreas, seguido pelos pulmões. 
• Quadro Clínico: 
o pode ocorrer síndrome da má absorção intestinal. 
o cirrose biliar 
o obstrução intestinal distal por estase fecal. 
o refluxo gastroesofágico. 
o No pulmão, as glândulas mucosas hipertrofiadas causam hipersecreção 
de muco resultando em tosse produtiva, infecções freqüentes do tórax 
e tolerância diminuída ao exercício. 
o O muco pode estar de 30 a 60 vezes mais viscoso que o normal, 
prejudicando a atividade ciliar. 
o A ausculta pulmonar apresenta ruídos adventícios. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Apostila: Manobras de Higiene Brônquica Fisioterapia on-line 
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Manobras de Higiene Brônquica (MHB) 
DP
POSTURA
Vibrocompressão OAF
Colete Vibratório
VIBRAÇÃO
Tapotagem
PERCUSSÃO
(1-8-Hz)
ELTGOL DA
TEF Tosse Assistida
Tosse Estimulada
FLUXO
MHB
Inaloterapia
UMIDIFICAÇÃO
 
DP: drenagem postural 
OAF: oscilação de alta freqüência 
ELTGOL: expiração lenta total com a glote aberta em decúbito infralateral 
DA: drenagem autógena 
TEF: técnica de expiração forçada 
 
Modificado do Consenso de Lyon, 1994. 
 
 
1. Vibrocompressão 
 
Fundamentação 
A vibrocompressão, vibração manual ou vibrações não instrumentais, consiste 
em movimentos oscilatórios manualmente aplicados ao tórax durante a expiração, 
visando a modificação das propriedades físicas do muco com diminuição de sua 
viscosidade e a mobilização do mesmo, pela transferência de vibrações e oscilações 
mecânicas, através da parede externa do tórax, para as vias aéreas. 
Durante a expiração, o volume de ar inspirado, passa por uma via aérea mais 
estreita devido à contração da mesma nesta fase. Sob maior pressão e com o auxílio 
da vibrocompressão o muco é empurrado para as vias aéreas proximais, sendo 
expelido. 
 Tem-se demonstrado que as vibrações são capazes, em certas freqüências, in 
vitro, de modificar a viscoelasticidade do muco brônquico e assim, facilitar a sua 
Apostila: Manobras de Higiene Brônquica Fisioterapia on-line 
Curso de Fisioterapia Universidade de São Paulo 
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depuração ao diminuir a viscosidade. Um outro efeito seria o de se aproximar de 13 
Hz, a freqüência vibratória dos cílios, para amplificar, por concordância de fase, a 
amplitude dos movimentos ciliares (Consenso de Lyon, 1994). 
 
Técnica de aplicação 
Para que ocorra a vibração da parede torácica, o fisioterapeuta coloca as 
mãos sobrepostas na região torácica a ser tratada ou uma do lado da outra. Após 
uma inspiração profunda realizada pelo paciente, o fisioterapeuta aplica uma pressão 
moderada sobre a parede torácica, produzindo um movimentovibratório e 
comprimindo o gradil costal. (Goodfellow e Jones, 2001) 
 A vibração é geralmente realizada por contrações isométricas alternadas e 
rápidas dos membros superiores, em movimentos rítmicos e com intensidade 
suficiente para causar vibração no nível brônquico; com uma freqüência ideal entre 3 
e 75 Hz, no final da expiração. (Consenso de Lyon, 1994) 
 
Limitações da técnica 
• Dificuldade do fisioterapeuta em realizar as vibrações na freqüência eficaz 
mínima (13 Hz) e durante um tempo suficiente (Consenso de Lyon, 1994). 
• Limites físicos da transmissão das vibrações através de um órgão oco; 
alterações eventualmente causadas em função da doença (Consenso de 
Lyon, 1994). 
 
Material Necessário 
• lenço de papel, para a expectoração; 
 
Posicionamento do Terapeuta 
O terapeuta se posiciona ao lado do paciente, em pé, e com membros 
superiores alinhados e bem posicionados. Deve-se ter cuidado especial com o 
posicionamento dos ombros para que não fiquem tensionados. 
 
Apostila: Manobras de Higiene Brônquica Fisioterapia on-line 
Curso de Fisioterapia Universidade de São Paulo 
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Posicionamento do Paciente 
O paciente se posiciona em decúbito lateral (esquerdo ou direito), dependendo 
da região do pulmão acometida. O lado acometido deve ficar sempre contralateral à 
maca e assim o terapeuta poderá envolver todo o hemitórax do paciente com suas 
mãos, acompanhando e auxiliando manualmente o movimento de volta da “alça de 
balde” realizado pelo gradil costal. 
 
Indicações 
• condições caracterizadas por excessiva produção de muco (mais de 25 
mL/dia). (Goodfellow e Jones, 2001). 
• doenças crônicas como, fibrose cística, bronquiectasias, e brônquite crônica. 
(Goodfellow e Jones, 2001). 
 
Contra-indicações 
• Osteoporose grave 
• Metástase óssea 
• Enfisema Subcutâneo 
• Queimaduras, feridas ou infecção no tórax 
• Broncoespasmo (histórico) 
 
Referências Bibliográficas 
 
Consenso de Lyon, 1994. 
Goodfellow LT, Jones M. Bronchial Hygiene Therapy. Am J Nursing 2002; 102:37-43. 
 
2. Drenagem Autógena 
 
Fundamentação 
A Drenagem Autógena foi desenvolvida na Bélgica, em 1967, por Jean 
Chevailier, como um método de mobilização do muco em paciente com vias aéreas 
Apostila: Manobras de Higiene Brônquica Fisioterapia on-line 
Curso de Fisioterapia Universidade de São Paulo 
16
hipersecretivas (Langenderfer, 1998). Seu objetivo é atingir máximos fluxos 
expiratórios lentos em várias gerações brônquicas, com uma respiração controlada, 
evitando a tosse ou o colapso das vias aéreas durante o procedimento, assim 
mobilizando secreções de diferentes níveis brônquicos. 
Esta técnica é também chamada de auto-drenagem, uma vez que o paciente é 
treinado para que, a partir de uma respiração controlada, consiga mobilizar, coletar e 
expelir a secreção. Essa seqüência simula a tosse espontânea, promovendo controle 
voluntário do reflexo da tosse assim compensando as limitações físicas do 
paciente.(Goodfellow e Jones, 2002) 
 
Técnica de Aplicação 
A drenagem é iniciada com uma inspiração lenta pelo nariz, que é mantida por 
2-3 segundos. A respiração lenta pelo nariz umidifica e aquece o ar inspirado e 
minimiza a turbulência do ar ajudando a evitar a tosse (Fink et al., 2002). 
Na primeira fase (mobilização da secreção) o paciente realiza respiração com 
volume corrente normal, durante algumas vezes, sempre dando um intervalo de 2-3 
segundos entre a inspiração e a expiração. A expiração acontece, com a glote 
aberta, dentro do volume de reserva expiratório. Durante esta fase a secreção das 
áreas mais periféricas é mobilizada. 
Na segunda fase (fase de coleção) o paciente realiza respiração com volume 
corrente aumentado, dando um intervalo de 2-3 segundos entre inspiração e 
expiração e a expiração ocorre dentro do volume de reserva expiratório. Durante esta 
fase supõe-se que a secreção se mova para as grandes vias aéreas. 
Na terceira fase (fase de evacuação), o paciente realiza cinco ou seis 
inspirações segurando o ar por 2-3 segundos seguidas de lenta manobra expiratória 
e cuidadosa limpeza da garganta (Fink et al., 2002). O muco é então direcionado 
para as vias aéreas centrais, onde a cartilagem que a suporta irrita-se promovendo a 
tosse: o muco é, então, expelido. (Langender, 1998) 
Essa seqüência de três fases é repetida várias vezes até o muco ser expelido. 
Quando realizada adequadamente requer 30 – 45 minutos, sendo geralmente feita 
Apostila: Manobras de Higiene Brônquica Fisioterapia on-line 
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duas vezes ao dia. A drenagem autógena requer motivação e concentração por parte 
do paciente. (Langender,1998) 
 
Posicionamento do paciente 
O paciente realiza a técnica em posição sentada, com a coluna ereta. As 
mãos do pacientes são apoiadas contralateralmente, sobre a parte superior direita e 
esquerda do tórax, para que ele perceba a mobilização das secreções. 
Embora o paciente realize a técnica sozinho, ele precisa ser ensinado e 
treinado pelo terapeuta para adquirir percepção dos ruídos brônquicos e realizar a 
respiração adequadamente. 
 
Material Necessário 
• Lenço de papel 
 
Indicações 
Esse procedimento é indicado para pacientes que necessitem limpeza das 
vias aéreas, aptos a para realizar o procedimento sozinhos e que consigam controlar 
a respiração adequadamente. Uma vez aprendido, o paciente pode realizar o 
procedimento durante suas atividades de atividade diária. 
Esta técnica deve ser introduzida para pacientes com idade mínima de 12 
anos, pois é necessário compreensão, concentração e colaboração para se realizar a 
técnica. 
 
Contra-Indicações 
Esse procedimento é contra indicado em pacientes gestantes, com aneurisma 
de aorta abdominal ou osteoporose. Pacientes com déficit cognitivo, que não 
consigam controlar a respiração ou que fadiguem rapidamente. 
 
Limitações da técnica 
 Falta de cooperação do indivíduo e a necessidade de controles para 
orientação e revisão da técnica regularmente (Consenso de Lyon, 1994) 
Apostila: Manobras de Higiene Brônquica Fisioterapia on-line 
Curso de Fisioterapia Universidade de São Paulo 
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Referências Bibliográficas 
Consenso de Lyon, 1994. 
Fink J, Mahlmeister MJ. High-Frequency Oscilation of the Airway and Chest Wall. 
Respiratory Care, 2002. 47: 797-807. 
Goodfellow LT, Jones M. Bronchial Hygiene Therapy. Am J Nursing 2002; 102:37-43. 
Langenderfer B. Alternatives to Percussion and Postural Drainage: a review of mucus 
clearance therapies: percussion and postural drainage, autogenic drainage, positive 
expiratory pressure, flutter valve, intrapulmonary percussive ventilation and high-
frequency chest compression with the thairapy vest. J Cardiopulm Rehab 1998; 
18:283-89. 
Lapin CD. Airway Physiology, Autogenic Drainage and Active Clycle of Breathing. 
Respiratory Care, 2002; 47:778-85. 
 
3. Colete Vibratório (High-frequency chest wall oscillation, HFCWO) 
 
Fundamentação 
A oscilação de alta freqüência da parede torácica foi originalmente 
desenvolvida para promover suporte ventilatório em pacientes em que a ventilação 
mecânica convencional se mostrava inadequada. Porém, mostrou-se muito eficaz 
para o clearance (limpeza) do muco traqueal e melhora da ventilação em animais e 
em estudos clínicos. (Fink e Mahlmeister, 2002) 
Em experimentos in vitro, a oscilação de alta freqüência do fluxo aéreo, 
reduziu a viscoelasticidade do muco, e acredita-se que este tipo de oscilação 
aumente ou reforce a interação do muco com os cílios. 
Acredita-se também que, a oscilação de alta freqüência da paredetorácica, 
possa estimular a liberação de secreção por um mecanismo de indução do reflexo 
vagal, e que essa secreção seja mais facilmente mobilizada pelo fluxo de ar. (Fink e 
Mahlmeister, 2002) 
 
Técnica de Aplicação 
Apostila: Manobras de Higiene Brônquica Fisioterapia on-line 
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Esse sistema é composto por duas partes: primeiro, um gerador de fluxo de 
freqüência variável e grande volume e segundo, um colete inflável. O gerador é 
acoplado ao colete e emite volume de gás que preenche o colete e causa vibração, o 
colete por sua vez faz vibrar a parede torácica. 
O gerador controlado pelo paciente através de um pedal que pode ser 
acionado durante a expiração ou durante um ciclo completo de respiração. A 
freqüência é ajustada entre 5-25 hz, e a pressão do colete entre 28mmHg e 
39mmHg. 
 A terapia dura geralmente 30 minutos e dependendo da necessidade do 
paciente podem ser feitas até 6 sessões por dia. O paciente pode realizar a terapia 
sozinho. 
 
Material Necessário 
• Colete e gerador de fluxo 
 
Posicionamento do paciente 
O paciente utiliza o colete em posição sentada preferencialmente. 
 
Indicações (segundo www.thevest.com) 
• Reduzir a incidência e complicações pulmonares em pacientes com Esclerose 
Lateral Amiotrófica 
• Distrofias Musculares 
• Bronquiequitasia 
• DPOC 
• Paralisia Cerebral 
• Pós Transplante Pulmonar 
 
Referências Bibliográficas 
Fink J, Mahlmeister MJ. High-Frequency Oscilation of the Airway and Chest Wall. 
Respiratory Care. 2002. 47: 797-807. 
Apostila: Manobras de Higiene Brônquica Fisioterapia on-line 
Curso de Fisioterapia Universidade de São Paulo 
20
www.thevest.com 
 
4. Tapotagem 
 
Fundamentação 
 Segundo o Consenso de Lyon (1994), a tapotagem, ou percussão, é uma 
modalidade das Percussões Torácicas Manuais (PTM), que consiste em aplicar 
percussões rítmicas, com as mãos em forma de conchas ou ventosas, sobre áreas 
pulmonares em que se constata a presença de secreções. 
 Embora seja largamente empregada e difundida como técnica de higiene 
brônquica, principalmente nos paises anglo-saxônicos, a tapotagem ainda não foi 
validada em nenhum artigo científico (Consenso de Lyon,1994), sendo sua eficácia 
somente demonstrada de modo empírico, na experiência de cada profissional. E por 
essa razão, essa técnica terapêutica, algumas vezes, perde a sua credibilidade, por 
ser executada de modo inadequado, mostrando assim ser ineficaz e até prejudicial 
para o paciente. 
As PTM têm como objetivo desgrudar as secreções pulmonares das paredes 
das vias aéreas e assim facilitar a mobilização e eliminação destas. Tal objetivo é 
alcançado através de ondas mecânicas, geradas a partir das percussões manuais, 
com freqüência entre 1 a 8 Hz (Lyon,1994), que serão transmitidas pelos tecidos até 
a árvore brônquica. A vibração é capaz de deslocar secreções das regiões 
periféricas para as regiões centrais, de onde serão eliminadas através da tosse ou da 
aspiração. Logo, sua eficácia é proporcional à energia inicial, sendo dependente da 
força da manobra e da rigidez do tórax. 
Alguns autores desacreditam nessa técnica, pois afirmam que a freqüência 
ideal para que haja o transporte das secreções seria entre 25 a 35 Hz, ou seja, muito 
superior àquela conseguida com a percussão manual. Entretanto, outros autores 
acreditam que um fenômeno vibratório, gerado pelas mãos do terapeuta, por 
ressonância, aumentaria a amplitude dos batimentos ciliares, justificando o seu uso 
(Lyon, 1994). 
Apostila: Manobras de Higiene Brônquica Fisioterapia on-line 
Curso de Fisioterapia Universidade de São Paulo 
21
Dessa forma, evidencia-se a necessidade de estudos, com uma metodologia 
aceitável, para verificar, de forma mais precisa, tanto os mecanismos de ação como 
a eficácia das PTM. 
Connors e col (1978) demonstraram que há risco de desenvolver hipoxemia 
após drenagem postural e percussão. Esse fato foi confirmado pelo estudo realizado 
por Falk e col (1984) e por Mc Donnell e col (1986), mas segundo Pryor e col (1990), 
quando a tapotagem era realizada em curtos períodos (menos de 30 segundos) e 
combinada com exercícios de expansão torácica não se observava diminuição da 
saturação de oxigênio. 
 
Posicionamento do Terapeuta e Técnica de Aplicação 
Durante a realização da manobra, o terapeuta também deve estar em uma 
posição confortável, utilizando apoio para os seus pés, para evitar más posturas, 
principalmente, ombros tensionados. 
Antes de iniciar a manobra o terapeuta deverá realizar a ausculta pulmonar 
para identificar as áreas a serem percutidas (tabela 1), ou seja, regiões com 
presença de secreção. 
 
Ruído Adventício Localização 
 Ronco VIA AÉREA alta 
Estertor Crepitante VIA AÉREA baixa – inspiração 
Tabela 1. Localização dos ruídos adventícios na ausculta pulmonar. 
 
Ao realizar as percussões o terapeuta deverá manter a musculatura do 
pescoço relaxada, evitar movimentos de cotovelos e ombros e ter uma boa 
mobilidade da articulação do punho durante o movimento alternado e rítmico de 
flexão e extensão (“quebra do punho”). 
Além disso, o terapeuta deverá pedir ao seu paciente que relaxe a sua 
musculatura paravertebral, assim a transposição das ondas mecânicas até os 
pulmões é facilitada, além de prevenir eventual dor torácica. O paciente também 
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22
deverá ser orientado a inspirar profundamente pelo nariz e soltar o ar suavemente 
pela boca. 
Essa manobra deve ser realizada de tal modo que não cause nenhuma 
sensação dolorosa para o paciente. Sempre lembrar que uma tapotagem torácica 
vigorosa e rápida pode gerar uma sustentação da respiração e com isso induzir 
broncoespasmo em pacientes com vias aéreas hiperreativas (Pryor, 2002). Segundo 
o Consenso de Lyon, não existem evidências cientificas que comprovem que a 
alteração da freqüência e a força da manobra elevem ou diminuam a mobilização 
das secreções brônquicas. 
A tapotagem nunca deve ser realizada diretamente sobre a pele do paciente. 
É necessário o uso de toalha ou lençol sobre o local a ser percutido. 
Após o fim de cada percussão, sugere-se que o terapeuta realize uma curta e 
rápida vibração com as mãos em concha, esse movimento não deve ser realizado 
com muita força e sim com muita técnica, para obter um melhor efeito e não causar 
uma sensação desagradável no paciente. 
O tempo recomendado para a aplicação da tapotagem varia de paciente para 
paciente. Segundo Kisner (1998), esta técnica deve ser realizada por vários minutos 
até que o paciente sinta a necessidade de mudar sua posição para tossir. Para que o 
terapeuta se certifique da eficácia da técnica, ele deve realizar auscultas antes, 
durante e depois da aplicação da manobra. 
 
Posicionamento do Paciente 
O terapeuta deverá sempre buscar o melhor posicionamento de seu paciente, 
para que este se sinta relaxado e confortável durante a terapia. 
Em decúbito ventral o paciente ficará com os braços junto ao corpo e a sua 
cabeça ficará em semi-rotação para um dos lados. Em decúbito lateral, seus braços 
estarão abduzidos, o inferior estará sob a cabeça e o superior sobre a mesma, os 
membros inferiores estarão em semiflexão de quadril e de joelho evitando assim a 
tensão da coluna lombar. O decúbito dorsal e a posição sentada são pouco utilizados 
na prática clínica, pois durante a percussão sobre a região anterior do tórax o 
paciente pode referir dor, e se aplicada sobre as costelas inferiores pode, além da 
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23
dor, causar traumatismos osteoarticulares. A posição sentada quando usada o 
paciente deverá estar confortável e relaxada. 
 
Material Necessário 
• toalha ou lençol que será colocado sobre a região do tórax do paciente a ser 
percutida, para que não haja contato direto entre as mãos do terapeuta e a 
pele do paciente, pois isso lhe causaria uma sensação desagradável; 
• travesseiros e ou rolinhos que serão utilizados para um posicionamento 
adequado e confortável ao paciente durante a manobra; 
• toalha ou lenço de papel que serão utilizados no momento da expectoração; 
• divã, leiito ou cadeira onde o terapeuta ira acomodar o paciente; 
• estetoscópio para realizar a ausculta pulmonar; 
• apoio para os pés do terapeuta durante a realização da manobra; 
 
Indicações 
 Segundo Costa (1999) e Irwin (1994) as indicações são: 
• paciente com Fibrose Cística, Bronquectasia, Bronquite Crônica, ou outras 
condições hipersecretivas; 
• pneumopatias crônicas, doenças neuromusculares; 
 
Contra-indicações 
 Segundo Costa (1999) e Irwin (1994) as contra indicações são: 
• fratura de costelas; 
• fratura de esterno; 
• embolia pulmonar; 
• enfisema sub cutâneo; 
• enxertos cutâneos recentes; 
• cirurgias recentes em tórax; 
• antes de uma hora e meia após a refeição; 
• paciente com hipersensibilidade dolorosa; 
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• paciente com tórax senil ou com osteoporose acentuada; 
 
Cuidados 
Segundo Costa (1999) e Irwin (1994) os cuidados são: 
• Plaquetopenia; 
• arritmias instáveis; 
• osteoporose; 
• osteomielete; 
• infarto agudo do miocárdio (IAM); 
• hemoptise; 
• metástase de pulmão e de mediastino; 
• angina instável; 
 
Referências Bibliográficas 
Boueri CAV, Kleist CM, Feltrin MIZ, Vargas FS. Fisioterapia Respiratória: Análise 
Crítica. Rev. Brasileira Clínica e Terapêutica 1983, (12): 333-336. 
Cieslan N, Imle PC, Klemin CN, Mackenzie CF. Fisioterapia Respiratória em UTI, 3ª 
ed. Ed. Panamericana, 1989. 
Consenso de Lyon, 1994. 
Costa D. Fisioterapia Respiratória Básica; Atheneu, São Paulo, 1999. 
Irwin S, Trecklim JS. Fisioterapia Cardiorrespiratória, 2ª ed. Ed. Manole, 1994. 
Kisner C, Colby LA, Exercícios Terapêuticos Manuais: Fundamentos e Técnicas. 3ª 
edição. Manole, São Paulo, 1998. 
Langenderfer B. Alternatives to Percussion and Postural Drainage: a review of mucus 
clearance therapies: percussion and postural drainage, autogenic drainage, positive 
expiratory pressure, flutter valve, intrapulmonary percussive ventilation and high-
frequency chest compression with the thairapy vest. J Cardiopulm Rehab 1998; 
18:283-89. 
Pryor J, Webber BA. Fisioterapia para Problemas Respiratórios e Cardíacos. 2ª 
edição. Guanabara Koogan. Rio de Janeiro, 2002. 
Apostila: Manobras de Higiene Brônquica Fisioterapia on-line 
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25
www.prudente.unesp.br/dfisio/fisioresp/tratamento.htm 
 
5. Oscilador de Alta Freqüência (OAF) (Flutter ® Shaker®) 
 
Fundamentação 
Os Osciladores de Alta Freqüência (OAF) são dispositivos em forma de 
cachimbo compostos por um bucal, um cone que suporta uma bola de metal e uma 
tampa perfurada que recobre a extremidade onde se localiza a bola. O Flutter ® é a 
versão importada, enquanto o Shaker ®, é a nacional. O primeiro é o aparelho mais 
utilizado em estudos científicos e por isso será citado com maior freqüência ao longo 
do texto. 
Diversos estudos analisaram o Flutter® sob ângulos distintos: eficácia a curto 
e a longo prazo, melhor maneira de utilização, comparação com outros métodos de 
higiene brônquica entre outros. 
 Em um estudo in vitro, Brooks et al. (2002) analisaram a relação entre ângulo 
de inclinação do dispositivo, fluxo de ar, pressão expiratória e freqüência de 
oscilação da esfera. Os autores observaram que a freqüência de oscilação da esfera 
em ângulos positivos em relação ao plano horizontal foi significativamente maior que 
em ângulos negativos e, principalmente, notaram que a inclinação positiva (até 40º) 
associada a um maior fluxo de ar resulta em uma maior pressão expiratória. 
Contrariamente, inclinações negativas diminuem a pressão expiratória. 
 Neste estudo foram utilizados fluxos relativamente baixos (até 1,8 L/s). Apesar 
disso, pressões um pouco maiores que 20 cm H2O foram geradas em quase todos os 
ângulos positivos analisados (10º, 20º, 30º e 40º). Clinicamente, pressões 
expiratórias maiores que 20 cm H2O não são recomendadas, sob risco de 
aprisionamento de ar e barotrauma. Apesar de ser um estudo in vitro, os resultados 
servem para uma melhor compreensão da aplicação clínica do aparelho. 
 A maioria dos estudos envolve pesquisas in vivo, comparando a eficácia de 
diversos métodos fisioterapêuticos. 
 Homnick et al. (1998) estudaram 22 pacientes com fibrose cística, totalizando 
33 internações devido a agudização do quadro clínico, comparando 15 minutos de 
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26
Flutter com 30 minutos do denominado Standard Chest Physical Therapy (CPT), que, 
apesar de não ser descrito pelo autor, se baseia em manobras manuais de higiene 
brônquica, como tapotagem e vibrocompressão. O CPT foi realizado de acordo com 
um protocolo adotado pelo hospital onde o estudo foi realizado. 
 Os autores verificaram que os pacientes que realizaram CPT e Flutter não 
diferiram quanto a testes pulmonares funcionais, tempo de internação e número 
sessões durante o período no hospital. No entanto, melhoras significativas foram 
notadas entre a admissão e a alta para ambos os métodos, no que diz respeito aos 
escores clínicos (como freqüência respiratória, volume de secreção, exame físico do 
peito entre outros) e aos testes de função pulmonar. Uma vantagem do Flutter, 
segundo os autores, é o custo para o hospital. Em um cálculo demonstrado no artigo, 
o CPT gasta em torno de 1.140 dólares por 10 dias de internação, enquanto que o 
tratamento com o Flutter sairia por apenas 170 dólares. A diferença decorre 
principalmente devido ao fato do CPT ser realizado individualmente, requerendo 
dedicação exclusiva de um fisioterapeuta. 
 Além da vantagem financeira, os autores chegaram a conclusão de que o 
Flutter parece ser seguro e eficaz. No entanto, ressaltam que os estudos, tanto os 
que apresentam resultados da utilização do Flutter por um curto período de tempo, 
quanto os que apresentam resultados da utilização por um longo período de tempo, 
não têm sido suficientemente grandiosos para formar uma conclusão definitiva sobre 
a eficácia do Flutter em comparação com outras técnicas. 
 Outro estudo comparativo foi realizado por Thompson et al. em 2002 com 
pacientes portadores de bronquiectasia, porém sem fibrose cística. O Flutter foi 
comparado com o ciclo Ativo de Respiração (CAR), que é basicamente composto, 
segundo os autores, por treinamento do controle da respiração, exercícios de 
expansão torácica e técnica de expiração forçada. 
 Cada um dos métodos foi realizado por 4 semanas em casa, sendo 
comparados os volume expiratório máximo em um segundo (VEF1), capacidade vital 
forçada (CVF), fluxo expiratório forçado (Vmáx) e peso do escarro. Nenhuma 
diferença significativa foi notada, sendo que o Flutter foi tão efetivo quanto o CAR, no 
entanto, melhor aceito pelos pacientes, sendo preferido por 11 dos 17 pacientes. 
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27
 Diferentemente dos artigos acima, McIlwaine et al. (2001) realizaram um 
estudo verificando o uso do Flutter em longo prazo. Os efeitos do uso do Flutter 
foram comparados por aproximadamente um ano com os efeitos do uso de uma 
máscara de pressão expiratória positiva (PEP) em pacientes com fibrose cística. 
Todas as 40 crianças participantes realizavam tratamento com o PEP antes do 
estudo. A partir de então, metade delas continuou com o mesmo tratamento e a outra 
metade começou um novo tratamento, com o Flutter. Foram analisadas as condições 
clínicas, função pulmonar e aderência ao tratamento. 
 Os resultados do grupo do Flutter não foram muito animadores: em 
comparação com o PEP, houve um significativo declínio da capacidade vital forçada 
e uma diminuição similar no volume expiratório forçado. Além disso, houve declínio 
do escore de Huang (um dos escores clínicos utilizados) e aumento do número de 
hospitalizações e do uso de antibiótico. Por isso, neste estudo o Flutter não foi 
efetivo na manutenção da função pulmonar e, além disso, acabou sendo mais 
custoso para o hospital devido ao aumento no número de internações. É bom 
ressaltar que estes resultados só foram obtidos após 6 a 9 meses de tratamento, 
mostrando que pode haver diferenças entre a utilização do Flutter por curtos e longos 
períodos e indicando a necessidade de se realizar mais estudos com ambas 
durações. 
 Uma explicação dos autores para estes resultados é que, ao contrário do PEP, 
com o Flutter não há uma pressão até o fim da expiração e por isso as vias aéreas 
não são mantidas abertas durante toda a fase expiratória da respiração, a qual deve 
continuar até o volume de reserva. Quando a respiração é realizada neste baixo 
volume pulmonar durante o uso do Flutter pode haver aprisionamento de ar e 
diminuição da capacidade vital forçada. 
 Algumas vantagens podem ser destacadas: facilidade de ensino e 
aprendizagem da utilização do aparelho (mesmo para crianças pequenas); pode ser 
utilizado com inalação de aerossol; motiva e aumenta a confiança na terapia 
(Lindemann, 1992 apud. Langenderfer, 1998). 
 Os diferentes e às vezes contraditórios resultados apresentados nesta 
amostra de estudos demonstram que a eficácia do Flutter em relação a outras 
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técnicas não é completamente comprovada, havendo uma necessidade de se 
realizar mais estudos, abrangendo diferentes aspectos do aparelho e de preferência 
com o maior número de voluntários possível, para dar maior força estatística aos 
resultados. 
 
Técnica de Aplicação 
O paciente deve expirar ativamente através do bucal, criando uma pressão 
expiratória positiva (PEP). Quando está pressão atinge a faixa de 10 a 25 cm de 
água, a bola se move verticalmente, para cima e para baixo, ritmicamente (McIlwaine 
et al., 2001). Este movimento cria uma oscilação do fluxo de ar, que vibra as vias 
aéreas. 
Cada terapia deve durar cerca de 15 minutos ou até que cesse a 
expectoração de muco. Cada exalação no bucal é precedida por uma inspiração 
profunda e uma pausa inspiratória (Langenderfer, 1998). Após 5 a 15 repetições 
deste procedimento, o paciente deve ser instruído a expirar forçadamente para que 
haja a remoção do muco. 
Acredita-se que a vibração desprenda a secreção das paredes brônquicas 
(facilitando sua mobilização), estabilize as vias aéreas (impedindo seu fechamento 
prematuro e aumentando o diâmetro dos bronquíolos periféricos) e, talvez, altere a 
quantidade produzida de muco e o seu perfil reológico (Goodfellow e Jones, 2002; 
Thompson et al., 2002 e Brooks et al., 2002; Homnick et al., 1998). Reologia é à 
parte da física que investiga a propriedade e o comportamento mecânico dos corpos 
deformáveis, que não são nem sólidos nem líquidos. Fisiologicamente, acredita-se 
que o OAF cause uma alteração na viscoelasticidade do muco. 
 
Material Necessário 
• Oscilador de Alta Freqüência 
• Toalha ou lenço de papel 
• Divã, cama ou cadeira 
 
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Posicionamento 
• Paciente: sentado, decubito lateral (em posição de DP). 
• Terapeuta: ao lado do paciente, instruindo-o. 
 
Contra-indicações 
• Pressões expiratórias maiores que 20 cm H2O não são recomendadas (risco 
de aprisionamento de ar e barotrauma). (Brooks et al., 2002) 
 
Referências Bibliográficas 
Brooks D, Newbold E, Kozar LF, Rivera, M. The flutter device and expiratory 
pressures. J Cardiopulm Rehab 2002; 22:53-57. 
Goodfellow LT, Jones M. Bronchial Hygiene Therapy. Am J Nursing 2002; 102:37-43. 
Homnick DN, Anderson K, Marks JH. Comparison of the flutter device to standard 
chest physiotherapy in hospitalized patients with cystic fibrosis. Chest 1998; 114:993-
97. 
Langenderfer B. Alternatives to Percussion and Postural Drainage: a review of mucus 
clearance therapies: percussion and postural drainage, autogenic drainage, positive 
expiratory pressure, flutter valve, intrapulmonary percussive ventilation and high-
frequency chest compression with the thairapy vest. J Cardiopulm Rehab 1998; 
18:283-89. 
McIlwaine PM, Wong LT, Peacock D, Davidson AGF. Long-term comparative trial of 
positive expiratory pressure versus oscillating positive expiratory pressure (flutter) 
physiotherapy in the treatment of cystic fibrosis. J Pediatr 2001; 138:845-50. 
Thompson CS, Harrison S, Ashley J, Day K, Smith DL. Randomised crossover study 
of the flutter device and the active cycle of breathing technique in non-cystic fibrosis 
bronchiectasis. Thorax 2002; 57:446-48. 
 
6. Expiração Lenta Total com a Glote Aberta em Decúbito Infralateral (ELTGOL) 
 
Fundamentação 
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30
 A sigla ELTGOL vem do francês Expiration Lente Totale Glotte Ouverte en 
infraLateral, que significa expiração lenta total com a glote aberta em decúbito 
infralateral (isto é, com o lado tratado para baixo). Esta manobra foi proposta pelo 
grupo do belga Guy Postiaux, em 1984, baseada em observações estetoscópicas 
que demonstraram uma mobilização antigravitacional da secreção nas pequenas 
vias aéreas no pulmão do lado apoiado no decúbito lateral (Postiaux, 1999 apud. 
Abreu e Lopes, 2004) 
 Segundo o Consenso de Lyon, a ELTGOL consiste em uma expiração lenta 
iniciada a partir da capacidade residual funcional e realizada até o volume residual. 
Quando o decúbito lateral não puder ser utilizado, a técnica recebe o nome de 
ELTGO, que pode ser realizada de forma autônoma. 
 Também de acordo com o consenso, o objetivo da técnica é elevar ao máximo 
a velocidade de deslocamento do ar nas diferentes gerações brônquicas do aparelho 
respiratório periférico, induzindo, assim, diversos efeitos fisiológicos favoráveis à 
remoção de secreções. A colocação do paciente em decúbito infralateral, indicada 
por aumentar a desinsuflação pulmonar na expiração, deve ser mais pesquisada. Os 
argumentos experimentais ainda não permitem uma avaliação definitiva da validade 
da técnica. 
 Porém, segundo o mesmo consenso, acredita-se que o decúbito infralateral 
acentua a mobilidade do diafragma apoiado, otimizando a respiração abdomino-
diafragmática. O diafragma contralateral encontra-se em posição inspiratória e sua 
relação V/Q é maior em relação ao lado apoiado, o que é importante quando se visa 
inspiração e abertura brônquica. Este fato não interfere na validade do 
posicionamentode decúbito lateral, já que na higiene brônquica se procura favorecer 
a mobilização diafragmática para aumentar a capacidade de compressão de gás na 
expiração, visando a remoção da secreção. 
 Um estudo realizado por Bellone et al. (2000) comparou por um curto período 
a drenagem postural, o Flutter e o ELTGOL, realizados por 30 minutos em 10 
pacientes com exacerbação do quadro de bronquite crônica. Foram analisandos 
saturação de oxigênio e função pulmonar (volume expiratório forçado), medidos logo 
após o tratamento, 15 minutos depois e após 1 hora. 
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 Todas as técnicas foram bem aceitas e não houve alteração na saturação do 
oxigênio e na função pulmonar em nenhuma das medições. Logo após o fim da 
terapia houve um aumento significativo e similar na produção de escarro para as três 
técnicas, porém, após 1 hora, esta produção foi significativamente maior nos 
pacientes que realizaram Flutter e ELTGOL do que nos pacientes que realizaram 
drenagem postural. 
 
Técnica de aplicação 
 O terapeuta deve posicionar o paciente em decúbito lateral, deixando o 
hemitórax a ser tratado do lado apoiado (sobre o leito ou divã). Deve posicionar o 
membro inferior apoiado em tríplice flexão e o membro contralateral em extensão do 
membro. Nesta posição o paciente é orientado a expirar lentamente, através de um 
bucal, da capacidade residual funcional até o volume residual. O bucal é indicado 
para facilitar a manutenção da glote aberta. A ELTGOL dever ser seguida de 
expirações forçadas, quando as secreções atingirem vias aéreas mais proximais. 
O terapeuta deve se posicionar atrás do paciente, que deve estar deitado na 
altura dos seus quadris. Nesta posição, coloca-se uma das mãos no rebordo costal 
do lado apoiado, promovendo um apoio abdominal e torácico, enquanto que a outra 
mão deve realizar um apoio no gradil costal do hemitórax contralateral. Durante a 
expiração, a mão sob o rebordo costal exerce um apoio para induzir a máxima 
desinsuflação do pulmão. Para melhor postura do terapeuta, um suporte pode ser 
posicionado sob seus pés. 
 
Material Necessário 
• Travesseiros ou outros apoios 
• Lenço de papel ou toalhas 
• Tubo para manter a glote aberta 
• Bucal 
 
Posicionamento 
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• Paciente: em DL com o lado a ser tratado apoiado sobre o divã; MI infralateral 
flexão e contralateral estendido 
• Terapeuta: em pé ao lado do paciente 
 
Contra-indicações 
A técnica é contra-indicada para pacientes com (Consenso de Lyon, 1994): 
• descompensação cardiorrespiratória 
• retenção de secreção por lesão cavitária 
Cuidados : pacientes com doenças pleurais ou perfusionais do pulmão ou em 
lesões oncogênicas. 
 
Referências Bibliográficas 
Abreu P, Lopes AA. Manual de técnicas de exame e tratamento nas disfunções 
respiratórias. Escola Superior de Saúde do Alcoitão, 2004. 
Bellone A, Lascioli R, Raschi S, Guzzi L, Adone R. Chest physical therapy in patients 
with acute exacerbation of chronic bronchitis: effectiveness of three methods. Arch 
Phys Med Rehabil 2000; 81:558-60. 
Consenso de Lyon, 1994. 
 
7. Técnica de Expiração Forçada (TEF) ou “Huffing” 
 
Fundamentação 
A TEF ou Huffing consiste em uma expiração forçada com a glote aberta, 
pedindo ao paciente que diga a palavra “huf”, tentando alongar o “h”, ou “Ahh”. 
 Atualmente uma nova classificação desta técnica está sendo adotada. Em 
muitos artigos se encontra “Active Cycle of Breathing Technique” (ACBT), que 
significa Ciclo Ativo da Respiração (CAR). Lapin (2002) inclui a TEF no denominado 
CAR, que abrange uma série de manobras: 
• Técnica de Expiração Forçada (TEF) 
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33
• Controle da Respiração (CR): respiração tranqüila do paciente, dentro do seu 
volume corrente e com fluxo respiratório de repouso. 
• Exercícios de Expansão Torácica (EET): inspirações profundas, vagarosas e 
relaxadas, até o volume de reserva inspiratório. Pode-se ou não manter o ar 
nos pulmões por algum tempo. A expiração deve ser lenta e não forçada. 
O Consenso de Lyon não reconhece a eficácia dessa técnica, mas discute três 
mecanismos possíveis para a sua ação: 
• O aumento do fluxo na boca ajudaria a limpar as vias aéreas, assim como 
aconteceria com a tubulação de um compressor de alta pressão. 
• O processo de abertura e fechamento dos bronquíolos gera um fenômeno 
equivalente às vibrações, porém inconstante. 
• Possibilidade de fechamento das vias aéreas periféricas próximas aos 
alvéolos, o que geraria um fenômeno de “varredura” (efeito tubo de pasta 
dental). 
Diversos estudos comparam o CAR e outras técnicas. 
Miller et al. (1995) comparou a presente técnica com a drenagem autógena em 
pacientes com fibrose cística, sendo que ambos os métodos melhoraram a 
ventilação e não apresentaram diferenças nas medições de peso do escarro, 
freqüência cardíaca e média de saturação de oxigênio (no entanto, 4 pacientes 
dessaturaram durante o CAR). A drenagem autógena realizou uma higiene brônquica 
mais rápida e obteve um melhor fluxo expiratório forçado de 25% a 75% em relação 
o CAR. Esta, no entanto, apresentou uma melhor capacidade vital forçada. Com 
estes resultados semelhantes os autores consideraram ambas as técnicas eficazes. 
 Diferentemente deste estudo, ainda em relação a drenagem autógena, Pryor 
(1999, apud. Goodfellow, 2002) obteve resultados que indicam que a produção de 
muco e a sua limpeza foram melhores realizadas com o CAR do que com a 
drenagem autógena. 
 Outra pesquisa (já citado no texto sobre o Flutter), realizado por Thompson et 
al. (2002) comparou o CAR com o Flutter. Os autores chegaram a conclusão de que 
a utilização domiciliar do Flutter em casa é tão efetiva quando o CAR para pacientes 
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com bronquiectasia não relacionada a Fibrose Cística. O aparelho, no entanto, tem 
maior aceitação pelos pacientes. 
 
Técnica de aplicação 
 Para a realização da TEF, o paciente deve estar em sedestação, para 
favorecer a excursão diafragmática. Segundo Lapin (2002), a série começa com o 
paciente respirando normalmente, até um pouco acima do volume corrente. Então, o 
paciente deve realizar sopros curtos (huffs), chegando até o volume de reserva 
expiratório (mas não até o volume residual). Os huffs seguintes podem começar em 
volumes pulmonares mais altos, alcançando o volume de reserva inspiratório. 
 Como citado anteriormente, pode haver associação da TEF com as manobras 
de CR e EET, formando um conjunto denominado Ciclo Ativo da Respiração. Webber 
e Pryor (1999, apud. Lapin, 2002) propuseram 3 tipos de rotina. Na primeira, e mais 
simples, deve-se repetir o ciclo CR-EET-CR-TEF, sendo mais aplicável em pacientes 
com hipersecreção, mas sem muita hiperreatividade de vias aéreas, atelectasia ou 
fechamento das vias aéreas. Na segunda rotina deve haver mais repetições do CR 
ou então um maior tempo de realização para cada vez que se realizar o CR. Isso 
diminui os riscos de broncoespasmo para os paciente com potencial para tal. A 
última rotina é composta por mais CR e EET, sendo mais adequado para pacientes 
com fechamento de vias aéreas, atelectasia ou hiperreatividade de vias aéreas. 
 O terapeuta deve se posicionar lateralmente ao paciente, uma vez que a 
expiração forçada ou mesmo a tosse conseqüenteà manobra pode expô-lo à 
secreção. 
 
Material Necessário 
• Lenço de papel ou toalhas para ser usado na eliminação de secreção 
• apoio para os pés do terapeuta 
 
Indicações 
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O CAR também é indicado para pacientes com propensão a colapso de vias 
aéreas durante a tosse, como aqueles com enfisema, fibrose cística e bronquiectasia 
(Hardy, 1994 apud. Goodfellow, 2002). 
 
Contra-indicações 
A manobra pode ser repetida tantas vezes quanto o paciente tolerar, visando à 
expectoração máxima de secreções. A repetição dessa manobra pode estimular a 
tosse espontânea. 
 
Referências Bibliográficas 
Goodfellow LT, Jones M. Bronchial Hygiene Therapy. Am J Nursing 2002; 102:37-43. 
Lapin CD. Airway Physiology, Autogenic Drainage and Active Clycle of Breathing. 
Respiratory Care, 2002; 47:778-85. 
Miller S, Hall DO, Clayton CB, Nelson R. Chest physiotherapy in cystic fibrosis: a 
comparative study of autogenic drainage and the active cycle of breathing techniques 
with postural drainage. Thorax, 1995; 50:165-69. 
Thompson CS, Harrison S, Ashley J, Day K, Smith DL. Randomised crossover study 
of the flutter device and the active cycle of breathing technique in non-cystic fibrosis 
bronchiectasis. Thorax 2002; 57:446-48. 
 
8. Tosse 
 
Fundamentação 
 A tosse tem a finalidade de limpar a árvore traqueo-brônquica através da 
propulsão de secreções ou corpos estranho para a orofaringe ou a boca. Atua, 
portanto, como um mecanismo de defesa do sistema respiratório. A tosse pode ser 
voluntária ou então estimulada. 
 A tosse voluntária, também chamada de dirigida ou controlada, é a mais 
utilizada pelo fisioterapeuta, podendo ocorrer em alto volume (com início na 
capacidade pulmonar total) ou em baixo volume (iniciada na capacidade residual 
funcional). Pode ser, ainda, em um único acesso ou tosses consecutivas. É uma 
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técnica bastante empregada após outras manobras que visam a remoção das 
secreções no trato respiratório. 
A tosse pode ser estimulada manualmente através de movimentos realizados 
pelo terapeuta em regiões da traquéia. Muitos receptores da tosse lá estão 
localizados, portanto, quando há uma diminuição do reflexo da tosse, estímulos 
mecânicos na traquéia podem provocá-la. 
 O Consenso de Lyon (1994) apresenta uma série de fatos que dão um suporte 
fisiológico e fisiopatológico para a tosse como um recurso terapêutico: 
• A velocidade da tosse para remoção de secreção ultrapassa qualquer outra 
técnica de higiene brônquica; 
• É eficaz para drenar as primeiras 5 a 6 gerações brônquicas no caso de uma 
síndrome obstrutiva; 
• A expectoração é diretamente proporcional à duração da tosse e o número de 
acessos sucessivos; 
• A drenagem do setor periférico deve ser realizada em baixo volume pulmonar. 
Mesmo assim, essa limpeza não é tão eficaz quanto a tosse em alto volume 
pulmonar para a limpeza das vias aéreas centrais, uma vez que o 
deslocamento periférico do ponto de igual pressão (ponto de colapso dos 
alvéolos) não consegue compensar a diminuição do fluxo causada pelo fato 
de se realizar a manobra a partir da capacidade residual funcional; 
 O Consenso de Lyon, a partir da revisão de literatura, considera a tosse 
eficaz, devido à quantidade de muco secretado e da estabilidade da árvore 
brônquica. A tosse dever ser potente, de preferência a partir de altos volumes 
pulmonares e após manobras que privilegiem a expiração (como o Flutter, huffing 
entre outros). Duas grandes vantagens desta técnica são a ausência de custo e a 
autonomia do paciente após orientação e educação adequadas. 
 
Técnica de Aplicação 
 O fisioterapeuta pode auxiliar o paciente na tosse voluntária ou então provocar 
uma tosse reflexa. 
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 Na tosse voluntária a técnica é realizada, de preferência, com o paciente 
sentado, através de uma pressão rápida com a região palmar de uma das mãos 
sobre a região póstero-superior do tórax do paciente. A outra mão é posicionada 
anteriormente para fixar e estabilizar o tronco. A pressão é exercida no momento em 
que o paciente tosse ou tenta tossir, sendo repetida 2 ou 3 vezes. 
 O paciente deve ser instruído antes da aplicação da técnica a tossir 
corretamente, com a ativação da musculatura abdominal. Além disso, ele deve 
inspirar até a capacidade pulmonar total para que o fluxo seja maior e mais rápido, 
causando uma melhor propulsão da secreção. Solicita-se ao paciente uma leve 
extensão de tronco na inspiração e flexão na expiração, favorecendo a mecânica da 
tosse. 
A tosse também pode ser estimulada, principalmente através de duas 
maneiras: estímulo de fúrcula e deslocamento látero-lateral da traquéia. 
Na estimulação da fúrcula deve-se posicionar um ou dois dedos na traquéia 
do paciente, na altura da fúrcula e realizar um movimento rápido para dentro e 
lateralmente. 
Já no deslocamento látero-lateral da traquéia procura-se apoiar a traquéia, na 
região cervical anterior, com os dedos e movimente-a de um lado para outro. 
 As manobras que desencadeiam a tosse reflexa são desconfortáveis e devem 
ser indicadas para os casos onde não seja possível obter tosse voluntária, como em 
pacientes com baixo nível de consciência ou com dificuldade cognitiva. 
 
Material Necessário 
• Lenço de papel ou toalhas para ser usado na eliminação de secreção 
• apoio para os pés do terapeuta 
 
Tosse e doenças 
 Segundo o Consenso de Lyon (1994): 
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• Pacientes com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC): a expectoração, 
após uma única inspiração, aparece melhor em acessos de tosse 
consecutivos do que num acesso isolado; 
• Pacientes com bronquiectasia: tosse é ineficaz na periferia; 
• Pacientes com Insuficiência Ventilatória Obstrutiva (IVO): a tosse a baixo 
volume é ineficaz quando o VEF1 é menor que 1 litro, pois pode gerar fluxo 
retrógrado; 
• Pacientes com paralisia: a tosse é ineficaz quando a força dos músculos 
expiratórios é menor que 60 cm H2O; 
• Pacientes em crise asmática ou no broncoespasmo com retenção de 
secreção: há risco de exacerbação do quadro pela tosse; 
• Pacientes neonatos: menos da metade apresenta tosse espontânea ou por 
estimulação da laringe (reflexa). Geralmente as pressões expiratórias manuais 
tóracoabdominais são adequadas para desencadear a tosse. 
 
Contra-indicações (Consenso de Lyon, 1994) 
 A tosse é contra-indicada nos seguintes casos: 
• Contusões torácicas, pneumotórax não drenado, fraturas de costelas e do 
gradil costal; 
• Traumatismos intracranianos; 
• Ressecção ou sutura da traquéia; 
• Cirurgias de estenose pós-intubação; 
• Hérnia abdominal e de hiato graves. 
 
Cuidados (Consenso de Lyon, 1994) 
 Em caso de tosse espontânea, violenta, repetida e muito prolongada, pode 
ocorrer: 
• Nas vias aéreas superiores: traumatismo de laringe e esmagamento da 
epiglote sobre a faringe; 
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• Nas vias aéreas inferiores: redução da depuração mucociliar no local limitante 
e risco de ruptura alveolar; 
• Tórax: fraturas, se houver osteoporose; 
• Abdome: hérnia, prolapso vaginal, incontinência urinária, hematoma da parede 
abdominal;• Circulação cerebral (por aumento da pressão do liquor): vertigens, vista turva; 
• Circulação sistêmica e pulmonar: picos hipertensivos. 
 
Referências Bibliográficas 
Consenso de Lyon, 1994. 
Costa D. Fisioterapia Respiratória Básica. Atheneu, São Paulo, 1999. 
 
9. Drenagem Postural 
 
Fundamentação 
 A Drenagem Postural (DP) é um recurso terapêutico simples, amplamente 
utilizado na fisioterapia respiratória (FTR), que tem como objetivo auxiliar a 
mobilização das secreções brônquicas e assim ajudar na higiene brônquica, 
baseando-se no princípio físico da ação da gravidade e na conformação da árvore 
brônquica. Geralmente, a DP é associada às MHB (ex: tapotagem, vibrocompressão, 
inaloterapia), e às manobras que facilitem a expectoração das secreções (ex: 
inaloterapia e técnicas de aspiração). 
Quando recordamos a anatomia da árvore brônquica, notamos que ela se 
assemelha a uma árvore invertida, com o tronco para cima e os galhos e as folhas 
para baixo. Esta conformação favorece o acúmulo de secreções nas bases 
pulmonares (área mais distal da árvore brônquica) devido à ação da gravidade. Por 
essa razão, o princípio da DP se baseia na ação da gravidade sobre os diversos 
segmentos pulmonares (tabela 2). 
A posição adotada durante a DP deve ser capaz de facilitar o fluxo das 
secreções das ramificações brônquicas para a traquéia, de onde serão eliminadas do 
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sistema respiratório através da expectoração ou da aspiração. Além disso, para 
manter as condições do pulmão sadio, deve-se realizar, após a drenagem seletiva do 
pulmão afetado, uma drenagem geral do lado são, evitando o aparecimento de áreas 
de atelectasia ou de acúmulo de secreções (Costa, 1999). Para obter tal posição, 
pode-se inclinar a cama, o leito, o divã ou ainda usar suportes como travesseiros, 
rolinhos, almofadas. 
 
 Pulmão Direito Pulmão Esquerdo 
Lobo Segmento Lobo Segmento 
Lobo Superior Apical Lobo Superior Ápico-Posterior 
 Posterior Anterior 
 Anterior Língula 
Lobo Médio Lateral • Superior (S) 
 Medial • Inferior (I) 
Lobo Inferior Superior Lobo Inferior Basal Lateral 
 Basal lateral Basal Anterior 
 Basal Anterior Basal Médio 
 Basal Médio Basal Posterior 
 Basal Posterior 
 
Tabela 2. Lobos e Segmentos Pulmonares Direito e Esquerdo. 
 
Técnica de Aplicação 
• explique ao paciente a importância da mudança de seu decúbito para 
promover a Higiene Brônquica; 
• afrouxar as vestes do paciente, não sendo necessário expor a sua pele, assim 
o paciente pode permanecer com uma camisa ou uma camiseta leve; 
• travesseiros ou outros apoios devem ser utilizados para o posicionamento do 
paciente e também para evitar o contato direto entre as proeminências ósseas 
evitando assim o aparecimento das úlceras por pressão. 
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• levar sempre em consideração as condições gerais do paciente, fatores como 
dor, presença de acessos venosos, de dreno, etc; 
• em cada posição ficar atento a saturação de oxigênio, o conforto respiratório e 
do próprio paciente; 
• se a posição for muito desconfortável para o paciente, tentar mantê-lo nesta 
posição por pelo menos cinco minutos, pois nesse período haverá uma 
redistribuição da ventilação, da perfusão sanguínea e do fluxo linfático; 
 
Posições da DP 
As posições e o grau de inclinação que serão adotados dependerão da 
posição da área pulmonar a ser drenada. Segundo alguns autores (Fink, 2002; 
Carvalho, 2001; Costa, 1999), adotam-se inclinações de 10° a 15° para áreas 
correspondentes ao lobo médio e à língula, e em torno de 20° a 30° para áreas 
correspondentes às bases pulmonares. Para os ápices pulmonares, o paciente será 
posicionado em posição semi-sentada, variando em função de cada área. 
 
 
 
A - segmento apical do LSD e subsegmento apical do segmento apical-posterior do LSE 
B - segmento posterior do LSD e subsegmento posterior do segmento apical-posterior do 
LSE 
C - segmentos anteriores de ambos os lobos superiores. Paciente em decúbito dorsal,com 
leve rotação para o lado contrário ao que está sendo drenado. 
D - segmentos superiores de ambos os lobos inferiores. 
E - segmentos basais posteriores de ambos os lobos inferiores 
F - segmento basal lateral do lobo inferior direito 
G - segmento basal anterior do lobo inferior esquerdo (inclinação de 45 cm) 
H - lobo médio direito (inclinação 35 cm) 
I - segmentos lingulares do lobo superior esquerdo (inclinação 35 cm) 
ROZOV, T. Doenças Pulmonares em Pediatria. Diagnóstico e Tratamento. Atheneu, 1999. 
 
 
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 Durante a DP o terapeuta deve se certificar que o seu paciente esteja 
confortável, relaxado e respirando profundamente, porém sem hiperventilar. 
 
Tempo da DP 
Para determinar o tempo em que o paciente irá permanecer em cada posição 
deve-se fazer uma avaliação cuidadosa do paciente, observando suas condições 
gerais, realizando a ausculta pulmonar, ou seja, o tempo da DP é um aspecto muito 
relativo/subjetivo. Entretanto, Costa (1999) recomenda que o paciente fique por 15 a 
30 minutos em cada posição, lembrando que deve sempre ser levado em 
consideração a tolerância do paciente e a monitorização da pressão arterial, 
saturação de oxigênio e dispnéia. 
 Segundo Kisner (1998), recomenda-se a realização de até quatro sessões 
diárias, nas situações de agudização do quadro hipersecretivo. E para manutenção 
recomenda-se realizar uma ou duas sessões de DP por dia, para prevenir acúmulo 
de secreções. Segundo essa autora, se a tosse do paciente não for produtiva após 5 
a 10 minutos de posicionamento, deve-se passar para a posição seguinte, pois as 
secreções mobilizadas durante a terapia podem não ser expectoradas pela tosse 
após 30 a 60 minutos do tratamento. Além disso, a autora afirma que a duração total 
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do tratamento não deve ultrapassar 40 a 45 minutos, pois o procedimento é muito 
cansativo para o paciente. 
 
Material Necessário 
• travesseiros ou outros apoios devem ser utilizados para o posicionamento do 
paciente; 
• lenço de papel ou toalhas que serão usadas no momento da expectoração; 
 
Indicações 
 Pacientes com fibrose cística, bronquiectasia, ou outras condições 
hipersecretivas (mais de 30mL de secreção por dia) e que tenham dificuldade de 
expectorá-la; 
 
Contra-indicações 
Segundo Fink (2002), a decisão de utilizar a DP durante a terapia deve ser 
feita analisando os prós e contras para cada paciente. A seguir, uma lista de contra 
indicações para o uso da DP: 
• hipertensão intracraniana (> 20 mmHg); 
• dores instáveis de cabeça e de pescoço;• presença de hemorragias, hemoptise e instabilidades hemodinâmica; 
• pós-operatório de neurocirurgias, anastomose esofágica, hérnia de hiato... 
• paciente em ventilação mecânica e com insuficiência respiratória aguda; 
• infarto agudo do miocárdio (IAM), arritmias, insuficiência cardíaca congestiva 
(ICC), angina pectoris ao exercício; 
• edema agudo de pulmão (EAP), embolia pulmonar, tuberculose (TB) ativa, 
pneumotórax, derrame pleural extenso; 
• a DP não deve ser realizada logo após a refeição, ou por pacientes com 
problema de refluxo gastresofágico (DRGE), pois há risco de ocorrer 
aspiração, o que poderia levar, por exemplo, a um quadro de pneumonia; 
• sempre que o paciente referir intolerância à determinada posição; 
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Além disso, Costa (1999) alerta para que o terapeuta certifique-se das 
condições gerais do paciente, principalmente as de natureza cardiovascular e 
respiratória. 
 
Referências Bibliográficas 
Boueri C A V, Kleist C M, Feltrin M I Z, Vargas F S. Fisioterapia Respiratória: Análise 
Crítica. Rev. Brasileira Clínica e Terapêutica 1983, (12): 333-336. 
Carvalho M. Fisioterapia Respiratória: Fundamentos e Contribuições 5ª edição, 
Revinter, Rio de Janeiro, 2001. 
Consenso de Lyon, 1994. 
Costa D. Fisioterapia Respiratória Básica; Atheneu, São Paulo, 1999. 
Fink J B. Positioning Versus Postural Drainage. Respiratory Care 2002.47; (7): 769-
777. 
Kisner C, Colby L A. Exercícios Terapêuticos Manuais: Fundamentos e Técnicas. 3ª 
edição. Manole, São Paulo, 1998. 
Langenderfer B. Alternatives to Percussion and Postural Drainage: a review of mucus 
clearance therapies: percussion and postural drainage, autogenic drainage, positive 
expiratory pressure, flutter valve, intrapulmonary percussive ventilation and high-
frequency chest compression with the thairapy vest. J Cardiopulm Rehab 1998; 
18:283-89. 
Pryor J, Webber B A. Fisioterapia para Problemas Respiratórios e Cardíacos. 2ª 
edição. Guanabara Koogan. Rio de Janeiro, 2002. 
www.prudente.unesp.br/dfisio/fisioresp/tratamento.htm 
 
10. Inaloterapia 
 
Fundamentação 
 A Inaloterapia é indicada para o tratamento de doenças broncopulmonares, 
que são caracterizadas principalmente por hipersecreção, pois o uso da inalação 
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hidrata o muco acumulado nas vias aéreas, através da utilização de soluções 
salinas, facilitando a sua eliminação. 
 Para que seja eficaz, o uso desta terapia deve ser bem definido, e para isso 
deve-se conhecer os seus princípios básicos: tamanho das partículas, densidade da 
névoa, tipo de inaloterapia a ser indicada, tempo e volume da inaloterapia, tipo de 
aparelho, riscos e contra-indicações. 
 
Tamanho das Partículas 
Para se aplicar a inaloterapia é essencial o conhecimento das partículas do 
aerossol e a sua deposição ao longo da árvore brônquica. Segundo Newman e 
colaboradores (1986), a deposição das partículas ao longo do trato respiratório 
depende de seu tamanho, do grau de obstrução do fluxo aéreo e do método da 
inalação. 
Segundo Clarke (1988), partículas grandes, de 5 a 10 microns, depositam-se 
na orofaringe e nas vias aéreas superiores por impactação, pois nesses locais o 
diâmetro da área seccional da via aérea é menor e o fluxo aéreo é maior. Partículas 
entre 0.5 a cinco microns se depositam por sedimentação gravitacionais nas vias 
aéreas inferiores e nos alvéolos (para atingir os alvéolos, as partículas precisam ser 
menores que dois microns), neste ponto, o diâmetro da área seccional da via aérea é 
maior e o fluxo aéreo menor. 
 
Densidade da Névoa 
A densidade da névoa formada depende do número de partículas presente. 
Quanto mais densa for a névoa, maior a probabilidade de um número suficiente de 
partículas alcancem as vias aéreas menores para a maior eficácia do tratamento. 
 
Tipo de inaloterapia a ser indicada 
A inaloterapia pode ter duas finalidades: hidratar e fluidificar as secreções ou 
administrar medicamentos, através das partículas em aerossol, até os brônquios 
menores. No primeiro caso, pretende-se a umidificação, que utiliza micropartículas 
de soro fisiológico em aerossol para facilitar a eliminação do muco, já no segundo 
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caso, pretende-se a administração de drogas (geralmente, com efeito 
broncodilatador), sob prescrição médica. 
Há dois tipos de nebulizadores: de jato e os ultra-sônicos. 
 
� Nebulizadores de jato: 
Nos nebulizadores de jato, o fluxo de ar comprimido ou oxigênio passa pelo 
orifício de Venturi, se expandindo o que leva à diminuição brusca de sua pressão e 
grande aumento de sua velocidade. Através do efeito Bernoulli, o líquido do 
reservatório de inalação é absorvido e assim são gerados os aerossóis. As partículas 
maiores serão retidas por anteparos, juntando-se novamente ao restante do líquido 
do reservatório para serem re-nebulizadas, e, as menores, serão inaladas. 
Para conseguir a melhor eficiência dos nebulizadores de jato é preciso: 
o Fluxo de ar ou de oxigênio de 6 a 8 L/min; 
o 3 a 4 ml de soro fisiológico como diluente; 
o Respirar pela boca em volume corrente; 
o Adaptar firmemente a mascara na face do paciente; 
Uma das maiores desvantagens dos nebulizadores de jato é a falta de 
calibração dos fluxômetros, compressores e copinhos de nebulização, mesmo dentro 
dos hospitais, o que pode levar à produção de aerossóis maiores do que o desejado 
e menor deposição pulmonar. Outra desvantagem desse tipo de nebulizador o custo 
com o oxigênio (gasto em média de 6L/min por 15 min) e a manutenção e a limpeza 
do aparelho, já que para se evitar contaminação e obstrução dos orifícios de 
produção de aerossóis é necessário lavá-los com água morna após cada sessão, e 
esterilizar semanalmente os copinhos de nebulização com solução de vinagre e água 
na proporção de 1:1 por 30 minutos. 
 
� Nebulizadores ultra-sônicos 
Nesse tipo de nebulizador a energia gerada pela vibração de um cristal 
piezoelétrico é transmitida até a superfície da solução, gerando gotículas que serão 
liberadas na forma de aerossóis. 
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Os nebulizadores ultra-sônicos conseguem aerossolizar a solução mais 
rapidamente do que os nebulizadores de jato e são mais silenciosos, porém são mais 
caros. 
Uma outra desvantagem desse tipo de nebulizador é o fato de que ele gera 
partículas de aerossóis maiores, ou seja, há uma maior deposição na orofaringe 
podendo desencadear tosse no paciente. 
 
Referências Bibliográficas: 
Carvalho M. Fisioterapia Respiratória: Fundamentos e Contribuições 5ª edição, 
Revinter, Rio de Janeiro, 2001. 
Consenso de Lyon, 1994. 
Costa D. Fisioterapia Respiratória Básica; Atheneu, São Paulo, 1999 
Franco C A de B, Silva K M, Oliveira J, Sá V L. Princípios da Inaloterapia. ARS 
CVRANDI 1985, 18 (4): 73-79. 
Manual de Pneumologia. Sociedade Brasileira de Penumologia e Tisiologia, 2002. 
Pryor J, Webber B A. Fisioterapia para Problemas Respiratórios e Cardíacos. 2ª 
edição. Guanabara Koogan. Rio de Janeiro, 2002. 
www.prudente.unesp.br/dfisio/fisioresp/tratamento.htm

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