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Produção de formas farmacêuticas estéreis Tecnologia de Medicamentos e Cosméticos Profa. Ma. Karina Honda Adati 1. Definição • Produtos farmacêuticos estéreis são formas farmacêuticas isentas de microorganismos viáveis. • Medicamentos injetáveis são preparações: • Estéreis; • Apirogênicas; • Livre de material particulado; • Pressão osmótica próxima à do plasma; • Destinados à administração parenteral. Definição • Podem ser soluções, suspensões mas também formas sólidas como os pellets para implantação subcutânea. 2. Exemplos de produtos farmacêuticos • Parenterais diretos (injetáveis) ▫ De grande volume: ≥ 100 mL ▫ De pequeno volume: < 100 mL • Produtos oftálmicos • Soluções para diálise (hemodiálise ou diálise peritoneal) • Soluções para irrigação • Pellets para implante cutâneo 3. Aplicação parenteral • PARENTERAL • Do grego: para + enteron • para = ao lado + enteron = intestino • Aplicações fora do trato gastrintestinal: • – Parenteral direta: injetável • – Parenteral indireta: aplicação tópica 3.1. Aplicação parenteral direta 3.1. Aplicação parenteral direta Critérios de seleção de agulhas: −Tipo de administração −Viscosidade da formulação −Idade do paciente −Peso do paciente 3.1. Aplicação parenteral direta Diálise: Hemodiálise Diálise Peritoneal 4. Formulação Qualidade microbiológica das matérias- primas: Estéril ou baixa contaminação. A formulação deve ser livre de pirogênio. 4. Formulação • Características: • Não irritante; • Atóxico; • Não sensibilizante; • Sem atividade farmacológica; • Viscosidade deve possibilitar o uso de seringas; • Sem impacto para atividade farmacológica do fármaco; • Ponto de ebulição e pressão de vapor devem permitir a esterilização por calor; 4. Formulação • Veículos aquosos: ▫ Água para injeção (API- USP); ▫ Água estéril para injeção (USP); ▫ Água bacteriostática para injeção (USP); ▫ Injeção de Cloreto de sódio (USP); ▫ Injeção de Cloreto de Sódio Bacteriostático (USP) ▫ Injeção de Ringer (USP); ▫ Injeção de Ringer Lactato (USP). • Veículos não-aquosos: ▫ Óleos vegetais fixos (milho, algodão, gergelim, amendoim, rícino e azeite de oliva); ▫ Glicerina; ▫ Polietilenoglicois; ▫ Propilenoglicol; ▫ Oleato de etila; ▫ Miristato de isopropila; ▫ Dimetilacetamida. 4. Formulação Substâncias adicionadas: Usadas para aumentar estabilidade ou utilidade de uma preparação para uso injetável. Corantes são estritamente proibidos 4. Formulação • Substâncias permitidas: • Conservantes Recipientes dose múltipla o uso é obrigatório dentro dos limites especificados; • Tampões; • Solventes e co-solventes; • Antioxidantes; • Gás inerte (para aumentar estabilidade química evitando a reação do ativo com oxigênio do ar) 5. Processos de produção de estéreis Esterilização terminal: O produto é esterilizado dentro da embalagem primária. O fármaco deve ser resistente ao processo de esterilização escolhido. Ex: calor úmido (autoclavagem). 5. Processos de produção de estéreis Filtração esterilizante: O produto é esterilizado através da passagem por filtro com porosidade de pelo menos 0,22 μm. • Recomenda-se o uso de pré-filtro de 0,45 μm. 5. Processos de produção de estéreis Processo Asséptico: O processo é estéril desde as matérias- primas. • Não é realizada nenhuma operação para que o produto obtido se torne estéril. Segundo a RDC 17/10, a filtração esterilizante também pode ser uma operação do processo asséptico. 5. Processos de produção de estéreis • Esterilização terminal: métodos para esterilização • Método preferencial: calor 5. Processos de produção de estéreis Tipo de método Produto Calor úmido Materiais permeáveis ao vapor e de soluções aquosas Calor seco Líquidos não aquosos ou produtos em pó Radiação (radiação ultravioleta não é um método aceitável de esterilização) Materiais e produtos sensíveis ao calor. Por outro lado, muitos medicamentos e alguns materiais de embalagem são sensíveis à radiação. Gases ou fumigantes Somente devem ser usados quando não houver nenhum outro método disponível. 5. Processos de produção de estéreis • Equipamentos para esterilização por calor Autoclave: calor úmido Autoclave Laboratorial Autoclave Industrial 5. Processos de produção de estéreis • Equipamentos para esterilização por calor Estufa: calor seco Estufa Laboratorial Estufa Industrial 5. Processos de produção de estéreis Equipamentos para esterilização por radiação Irradiador Gama 5. Processos de produção de estéreis Equipamentos para esterilização por aplicação de gases (no exemplo da figura trata-se de óxido de etileno) 5. Processos de produção de estéreis Filtração esterilizante Membranas para filtração esterilizante Poros da membrana 0,22 μm 5. Processos de produção de estéreis • Validação de membrana: Filtração esterilizante são consideradas esterilizantes as membranas capazes de reter 100% de uma cultura contento 10 7 de Brevundimonas diminuta (ATCC 19146) por cm² de superfície de membrana filtrante, sob pressão mínima de 30 psi (2 bar). Retenção de Brevundimonas diminuta por filtração esterilizante 5. Processos de produção de estéreis • Produção Asséptica 6. Cuidados na produção de estéreis • Ambiente: Áreas limpas • Monitoramento ambiental ▫ Contagem de partículas ▫ Avaliação microbiológica 6. Cuidados na produção de estéreis • Pessoas: ▫ Treinamentos específicos ▫ Higiene pessoal ▫ Condições de saúde 6. Cuidados na produção de estéreis • Materiais: ▫ Baixa contaminação ou ▫ Esterilidade (produção asséptica) • Equipamentos: ▫ Validação de limpeza 6. Cuidados na produção de estéreis Áreas Limpas (ou Salas Limpas): Áreas nas quais a concentração de partículas viáveis ou não-viáveis em suspensão no ar é cuidadosamente controlada (entrada, geração, retenção) 6. Cuidados na produção de estéreis 6. Cuidados na produção de estéreis • Segundo RDC 17/2010 Capítulo IV – Fabricação de Preparações Estéreis: • § 3° As áreas limpas utilizadas na fabricação de produtos estéreis são classificadas em quatro diferentes graus, sendo eles: 6. Cuidados na produção de estéreis • I – grau A: zona de alto risco operacional, por exemplo, envase e conexões assépticas. Normalmente estas operações devem ser realizadas sob fluxo unidirecional. Os sistemas de fluxo unidirecional devem fornecer uma velocidade de ar homogênea de aproximadamente 0,45 m/s ± 20% na posição de trabalho; 6. Cuidados na produção de estéreis • II – grau B: em áreas circundantes às de grau A para preparações e envase assépticos; e • III – grau C e D: áreas limpas onde são realizadas etapas menos críticas na fabricação de produtos estéreis. 6. Cuidados na produção de estéreis Classificação de áreas limpas para produção de medicamentos (segundo RDC 17/2010) 6. Cuidados na produção de estéreis Comparação entre os diferentes sistemas para classificação de áreas limpas em repouso (segundo RDC 17/2010) 6. Cuidados na produção de estéreis Tipo de produção Manipulação da formulação Envase Esterilização TerminalMínimo grau D Mínimo grau C ¹ Filtração Esterilizante Mínimo grau C Mínimo grau C Processo Asséptico Grau A, circundado por Grau B Grau A, circundado por Grau B Tipos de produção Estéril X Área Limpa (segundo RDC 17/2010) ¹ quando o produto estiver sujeito a risco de contaminação pelo ambiente, envase deve ser feito em grau A circulado por grau C 6. Cuidados na produção de estéreis Projeto de Sala Limpa 7. Produção de soluções parenterais de pequeno volume em ampolas de vidro com esterilização terminal 7. Produção de soluções parenterais de pequeno volume em ampolas de vidro com esterilização terminal 7. Produção de soluções parenterais de pequeno volume em ampolas de vidro com esterilização terminal • Defeitos em ampolas: • Fechamento: carbonização, altura de fechamento, formação de bolhas • Processo de envase: inclusão de partículas, fissuras Revisão Partículas Fissuras Manual Cartões branco ou preto e luz branca Coloração azulada (banho de azul de metileno) Automática Feixe de luz Diferença de condutividade Coloração azulada (banho de azul de metileno) 7. Produção de soluções parenterais de pequeno volume em ampolas de vidro com esterilização terminal 7. Produção de soluções parenterais de pequeno volume em ampolas de vidro com esterilização terminal 7. Produção de soluções parenterais de pequeno volume em ampolas de vidro com esterilização terminal Emberçamento Múltiplo Emberçamento Individualizado 8. Referências • AMORIM, C.A., Fundamentos Teóricos de Esterilização e Desinfecção, UNINOVE, São Paulo, 2008. • ANSEL, H.C.; POPOVICH, N.G.; ALLEN Jr, L.V., Formas Farmacêuticas e Sistemas de Liberação de • Fármacos, 6ª ed, Editorial Premier, São Paulo, 2000. • ANVISA, Agencia Nacional de Vigilância Sanitária – Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) n°210, de 04 • de agosto de 2003, On Line , Disponível em: • <http://e-legis.anvisa.gov.br/leisref/public/showAct.php?id=22321&word=classifica%C3%A7%C3%A3o do ar> • consulta realizada em 04/nov/2008. • BOTET, Jordi , Boas Práticas em instalações e projetos farmacêuticos, 1ª ed, RCN Editora, São Paulo, • 2006. • ELIAS, J.L., Produção de Medicamentos para uso Parenteral de Pequeno e Grande Volume, Racine, • São Paulo, 2006. • FERREIRA, A. O. et al, Guia Prático da Farmácia Magistral, 2ª ed, Pharmabooks, Juiz de Fora, 2002. • HERLIN, J.-P., FERREIRÓS, M. , Produção e Distribuição de ar de alta qualidade para áreas • classificadas, Racine, São Paulo, 2006. • LACHMAN, L. ; LIEBERMAN, A. H. ; KANIG, KANIG, J.L. , Teoria e Prática na Indústria Farmacêutica, 3ª • ed., Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, 2001. • http://www.meiofiltrante.com.br/materias.asp?action=detalhe&id=46 • http://www.ampolas.com.br/templates/images/ampola_aberta.jpg • http://www.ampolas.com.br/templates/produtos.html • Beckton & Dinckenson, disponível em http://www.bd.com/brasil/sobreBD.asp • http://www.eisai-emg.de/cms/index.php?id=331
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