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MAT0206/MAP0216 - Ana´lise Real - IME - 2007 Prof. Gla´ucio Terra 2a Lista de Exerc´ıcios Para entregar: exerc´ıcios 6, 7, 10 e 12. 1-) Demonstre que: (a) ∀p > 0, n√p→ 1 Sugesta˜o. Para p > 1, defina (∀n ∈ N)xn .= n√p− 1, de modo que (∀n ∈ N)xn > 0 e n√p = 1 + xn, donde p = (1 + xn)n. Agora use a desigualdade de Bernoulli para estudar o que ocorre com a sequ¨eˆncia (xn)n∈N. Se 0 < p < 1, use o caso anterior para estudar a sequ¨eˆncia n √ 1/p, e se p = 1 a tese e´ trivial. (b) n √ n→ 1 Sugesta˜o. Como no item anterior, defina (∀n ∈ N)xn .= n√n − 1, de modo que (∀n ∈ N)xn > 0 e n √ n = 1 + xn, donde n = (1 + xn)n. Agora use o teorema do binoˆmio para concluir que (∀n ∈ N ) (1 + xn)n > n(n−1)2 x2n, e use isto para estudar a sequ¨eˆncia (xn)n∈N. 2-) Sejam N1, . . . ,Nk subconjuntos infinitos de N tais que N = N1 ∪N2 ∪ · · · ∪Nk. Prove que, se (xn)n∈N e´ uma sequ¨eˆncia de nu´meros reais tal que lim n∈N1 xn = · · · = lim n∈Nk xn = a, enta˜o limxn = a. Observac¸a˜o. Em particular, segue-se que, se (xn)n∈N e´ uma sequ¨eˆncia tal que as subsequ¨eˆncias (x2n−1)n∈N e (x2n)n∈N sa˜o ambas convergentes para a ∈ R, enta˜o xn → a. 3-) (a) Se (xn)n∈N e´ uma sequ¨eˆncia de nu´meros reais que converge para a ∈ R, mostre que, para todo k ∈ N, lim n→∞x k n = a k. (Sugesta˜o: por induc¸a˜o sobre k) (b) Se (xn)n∈N e´ uma sequ¨eˆncia de nu´meros positivos que converge para a ∈ R, mostre que, para todo k ∈ N, lim n→∞x 1/k n = a 1/k. Sugesta˜o. Substitua y = x1/k e b = a1/k na identidade yk − bk = (y − b) ·∑k−1n=0 yk−1−nbn. (c) Conclua a partir dos dois ı´tens anteriores que, se (xn)n∈N e´ uma sequ¨eˆncia de nu´meros positivos que converge para a ∈ R, enta˜o, para todo r ∈ Q, lim n→∞x r n = a r. 4-) Sejam k ∈ N e a > 0. Se (∀n ∈ N) a 6 xn 6 nk, enta˜o n√xn → 1. 5-) Sejam (xn)n∈N e (an)n∈N sequ¨eˆncias de nu´meros reais. Suponha que an → a e que, para cada n ∈ N, an e´ um valor de adereˆncia de (xn)n∈N. Enta˜o a e´ valor de adereˆncia de (xn)n∈N. 6-) Sejam (xn)n∈N e (yn)n∈N sequ¨eˆncias limitadas de nu´meros reais. Mostre que: (a) lim(xn + yn) 6 limxn + lim yn e lim(xn + yn) > limxn + lim yn (b) lim(−xn) = limxn e lim(−xn) = limxn 1 (c) se (∀n ∈ N)xn > 0 e yn > 0, enta˜o lim(xn · yn) 6 limxn · lim yn e lim(xn · yn) > limxn · lim yn. Observac¸a˜o. As desigualdades podem ser, de fato, estritas (i.e. em geral na˜o vale a igualdade nos ı´tens (a) e (c)). Ale´m disso, a hipo´tese de serem as sequ¨eˆncias limitadas pode ser retirada, se: (1) colocarmos, por definic¸a˜o, limxn = +∞ se (xn)n∈N tiver uma subsequ¨eˆncia que diverge para +∞ (ou, equivalentemente, se (xn)n∈N na˜o for limitada superiormente) e limxn = −∞ se (xn)n∈N tiver uma subsequ¨eˆncia que diverge para −∞ (ou, equivalentemente, se (xn)n∈N na˜o for limitada inferiormente); (2) no item (a) o segundo membro na˜o for da forma ∞−∞. 7-) Sejam (xn)n∈N e (yn)n∈N sequ¨eˆncias de nu´meros reais. Se (∀n ∈ N)xn 6 yn, enta˜o limxn 6 lim yn e limxn 6 lim yn. 8-) Seja (xn)n∈N uma sequ¨eˆncia de nu´meros estritamente positivos. Prove que: lim xn+1 xn 6 lim n√xn 6 lim n√xn 6 lim xn+1 xn Em particular, se existir lim xn+1xn , enta˜o existe lim n √ xn e os limites coincidem. Sugesta˜o. Esta´ demonstrado no Elonza˜o ou no Rudin, Principles of Mathematical Analysis, mas tente um pouco antes de olhar a demonstrac¸a˜o. 9-) Sejam a > 0, b > 0. Mostre que n √ an + bn → max{a, b}. 10-) Diz-se que uma sequ¨eˆncia (xn)n∈N tem variac¸a˜o limitada se a sequ¨eˆncia (νn)n∈N dada por (∀n ∈ N ) νn = ∑n i=1|xi+1 − xi| for limitada. Prove que, neste caso, (νn)n∈N converge. Prove tambe´m que: (a) Se (xn)n∈N for de variac¸a˜o limitada, enta˜o (xn)n e´ convergente. Sugesta˜o. Verifique, por induc¸a˜o, que (∀n ∈ N) ∑ni=1(xi+1 − xi) = x1 − xn+1. Ora, a condic¸a˜o de ser (xn)n∈N de variac¸a˜o limitada e´ equivalente a ser a se´rie ∑ (xn+1 − xn) absolutamente convergente, portanto convergente. (b) Se (∀n ∈ N) |xn+2 − xn+1| 6 c|xn+1 − xn|, com 0 6 c < 1, enta˜o (xn)n∈N tem variac¸a˜o limitada. (c) (xn)n∈N tem variac¸a˜o limitada se, e somente se, (∀n ∈ N)xn = yn − zn, onde (yn)n∈N e (zn)n∈N sa˜o sequ¨eˆncias crescentes e limitadas. Sugesta˜o. Verifique que, se uma sequ¨eˆncia e´ crescente e limitada, enta˜o e´ de variac¸a˜o limitada; a seguir, verifique que a soma/diferenc¸a de sequ¨eˆncias de variac¸a˜o limitada e´ uma sequ¨eˆncia de variac¸a˜o limitada. Enta˜o segue-se que, se uma sequ¨eˆncia se escreve como a diferenc¸a entre duas sequ¨eˆncias crescentes e limitadas, ela e´ de variac¸a˜o limitada. Para demonstrar a outra implicac¸a˜o: dado a ∈ R, sejam a+ .= |a|+a2 = max{a, 0} e a− .= |a|−a2 = max{−a, 0}; assim, a = a+ − a− e |a| = a+ + a−. Para cada n ∈ N, ponha ξn .= ∑n i=0(xi+1 − xi)+, e µn .= ∑n i=0(xi+1 − xi)−, e verifique que νn = ξn + µn e ξn − µn = ∑n i=1(xi+1 − xi) = x1 − xn+1. 11-) Seja x1 = 1 e xn+1 = 1 + 1xn . Verifique que |xn+2 − xn+1| 6 12 |xn+1 − xn|. Conclua que (xn)n∈N e´ convergente e calcule seu limite. 12-) Seja (xn)n∈N a sequ¨eˆncia de nu´meros reais dada por x1 = 1 e (∀n ∈ N)xn+1 = 1+√xn. Verifique que (xn)n∈N e´ de variac¸a˜o limitada e calcule o seu limite. 13-) Exerc´ıcios 4.5 e 4.6 do cap´ıtulo 3 do Elonzinho. 2 14-) Suponha a1 > a2 > · · · > 0. Enta˜o a se´rie ∑∞ n=1 an converge se, e somente se, a se´rie: ∞∑ k=0 2ka2k = a1 + 2a2 + 4a4 + 8a8 + · · · converge. Sugesta˜o. (a) Lembre-se que a sequ¨eˆncia das reduzidas de uma se´rie de termos positivos e´ cres- cente; portanto, uma tal se´rie e´ convergente se, e somente se, sua sequ¨eˆncia das reduzidas for limitada superiormente. (b) Sejam sn = ∑n i=1 ai e tk = ∑k i=0 2 ia2i as reduzidas de cada uma das se´ries; verifique que (sn)n∈N e´ limitada se, e somente se, (tk)k>0 for limitada. Para tal, verifique que: (1) dado n ∈ N, tomando-se k tal que 2k+1 > n, tem-se sn 6 tk; (2)dado k ∈ N, tomando n tal que n > 2k, tem-se sn > 12 tk, i.e. tk 6 2sn. (c) Se a sugesta˜o na˜o ajudar, veja a demonstrac¸a˜o no Rudin, Principles of Mathematical Analysis, pa´gina 61. 15-) Prove que ∑ 1 np converge se p > 1 e diverge se p 6 1. Sugesta˜o. Se p 6 0, o termo geral da se´rie na˜o converge para zero. Se p > 0, o termo geral e´ positivo e decrescente, portanto podemos aplicar o exerc´ıcio anterior. Neste caso, pondo an = 1/np, tem-se ∑∞ k=0 2 ka2k = ∑∞ k=0 2 k 1 2kp = ∑∞ k=0 2 (1−p)k i.e. e´ uma se´rie geome´trica de raza˜o 21−p. 16-) Seja (∀n ∈ N) sn = n∑ k=0 1 k! . Mostre que, para todo n ∈ N, 0 < e−sn < 1 n!n . Use esta desigualdade para mostrar que e e´ irracional. Sugesta˜o. So´ leia o que segue depois de tentar um pouco, pois esta sugesta˜o praticamente resolve o problema. Tem-se e−sn = 1(n+1)! + 1(n+2)! + 1(n+3)! + · · · < 1(n+1)! ( 1+ 1n+1 + 1 (n+1)2 + · · · ) , e isto prova a segunda desigualdade. Para provar que e e´ irracional: (1) ja´ sabemos que e na˜o e´ inteiro, pois 2 < e < 3, conforme foi demonstrado em aula. (2) Suponha e = p/q, com p, q ∈ N e q > 2; use 0 < e − sn < 1 n!n com n = q, multiplique tudo por q! e mostre que isto leva a uma contradic¸a˜o. 17-) Seja (an)n>0 uma sequ¨eˆncia de nu´meros reais. A se´rie: ∞∑ n=0 anx n chama-se uma se´rie de poteˆncias. Os nu´meros an chama-se coeficientes da se´rie; x e´ um nu´mero real. A convergeˆncia/divergeˆncia da se´rie depende do valor de x. Seja ∑ anx n uma se´rie de poteˆncias, e defina: α .= lim n √ |an|, R .= 1 α (se α = 0, pomos R = +∞; se α = +∞, pomos R = 0). Prove que ∑ anxn converge absolutamente se |x| < R e diverge se |x| > R. 3 Observac¸a˜o. R chama-se raio de convergeˆncia da se´rie. O estudo da convergeˆncia da se´rie para x = ±R e´ mais delicado (a se´rie pode convergir ou na˜o nestes pontos, dependendo de como forem os coeficientes da mesma). Sugesta˜o.Ponha bn = anxn e aplique o teste da raiz para esta sequ¨eˆncia. 18-) Dados m ∈ R e k ∈ Z+, define-se:( m k ) .= m(m− 1) · · · (m− k + 1) k! Calcule o raio de convergeˆncia (vide observac¸a˜o da questa˜o anterior) da se´rie de poteˆncias ∑∞ k=0 akx k, onde ak = ( m k ) . Observac¸a˜o. Esta se´rie chama-se binomial. Conforme veremos mais adiante no curso, ela e´ a se´rie de Taylor centrada no zero da func¸a˜o x 7→ (1 + x)m; se m ∈ N, a se´rie e´ finita (i.e. ak = 0 para k > m) e coincide com a expansa˜o de (1 + x)m pelo teorema do binoˆmio. Sugesta˜o. Use o exerc´ıcio 8 para calcular lim n √|an|. 19-) Sejam ∑ an e ∑ bn se´ries de termos estritamente positivos. Prove que: (1) se anbn → 0 e ∑ bn converge, enta˜o ∑ an converge; (2) se anbn → c 6= 0, enta˜o ∑ an converge se, e somente se, ∑ bn converge. Sugesta˜o. Use o crite´rio de comparac¸a˜o. 20-) (a) Para todo polinoˆmio p(x) com grau maior que 1 a se´rie ∑ 1 p(n) converge. (b) Se ∑ an converge e (∀n) an > 0, enta˜o ∑(an)2 e∑ an1 + an convergem. Sugesta˜o. Use o exerc´ıcio anterior. 21-) Se ∑ (an)2 converge, enta˜o ∑ an n converge. Sugesta˜o. Aplique a desigualdade de Cauchy-Schwartz a` sequ¨encia das reduzidas desta u´ltima se´rie. 22-) Prove o crite´rio de Abel : se ∑ an e´ convergente e (bn)n∈N e´ uma sequ¨eˆncia decrescente de termos positivos, enta˜o ∑ anbn e´ convergente. Sugesta˜o. Existe c > 0 tal que bn → c (por queˆ?). Aplique o crite´rio de Dirichlet para ∑ an e (bn− c) para concluir que ∑ an(bn− c) e´ convergente (por que podemos aplicar o tal crite´rio?) e conclua a demonstrac¸a˜o. 23-) Exerc´ıcios 2.8 e 4.3 do cap´ıtulo 4 do Elonzinho. 4 MAT0206/MAP0216 - Ana´lise Real - IME - 2007 Prof. Gla´ucio Terra 2a Lista de Exerc´ıcios - Resoluc¸a˜o dos Exerc´ıcios 6, 7, 10 e 12 6-) Sejam (xn)n∈N e (yn)n∈N sequ¨eˆncias limitadas de nu´meros reais. Mostre que: (a) lim(xn + yn) 6 limxn + lim yn e lim(xn + yn) > limxn + lim yn (b) lim(−xn) = − limxn e lim(−xn) = − limxn (c) se (∀n ∈ N)xn > 0 e yn > 0, enta˜o lim(xn · yn) 6 limxn · lim yn e lim(xn · yn) > limxn · lim yn. Demonstrac¸a˜o: (a) Sejam a = limxn e b = lim yn. Provemos que, para todo ² > 0, lim(xn + yn) 6 a + b + ²; isto implica lim(xn + yn) 6 a+ b (por queˆ?). Com efeito, dado ² > 0, existe n0 ∈ N tal que (∀n > n0)xn < a + ²/2 e existe n1 ∈ N tal que (∀n > n1) yn < b + ²/2; assim, tomando N = max{n0, n1}, tem-se(∀n > N)xn + yn < a + b + ². Isto implica que toda subsequ¨eˆncia convergente de (xn + yn)n∈N tem limite menor ou igual a a+ b+ ², donde lim(xn + yn) 6 a+ b+ ². A demonstrac¸a˜o da outra desigualdade e´ ana´loga. (b) Decorre imediatamente do fato de que um nu´mero real a e´ valor de adereˆncia de (xn)n∈N se, e somente se, −a for valor de adereˆncia de (−xn)n∈N (o que trivialmente implica que o sime´trico do maior valor de adereˆncia de (xn)n e´ o menor valor de adereˆncia de (−xn)n, i.e. − limxn = lim(−xn), e analogamente − limxn = lim(−xn)). (c) Como (∀n ∈ N)xn > 0 e yn > 0, tem-se 0 6 limxn 6 limxn e 0 6 lim yn 6 lim yn. Sejam a = limxn e b = lim yn. Provemos que, para todo ² > 0, lim(xn · yn) 6 a · b + ²; isto implica lim(xn · yn) 6 a · b. Com efeito, dado ² > 0, tome δ > 0 tal que (a + b)δ + δ2 < ² (por exemplo, tome 0 < δ < min{1, ²a+b+1 }). Existe n0 ∈ N tal que (∀n > n0)xn < a + δ e existe n1 ∈ N tal que (∀n > n1 ) yn < b+ δ; assim, tomando N = max{n0, n1}, tem-se (∀n > N)xn · yn < ab+(a+ b)δ+ δ2 < ab+ ². Isto implica que toda subsequ¨eˆncia convergente de (xn · yn)n∈N tem limite menor que a · b + ², donde lim(xn · yn) < a · b+ ². A demonstrac¸a˜o da desigualdade lim(xn · yn) > limxn · lim yn e´ ana´loga. ¤ 7-) Sejam (xn)n∈N e (yn)n∈N sequ¨eˆncias de nu´meros reais. Se (∀n ∈ N)xn 6 yn, enta˜o limxn 6 lim yn e limxn 6 lim yn. Demonstrac¸a˜o: Sejam a = limxn e b = lim yn. Suponha b < a. Tomando ² = (a − b)/2 > 0, existe n0 ∈ N tal que (∀n > n0) yn < b + ² = a − ²; como (∀n)xn 6 yn, segue-se (∀n > n0)xn < a − ², portanto a na˜o e´ valor de adereˆncia de (xn)n∈N, o que contradiz o fato de ser a o limite superior da referida sequ¨eˆncia. A demonstrac¸a˜o da outra desigualdade e´ ana´loga. ¤ 10-) Diz-se que uma sequ¨eˆncia (xn)n∈N tem variac¸a˜o limitada se a sequ¨eˆncia (νn)n∈N dada por (∀n ∈ N ) νn = ∑n i=1|xi+1 − xi| for limitada. Prove que, neste caso, (νn)n∈N converge. Prove tambe´m que: (a) Se (xn)n∈N for de variac¸a˜o limitada, enta˜o (xn)n e´ convergente. (b) Se (∀n ∈ N) |xn+2 − xn+1| 6 c|xn+1 − xn|, com 0 6 c < 1, enta˜o (xn)n∈N tem variac¸a˜o limitada. 1 (c) (xn)n∈N tem variac¸a˜o limitada se, e somente se, (∀n ∈ N)xn = yn − zn, onde (yn)n∈N e (zn)n∈N sa˜o sequ¨eˆncias crescentes e limitadas. Demonstrac¸a˜o: (a) A sequ¨eˆncia (νn)n∈N e´ mono´tona e limitada, logo convergente. Ale´m disso, segue-se por induc¸a˜o sobre n que (∀n ∈ N) ∑ni=1(xi+1−xi) = xn+1−x1. Ora, a condic¸a˜o de ser (xn)n∈N de variac¸a˜o limitada e´ equivalente a ser a se´rie ∑ (xn+1 − xn) absolutamente convergente, portanto convergente, portanto a sequ¨eˆncia n ∈ N 7→ xn+1 − x1 e´ convergente. Enta˜o a sequ¨eˆncia n ∈ N 7→ xn+1 e´ convergente, donde (xn)n∈N e´ convergente. (b) Tem-se |xn+2−xn+1| 6 c|xn+1−xn| 6 c2|xn−xn−1| 6 · · · , i.e. por induc¸a˜o sobre n segue-se que(∀n ∈ N) |xn+2 − xn+1| 6 cn|x2 − x1|. Assim, (∀n ∈ N) νn = ∑ni=1|xi+1 − xi| 6 |x2 − x1|(∑n−1k=0 ck) 6 |x2 − x1| 11−c , portanto (νn)n∈N e´ limitada. (c) Provemos, inicialmente, que se uma sequ¨eˆncia se escreve como a diferenc¸a entre duas sequ¨eˆncias crescentes e limitadas, ela e´ de variac¸a˜o limitada. Isto segue dos seguintes fatos: (i) Seja (xn)n∈N for crescente e limitada. Enta˜o existe M > 0 tal que (∀n ∈ N) |xn| < M e, (∀n ∈ N ) νn = ∑n i=1|xi+1−xi| = ∑n i=1[xi+1−xi] = xn+1−x1 < 2M , portanto (νn)n∈N e´ limitada, i.e. (xn)n∈N e´ de variac¸a˜o limitada. (ii) A soma/diferenc¸a de sequ¨eˆncias de variac¸a˜o limitada e´ uma sequ¨eˆncia de variac¸a˜o limitada. Com efeito, sejam (xn)n∈N e (yn)n∈N sequ¨eˆncias de variac¸a˜o limitada. Ou seja, pondo (∀n ∈ N) νn =∑n i=1|xi+1−xi| e (∀n ∈ N)µn =∑ni=1|yi+1−yi|, existemM > 0, N > 0 tais que (∀n ∈ N) νn 6M,µn 6 N . Ora, pela desigualdade triangular segue-se que ∑n i=1|(xi+1 ± yi+1)− (xi ± yi)| 6 νn + µn 6 N +M , donde (xn ± yn)n∈N e´ de variac¸a˜o limitada. Reciprocamente, suponha que (xn)n∈N seja de variac¸a˜o limitada. Definamos, dado a ∈ R, a+ .= |a|+a 2 = max{a, 0} e a− .= |a|−a2 = max{−a, 0}; assim, a = a+ − a− e |a| = a+ + a−. Para cada n ∈ N, ponha ξn .= ∑n i=0(xi+1 − xi)+, e µn .= ∑n i=0(xi+1 − xi)− (portanto (ξn)n∈N e (µn)n∈N sa˜o crescentes); enta˜o νn = ξn+µn (portanto (ξn)n∈N e (µn)n∈N sa˜o limitadas) e ξn−µn = ∑n i=1(xi+1−xi) = xn+1−x1, e isto conclui a demonstrac¸a˜o. ¤ 12-) Seja (xn)n∈N a sequ¨eˆncia de nu´meros reais dada por x1 = 1 e (∀n ∈ N)xn+1 = 1+√xn. Verifique que (xn)n∈N e´ de variac¸a˜o limitada e calcule o seu limite. Demonstrac¸a˜o: Tem-se, (∀n ∈ N) |xn+2 − xn+1| = |(1 +√xn+1) − (1 +√xn)| = |√xn+1 −√xn| = |xn+1 − xn|√ xn+1 + √ xn . Ora, por induc¸a˜o sobre n segue-se que (∀n ∈ N)xn > 1, donde √xn+1 + √xn > 2, i.e. (∀n ∈ N) |xn+1 − xn|√ xn+1 + √ xn 6 |xn+1 − xn| 2 . Do item (b) da questa˜o 10, segue-se que (xn)n∈N e´ de variac¸a˜o limitada, portanto convergente. Seja c o seu limite. Enta˜o c tambe´m e´ o limite da subsequ¨eˆncia (xn+1)n∈N; como (∀n ∈ N)xn+1 = 1+√xn, segue-se c = 1+√c, donde (c−1)2 = c⇔ c2−3c+1 = 0⇔ c = (3+ √ 5)/2 ou c = (3−√5)/2. Como (∀n ∈ N)xn > 1, devemos ter c > 1, donde c = (3+√5)/2. ¤ 2 lista_02_ime_usp lista_02_ime_usp_gabarito
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