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Nota de Aula - CRIME CONSUMADO

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UNIVERSIDADE DE FORTALEZA 
Direito Penal I (PARTE GERAL) 
Período: 2013.1 
Nota de Aula 
Prof. Antonio Sergio 
 
CRIME CONSUMADO 
 
1. CONCEITO: “quando se fazem presentes todos os elementos da 
definição legal do delito (art. 14, I, CP)” (André Estefam) 
 
2. ITER CRIMINIS: é o caminho do crime, desde o momento em que o 
delito está na mente do agente até sua consumação. Vejamos as quatro etapas 
ou fase deste caminho na sequência cronológica: 
 
 2.1 1ª Etapa: Cogitação (fase interna): “é o momento de ideação do 
delito, ou seja, quando o agente tem a idéia de praticar o crime” (Nucci). Esta 
se encontra apenas na mente do agente, não tendo sido exteriorizado qualquer 
ato (é o cogitar, o pensar, o imaginar, o desejar). Esta fase é irrelevante para o 
Direito Penal, posto que, pelo princípio da exterioridade da ação, não se pune o 
pensamento. 
 
 2.2 2ª Etapa: Preparação (fase externa): “é a fase de exteriorização 
da idéia do crime, através de atos, que começam a materializar a perseguição 
ao alvo idealizado, configurando uma verdadeira ponte entre a fase interna e a 
execução” (Nucci). Segundo André Estefam, a preparação se dá quando “a idéia 
extravasa a esfera mental e se materializa mediante condutas voltadas ao 
cometido do crime”. Nesta fase, já se cria as condições prévia adequadas para a 
realização de um delito planejado, porém, ainda não há o início de agressão ao 
bem jurídico (Ex: aquisição de uma arma de fogo para matar uma pessoa). Em 
regra, o Direito Penal não pune os atos preparatórios. Contudo, há uma 
antecipação da tutela penal quando o Legislador estabelece como crime 
autônomo certas condutas que configuram meros atos preparatórios, sob a 
justificativa de que tais atos, por si só, representam um perigo à ordem jurídica. 
(Ex: crime de quadrilha – art. 288, CP; petrechos para falsificação de moeda – 
art. 291, CP e outros). 
 
 2.3 3ª Etapa: Execução (fase externa): “é aquela que se inicia a 
agressão ao bem jurídico, por meio da realização do núcleo do tipo penal” 
(Cleber Masson). Para Nucci, “é a fase de realização da conduta designada pelo 
núcleo da figura típica, constituída, em regra, de atos idôneos e unívocos para 
chegar ao resultado, mas também daqueles que representarem atos 
imediatamente anteriores a estes, desde que se tenha certeza do plano concreto 
do autor”. 
 
2 
 
 2.3.1 Questão relevante e complexa é como distinguir a 
passagem (fronteira) dos atos preparatórios para os executórios? Há 
duas teorias: 
 
a) subjetiva: o que importa é a vontade criminoso, logo, tanto nos 
atos preparatórios como na execução, o agente deve ser punido; 
b) objetiva: “o início da execução é invariavelmente constituído de 
atos que principiem a concretização do tipo penal” (Nucci). É a 
adotada pelo Código Penal. Esta teoria, no entanto, é 
subdividida em: 
 
(1) Teoria objetivo-formal: os atos executórios são os 
que realizam o núcleo do tipo ou atacam o bem 
jurídico. (É a mais prevalente, posto que dá maior 
segurança na averiguação da tentativa). 
(2) Teoria objetivo-material: além de realizar o verbo 
do tipo ou atacar o bem jurídico, considera ato 
executivo aqueles imediatamente anteriores ao início 
da ação típica, valendo-se o juiz do critério do 
terceiro observador, para ter certeza da punição. 
(3) Teoria objetivo-individual: além de realizar o 
verbo do tipo ou atacar o bem jurídico, considera ato 
executivo aqueles praticados imediatamente antes, 
desde que se tenha prova do plano concreto do 
autor. 
 
 OBS: Como dito acima, a teoria objetivo-formal prevalece na 
doutrina, contudo, o professor Nucci afirma que vem crescendo nos Tribunais as 
duas outras teorias objetivas (material e individual), posto que não é lógico 
aguardar, por exemplo, que o agente efetue o disparo de arma de fogo contra a 
vítima para caracterizar o início da execução (exigência da teoria objetivo-
formal). Com a teoria objetivo-individual já seria caracterizado o início da 
execução, por exemplo, quando o agente apontasse a arma de fogo para a 
vítima com o firme propósito de agredi-la. 
 
 2.4 4ª Etapa: Consumação (fase externa): “é o momento de 
conclusão do delito, reunindo todos os elementos do tipo penal” (Nucci). 
 
 OBS: O exaurimento não faz parte do iter criminis e, também, 
não se confunde com a consumação. “O crime exaurido é aquele no qual o 
agente, após atingir o resultado consumativo, continua a agredir o bem jurídico, 
procura dar-lhe uma nova destinação ou tentar tirar novo proveito, fazendo com 
que sua conduta continue a produzir efeitos no mundo concreto, mesmo após a 
realização integral do tipo” (Capez). (Ex: No crime previsto no artigo 317, CP, a 
mera solicitação da vantagem indevida consuma o delito, e o recebimento desta 
vantagem é o mero exaurimento do crime). O exaurimento pode gerar uma 
causa de aumento de pena ou servir como circunstância judicial de aplicação da 
pena (artigo 59, CP). 
 
3. CONSUMAÇÃO NOS DIVERSOS TIPOS PENAIS: 
 
a) Os crimes materiais: consuma-se com a ocorrência do resultado 
naturalístico; 
3 
 
b) Os crimes de mera conduta: consuma-se com a ação ou omissão 
prevista no tipo penal (inexiste resultado naturalístico). 
c) Os crimes formais: consuma-se com a prática da conduta, sendo 
irrelevante a produção do resultado naturalístico, embora este existe 
descrito no tipo penal. 
d) Os crimes permanentes: a consumação se prolonga no tempo. 
e) Os crimes culposos: consuma-se com a ocorrência do resultado 
naturalístico. 
f) Os crimes omissivos próprios: por serem crimes de mera conduta, 
sua consumação se dá com a simples conduta negativa. 
g) Os crimes omissivos impróprios: por serem crimes materiais, a 
consumação se dá com a produção do resultado naturalístico. 
h) Os crimes qualificados pelo resultado: a consumação se dá com 
a produção do resultado qualificador. 
 
 
BONS ESTUDOS NOS LIVROS!

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