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Biossegurança na produção de Suínos

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V Seminário Internacional de Aves e Suínos – AveSui 2006
Suinocultura
25, 26, 27 de abril de 2005 - Florianópolis – SC
BIOSSEGURIDADE NA SUINOCULTURA: ASPECTOS PRÁTICOS
Augusto Heck
Médico Veterinário M.Sc. Sanitarista Corporativo de Suinocultura
Perdigão Agroindustrial S.A., Videira, SC - Brasil 
ahk@perdigao.com.br
1. Introdução
A suinocultura intensiva tem sido desafiada por um número crescente de agentes 
infecciosos emergentes ou reemergentes, sejam eles bacterianos ou virais. Em 
conseqüência disso o uso de antibióticos e quimioterápicos tem acompanhado essa 
suba. Embora com essas valiosas ferramentas farmacológicas consigamos corrigir os 
desvios na rota produtiva, invariavelmente deixamos de aproveitar o pleno potencial 
zootécnico existente quando temos uma doença presente. Nesse sentido o segmento 
produtivo tem cada vez mais se preocupado em garantir a saúde dos rebanhos.
Todas as medidas destinadas a evitar a entrada de agentes infecciosos nos 
plantéis bem como reduzir a sua propagação uma vez presente nos mesmos tem sido 
agrupadas sob o termo plano de Biosseguridade. Biossegurança diz respeito à 
prevenção à exposição a agentes infecciosos e/ ou produtos capazes de gerar doenças 
nos seres humanos. Assim sendo, Biosseguridade e Biossegurança são dois termos 
similares na preocupação, mas diferentes no escopo.
A Biosseguridade hoje pode ser considerada uma ciência que está iniciando. 
Portanto, boa parte de seus postulados pode ser considerada como pareceres técnicos 
baseados em evidências científicas sempre que existam.
Não existe um plano de Biosseguridade polivalente que possa ser adotado em 
todas as granjas uma vez que existem notáveis variações em termos de localização, 
instalações, manejo, nutrição, ambiência, genética e assistência técnica disponíveis. O 
plano de Biosseguridade deve, portanto, ser um processo dinâmico adaptado em cada 
situação mediante a avaliação dos riscos presentes, resultados esperados, bem como 
flexível uma vez que terá que ser revisado na medida que haja alteração de desafios, 
expectativas ou orçamento.
A presente revisão considera basicamente a abordagem empresarial pragmática 
americana em termos de visão sistêmica da operação e as recomendações práticas 
disponibilizadas como referência nacional pela Empresa Brasileira de Pesquisa 
Agropecuária.
1
V Seminário Internacional de Aves e Suínos – AveSui 2006
Suinocultura
25, 26, 27 de abril de 2005 - Florianópolis – SC
2. Levantamento Inicial
Amass (2005) sugere algumas perguntas que devem ser respondidas para o 
levantamento inicial:
• Quais os agentes bacterianos e virais de interesse presentes no plantel?
• Qual a prevalência, mortalidade, custos com prevenção, tratamento, medidas de 
controle, efeitos no desempenho para cada agente?
• Quais os agentes que não desejamos a disseminação no plantel?
• Quais os animais na granja que estão colonizadas por esses agentes?
• Quais os animais na granja que estão clinicamente doentes por esses agentes?
• Qual a fonte de infecção dentro do plantel para cada agente de interesse?
3. Estabelecimento dos Objetivos
Segundo Amass (2005) para o estabelecimento dos objetivos devemos considerar 
os seguintes questionamentos:
• Que agentes são mais importantes estar ausentes no plantel considerando a 
probabilidade de infecção, susceptibilidade, impacto econômico, tipo de produção 
da granja?
• O objetivo é prevenir a manifestação clínica da doença mesmo que o plantel esteja 
colonizado pelo agente de interesse?
• O objetivo é desenvolver uma subpopulação de suínos livre dentro do plantel 
através da prevenção da transmissão do agente de interesse por depopulação 
parcial, vacinação ou outras estratégias?
• O objetivo é conter um surto de doença num local ou subpopulação no plantel?
• O objetivo é evitar que as instalações se tornem uma fonte de agentes para os lotes 
sucessivos de animais nela alojados?
4. Avaliação dos Riscos para a Granja e Dentro da Granja
De acordo com Amass (2005) é necessária a identificação das fontes externas ao 
plantel do agente de interesse. As fontes potenciais de agentes incluem animais de 
reposição, sêmen, animais domésticos, animais selvagens, roedores, insetos, 
pássaros, ração, água, mão de obra, dejetos, veículos, aerossóis e outros fômites.
As tabelas 1 e 2 mostram algumas fontes de infecção de animal para animal e de 
fontes não vivas para vários agentes de interesse.
2
V Seminário Internacional de Aves e Suínos – AveSui 2006
Suinocultura
25, 26, 27 de abril de 2005 - Florianópolis – SC
Tabela 1. Agentes detectados em animais ou produtos em condições naturais ou experimentais
Fonte: Amass, S.F. The Pig Journal (2005) 55, 104-114.
3
Agente Pessoas Sêmen Dejetos
Animais/ 
pássaros 
domésticos
/selvagens
Roedores Insetos
Actinobacillus pleuropneumoniae
Bordetella bronchisept ica X X
Brachyspira hyodysenteriae X X X
Brucella suis X X X
Clostridium perfringens
Escherichia coli X X X X
Leptospires X X X
Mycoplasma hyopneumoniae 
Parvovírus suíno X X
Pasteurella multocida X
Salmonella spp . X X X X X
Streptococcus suis X X X X
Vírus da Doença de Aujeszky X X X X X
Vírus da Doença Vesicular X X
Vírus da Febre Aftosa X X X
Vírus da Gastroenterite Transmissível X X X X
Vírus da Influenza Suína X X X
Vírus da Peste Suína Clássica X X X X
Vírus da PRRS X X X X X
V Seminário Internacional de Aves e Suínos – AveSui 2006
Suinocultura
25, 26, 27 de abril de 2005 - Florianópolis – SC
Tabela 2. Agentes detectados em aerossóis, rações, água e fômites em condições naturais ou 
experimentais
Fonte: Amass, S.F. The Pig Journal (2005) 55, 104-114
Amass (2005) sugere que outro passo importante é identificar quais fontes 
potenciais oferecem mais risco de introdução do agente no plantel. Essas fontes devem 
ser priorizadas para identificar quais podem ser controladas por oferecer riscos ao 
plantel alvo. Os critérios de priorização devem considerar a freqüência de contato, nível 
de contaminação, tempo de sobrevivência do agente.
• Segundo Amass (2005) é necessário uma sucessão de eventos para que o suíno se 
torne infectado por um agente na granja:
• A fonte do agente deve estar dentro da granja.
• Considera-se a chance da fonte animal viva estar eliminando o agente ou da fonte 
não-viva estar contaminada com o agente.
• O agente deve ser transmitido ao suíno direta ou indiretamente.
• Considera-se a chance de ocorrer a transmissão biológica ou mecânica do agente 
de interesse para os suínos.
• Uma dose infectante do agente deve ser transmitida.
• Considera-se se e por quanto tempo um animal contaminado poderá eliminar uma 
dose infecciosa de patógeno. Além disso, deve-se levar em conta se uma fonte não-
4
Agente Aerossol Ração Água Fômites
Actinobacillus pleuropneumoniae X
Bordetella bronchisept ica X X
Brachyspira hyodysenteriae X
Brucella suis
Clostridium perfringens X X
Escherichia coli X X X
Leptospiras X
Mycoplasma hyopneumoniae X X X
Parvovírus suíno X
Pasteurella multocida X X
Salmonella spp . X X X X
Streptococcus suis X X X
Vírus da Doença de Aujeszky X X
Vírus da Doença Vesicular X X
Vírus da Febre Aftosa X X
Vírus da Gastroenterite Transmissível X
Vírus da Influenza Suína X
Vírus da Peste Suína Clássica X X
Vírus da PRRS X X X
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viva pode estar contaminada com uma dose infectante de agente de interesse por 
tempo suficiente para transmitir para os animais com que tiver contato.
• O suíno hospedeiro deve ser susceptível a infecção pelo agente.Thrusfield (1995) 
afirma que a susceptibilidade varia com a idade, imunocompetência, statusvacinal, 
predisposição genética, doenças em curso, estresse, ambiente, manejo e nutrição.
5. Determinação da Abrangência do Plano de Biosseguridade
De acordo com Amass (2005) abrangência do plano de Biosseguridade 
dependerá primeiramente do nível de risco que se pretende aceitar. O próximo fator a 
considerar é o orçamentário. Porém devemos considerar o custo do impacto da entrada 
da doença como um balizador para orçamentação. Vale a ressalva que os planos são 
específicos por granja, não sendo, portanto, generalizáveis.
6. Identificação dos Procedimentos para Diminuição de Riscos para 
Disseminação de Agentes
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária através do Centro Nacional de 
Pesquisa de Suínos e Aves na publicação Produção de Suínos propõe uma série de 
medidas com vistas a evitar a entrada de agentes indesejáveis no plantel:
6.1 Isolamento
O sistema de produção esteja o mais isolado possível, principalmente de outros 
criatórios ou aglomerados de suínos.
6.2 Localização da Granja
Deve ficar pelo menos a 500 m de qualquer outra criação ou abatedouro de 
suínos e pelo menos 100 m de estradas por onde transitam caminhões com suínos. 
6.3 Acesso
Não permitir o trânsito de pessoas e/ou veículos no local sem prévia autorização. 
Colocar placa indicativa da existência da granja no caminho de acesso e no portão a 
indicação "Entrada Proibida". A granja deve ser cercada e a entrada de veículos deve 
ser proibida. 
6.3.1 Portaria
Utilizar a portaria como único local de acesso de pessoas à granja. Construir a 
portaria, com escritório e banheiro junto à cerca que contorna a granja, numa posição 
que permita controlar a circulação de pessoas e veículos. O banheiro deve possuir uma 
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área suja, chuveiro e uma área limpa, onde devem ficar as roupas e botas da granja, 
para que o fluxo entre as áreas seja possível apenas pelo chuveiro. 
6.3.2 Cercas
Cercar a área que abriga a granja, com tela de pelo menos 1,5 m para evitar o 
livre acesso de pessoas, veículos e outros animais. Essa cerca deve estar afastada a 
pelo menos 20 ou 30 m das instalações. 
6.3.3 Barreira Vegetal
Fazer um cinturão verde (reflorestamento ou mata nativa), a partir da cerca de 
isolamento, com uma largura de aproximadamente 50 m. Podem ser utilizadas 
espécies de crescimento rápido (pinus ou eucaliptos) plantadas em linhas 
desencontradas formando um quebra-vento. 
6.3.4 Introdução de Equipamentos
Avaliar previamente qualquer produto ou equipamento que necessite ser 
introduzido na granja, em relação a possível presença de agentes contaminantes. Em 
caso de suspeita de riscos de contaminação, proceder uma desinfecção antes usando 
um sistema de fumigação junto à portaria. 
6.3.5 Entrada de Pessoas
Os funcionários devem tomar banho e trocar a roupa todos os dias na entrada da 
granja, e serem esclarecidos sobre os princípios de controle de doenças para não 
visitarem outras criações de suínos. Restringir ao máximo as visitas ao sistema de 
produção. Não permitir que pessoas entrem na granja antes de um período mínimo de 
24 horas após visitarem outros rebanhos suínos, abatedouros ou laboratórios. Exigir 
banho e troca de roupas e manter um livro de registro de visita, informando nome, 
endereço, objetivo da visita e data em que visitou a última criação, abatedouro ou 
laboratórios. 
6.3.6 Veículos
Os veículos utilizados dentro da granja devem ser exclusivos. Os caminhões de 
transporte de ração, insumos e animais não podem ter acesso ao interior da granja, 
sendo proibida a entrada de motoristas. Para evitar a entrada de veículos para 
transporte de dejetos, o sistema de tratamento e armazenamento dos dejetos deve ser 
construído externamente à cerca de isolamento. 
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6.4 Embarcadouro/Desembarcadouro de Suínos
Deve ser construído junto à cerca de isolamento a pelo menos 20 m das 
instalações. O deslocamento dos suínos entre as instalações, e das instalações até o 
embarcadouro (e vice-versa) deve ser feito por corredores de manejo. 
6.5 Transporte de Animais
O transporte de animais deve ser feito em veículos apropriados, 
preferencialmente de uso exclusivo. Os caminhões devem ser lavados e desinfetados 
após cada desembarque de animais. 
6.6 Transporte de Rações e Insumos
O transporte de insumos e rações deve ser feito com caminhões específicos, 
preferencialmente do tipo graneleiro. Não usar caminhões que transportam suínos. O 
descarregamento de rações ou insumos deve ser feito sem entrar no perímetro interno 
da granja. Caso exista fábrica de rações, esta deve estar localizada junto a cerca de 
isolamento. Sempre que os silos forem esvaziados devem ser limpos a seco e 
desinfetados. 
6.7 Introdução de Animais na Granja
Os cuidados na introdução de animais no sistema de produção representam, 
juntamente com o isolamento, as barreiras mais importantes para a prevenção do 
surgimento de problemas de ordem sanitária no rebanho. A introdução de uma doença 
no rebanho geralmente ocorre por meio da introdução de animais portadores 
saudáveis, no processo normal de reposição do plantel. Portanto, deve-se ter cuidados 
especiais na aquisição desses animais. 
6.8 Origem dos Animais
Adquirir animais e sêmen, para formação do plantel e para reposição somente de 
granjas com Certificado GRSC (Granja de Reprodutores Suídeos Certificada), 
conforme legislação (Instrução Normativa 19 de 15 de fevereiro de 2002) da Secretaria 
de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento 
(MAPA) que define que toda granja de suídeos certificada deverá ser livre de peste 
suína clássica, doença de Aujeszky, brucelose, tuberculose, sarna e livre ou controlada 
para leptospirose. Define, também as doenças de certificação opcional que são: rinite 
atrófica progressiva, pneumonia micoplásmica, e disenteria suína. Na compra de 
animais para povoamento ou reposição do plantel, exigir do fornecedor cópia do 
Certificado de granja GRSC e verificar a data de validade do mesmo.
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Preferencialmente, adquirir animais procedentes de uma única origem sempre no 
sentido granja núcleo -> multiplicadora -> granja comercial. A aquisição de animais de 
mais de uma origem aumenta as chances de introdução de novos problemas 
sanitários. 
6.9 Quarentena
O objetivo da quarentena é evitar a introdução de agentes patogênicos na granja. 
Os animais ficam em uma instalação segregada por um período de pelo menos 28 dias 
antes de introduzi-los no rebanho. A instalação deve ser longe (mínimo de 500 m) do 
sistema de produção e separada por barreira física (vegetal). Esse período serve para 
realização de exames laboratoriais e também para o acompanhamento clínico no caso 
de incubação de alguma doença. As instalações do quarentenário devem permitir 
limpeza, desinfecção e vazio sanitário entre os lotes, mantendo equipamentos e, 
quando possível, funcionários exclusivos. 
6.10 Adaptação
Este período serve para adaptar os animais ao novo sistema de manejo e à 
microbiota da granja. A falta de imunidade contra os agentes presentes na granja pode 
levar os animais a adoecerem. A primeira providência é abrir uma ficha de controle dos 
procedimentos de adaptação, vacinação e anotação de cio para cada lote de fêmeas. 
Após, introduzir os animais no galpão de reposição e adotar os procedimentospara 
adaptação aos microorganismos do rebanho geralmente a partir de 5,5 a 6,0 meses de 
idade. 
6.10.1 Adaptação dos Animais aos Microorganismos
Colocar uma ou duas pás de fezes de porcas pluríparas por dia, em cada baia, 
durante 20 dias consecutivos. Colocar fetos mumificados nas baias das leitoas até 15 
dias antes de iniciaram a fase de cobrição. Iniciar a imunização dos animais logo após 
sua acomodação na granja. 
6.10.2 Espaço de Alojamento
Propiciar espaço mínimo de 2 m2 por animal, alojando as leitoas em baias com 6 
a 10 animais. Alojar os machos recém chegados na granja em baias individuais com 
espaço mínimo de 6 m2. 
6.11 Controle de Vetores
A transmissão de doenças por roedores, moscas, pássaros e mamíferos 
silvestres e domésticos deve ser evitada ao máximo. As medidas gerais de controle 
são: cerca de isolamento; destino adequado do lixo, dos animais mortos, de restos de 
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parição e de dejetos; limpeza e organização da fábrica e depósito de rações e insumos 
e dos galpões e arredores. 
6.11.1 Roedores
Deve-se criar um ambiente impróprio para a proliferação dos mesmos, ou seja, 
limpeza e organização, eliminando os resíduos e acondicionando bem a ração e os 
ingredientes. O combate direto pode ser realizado através de meios mecânicos como a 
utilização de armadilhas e ratoeiras ou através de produtos químicos (raticidas), os 
quais devem ser empregados com cuidado (dispositivos apropriados) para evitar 
intoxicação dos animais e operadores. Esse é um programa permanente.
6.11.2 Insetos
Para o controle de moscas, recomenda-se o "controle integrado" que envolve 
medidas mecânicas direcionadas ao destino e tratamento de dejetos, o qual deve ser 
realizado permanentemente, somado ao controle químico ou biológico que eliminam o 
inseto em alguma fase do seu ciclo de vida. Sempre que houver aumento da população 
de insetos na granja, em especial de moscas, deve-se procurar e eliminar os focos de 
procriação. 
6.12 Destino de Animais Mortos
Todo sistema de produção acumula carcaças de animais mortos e restos de 
placentas, abortos, cordões umbilicais e testículos que precisam ter um destino 
adequado, para evitar a transmissão de agentes patogênicos, a atração de outros 
animais, a proliferação de moscas, a contaminação ambiental e o mau cheiro, além de 
preservar a saúde pública.
A compostagem que é um método eficiente, resultado da ação de bactérias 
termofílicas aeróbias sobre componentes orgânicos (carcaças e restos) misturados a 
componentes ricos em carbono (maravalha, serragem ou palha) deve ser o método 
preferencial.
Com relação à prevenção da disseminação do agente Amass (2005) postula o 
seguinte:
6.13 Transmissão pelo Contato Direto entre Suínos Infectados e 
Susceptíveis
Os suínos podem se tornar infectados pelo contato direto com as matrizes ou 
outros suínos. Normalmente os animais mais velhos são colonizados por mais 
organismos e podem ser fontes de infecção para os mais novos.
Manter uma quarentena for a da granja. Não colocar os animais de reposição 
diretamente no plantel.
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A segregação por idade pode ser usada para minimizar a transmissão suíno para 
suíno. Suínos com idades muito próximas podem ser agrupados e transferidos como 
contemporâneos na granja. A produção usando o sistema “todos dentro-todos fora” 
permite a limpeza e desinfecção entre lotes e, caso haja um surto, ele pode ser contido 
e a transmissão para o próximo lote evitada.
Desmame precoce, segregação por idade e medicação estratégica ou vacinação 
quando necessário podem ser usados para minimizar a transmissão de certos 
patógenos da matriz para os leitões (Clark et al, 1994). A teoria que respalda o 
desmame precoce é a que os leitões consomem o colostro que o protege de alguns 
dos patógenos que a matriz possui por um curto período de tempo. Se o leitão é 
transferido para um ambiente limpo livre de patógenos enquanto estiver sob a proteção 
colostral, a transmissão de alguns patógenos da matriz para os leitões pode ser 
prevenida ou minimizada. Em alguns casos como no caso do Streptococcus suis, o 
desmame precoce não previne a transmissão porque os leitões já se infectam ao 
nascer. Em outros casos o desmame precoce somente diminui a dose de patógenos 
transferidos para os leitões de maneira a que eles se tornem portadores 
assintomáticos. Se o rebanho já possui um alto status de saúde usando idades 
convencionais de desmame uma troca para desmames mais precoces provavelmente 
não trará benefícios e pode prejudicar o rebanho em termos de desempenho 
reprodutivo.
A segregação por ordem de parto usa a mesma teoria da segregação por idade. 
Nesse sistema as leitoas são separadas das matrizes de dois ou mais partos. Isso 
propicia tempo para um melhor desenvolvimento da imunidade nas leitoas antes de se 
tornarem infectadas pelos patógenos eliminados pelas matrizes. Os leitões filhos de 
leitoas são separados dos filhos de matrizes. O sistema imune das leitoas pode não ser 
tão eficiente como o das matrizes porque as primeiras foram expostas a menos 
agentes. Portanto as leitoas podem ser mais infectantes para as suas proles. Além 
disso, suínos filhos de leitoas podem infectar outros leitões na creche.
Minimizar a transferência cruzada limitando-a às primeiras 24 horas de vida. Essa 
prática após as 24 horas de nascimento pode colocar em risco por promover o contato 
com uma fêmea adotiva que esteja eliminando patógenos cujos leitões não tenham 
recebido imunidade colostral.
O uso de baias de enfermaria pode segregar parcialmente os suínos doentes do 
resto do grupo. Entretanto, esses animais vão ainda compartilhar o mesmo espaço 
aéreo com os saudáveis e a menos que sejam usados divisórias e portões compactos 
eles terão contato direto com os suínos das baias adjacentes.
Manter os suínos com os seus contemporâneos, incluindo aqueles nas baias de 
enfermaria. Algumas granjas atrasam o desmame dos leitões com baixo 
desenvolvimento ou transferem os mesmos para uma sala com leitões mais novos com 
o mesmo tamanho. Essas práticas podem por em risco os animais saudáveis.
Vacinação estratégica e protocolos de medicação podem limitar a transmissão 
direta de patógenos entre suínos por limitar o número de patógenos eliminados pelos 
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suínos infectados e por melhorar a imunidade dos animais expostos prevenindo a 
infecção.
6.14 Transmissão pelo Contato Indireto entre Suínos Infectados e 
Susceptíveis
A sanitização de equipamentos como tambores, tábuas de manejo, carrinhos, 
cochos, bebedouros, etc. usados dentro da granja, instalações dentro e entre lotes e 
dos veículos usados dentro da granja incluem uma limpeza criteriosa considerando a 
remoção de material orgânico visível como esterco, urina, palha, maravalha, poeira, 
ração, etc seguido por desinfecção usando um produto apropriado e efetivo. 
Uma limpeza criteriosa é importante, pois alguns patógenos como o 
Streptococcus suis, rotavírus e salmonela podem ser isoladas de poeira nas 
instalações. Os objetivos do programa de sanitização são baixar o nível de patógenos 
abaixo da dose infectante no momento da exposição e prevenir o crescimento dos 
agentes ao longo do tempo. 
Fômites como equipamentos podem ser uma rota potencial de transmissão 
indireta. A manutençãode equipamentos específicos para grupos de animais, limpeza 
e desinfecção periódica de equipamentos de uso comum ou entre lotes são 
procedimentos de biosseguridade possíveis. 
Agulhas usadas podem potencialmente espalhar patógenos de suíno para suíno. 
Em termos práticos devemos usar a agulha primeiro nos animais menos 
comprometidos pela doença para depois usar nos mais comprometidos. A mesma 
agulha pode ser usada para grupos de suínos alojados junto com contato direto sem 
aumentar dramaticamente o risco de transmissão de doença dentro do grupo. 
6.15 Pessoal
O monitoramento pelos operadores é uma das melhores medidas de 
biosseguridade que podem ser implementadas. Otimização das instalações, nutrição e 
manejo podem reduzir a susceptibilidade dos suínos às infecções. O monitoramento 
permanente pelos operadores para os sinais clínicos de doença permite a pronta 
contenção dos surtos. Prover cuidados veterinários e vigilância para doenças de forma 
regular pode também prevenir grandes surtos e acelera a velocidade do processo de 
contenção.
As pessoas têm o potencial de transmitir patógenos dos suínos, de forma 
mecânica e biológica. A transmissão mecânica ocorre quando uma pessoa entra em 
contato com suínos ou instalações contaminados, tornando-se contaminada também e 
então carrega o patógeno pela granja. A transmissão biológica pode ocorrer com 
patógenos que infectam pessoas e suínos. Uma pessoa doente pode eliminar 
potencialmente para os suínos que ela tiver contato. De forma ideal os operadores 
devem transitar na granja dos animais saudáveis para os animais doentes e, dentro 
dessas categorias, dos animais novos para os animais velhos. Entretanto, esse 
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controle é pouco prático. Os operadores que trabalharam junto às salas com suínos 
doentes ou que manusearam/ transportaram animais mortos devem lavar o material 
orgânico visível das áreas expostas do corpo e trocar as roupas e calçados antes de ter 
contato com grupos de suínos não infectados. 
Nos casos de surtos em salas localizadas da granja os operadores podem tratá-
las como quarentenários com uma pessoa específica responsável. Esse deve usar 
roupas e calçados específicos para a sala na sua entrada. Da mesma forma devem 
existir suprimentos e equipamentos específicos. Itens descartáveis devem ser usados 
quando possível. Os animais nessa sala podem ser medicados, se possível, além de 
uma terapia de suporte. Esses suínos devem ser manejados no final do dia, pois os 
operadores tomarão banho após. Os animais recuperados podem ser vendidos e a sala 
deve ser limpa e desinfectada antes da entrada do próximo lote. Se o tratamento não 
for possível por problemas de carência a rápida eutanásia deve ocorrer para minimizar 
a transmissão do resto do rebanho.
7. Priorização dos Procedimentos de Redução de Risco
Devem-se considerar conforme Amass (2005) as características dos agentes de 
interesse, fontes potenciais, viabilidade de uma intervenção com sucesso, 
considerações econômicas, níveis pessoais de aceitação de risco para selecionar e 
adaptar os procedimentos preventivos para cada agente de interesse sob condições 
específicas do plantel.
8. Avaliação da Efetividade dos Procedimentos
De acordo com Amass (2005) pessoal, instalações, equipamentos, suínos e 
agentes de interesse estão em constante mudança. Assim sendo, procedimentos que 
funcionavam no passado podem não funcionar no presente ou futuro. Por isso que 
todos os procedimentos de biosseguridade devem ser periodicamente avaliados. A 
efetividade inata do procedimento, concordância dos operadores e custos devem ser 
avaliados. O programa de biosseguridade precisa ser adaptado via eliminação, 
modificação ou adição de procedimentos, uma vez que áreas de risco críticas e 
agentes de interesse mudam ao longo do tempo.
8.1 Monitoramento e Avaliação de Plantel
O monitoramento regular dos suínos para os sinais de infecção é essencial uma 
vez que quanto mais cedo a doença é diagnosticada, maior a chance de prevenir sua 
disseminação. Recomenda-se a avaliação dos animais duas vezes ao dia para sinais 
de doença, mortalidade, febre, descoloração, diminuição do consumo, claudicação, 
vesículas. 
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Suinocultura
25, 26, 27 de abril de 2005 - Florianópolis – SC
A monitoria da saúde do plantel usando sinais clínicos, sorologia, necropsia e 
avaliações no frigorífico podem ser usadas para detectar a exposição clínica ou 
subclínica aos agentes de interesse. 
 8.2 Monitoramento do Protocolo de Sanitização
Isso pode ser feito pela identificação dos agentes de interesse nos fômites ou 
usando contagem de bactérias aeróbias como marcador de contaminação. Animais 
sentinela podem também ser usado para monitorar patógenos específicos após a 
desocupação das instalações. 
Outros fatores que impactam na eficácia do protocolo de sanitização seriam a 
qualidade da água e preparação da solução desinfectante. 
8.3 Coleta de Dados 
Bons registros podem ajudar a traçar a fonte do surto e decidir que procedimentos 
de biosseguridade são necessários para prevenir uma nova ocorrência.
9. Conclusão
As doenças modernas estão trazendo novos desafios à cadeia produtiva 
suinícola. Esses desafios têm se revelado primordialmente de ordem sanitária, ou seja, 
prevenção, tratamento e controle de enfermidades que geram impacto econômico na 
produção e produtividade. As experiências práticas têm demonstrado que um sistema 
moderno de produção deve, obrigatoriamente, estar consorciado com um plano 
abrangente de biosseguridade. Esse plano de biosseguridade deve ser concebido 
adaptando-se à realidade de cada granja, de forma a obter o difícil consenso entre os 
interesses do proprietário, do médico-veterinário, da agroindústria, do mercado e do 
consumidor final.
Prevenção à entrada de doenças, parada na mudança dos padrões das 
enfermidades, melhoria de desempenho, redução do uso de medicamentos, redução 
das zoonoses, produção de carne suína de forma lucrativa são alguns dos benefícios 
da prática consistente da biosseguridade. Essas são razões mais que suficientes para 
discutir, arquitetar e implementar um plano prático de biosseguridade. 
10. Bibliografia Consultada
Amass, S.F. The Pig Journal (2005) 55, 104-114.
Clark, L.K., Hill M.A., Kniffen, T.S., Van Alstine, W., Stevenson, G., Meyer, K.B, Wu, 
C.C., Scheidt, A.B., Knox, K. and Albregts, S. (1994). Swine Health and Production, 2, 
5-11.
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V Seminário Internacional de Aves e Suínos – AveSui 2006
Suinocultura
25, 26, 27 de abril de 2005 - Florianópolis – SC
Thrusfield, M. (1995). Veterinary Epidemiology, 2nd edition. Blackwell Science Ltd., 
Oxford, United Kingdom.
http://extranet.agricultura.gov.br/consultasislegis/Imagem?codArquivo=1943, acessado 
em 20/01/2006.
http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Suinos/SPSuinos/index.html
, acessado em 20/01/2006.
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	6.14 Transmissão pelo Contato Indireto entre Suínos Infectados e Susceptíveis
	6.15 Pessoal
	10. Bibliografia Consultada

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