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DEFINIÇÕES DE DIREITO DIMOULIS UNIEURO CURSO: DIREITO DISCPLINA:IED PROFª.: ADRIANA DOS REIS • 1. Esclarecimentos preliminares e definição descritiva • O que é Direito? - “Nunca houve nem haverá uma única definição do direito.” - Definição vinculada a idéias filosóficas e políticas • Definições Descritivas ou Lexicais - 1. Direito é o justo, derivado do termo latino directum, que significa reto, bem direcionado, correto. - 2. Direito como faculdade de poder exercer, exigir uma prestação ou omitir algo ou alguma coisa. Definição esta, também chamada de Direito Subjetivo. - 3. Direito como estudo das normas jurídicas, conjunto de disciplinas jurídicas, denominada também como “Ciências Jurídicas”. - 4. “Direito como conjunto de normas que objetivam regulamentar o comportamento das pessoas na sociedade.” Também denominado Direito Objetivo, Direito Positivo ou Ordenamento Jurídico. • 2. Dezoito definições de direito como direito objetivo. 2.1 Platão - Direito consiste na busca por l justiça. - O Estado deve dar aquilo que c cada um merece. - Três tipos de natureza humana: - Desejo - Coragem - Razão 2.2 Aristóteles - “O Estado define o que é direito, d devendo empregar o critério de jstiça; justiça.” - “O direito é justo quando protege o os interesses gerais da sociedade e e, e , e e, em particular quando trata de m a maneira igual as pessoas que se n encontram em situação igual.” - Duas formas de IGUALDADE: - Igualdade aritmética → Justiça comutativa - Igualdade geométrica → Justiça distributiva - Direito se confunde com justiça • Justiça Comutativa - Aplicada geralmente em caso de contratos ou danos. - Princípio de igualdade aritmética (“um por um”). - “A Justiça comutativa versa sobre o que é de cada pessoa “ por direito próprio” diz Vermeersch. • Justiça Distributiva - Dar a cada um o que é seu na medida da proporcionalidade e necessidade. - Resultado é a desigualdade social 2.3 Estoicos ZENÃO DE CÍTIO SÊNECA MARCO AURÉLIO - “O direito não estava ligado ao Estado, mas decorria da natureza.” - O estudo da natureza humana é uma forma de deduzir as regras que constituem o direito, independente da relação entre os homens e o Estado. ROMA - O direito pensado por juristas atuantes na prática. 2.4 Celso e Ulpiano - Digesto de Justiniano (530 e 533 d.C.) - “O direito constitui a arte do bem e do justo” (CELSO) - “O direito é o mesmo para todos” (ULPIANO) - Direito Natural (ius naturale) - Direito das Gentes (ius gentium) - Direito Civil (ius civile) 2.5 Tomás de Aquino • As Leis são mandamentos da Boa Razão, impostas pelo monarca (um rei, um imperador, um sultão). • As Leis devem ser criadas respeitando as Leis Eternas , encontrados nos ensinamentos da Igreja Católica. • Caso haja conflito entre entre a lei positiva e a lei eterna, os súditos não serão obrigados a obedecer a lei positiva (corrupta). • Mesmo não sendo obrigados a obedecer, o respeito da lei “corrupta” era necessário para evitar desordens e revoltas. 2.6 Thomas Hobbes • Para ter uma sociedade organizada, os homens abdicavam dos seus direitos naturais, e entregavam todo poder ao Estado. • Cria-se um cotrato social de submissão ao Estado. • O Estado era responsável por criar os direitos, obrigações e as punições pelo não cumprimento delas. • As regras serão respeitadas, não porque são justas mas, porque aquela que as criava, tinha também o poder de constranger. • Estado era comparado a um “monstro”. 2.7 Samuel Pufendorf • A liberdade humana deve ser regulamentada e limitada mediante as leis. • O Direito Natural é insuficiente para garantir a vida em sociedade, já que não aplica penalidades impondo a elas respeito as leis. • O Direito estabelecido pelo estado garante a paz, segurança e o bem- estar, punindo os desvios. • Mesmo que as leis entrassem em conflito com as leis eternas e o direito natural, eram obrigados, os súditos, a respeitar a vontade dos governantes. 2.8 Baruch Spinoza • Direito significa força, poder, potência. • Considera absurdo que o direito depende do Estado ou da justiça. • Acreditava que o Direito é o poder de cada um. • O Direito dos governantes encontra estava ameaçado pelas massas que poderiam se rebelar caso eles criassem ou impulsessem regras contraditórias a natureza dos homens. 2.9 Jean-Jacques Rousseau • As grandes desigualdades e injustiças sociais são atribuidas à propriedade privada que permite às minorias poderosas explorar e oprimir a maioria. • Contrário a Hobbes, acreditava que a submissão ao estado era errado, e que a sociedade deveria criar suas próprias leis não se submetendo a vontade dos poderosos. • O Direito deve expressar a vontade de todos presentes na sociedade. • O Direito se torna mais igualitário, deixando de lado os aspectos econômicos. 2.10 Immanuel Kant • Devemos atuar de forma que a nossa conduta possa valer como lei geral, ou seja, não devemos fazer aquilo que não gostaríamos que os outros fizessem. • O Direito deve limitar a ação de cada indivíduo para preservar a liberdade dos demais. • Direito, era o conjunto de regras estabelecidas pelo estado para garantir a liberdade de todos os indivíduos • O Direito positivo é aceitável somente quando respeita a lei de outro e garante a liberdade de todos. 2.11 Georg Wilhelm Friedrich Hegel • Cada época é elaborado um direito com finalidades e características distintas. • O Estado exprime o interesse geral, garante a aplicação dos princípios morais e realiza a liberdade humana. • O Estado é a liberdade e a moralidade. • O Direito moderno exprime as conquistas e melhorias éticas de uma sociedade. 2.12 Friedrich Carl von Savigny • Rejeita a ideia que apenas o Direito Estatal era capaz de retratar a identidade política e jurídica de uma nação. • O Direito é criado de acordo com o contexto histórico de cada sociedade, levando em conta suas tradições e costumes. • O Direito não poderia recorrer de um modelo universal sem pensar nas particularidades do tempo e espaço. • O Direito deve evoluir com o tempo de acordo com a cultura nacional. 2.13 Karl Magnus Bergbohm • Uma norma que regulamenta a atividade humana converte-se em direito positivo desde que seu conteúdo seja expresso de forma jurídica, caracterizando uma lei. • O Estado pode dar as normas de conduta social a forma jurídica, mediante ato solene de imposição. • As normas devem ser respeitadas sobre pena de sanção. • Normas poderiam ser criadas por grupos sociais, ou decorrentes de posicionamentos morais, mas não vinculam o individuo juridicamente. 2.14 Eugen Ehrlich • Origem social e não estatal; • Encontra-se nos costumes presentes nas relações entre as pessoas; • Não se manifesta no código e nem nos tribunais; • “pesquisa livre do juiz”; • Reconhecimento social de certas normas por meio da pressão que a comunidade exerce sobre o indivíduo. 2.15 Hans Kelsen • Ausência de interferência de outras disciplinas; • Define direito como organização da força ou ordem de coação; • Hierarquia criada pela constituição: as normas inferiores devem serconforme as superiores, fundamentando as normas jurídicas. 2.16 Yevgeniy Bronislavovich • O direito é proveniente da burguesia; • Ilusão de uma liberdade e igualdade formais; • Para que haja a prática desses dois princípios faz-se necessário que a revolução socialista acabe com o direito e o capitalismo. 2.17 Robert Alexy • Estritamente vinculado aos conceitos morais da sociedade; • As normas devem respeitar a justiça, caso não sejam se tornam inválidas; • Dimensão real X Dimensão ideal 2.18 EROS ROBERTO GRAU • Doutrina real do direito – observação das funções do direito na sociedade; • Evitar conflitas e atingir o equilíbrio entre liberdade e o interesse coletivo; • O direito é previamente posto pela sociedade que serve de base para a criação do direito criado pelo Estado. 3.1 Relatividade histórica do direito • Fluxo permanente do direito; • Cada época cria seu próprio direito; • Sempre existiu direito; • Cada período tem sua lógica e estrutura jurídica, tendo de ter cuidado quando for necessário o estudo de direito mais antigos. 3.2 Direito como dever social e coerção • Regulamentar o comportamento humano; • Dever e não dever fazer; • Dever ser; • Não foca o que é. • Dever ser forte e ameaçador; • Imposta a partir de penalidades e ameaças; • Deve ser respeitado pelo Estado, indivíduos e comunidade. 4. Divergências ideológicas nas definições Sabe-se que apesar de existir inúmeros elementos em comum, a respeito do conceito de direito, nota- se que esses elementos não escondem as grandes divergências entre as dificuldades do Direito. Entre outros motivos que promoveram as divergências entre as definições de direito temos: •A relatividade histórica das experiências jurídicas que Ada autor viveu em sua época. •A influência que as concepções filosóficas e cientificas promoveram nas opiniões de cada autor. Podemos ver como exemplo a diferença entre dois autores que viveram na mesa década, porem, suas visões a respeito desse Conceito de Direito são totalmente diferentes. • Kelsen desejava elaborar uma ciência da direito pura, portanto, ele não examina as forças sociais que influenciam a criação e aplicação do Direito. • Ehrlich desejava explicar sociologicamente o Direito como analisa a sociedade, empregando a justiça obvia de que o direito nasce da sociedade. Abordagens a respeito da postura pessoal dos autores sobre o Conceito do Direito: •Abordagem critica: Está relacionada a uma visão negativa do Direito; •Abordagem apologética: Termo oriundo da palavra grega “apologia” que indica o discurso apaixonado feito para defender e justificar algo; •Abordagem neutra: Para DIMOULIS, é considerada a melhor forma de definição do Direito. Ele explica que devemos fazer o possível para sermos neutros. 5.Elementos fixos • O direito das sociedades modernas é um conjunto de normas que objetiva regulamentar o comportamento social. • “O direito é um conjunto de normas” •"O direito cria o direito" •"O estado cria o direito" • "O Direito é exclusivamente escrito?" •“Direito eficaz" • "Direito garantido mediante a ameaça e o emprego de coação" • "O direito necessita da aceitação popular?" QUESTÕES 1. Direito subjetivo é: a) O poder reservado aos magistrados. b) Um conceito originário do “socialismo jurídico”. c) Um poder conferido pela norma jurídica para a ação de um sujeito. • (Exame XX-OAB) 2. A partir da leitura de Aristóteles (Ética a Nicômaco), assinale a alternativa que corresponde à classificação de justiça constante do texto: • “… uma espécie é a que se manifesta nas distribuições de honras, de dinheiro ou das outras coisas que são divididas entre aqueles que têm parte na constituição (pois aí é possível receber um quinhão igual ou desigual ao de um outro)…” • A) Justiça Natural. • B) Justiça Comutativa. • C) Justiça Corretiva. • D) Justiça Distributiva. 3 .Sobre a Teoria Pura do Direito, assinale a alternativa CORRETA: a) Formulada pelo jurista austríaco Hans Kelsen, autor positivista do direito, a Teoria Pura reduz a expressão do direito a um só elemento: a norma jurídica. b) Hans Kelsen adotou uma ideologia essencialmente positivista no setor jurídico, desprezando os juízos de valor, rejeitando a ideia do Direito Natural, combatendo a metafísica. c) A ordem jurídica, para Kelsen, formaria uma pirâmide normativa hierarquizada, onde cada norma se fundamentaria em outra e a chamada Norma Fundamental seria aquela que legitimaria toda a estrutura normativa. d) As normas jurídicas formariam uma pirâmide apoiada em seu vértice. A graduação é a seguinte: Constituição, lei, sentença e atos de execução ou atos normativos. e)Todas estão corretas Faculdade UNIBAN, professor Samuel Schmidt R= E • 4. Segundo a explicação de H. Kelsen, na obra O que é justiça?, a doutrina do Direito natural pressupõe que o valor é A - imanente à realidade e é contingente. B - imanente à realidade e é relativo. C - consequente da conduta e é contingente. D - consequente da conduta e é relativo. E - imanente à realidade e é absoluto. • Aplicada em: 2015 • Banca: FCC • Órgão: DPE-SP • Prova: Defensor Público • R= E • 5. Na teoria do direito de Hans Kelsen, o conceito de norma jurídica representa: A) O campo histórico do direito. B) O padrão moral que rege as condutas humanas. C) A base da pureza metodológica da ciência do direito. D) A dimensão valorativa da ciência do direito. E) O resultado da relação entre direito e religião. R=C ALUNOS: IURY OLIVEIRA LARA FERNANDES MICHELLY MATOS RAMON LIMA THAYNAN OLIVEIRA
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