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Sistemas de Informação na Qualidade Total 1 Sistemas de Informação na Qualidade Total Professor Pedro de Carvalho Sistemas de Informação na Qualidade Total 2 Introdução e Conceitos Fundamentais 4 Introdução 4 Da Era Industrial a Era do Conhecimento 4 Histórico 4 Administração Japonesa 5 A Administração Participativa 6 Administração Empreendedora 7 Administração Holística 7 Corporação Virtual 8 Gestão da Qualidade e a Gestão Estratégica 8 Formas de Criação e Disseminação das Informações nas Organizações 9 Sistemas Integrados de Gestão na Qualidade Total 10 A evolução dos Sistemas de Informação 10 Características dos Sistemas Integrados 10 Roteiros de implantação 12 Modelos de sistema e funcionalidades 14 Considerações Finais 26 Referências 27 SUMÁRIO Sistemas de Informação na Qualidade Total 3 Prezados alunos, Vamos iniciar uma pequena jornada em direção ao estudo de Sistemas de Informação para a Qualidade Total, iniciar pelo simples motivo que, ao chegarmos ao final destas discussões, estaremos apenas em uma nova fase do processo de aprendizado deste assunto e que se seguirá, à medida que os conceitos adquiridos, forem sendo aplicados ao dia-a-dia, no processo físico de observação do conhecimento. Deixo como indicação, o uso constante de um dicionário, que este seja acionado na menor duvida que possa surgir muitas surpresas positivas o aguardam nesta atividade. Um dos motivos deste preciosismo com as palavras refere-se ao uso destas em discussões, apresentações ou palestras, sendo que as palavras são colocadas de forma a construírem- se um protocolo de comunicação entre os participantes o emissor e quanto mais acessível a todos, maior a probabilidade da informação ser transmitida corretamente e posteriormente do conhecimento ser transmitido e recebido pelos envolvidos com o máximo de fidelidade. Bons estudos! Prof. Pedro de Carvalho Mestre em Administração de Empresas pela Universidade de São Caetano do Sul e bacharel em administração de empresas pelo Instituto Municipal de Ensino Superior de São Caetano (1996). Possui experiência profissional de 10 anos em Telecomunicações na TELESP - Telecomunicações de São Paulo; 7 Anos e Soluções para WEB e Redes de dados na NET abc Telecomunicações e 3 anos em Soluções de Voz e dados na Stonecorp. Desde Janeiro de 2011 atua como professor na FMU - Faculdades Metropolitanas Unidas, nos cursos de graduação em Tecnologia da Informação. Sistemas de Informação na Qualidade Total 4 INTRODUÇÃO E CONCEITOS FUNDAMENTAIS Introdução Impulsionado pelos avanços da tecnologia da informação, o uso de Sistemas de Informação para a Qualidade, vem ocupando cada vez mais a agenda dos principais gestores das organizações, sejam elas públicas, privadas ou mesmo do terceiro setor, representado pelas Organizações Não Governamentais (ONG), deixando de ser uma tendência futura e assumindo o posto de principal ferramenta de competitividade e sobrevivência da organização. O conhecimento, adquirido pelos colaboradores com os erros e acertos, passa a ser cobiçado por todos os gestores e suas organizações. Após a obtenção das informações, é preciso um bom sistema que permita seu armazenamento e disponibilização aos interessados, de forma que novos conhecimentos possam ser produzidos. Utiliza-se ainda mais variados métodos, já existentes ou recém-desenvolvidos. O intuito é uma continua revisão dos Modelos de Gestão existentes, seus pontos fortes, pontos fracos e as mudanças necessárias para que se mantenha em condições de absorver as oportunidades geradas nos mercados cada vez mais globalizados e dinâmicos. A globalização e as comunicações instantâneas fazem com que os modelos de gestão, tão logo sofram melhorias, seja nos processos físicos, seja na forma de gerir as pessoas, rapidamente passa a ser incorporadas por um grande número de outras empresas, sejam elas parceiras ou concorrentes. O conhecimento adquirido no decorrer das atividades diárias das organizações, não podem mais ser desconsiderado, para que a seja possível a manutenção de pessoas com um nível cada vez mais em consonância com os requisitos mercadológicos e sociais, todo o conhecimento das pessoas e organizações de seu relacionamento devem ser postos a disposição dos demais que também alimentam estas pessoas e organizações, mantendo-se em um processo permanente de transmissão do conhecimento. As grandes corporações procuram manter em sua rotina de investimentos, a destinação de uma parcela significativa de suas receitas, para investimento em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), como forma de manter-se conectada aos anseios da sociedade e ofertar soluções, na forma de produtos ou serviços, que atenda tais demandas e cada vez mais, as organizações que ainda não estão inseridas neste grupo, passam a buscar os melhores caminhos para que possam incluir em sua gestão, formas de destinar uma parcela de suas receitas que faça frente às expectativas de geração de novas tecnologias. Da Era Industrial a Era Do Conhecimento Histórico É importante fazer um breve retorno a um passado próximo para identificar alguns acontecimentos relevantes que nos auxiliem na compreensão dos acontecimentos presentes e nos remeta a ações com vistas ao futuro. Vamos partir da produção em massa, uma das principais características da era industrial, marcada pela fábrica de automóveis Ford e seu criador, Henry Ford., com seu auge no ano de 1920. A partir deste período encontramos algumas fases baseadas em Gestão Empresarial que podem ser descritas como: a. Erada Produção em Massa (1920/49): Baseada na quantidade de produção e na padronização doprocesso (linha de montagem); b. Era da Eficiência (1950/69): Baseada no controle interno das operações (burocratização da gestão); Essas duas primeiras fases, Produção em Massa e Eficiência, são parte da abordagem tradicionalista da Administração, da Escola Clássica. Sistemas de Informação na Qualidade Total 5 c. Era da Qualidade (1970/89): Baseada na satisfação do cliente; d. Era da Competitividade (a partir de 1990): ênfase na busca da excelência empresarial (eficiência +eficácia), a partir desta fase o foco da gestão passa a ser o cliente, levando-se em conta ainda os empregados a comunidade e os acionistas.Essas duas fases (Qualidade e Competitividade) passam a novas abordagens daAdministração Empresarial. Algumas denominações a se seguiram serão descritas a seguir: Administração Japonesa O ponto inicial para entendimento da importância entrada dos métodos japoneses na gestão de empresas, é identificar suas características culturais milenares, que alicerçaram este desenvolvimento. Das características existentes, três se destacam que são: Primeiro - Conceito de pátria - característica de um povo nacionalista fervoroso, identificado com a nação a que pertence e determinado a não poupar esforços em prol da nação. Recentemente, houve uma explosão numa de suas usinas nucleares de Fukushima, após o acidente, um grupo de ex-funcionários aposentados, se colocaram a disposição para pudessem substituir os jovens que estavam atuando na contenção do desastre, de modo que pudessem poupar a vida e a saúde destes trabalhadores, alegando que o tempo de vida deles era menor e que o país necessitaria dos jovens para restabelecer o curso normal da nação. Esta e outras atitudes similares, demonstra o direcionamento do povo, tendo como meta primeira a nação como um todo em detrimento do individualismo. Segundo – Conceito de família – Pode-se afirmar que a família, é uma continuação da pátria, pois é através da família que a pátria terá o destino idealizado pela cultura milenar japonesa. Terceiro – Conceito de trabalho - é o que permite que a família seja ligada a pátria através de suas contribuições produtivas, que possam permitir que tanto a família quanto toda a nação possam ser provida dos recursos necessários para sua perpetuação. A partir da segunda guerra e da derrota do Japão, a indústria japonesa estava muito longe de competir com o resto do mundo e a partir de acordos com os EUA para a reconstrução do país, algumas práticas de gestão inovadoras foram praticadas pela indústria no Japão para que pudesse passar a fazer parte do mercado mundial. Segue a seguir as principais práticas aplicadas: Qualidade Total TQC (Total Quality Control) - Aplica-se ao processo de produção e não apenas ao produto, qualidade no produto, visando satisfazer a expectativa do cliente, todos os participantes do processo passam a atuar sobre as atividades desenvolvidas e buscam oferecer contribuições sobre o processo de produção. Neste processo, todos os grupos ou departamentos da organização devem contribuir para o continuo melhoramento dos produtos ou serviços. Além de atuar nos processo de gestão. Baseia-se na formação de consciência de todos os recursos humanos envolvidos. Como instrumento para implantação do TQC, para o aprimoramento do sistema produtivo, utiliza-se o que se denomina KAIZEN, de origem japonesa que significa “Mudança para melhor”, considerado não somente uma ação, mas uma filosofia de vida. Uma ferramenta aplicável na implementação e gestão desta filosofia pode ser a que se conhece como PDCA (Plan = Planejar; Do = Executar; Check = Verificar e Act = Agir), formando um fluxo de melhoria continua. Figura 1: Ferramenta de Gestão PDCA Sistemas de Informação na Qualidade Total 6 Planejar – Fase onde se determina quais as principais questões a serem respondidas no processo, incluindo métricas ou formas quantitativas de medição do desempenho e as atividades específicas que deverão ser executadas para solucionar as questões apresentadas. Executar – Amparado pelo planejamento, colocar as atividades em prática Verificar – Com base nas métricas determinadas no plano, a verificação constante de seu cumprimento para que seja feito correções caso não esteja em conformidade com o previsto Agir – Atuar no processo, aproveitando as experiencias adquiridas, registrando e refazendo-o. Segue alguns modelos que foram adotados neste período: Círculos de Controle de Qualidade (CCQ) - Dentro da própria organização encontravam-se os principais atores que poderiam avaliar o processo e propor melhorias quando necessário, eram os próprios funcionários, organizados em grupos informais dentro da produção que se reuniam e encontravam soluções geralmente simples e criativas para eventuais. Just-in-time - Justo no tempo, justo no sentido de precisão, pouco espaço na relação de tempo entre fornecedor e comprador, a partir desta prática, os pedidos eram feitos cada vez mais próximos do momento em que os materiais fornecidos fossem efetivamente serem utilizados na produção. Além de reduzir o alto custo com estoques, evitavam-se também sobras de determinadas partes que fossem excluídas do processo. Kanban – A partir deste sistema, um controle de todo o sistema produtivo é feito com vistas a eliminar atividades que não sejam necessárias ou que possam ser substituído por alternativas que otimizem atividades, tais como atividades de supervisão, controle entre outras, permitindo que o processo possa fluir de forma autônoma. Manufatura Flexível - Com as freqüentes mudanças domercado com novas exigências de produtos direcionados a segmentos menores (nichos), a flexibilização dos sistemas produtivos foram sendo adotados de forma que pudessem atender a crescente demanda. A soma destes modelos adotados diferenciou a forma de gerir os processos produtivos na indústria japonesa que passaram a superar a pioneira indústria ocidental. O que nos observamos, é que os modelos de gestão, privilegiam formas de obter, desenvolver e transmitir o aprendizado nas organizações, buscando diferenciar- se pela tecnologia desenvolvida a partir de todos os envolvidos nos processos produtivos e não somente de um grupo especificamente formatado para este fim. A Administração Participativa O que a diferencia da administração Japonesa é a pouca influencia do contexto histórico, sendo formada com uma diversidade de origens o que torna sua implantação formal mais difícil, pela dificuldade de transmitir ao grupo e aos gestores a forma de ação. É vista mais como um estilo gerencial e dependente das capacidades especificas da pessoa responsável pela gestão naquele local e naquele espaço de tempo, podendo variar assim em função da maior ou menor aptidão do gestor em incentivar e gerir uma maior ou menor participação das pessoas de determinada organização. Assim baseado na capacidade dos gerentes, busca-se a participação de todos, em todos os níveis de forma que se comprometam como o objetivo traçado pela organização, buscando a melhoria da qualidade, aumento de produtividade e melhora constante no clima organizacional para suportar o fluxo de melhorias, partindo da importância da participação individual. Uma característica marcante da Gestão Participativa requer maior delegação de poderes, passando para mais pessoas, o que antes ficava concentrado nos níveis hierárquicos mais altos, e esse processo é irreversível a organização e quando não é levado adiante, pode causar muita frustração nos participantes que não conseguem voltar ao estágio anterior. Sistemas de Informação na Qualidade Total 7 Administração Empreendedora Como contraponto ao crescimento do oriente, o ocidente, especificamente os EUA e em seguida alguns países da Europa, quando a indústria japonesa já se consolidava como forte concorrente, era necessário uma mudança para fazer frente ao rápido crescimento e aumento na participação de mercado global em vários segmentos. A administração empreendedora, mudaria alguns conceitos como as grandes estruturas produtivas que passaria a ser gerenciadas e teriam seus resultados monitorados em pequenas unidades de negócios, mantendo centralizadassomente as atividades que pudessem ser compartilhadas e geraria otimização no uso de recursos especialmente a gestão financeira. O gerente deixa de ser um controlador e passa a ser um líder desenvolvedor de novos negócios e capaz de motivar os integrantes de sua equipe a ser empreendedor, capaz de ir além do vínculo empregatício e pensar na empresa como seu próprio negócio. A forma de motivar esse comportamento passou principalmente pela implantação da participação dos empregados, que passariam a ser chamados de colaboradores, nos resultados obtidos pela organização, na forma de participação nos lucros e resultados financeiros, participação acionária e planos de carreira que os motivassem a se dedicar em suas funções. O relacionamento com as outras empresas com as quais se relaciona, deixa de ser meramente de fornecimento e aquisição, passando a parceiros de negócios, compartilhando a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico, ou ainda tira o foco do concorrente e passa o foco ao consumidor, buscando entender quais suas novas necessidades para traçar as metas futuras. Administração Holística A palavra de origem grega “hólos” que significa “Todo”, é adotada na administração, que se contrapõe a administração até então baseada na departamentalização, onde cada parte da organização era pensada de forma independente e a partir do conceito de Administração Holística, levando-se em conta as mudanças sociais (Tecnologia, educação, economia, ecologia, etc.) passa-se a ver a organização como um todo e seus colaboradores são levados a participar de todo o processo em ações como a denominada “Job-Rotation” ou rotação de funções, onde a visão do especialista em determinada atividade dá lugar a um perfil de colaborador que intua em diversas áreas da organização, numa espécie de polivalência dominando vários conheceres do processo ou produto. O comprometimento individual é buscado através da participação no objetivo global, levando-se em conta a intercessão entre os objetivos individuais e os coletivos, colocados a disposição do todo. A estrutura reduz sua formalização, passando a valorização das células autônomas de produção. A visão holística, não se resume a uma modalidade de administração, é um conceito que leva em consideração o todo do comportamento social, conforme Capra (1989), “Essa nova visão inclui a emergente visão sistêmica devida, mente, consciência e evolução; a correspondenteabordagem holística da saúde e da cura; a integraçãodos enfoques ocidental e oriental da psicologia e dapsicoterapia; uma nova estrutura conceitual para aeconomia e a tecnologia; e uma nova perspectivaecológica e feminista, que é espiritual em sua estruturaessencial e acarreta profundas mudanças em nossasestruturas sociais e políticas”. Observa-se no texto a aproximação do uso dos conhecimentos técnicos, mas, considerando fortemente os eventos externos a organização ou mesmo o ambiente local onde tanto a organização quanto seus colaboradores estão inseridos. Passa-se a levar em conta em que medida o estado ou as mudanças no comportamento determinam ou influenciam o posicionamento da organização no tempo e no espaço. Sistemas de Informação na Qualidade Total 8 Corporação Virtual A tecnologia da informação tem influencia decisiva nas novas características tanto das organizações quanto dos indivíduos, alterando de forma constante a noção de tempo e espaço deixando de interagir predominantemente na esferalocal, passando a afetar mudanças globais a todo instante. Como uma das formas de operacionalizar os modelos de gestão anteriormente abordados que sugerem a redução custos, estruturas e aumentando de forma exponencial a velocidade de inserção de ações na sociedade, é necessáriofazer uso dos recursos tecnológicos de informática, que elimina diversas operações dependentes de força física humana, uma vez esta já possui disponibilidade e já se encontra inserida na cultura dos novos profissionais. Podem-se citar algumas funcionalidades já delegadas a setores organizacionais, cujo uso da tecnologia da informação torna-se imprescindível: - Logística – transações podem ser feitas em qualquer lugar do planeta, de forma rápida, com volumes desejados e a custos reduzidos; - Fornecimento de serviços capazes de agregar valor aos produtos ou serviços requeridos pelos consumidores; - Envolvimento dos clientes e fornecedores durante todo o processo de relacionamento da organização; - Fácil acesso a todas as informações e comportamento de consumo dos produtos ou serviços, ampliando a personalização nas novas ofertas; - Integração de sistemas e dados com clientes e fornecedores (Lembrar do Just In Time, que com o uso da tecnologia da informação teve sua operacionalização facilitada); A relação entre pessoas e informatização passa por mudanças constantes, principalmente ela necessidade de atualização ser constante as pessoas, que devem ser constantemente motivadas a interagir com esses sistemas e adequar-se mais rapidamente as novas expectativas do mercado. GESTÃO DA QUALIDADE E A GESTÃO ESTRATÉGICA Inicialmente, seguem-se algumas indicações dos termos que incluem a gestão da qualidade no âmbito da gestão estratégica. Formulação estratégica - Processo de desenvolvimento da reflexão estratégica, sendo o resultado de um processo decisório que compreende: a) diagnóstico, b) avaliação das alternativas, c) escolha e d) implantação e que sofre influência de fatores como a estrutura, apolítica e o poder, a cultura organizacional e mesmos as emoções, ou seja, trata-se do processo que precede a decisãoestratégica e é realizada por estrategistas. Decisão estratégica - Integração entre fins (os objetivos estratégicos) e meios (asações estratégicas), sendo influenciada pelos limites cognitivos do decisor, dacomplexidade do problema e de conflitos entre os decisores, ou seja, é a tomada dedecisão sobre a estratégia a ser adotada, realizada pelo decisor detentor deautoridade formal dentro da organização. Estrategistas - são os profissionais da organização, sem poder decisório, queutilizam o conhecimento estratégico para formular estratégias. Decisores ou tomadores de decisão - são os dirigentes da organização, dotados decompetência formal para optar pela estratégia mais adequada a determinado objetivo, exercendo o ato da decisão estratégica. Definida a estrutura adotada no processo de estratégia para a implantação de Sistemas para Qualidade, os principais agentes participantes do processo são classificados quanto a seu nível de decisão ao participar da formulação ou da decisão estratégica utilizando-se do seu conhecimento. Na formulação, ocorre o planejamento, na avaliação de novos modelos identificados no mercado e na construção de novas estratégias. O decisor, Sistemas de Informação na Qualidade Total 9 FORMAS DE CRIAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DAS INFORMAÇÕES NAS ORGANIZAÇÕES Partindo para ações práticas, as técnicas a serem adotadas devem ser precedidas de planejamento e mantidas o respectivo controle durante o processo de criação e da disseminação dentro das organizações. Seguem algumas técnicas recomendadas para o processo: a) Brainstorming – Ferramenta para geração de novas idéias, conceitos e soluções onde é permitido o fluxo livre de sugestões dos participantes obedecendo critérios de produtividade para que seja possível sua mensuração; b) Reuniões presenciais – É necessário que obedeça a determinados critérios para que seja produtiva e que os resultados sejam tabulados; c) Reuniões virtuais– Utilizando-se os recursos de gravação e arquivamento dos resultados, observando sempre a segurança e a ética necessária. d) Treinamentos oficiais presenciais – Manter um completo descritivo das atividades juntamente com seus objetivos e resultados obtidos; e) Treinamentos informais – Deve seguir um planejamento que possibilite a tabulação das atividades e resultados obtidos; f) Treinamentos em universidades – Gerenciar os recursos e racionalizar e monitorar as contribuições que retornam para a organização; g) Redes internas de compartilhamento de informações. .... “A linguagem é o meio de expressão das observações das pessoas arespeito domundo, e tais manifestações são necessárias à criaçãode novos conhecimentos. Portanto, para gerar conceitos inovadores, a linguagem precisa sernotavelmente dinâmica durante o processo de criação de conhecimento. Osparticipantes não só devem falar com franqueza e honestidade, mas também permitir que os termos utilizadossejam lúdicos, vívidos, tolos e nem sempre ”corretos “”. KROGH, NONAKA & TAKEUCHI (2001). Existem outras técnicas, porém, estas são a principais podendo sofrer variações em função da cultura das organizações. A adoção sistemática de técnicas de obtenção e disseminação da cultura da qualidade nas organizações, será determinante no seu potencial competitivo. Permite que as constantes e cada vez mais rápidas mudanças no cenário administrado seja antecipado, permitindo ao administrador, manter-se em sintonia e pronto a tomar decisões com base em informações de qualidade. A competição, variável constante na condução de qualquer organização, demanda cada vez mais inteligência, capaz de ser suprida com busca constante de conhecimento. O uso dos recursos de tecnologia da informação e comunicação, assumem cada vez mais um papel determinante na obtenção e disseminação do conhecimento das organizações, tais como CRM (Customer Relationship Management), ou gestão da relação com o cliente, que permite que as organizações possam manter-se a frente das necessidades de seus consumidores de forma a atendesr suas exigencias e necessidades. A comunicação com o consumidor, papel assumido pelo departamento de marketing, desempenha um papel relevante no entendimento dos anseios dos consumidores, através de pesquisas ou campanhas que promovam a interação com a empresa. Em intervalos de tempo cada vez menores, tal como as tecnologias, as exigencias dos consumidores também se desenvolvem exponencialmente e essa realidade requer uma visão administrativa sistematica na obtensão do entendimento destas mudanças a titulo de sobrevivencia das organizações. Sistemas de Informação na Qualidade Total 10 Sistemas Integrados de Gestão na Qualidade Total Os Sistemas de Informação tem como objetivo a integração das informações geradas pelos vários departamentos de uma organização. Um sistema adequado para a organização, deve identificar os elos que ligam um departamento, projeto ou processo a outro, disponibilizando os dados com consistência e confiabilidade necessárias. Desta forma os dados que são comuns a mais que um usuário, deverá estar compartilhado e não repetido, de forma que não seja necessário mais que uma entrada ou manutenção de um mesmo dado que poderá ser compartilhado por diferentes setores com as respectivas autorizações para cada tipo de informação. Muitos fatores devem ser considerados em relação aos sistemas, visto que a cada dia as mudanças são maiores e em espaços de tempo cada vez menores. Assim, fatores como ações governamentais na forma de legislações, mudanças no mercado, como concorrência ou modelos de gestão atualizados, ou mesmo mudanças na própria organização, nos casos de ampliação ou fusões de empresas. Esses fatores têm impacto direto na forma em que as informações são distribuídas pelos colaboradores das organizações, fazendo com que sempre existam novas demandas para os sistemas para que possa manterem-se adequados às novas exigências. As novas tecnologias também tornam os sistemas, se não obsoletos, mas, precisando de atualizações constantes, seja por força dos softwares, seja por novos equipamentos cada vez com maior capacidade de armazenamento e processamento, permitindo que as informações sejam enviadas aos interessados, cada vez mais rápido e em maior volume. Um sistema de informação contempla três grandes etapas que compõem seu ciclo de vida, a fase de aquisição, o processo de implantação e a utilização, já com a participação dos usuários finais. A evolução dos Sistemas de Informação Albertão (2001) considera que a origem dos Sistemas de Informação, como parte da administração das organizações, sendo que apesar de existir um departamento responsável por TI, todos os departamentos estão ligados ao uso constante de TI. Os sistemas começam a ser utilizados a partir dos anos 80 cuja funcionalidade era de executar funções de planejamento de capacidade, orçamento e custeio de produção e estoques, de aspectos financeiros. Estes sistemas não se integravam com outros aplicativos utilizados na organização, os quais na maioria das vezes também eram departamentais. No início da década de 1990, a palavra chave passou a ser integração. Nesta época os computadores tiveram uma evolução ainda maior, incluindo as tecnologias de rede e comunicações. Então, tornou-se possível integrar os sistemas da dos diversos departamentos da organização, de forma a oferecer uma solução não apenas no ambiente produtivo, mas também para o empreendimento. Assim, incorporaram-se aos sistema de informação outros aplicativos para Finanças e Controle, Operações e Logística e Recursos humanos e atualmente é comum que existam módulos destinados a gestão da qualidade, de forma que a cada dia as informações sejam melhor utilizadas. Características dos Sistemas Integrados Na concepção de Cortês (2008), um sistema integrado possui quatro características importantes, a saber: I - Sistema modular abrangente Os Sistemas de Informação Integrados são compostos por módulos diversos, que atendem a variadas necessidades da empresa, permitindo que a mesma escolha os módulos que atendam as necessidades e se possível vislumbrando uma possível ampliação dos sistema. Sistemas de Informação na Qualidade Total 11 II - Automatizam processos e funções Cada módulo pode ser dedicado a uma função ou tarefa específica, ou voltado a todo um processo. Dependendo dos módulos instalados, um Sistema de Informação pode permear diversas áreas da empresa ou contemplar processos completos. III - Uso de banco de dados único Uso de banco de dados único pelos diversos módulos, que compartilha os dados que se repetem e dessa forma otimizar os recursos de processadores e armazenadores de dados. IV – Sistemas integrados Os módulos interagem a partir de indexadores que permitem compartilhar e processar dados de origens distintas gerando informações e relatórios consolidados. Em muitos projetos de implantações de sistemas informatizados para a qualidade, dada a complexidade do perfil da empresa, torna-se necessário o auxilio de uma consultoria especializada da mesma forma que para a implantação do próprio sistema da qualidade. Em determinadas circunstâncias um executivo de uma empresa de pequeno ou médio porte, com razoável conhecimento de informática, ou alguém de sua equipe com este conhecimento, pode perfeitamente obter informações sobre sistemas que atendam as características da organização, dependendo do grau de complexidade dosprocessos existentes ou que estejam nos planos de implantação. As organizações desenvolvem no decorrer de sua existência, características próprias conforme o mercado em que atua o produto a que se propõe a fazer e principalmente, as pessoas que compõem seu universo, sejam no relacionamento interno ou externo, dessa forma, tanto a implantação de um processo ou um sistema informatizado, deverão sempre levar em conta todos os aspectos que possam influenciar no seu sucesso e possíveis correções que se façam necessárias no percurso. Fase 1 – O tema deverá ser de conhecimento das partes interessadas, nesta fase a participação da alta direção é fundamental para que sejam minimizados os riscos de rejeição futura, é aconselhável que seja um processo, que permita que a organização tome conhecimento das diversas soluções disponí¬veis e tenha segurança para selecionar a mais adequada, conforme suas características. Aspectos como funcionalidades do sistema às necessidades da empresa, a arquitetura técnica do produto, os custos, o serviço pós-venda, a saúde financeira do fornecedor, treinamento ofertado pelo fornecedor, meios de comunicação disponibilizados e atualizações previstas no sistema. As melhorias que são esperadas também devem ser compartilhadas, as metas estabelecidas devem ser considerar não apenas o ambiente interno, mas o mercado como um todo. A diversidade de soluções é enorme cada uma delas, um custo diferente é atribuído e equilibrar as necessidades à qualidade é uma questão complexa, o melhor preço, na maioria das vezes não é a melhor solução, assim como a ultima versão de um sistema com módulos que não serão utilizados, são uma frustração da mesma forma. Fase 2 – Após a aquisição, a fase é de implantação e a mais sensível, pois envolve um numero maior de pessoas e os módulos do sistema serão colocados em funcionamento e testados. Para Taurion (1998), o grupo de profissionais internos responsáveis pela disseminação do sistema d informação, deve ser composto por pessoas de amplo conhecimento dos processos, garantindo assim o uso do conhecimento dos processo da organização para que as informações em conformidade com a cultura e os anseios a alta administração. A indicação é que a equipe de implantação do sistema tenha profissionais com as característica de coordenador do projeto (controller), suporte de informática e treinamento de informática, uma vez que no inicio, existe alguma resistência por parte dos usuários diretos que vão utilizar o sistema e existindo um pronto atendimento para as duvidas, os usuários sentem- se mais seguros e contribuem mais para que o sistema entre em funcionamento sem atrasos ou erros graves. Sistemas de Informação na Qualidade Total 12 Para o bom andamento nesta fase, é imprescindível a definição do escopo, que refere-se à definição dos processos que serão inseridos no sistema e conseqüentemente dos módulos do sistema que serão implantados. É importante que se conheça as facilidades oferecidas pelo software e as compare com as necessidades da empresa, verificando assim as facilidades de se implantar todos os módulos do software ou se somente partes iniciais do sistema para ser ampliado no futuro levando-se em consideração o custo beneficio oferecido pelo sistema. Observa-se que as empresas apresentam a tendência de se programarem para implantar todas as suas operações no sistema. Entretanto deve-se avaliar a real necessidade de se conduzir a implantação dessa forma. Isto porque o sistema exige que a empresa adapte seus processos operacionais ao pacote na maioria dos casos onde as soluções são adquiridas prontas ou semi-prontas (Customizáveis) e não desenvolvida internamente, geralmente em função dos custos e do prazo para desenvolvimento que geralmente é maior. Para a implantação do sistema propõe-se usar duas alternativas, a saber: A - dividir o projeto em etapas. Em cada etapa implantam-se alguns módulos do escopo total. B - É a estratégia denominada “big-bang”, que implanta de uma única vez todos os módulos do sistema sendo que neste caso, o uso de uma equipe maior e melhor treinada é determinante para o sucesso da implantação. Em ambos os casos um planejamento adequado deve incluir também o cronograma da implantação, a data prevista para a entrada em funcionamento do sistema e o orçamento do projeto e os responsáveis por cada fase e se possível um substituto par cada um, para o caso de alguma falta. Fase 3 - É o momento que a ferramenta efetivamente entrará em produção e será alimentado, vale lembrar que em alguns casos, existem dados anteriores que deverão ser migrados para o novo sistema e sua compatibilidade deverá ser conferida. Nesta parte do processo, surgem as duvidas pelo desconhecimento de todas as funcionalidades do sistema. É nesta fase ainda que se verifica a consistência da escolha, se realmente atende os requisitos conforme a expectativa, pois, uma escolha errada, certamente terá diversas conseqüências que podem ir de desconforto na utilização por parte dos colaboradores, até mudanças na produtividade da gestão da qualidade por conta do sistema de informação. Roteiros de implantação A implantação tem inicio com um exame dos recursos existentes na organiza¬ção que serão movimentados durante o processo a os recursos que se espera que atendam os requisitos previstos no escopo. Segue- se com as negociações entre as partes inte¬ressadas na organização para que todos aprovem o projeto e se necessário façam as modificações necessárias, incluindo- se nesta fase, uma criteriosa avaliação e validação nos investimentos que serão utilizados em seguida. O uso do roteiro não tem como objetivo orientar a aquisição na escolha do melhor sistema ou fornecedor, ela tem como objetivo orientar as decisões dos gestores da organização na escolha do sistema de qualidade, de forma que seja possível mover os demais colabores no sentido de atender as metas estratégicas definidas pela organização. I - Avaliação de necessidades que consiste em analisar a situação atual da organização, seus pontos fortes, pontos fracos e em identificar como o sistema poderá contribuir para potencializar suas fortalezas e reduzir suas fraquezas; II - Análise e verificação das funcionalidades dos sistemas e sua aplicações que foram relacionadas em função das necessidades da organização. Aqui vale ressaltar que deve-se atender os fornecedores tomando os devidos cuidados para não se deixar levar por um vendedor, que são treinados para enaltecerem o seu produto, que muitas vezes são muito bons, porém não tão adequados para a organização. Nesta fase recomenda-se fazer reuniões de demonstração nas visitas dos fornecedores. Sistemas de Informação na Qualidade Total 13 Aspectos eminentemente técnicos como o tipo de banco de dados, licenças ou requisitos de hardware e software são verificados pelo responsável pela informática, porém, a integração com os departamentos da organização ou mesmo usuários externos, como prestadores de serviços, fornecedores, clientes, etc. devem ser avaliados por todos os colaboradores que possam contribuir para que a escolha correta. Os custos envolvidos incluem eventuais customizações, que são modificações no sistema que permitam que ele se adapte a situações que organização considere fundamental para suas atividades; mão de obra especializada, que atuam como consultores que conseguem entender as necessidades e torná-las funcionais no sistema e o treinamento dos usuários finais; Eventuais investimentos em equipamentos de informática,tais como servidores, equipamentos ou softwares de segurança, substituição de estações que estejam defasadas para o sistema, licenças de software, etc.; custos de manutenção, que é determinado por horas de serviço, geralmente em quantidade decrescente, com um consumo maior de horas no inicio e reduzindo-se com o passar do tempo com maior conhecimento dos colaboradores internos; atualização do sistema, uma vez que novas versões são lançadas e é necessário saber as implicações financeiras que podem não ser relevantes no curto prazo, porém podem impactar no longo prazo. III – Implantação que se inicia com o planejamento das atividades todo o processo de inserção do sistema na cultura da organização até a disponibilização ao usuário final. Um bom cronograma acordado com o fornecedor do sistema é determinante nesta fase e criteriosamente documentado incluído aí os horários de implantação, o tempo de cada fase, os meios destinados ao suporte, visitas para manutenção e forma de recuperação dos dados no caso de rescisão contratual. IV - Treinamento inclui palestras, seminários e atividades e dinâmicas de conscientização para as partes interessadas, com um reforço que muitas vezes os custos com o treinamento no momento da contratação acabam definindo a quantidade de horas de treinamento, sendo muito importante uma avaliação cautelosa para não sobrar e menos ainda, faltar horas de treinamento. Cada organização tem seus processos desenvolvidos no decorrer da sua existência, algumas já possuem seus processos documentados com mais cuidado, enquanto outras os processos são menos atualizados, assim, é importante que o gestor consiga identificar quais são essas características da organização e se possível, promover melhorias ou se proteger de um possível descumprimento das regras de atualização do sistema. V - É a fase de uso do sistema e o momento onde acabam surgindo algumas solicitações de mudança, mesmo com o planejamento rigoroso é comum algumas necessidades serem identificadas somente no uso, assim é recomendável o provisionamento de um período de adequação ao uso por parte dos usuários. A gestão das atividades que incluem as fases descritas, deve ser de responsabilidade de um gestor devidamente qualificado e identificado para esta atividade e que tenha autoridade de delegação da alta direção. Caso este não seja um profissional de tecnologia da informação, é imprescindível que esta área seja envolvida durante todo o processo, desde a decisão de compra até a disponibilização aos usuários. O Software A titulo de ilustração vamos visualizar um software, baseado em um modelo simplificado existente no mercado, implantado de forma independente de um sistema integrado. Este modelo foi desenvolvido com os seguintes módulos: » Módulo Auditorias » Não-Conformidades e Ações Corretivas - Gestão Ambiental - Segurança e Saúde Ocupacional - Gestão da Documentação Normativa Sistemas de Informação na Qualidade Total 14 - Gestão de Tarefas - Indicadores da Qualidade - Gestão de Recursos - Gestão de Treinamentos e Capacitação - Gestão de Fornecedores (Qualificação) - Gestão das Manutenções e Calibrações - Gestão de Resíduos Inicialmente são realizados os cadastros no sistema conforme ilustrações a seguir, sempre se levando em conta que esse processo deve ser acompanhado em tempo integral, de modo que o sistema jamais fique desatualizado. Em alguns casos é possível fazer a migração do cadastro de colaboradores de outros sistemas existentes, entretanto, na maioria das vezes, é necessário algumas correções ou a inclusão de campos de um sistema para outro; Modelo de Sistemas e Funcionalidades Sistemas de Informação na Qualidade Total 15 A documentação gerada pelos sistemas de qualidade devem ser armazenados com total segurança e ter um rígido controle revisão, alteração, aprovação e distribuição, de forma que cada colaborador tenha acesso exclusivamente aos documentos que lhe são pertinentes; Sistemas de Informação na Qualidade Total 16 As auditorias que devem ter um cronograma formal e de conhecimento de todas as partes interessadas, também merecem uma atenção permanente juntamente com os registros sempre atualizados; Sistemas de Informação na Qualidade Total 17 Sistemas de Informação na Qualidade Total 18 Sistemas de Informação na Qualidade Total 19 Sistemas de Informação na Qualidade Total 20 Sistemas de Informação na Qualidade Total 21 Sistemas de Informação na Qualidade Total 22 Sistemas de Informação na Qualidade Total 23 Sistemas de Informação na Qualidade Total 24 Sistemas de Informação na Qualidade Total 25 Sistemas de Informação na Qualidade Total 26 Este modelo de sistema, mesmo que seja independente de outro sistema que seria um módulo, a diferença resume-se a característica técnicas, enquanto que os procedimentos a serem seguidos, são os mesmos, principalmente no que se refere a comunicação entre as pessoas. A elaboração dos fluxogramas com os descritivos das atividades a serem desenvolvidas, a Identificação dos procedimentos e instruções de Trabalho a serem desenvolvidas e documentadas, as reuniões presenciais para acompanhamento dos trabalhos e das tarefas, definição dos objetivos e das metas da qualidade, bem como os respectivos registros, não se diferem em função do modelo de sistema a ser adotado. Além da gestão das atividades com os colaboradores envolvidos, ha que se precaver com alguns casos que são recorrentes na implantação de sistema da qualidade e alguns serão listados, porém, recomenda-se uma reunião com as partes interessadas para que outros sejam identificados considerando a cultura da organização em questão. Um fator que é praticamente comum aos problemas enfrentados pelos gestores de implantação de sistemas da qualidade é a falta de envolvimento da Alta Direção, que muitas vezes se resume a avaliar os valores previstos e o cronograma de atividades e em alguns casos, negligenciando as recomendações dos gestores. Outro fator comum é a falta de comprometimento dos colabores, ou por resistência a mudanças ou por falta de motivação da direção. Isso pode ser causado por fatores como, reuniões sem planejamento, de improviso, que permitem que os assuntos não foco, sejam interrompidos por qualquer motivo e ao final, ninguém sai convictos das atribuições pertinentes. Reuniões feitas em locais não apropriados também contribuem para descontentamento dos colaboradores, locais com ruídos, movimentação de pessoas, sem iluminação. O baixo comprometimento ainda leva à falta no cumprimento das tarefas individuais e do grupo, os prazos são adiados por qualquer motivo interrompendo processos. Trocas de integrantes da equipe por motivos de descontentamento ou discórdia ou ainda indefinição das lideranças formais, dedicados ao projeto. Também é importante lembrar que sempre existem as restrições orçamentárias, em alguns casos não são disponibilizados recursos para esses encontros, tais como projetores para as apresentações, falta de computadores ou equipamentos em boas condições, que permitam que a comunicação entre os integrantes possam fluir, levando em consideração as diversas características dos mesmos. Fatores comuns que podem influenciar diretamente no prazo de implantação: CONSIDERAÇÕES FINAIS A gestão da qualidade estrutura-se a partir de em um processo no qual a organização consigam fazer uso das diversas ferramentas gerenciaisdirecionadas a transformar a cultura existente entre seus colaborares, a partir dos comportamentos, dos valores que estes carregam e que possam colocar este legado a disposição da organização. A valorização dos conheceres existentes, somados ao processo de melhoria continua da qualidade sistematicamente agregados, serão o diferencial competitivo, no curto prazo e especialmente no médio e longo prazo, construindo-se como reais diferenciais competitivos. A gestão da qualidade depende do norte traçado pela organização, da cultura cultivada, do modo e capacidade de percepção e apropriação dos fatores positivos com as ações, da absorção da inovação e da implementação das tecnologias. Notamos principalmente o crescente valor dado ao ser humano, já sendo protagonista no atual desenvolvimento e com seu envolvimento pessoal ainda mais requerido, tornando necessário, na mesma proporção, seu entendimento e valorização. Sistemas de Informação na Qualidade Total 27 Os Sistemas de Informação, por sua vez, deve ser a capacidade da organização em selecionar, analisar, disseminar e gerenciar as informações e melhorias criadas a partir dos acertos e dos erros, baseados em registros que permitam decisões cada vez mais assertivas. É o desenvolvimento da capacidade de ouvir criteriosamente as informações do ambiente externo, movimentar a estrutura desenvolvida para seu processamento transformar estas informações em coordenadas precisas para a organização. É ainda, a capacidade de fazer uso dos recursos computacionais e tecnológicos de forma eficaz, na determinação das coordenadas, tendo clara a existência de ruídos que possam dificultar o trajeto até o destino final, como a viabilidade de investir em tecnologia, uma vez que quanto maior a vanguarda, maior o investimento e notreinamento dos recursos humanos, que ocorrem simultaneamente. O que se pretende com tais coordenadas a chegar um destino único, o cliente da organização, com suas necessidades e suas expectativas. REFERÊNCIAS ALBERTÃO, S. E. – Sistemas de Gestão empresarial – Metodologia para avaliação, seleção e implantação. 2ª Ed. São Paulo: IGLU, 2006. CÔRTES, PEDRO LUIZ. Administração de sistemas de informação. São Paulo: Saraiva, 2008. DAVENPORT, T., PRUSAK, L. Conhecimento empresarial. Rio de Janeiro: Campus, 1999. NONAKA, I.; TAKEUCHI, H. Criação de conhecimento na empresa: como as empresas japonesas geram a dinâmica da inovação. 2ª ed. Rio de Janeiro: Campus, 1997. DAVENPORT, T. H. & PRUSAK, L. Conhecimento Empresarial. 6. ed. Rio de Janeiro:Campus, 1998. MINTZBERG, H. Criando organizações eficazes: estruturas em cinco configurações. São Paulo : Atlas, 2003 PAES, V. L.; HORA, H. R. M. da; VALDIVIEZO, L. E. V. Utilização dos princípios da qualidade na implantação de um sistema de gestão da qualidade (SGQ) em uma empresa de saneamento básico, SIMPEP (Simpósio de Engenharia de Produção), Bauru, 2008. SANTOS, G. S.; CAMPOS, F. C. de. Integração das Normas ISO 20000 e ISO 9001 em Gestão de Serviços de TI – In: ANAIS..., SIMPOI, São Paulo, 2009 SHIBA, S.; GRAHAM, A.; WALDEN, D. TQM: quatro revoluções na gestão da qualidade. Porto Alegre, Artes Médicas, 1997.
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