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FUNDAMENTOS HISTÓRICOS, TEÓRICOS, METODOLÓGICOS DO SERVIÇO SOCIAL III
Aula 08: A fase do espraiamento da perspectiva de Intenção de Ruptura
Tema da Apresentação
FUNDAMENTOS HIST. TEÓ. METOD. DO SERVIÇO SOCIAL III
Aula 08: A fase do espraiamento da perspectiva de Intenção de Ruptura
O CONTEXTO SÓCIO-ECONÔMICO-POLÍTICO DO PROCESSO DE REDEMOCRATIZAÇÃO DO PAÍS NA DÉCADA DE 80
	 O processo de democratização iniciado no final da década de 70, se inscreve num cenário onde verifica-se uma crise econômica e política. A crise econômica em relação ao modelo desenvolvimentista conduzido pelo regime militar, sofre impactos do movimento da economia mundial, num período de profundas transformações. 
	A crise política refere-se ao Estado “Autocrático Burguês” , questionado em sua legitimidade e eficácia, já que o “milagre do desenvolvimento” não trouxe frutos para todos os trabalhadores, que foram responsáveis por aumentar em grande escala a produção de riquezas no país. Também passa a ser questionado pelo cerceamento das liberdades civis, políticas e dos meios de comunicação social. 
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No Brasil, o Estado ditatorial, chamado por José Paulo Netto de “Autocracia Burguesa”, promoveu um ponderável desenvolvimento das forças produtivas, realizando de fato a “industrialização pesada”, com a imposição de um “modelo econômico”, entre 1969 e 1974. Este período, configurou o chamado “milagre brasileiro da era desenvolvimentista”, tendo por base o endividamento externo, a superexploração da classe trabalhadora, cujas resultantes são:
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inserção subordinada e dependente do país, em uma nova divisão internacional do trabalho;
ampliação e consolidação de um considerável parque industrial;
criação de um sistema bancário-financeiro monopólico;
- constituição de uma oligarquia financeira; 
redimensionamento da agropecuária voltada para a exportação;
- agravamento dos desequilíbrios regionais;
- crescimento urbano caótico;
- brutal concentração de renda e da propriedade . 
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Durante o ano de 1975, a economia brasileira começava a apresentar uma inflação crescente e redução nas taxas de crescimento econômico. A grande participação do Estado como forte ator na economia era a marca desse período. 
O Estado monopoliza o transporte ferroviário, o serviço de telecomunicações, geração e distribuição de energia elétrica e nuclear, bem como outros serviços públicos
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Neste cenário de crescimento e industrialização, verifica-se simultaneamente um arrocho salarial das classes trabalhadoras e inflação dos preços ao consumidor. 
Em julho de 1977, a notícia de que o governo manipulava as estatísticas dos índices de custo de vida para evitar aumento do salário mínimo, é publicada pela imprensa, e o governo admitiu que as perdas salariais dos trabalhadores era na faixa de 34,1% em relação ao conjunto da classe trabalhadora no país. 
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Essa denúncia revolta os trabalhadores, abalando a autoridade e credibilidade com relação aos militares no poder. Fortalece a consciência de luta e organização da classe trabalhadora, inicialmente na Grande São Paulo, mas desencadeia um conjunto de mobilizações em âmbito nacional, para obter a reposição salarial. 
Porém, é preciso relembrar que o movimento sindical já se movimentava desde 1968, com as greves de Osasco e Contagem . Em 72-73, ocorreram greves gerais ou parciais, operações tartaruga, abaixo-assinados nos principais centros industrializados do país. Aumenta a organização da classe trabalhadora, com “oposição sindical” dentro das fábricas, mobilizando as bases, articulando os trabalhadores contra o arrocho salarial.
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“Ao lado do movimento operário, surgem no cenário nacional outros movimentos sociais, como o Movimento pelo Custo de Vida, liderado por mulheres, que obtém um milhão e trezentas mil assinaturas em um abaixo-assinado, exigindo o congelamento dos preços, o aumento do salário mínimo e a concessão de abonos aos trabalhadores; organizam-se os moradores dos loteamentos clandestinos na luta pela legalização; greves de categorias jamais antes mobilizadas começam a espocar por toda a parte, como é o caso de bancários, médicos, funcionários públicos, garis; as comunidades eclesiais de base expandem-se por todo o país; passeatas, depredações, saques e motins dão prova de que se esgotaram todos os meios pacíficos de resistência e protesto das classes assalariadas.” ( AMMANN, 1977, p.161).
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Do ponto de vista político-ideológico, verifica-se também o surgimento de uma oposição liberal ao autoritarismo do Estado e à sua predominância na economia. 
Segundo Herbert de Souza surgem nesse período duas vertentes de oposição ao regime ditatorial:
 uma vertente democrática popular, que reúne o movimento das organizações sindicais de todos os setores da classe trabalhadora; e
 uma vertente democrática liberal, composta por segmentos da pequena e média burguesia, que questionam o autoritarismo do regime. 
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Para ele, as razões para o surgimento da vertente democrática liberal de oposição ao regime militar podem ser reunidas em três grandes blocos:
“a) razões ideológicas: a percepção de que os objetivos do Golpe de 64 foram negados pelo Estado de Segurança Nacional;
 b) razões econômicas: passada a fase do milagre e revelado o caráter centralizador e excludente do desenvolvimento internacionalizado, setores importantes da burguesia nacional e transnacional passaram para a oposição, reivindicando o restabelecimento do liberalismo nos planos econômico e político; 
 c) razões políticas: a marginalização de líderes políticos civis e militares – muitos deles artífices do Golpe de 64, ocasiona uma reação de desapoio ao bloco no poder. Seu objetivo é restaurar o processo liberal de participação política, onde o consenso prevaleça sobre a repressão. (...)
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A primeira manifestação de caráter geral contra o regime por parte da burguesia, passa pela campanha de desestatização, deslanchada pelo empresário Eugênio Gudin. (...) Esta campanha, chamada de “rebelião empresarial”, abala os alicerces do bloco no poder, que se dava conta de uma fratura exatamente numa de suas mais fortes colunas de sustentação: a burguesia nacional.(....) 
 A segunda inflexão que sofre o sistema, resulta do apoio dado as declarações críticas do Ministro da Indústria e do Comércio, Severo Gomes, em fevereiro de 1977, reclamando a volta do Estado de Direito e defendendo o retorno dos militares à caserna. (...)
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A esta altura, o Governo Geisel enfrentava sérias dificuldades. O anode 1976 registrara: a morte, por tortura no DOI-CODI , do operário Manoel Fiel Filho; do jornalista Vladimir Herzog; atentados e explosões de bombas na sede da ABI, no CEBRAP, na OAB do Rio de Janeiro, na Editora Civilização Brasileira e na residência do Diretor da Globo, e do sequestro e tortura do Bispo da Diocese de Nova Iguaçu-RJ, cuja autoria é reivindicada pela Aliança Anti-Comunista Brasileira. (...)
 O Movimento Feminino pela Anistia entrega a Rosalyn Carter relatório de familiares de presos, desparecidos e exilados. A 29ª reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência vota uma moção pela anistia ampla e irrestrita.” ( AMMANN, 1977, p.161).
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	Por outro lado, o Movimento de Reconceituação do Serviço Social também apontava os limites da ação dos profissionais no interior das instituições. Com base na teoria marxista, começa-se a desenvolver um estudo que expõe claramente as relações de poder típicas do sistema capitalista, e passam a explicitar o papel legitimador das instituições, no que concerne à dominação e à exploração de classe.Baseado nos estudos sobre Antonio Gramsci ( autor fundamental na perspectiva marxista para o Serviço Social), entendeu-se que a profissão, na lógica capitalista, está inserida nas organizações para buscar obter o necessário consentimento das classes dominadas, visando assegurar a ordem burguesa estabelecida. 
	Neste sentido, na busca do equilíbrio entre consenso e coerção, as instituições revestem-se de uma roupagem humanitária, distribuindo bens e serviços, que em última instância reforçam a acumulação capitalista, ao colaborar com o capital na oferta de condições mínimas imprescindíveis à reprodução da força de trabalho.
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Assim, o debate no âmbito do Serviço Social no final da década de 70 e início dos anos 80, com base no novo referencial teórico marxista, apontava para a um novo posicionamento político: atuar em prol da classe trabalhadora, dos movimentos sociais. Isso significava rever seu clássico papel de colaborador com a classe dominante na exploração e dominação política e ideológica da classe trabalhadora. 
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Várias experiências inovadoras passam a ser desenvolvidas, principalmente através das universidades, via projetos de estágio e extensão universitária. Um exemplo de prática profissional voltada para atuação junto às classes populares com base nesse novo referencial, é relatado por AMMANN, em seu livro “Ideologia do Desenvolvimento de Comunidade no Brasil”.
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O III Congresso Brasileiro de Serviço Social, “ O Congresso da Virada”
São diversos os eventos da categoria que antecedem e preparam o debate que se dará de forma inovadora no III Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais. O CELATS exerceu um papel fundamental junto à categoria, tendo priorizado a articulação e o fortalecimento de organizações sindicais de assistentes sociais no Brasil, na gestão de Leila Lima Santos como diretora executiva. Financiou no período de 1978 a 1979 três encontros nacionais.
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As convenções da Associação Brasileira de Escolas de Serviço Social – ABESS, realizadas em 1973 ( São Luiz, Maranhão), 1976 ( Piracicaba, São Paulo), e 1979 em Natal, são palcos de discussão de diferentes perspectivas teóricas e de disputa política pela hegemonia da entidade, pelos setores progressistas da profissão. 
Em 1978 ocorre a rearticulação do Movimento Estudantil no Serviço Social, com a realização do Encontro Nacional de Estudantes de Serviço Social – ENESS, realizado me Londrina, em 1978. 
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No III Encontro Nacional de Entidades Sindicais, realizado em 1979 em São Paulo, é criada a Comissão Executiva Nacional de Entidades Sindicais de Assistentes Sociais – CENEAS. Isso porque havia necessidade de articulação dos diversos sindicatos de assistentes sociais existentes no país, em torno de formulação de propostas coletivas para a categoria de assistentes sociais que aumentava a cada dia, em decorrência do aumento do número de Escolas de Serviço Social e das demandas por esse profissional no mercado de trabalho.
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A Convenção realizada pela ABESS em Natal, 1979, aprovou a nova proposta curricular para a profissão: 
“O novo currículo aprovado, expressou as diversas tendências do meio profissional, numa perspectiva pluralista. Para esta solução, houve um embate teórico-metodológico significativo, entre as posições antagônicas com relação a formação profissional. Na eleição para a entidade, foi eleita uma chapa de composição liberal progressista. Para a solução encontrada na Convenção de Natal, ressalta-se a contribuição de Nadir Kfouri, que defendeu a necessidade de haver uma renovação no Serviço Social, ressaltando a contribuição de jovens professores. O novo currículo mínimo só foi aprovado pelo Conselho Federal de Educação em 1982, através do Parecer nº 412.” ( Serviço Social e Sociedade, nº 100, 2009, p.687).
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O III CONGRESSO BRASILEIRO DE ASSISTENTES SOCIAIS
A temática central do III CBAS, realizado em São Paulo, em setembro de 1979, foi organizado pelo Conselho Federal de Assistentes Sociais- CFAS, e pelo Conselho Regional de Assistentes Sociais - CRAS de São Paulo. A programação proposta inicialmente pelos organizadores para o III Congresso foi questionada por representantes da CENEAS- Comissão Executiva Nacional de Entidades Sindicais de Assistentes Sociais, que apresentaram em documento as seguintes críticas:
“. O caráter antidemocrático da organização, que não desencadeou nenhum processo de discussão com a categoria;
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. A restrição à participação dos estudantes de Serviço Social, limitada apenas a dois estudantes por unidade de ensino;
. Os homenageados do Congresso, que eram dirigentes da ditadura militar: o presidente da república, general João Baptista de Figueiredo, os ministros Murilo Macedo e Jair Soares, além de integrantes do governo de São Paulo – Paulo Salim Maluf ( governador biônico), Antonio Carlos Salim (secretário) e Paulo Reinaldo de Barros ( prefeito).
. O conteúdo relativo à temática central, que enfatizava as políticas setoriais, sem nenhuma análise global e totalizante das políticas sociais.” ( Serviço Social e Sociedade, nº 100, 2009, p.688).
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As pressões realizadas pelos diversos órgãos da categoria no primeiro dia do Congresso, levaram à realização de uma assembleia na manhã do segundo dia, que aprova diversas modificações na condução do Congresso. 
“- Mudanças dos homenageados, que passaram a ser “todos os trabalhadores que lutaram e morreram pelas liberdades democráticas.”
- Alterações na programação, tanto noconteúdo a ser abordado, como nos componentes das mesas
e dos painéis. As políticas setoriais deveriam ser analisadas na visão de totalidade, enfocando a política social no capitalismo e, em todas as mesas e painéis, seriam incluídos participantes dos movimentos de base, lideranças sindicais, movimentos sociais, entre eles : feminista, contra a carestia, pela anistia. Outra modificação foi na programação foi a inclusão da discussão sobre as condições de trabalho e salário dos assistentes sociais, por ser o profissional um trabalhador assalariado.
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- Inclusão de uma mesa final de encerramento, com a participação de lideranças sindicais e movimentos sociais, com as seguintes presenças: Luis Inácio da Silva- Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo e Diadema; João Pedro da Silva, pela Oposição Sindical Metalúrgica de Osasco; Maria Aparecida Perdigão Teixeira – representando o Movimento de luta contra a Carestia; Gilberto Tannos Natalini e Daniel Kotzel – pelo Movimento Popular de Saúde da Zona Leste; Maria Augusta Capistrano – representando o Comitê pela Anistia, e Luiza Erundina de Sousa, presidente da Associação Profissional de Assistentes Sociais de São Paulo- APASSP, que falou em nome das entidades sindicais de assistentes sociais. ( Anais III CBAS, 1980)
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Durante todo o Congresso, foram realizadas assembleias diárias para avaliar as alterações e garantir a direção crítica aprovada na primeira assembleia realizada. Como desdobramento do evento, foi deliberado em assembleia, por meio de moção, que o próximo Congresso seria dirigido pela CENEAS e deveria envolver uma ampla participação da categoria.” ( Serviço Social e Sociedade, nº 100, 2009, p.689).
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Ao analisar o contexto e significado do III Congresso Nacional de Serviço Social. José Paulo Neto (2009 ) destaca que nos Congresso e Seminários anteriores ocorridos nas décadas de 60 e 70 ( o III Congresso Brasileiro de Serviço Social –CBSS, Rio de Janeiro, 1965; I Seminário de Teorização do Serviço Social, Araxá, 1967; II Seminário de Teorização do Serviço Social, Teresópolis, 1970; o I Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais, 1974; o II Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais em 1976, e o III Seminário de Teorização, o do Sumaré, Rio de Janeiro), os assistentes sociais nunca se manifestaram explicitamente contra a ditadura. Segundo Netto, 2009, p.665: 
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 “O que particulariza a situação do Serviço Social (...) é a tardia manifestação opositiva à ditadura, por parte das instâncias e fóruns, representativos da categoria profissional; (...) De fato, nas suas expressões, imperaram até o III CBAS o silêncio e a omissão em face da ditadura. (...) Alienação exponenciada que se encontra, inequívoca, na atuação do conselho, maior da categoria (o antigo Conselho Federal de Assistentes Sociais-CFAS), reproduz-se nos conselhos regionais ( os antigos Conselhos Regionais de Assistentes Sociais- CRASS), e da qual não se eximiram, à época, as convenções da Associação Brasileira de Escolas de Serviço Social – ABESS.” 
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Neste sentido, é que o III Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais é considerado emblemático, pois nele ocorre a manifestação explícita da categoria contra a ordem ditatorial, e o compromisso com a classe trabalhadora. O III Congresso quebrou o monopólio conservador nas instâncias e fóruns da categoria profissional, e trouxe para a cena política os componentes democráticos até então reprimidos na categoria profissional, rompendo com o monopólio do conservadorismo no Serviço Social.
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A partir do III Congresso, os profissionais de Serviço Social, conectados com a dinâmica do movimento dos trabalhadores, também passaram a se identificar como classe trabalhadora que vive da venda de sua força de trabalho, e buscaram criar sua organização sindical própria, e posteriormente filiam-se à Central Única dos Trabalhadores. A vanguarda da categoria, ou seja, as lideranças profissionais, em sua maioria, aderiram ao Partido dos Trabalhadores, forte expressão da esquerda, congregando classe trabalhadora e movimentos sociais, tão logo foi permitida a criação de partidos no processo de transição democrática. 
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É a partir dos anos 80 que diversos aspectos importantes contribuem para a consolidação e espraiamento do projeto profissional do Serviço Social de ruptura com o conservadorismo e hegemonia da perspectiva do materialismo histórico e dialético no Serviço Social. 
“. O aprofundamento teórico-metodológico da profissão e a ampliação da produção acadêmica, à luz de suportes teóricos apropriados das fontes clássicas da teoria Social, com exigências intelectuais rigorosas”. 
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A produção de Iamamoto e Carvalho (1982) é considerada por Netto (1991), como o coroamento da consolidação acadêmica do projeto de ruptura, com sua maioridade intelectual. A autora procura compreender o significado do exercício profissional em suas conexões com a produção e reprodução das relações sociais na formação social vigente na sociedade brasileira.( Iamamoto e carvalho, 1982). 
. O fortalecimento das entidades da categoria e o início de ações atreladas entre as mesmas, resguardadas as suas especificidades.” ( Serviço Social e Sociedade, nº 100, 2009, p.691).
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