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Gestão da qualidade TGA I Profa: Danieli Artuzi Pes Backes ENFOQUE DA QUALIDADE A expansão da industria no século XX e a produção em massa fizeram surgir o conceito de controle de qualidade. O controle da qualidade evoluiu para a administração da qualidade total. A evolução do controle da qualidade para a administração da qualidade total é uma historia que tem três períodos, filosofias ou eras: a era da inspeção, a era do controle estatístico e a era da qualidade total. AS TRÊS ERAS DA HISTÓRIA DA QUALIDADE ERA DA INSPEÇÃO A inspeção do produto é praticada pelos consumidores nas feiras livres e no comércio de produtos artesanais. É uma modalidade de controle de qualidade que vai existir enquanto existirem os mercados artesanais, nos quais o cliente se relaciona diretamente com seu produtor e pode aferir a qualidade por observação ou manuseio. No entanto, inspeção não produz qualidade – apenas encontra os produtos defeituosos. Quanto mais intensa a inspeção, mais defeitos se encontram. ERA DO CONTROLE ESTATÍSTICO O controle pela inspeção foi aprimorado por meio de técnicas de amostragem que tem sua base na estatística. O objetivo do controle estatístico continua sendo separar os produtos bons dos ruins, por meio da amostragem. A produção em massa criou a necessidade de peças e componentes padronizados em grande quantidade. Isso impossibilitava a inspeção de todos os itens e favoreceu a utilização da amostragem. ERA DO CONTROLE ESTATÍSTICO A Segunda Guerra foi o grande impulso do controle estatístico da qualidade. Precisando de grande quantidade de itens com elevados padrões de qualidade, as forças armadas americanas adotaram procedimentos científicos de inspeção por amostragem e instituíram um amplo programa de treinamento, destinado ao pessoal da indústria bélica e compradores das Forças Armadas. Esses cursos espalharam-se em seguida, atraindo muitos prof. universitários que desejavam se preparar para dar aulas de controle de qualidade. Uma das figuras importantes desse movimento foi William Edwards Deming. ERA DO CONTROLE ESTATÍSTICO Em 1951, no livro Quality control, Armand V. Feigenbaum defendeu a ideia de que as empresas deveriam criar um dpto para cuidar exclusivamente da qualidade. Segundo o autor, o dpto da qualidade deveria ter atribuições típicas de assessoria, tais como incentivar o treinamento para o controle de qualidade e a pesquisa, e realizar as atividades de controle de qualidade. ERA DO CONTROLE ESTATÍSTICO Uma das ideias mais importantes levantadas por Feigenbaum nesse livro é a necessidade de mudar a ênfase da correção para a prevenção de defeitos, ideia sintetizada na frase “fazer certo da primeira vez”, que viria a influenciar profundamente o estudo e a prática da administração da qualidade. As empresas industriais já vinham praticando aquilo que Feigenbaum propunha. Com o impulso da guerra, muitas empresas procuraram aparelhar- se para cuidar da qualidade, e isso fez proliferar e fortaleceu os dptos de controle de qualidade, paralelamente à disseminação das técnicas de controle estatístico. ERA DA QUALIDADE TOTAL Na era da inspeção ou do controle estatístico, a ênfase está na qualidade do produto ou serviço. No estágio seguinte, a era da qualidade total, a ênfase desloca-se para o sistema da qualidade. Agora, a qualidade é um problema de todos os funcionários e abrange todos os aspectos da operação da empresa. Nesse caso, a qualidade é uma questão sistêmica. Garantindo-se a qualidade do sistema, garante-se a qualidade dos produtos e serviços. Essa mudanças de filosofia significa a evolução para a era da qualidade total. ERA DA QUALIDADE TOTAL Três autores são responsáveis pelo desenvolvimento dos princípios e das técnicas da qualidade total: Feigenbaum, Deming e Ishikawa. AUTORES E IDEIAS MAIS IMPORTANTES DA QUALIDADE TOTAL QUALIDADE TOTAL DE DEMING Em 1950, o americano William Edwards Deming foi ao Japão ministrar um curso de estatística que ele havia ajudado a criar. A um grupo de altos dirigentes das principais empresas japonesas, Deming disse que a melhoria da qualidade era o caminho para a prosperidade, por meio do aumento da produtividade, da redução dos custos, da conquista de mercados e da expansão do emprego. Era também uma responsabilidade da alta administração, que começava na identificação das necessidades do cliente e prosseguia pelos estágios da transformação de insumos até chegar como produto ou serviço ao cliente. A CORRENTE DE CLIENTES DE DEMING Deming introduziu nesse sistema a corrente de clientes – em cada estágio do processo, o estágio precedente é o fornecedor e o estágio seguinte é o cliente. Assim, a corrente de clientes começa nos fornecedores de insumos e termina no cliente, que sustenta a empresa. QUALIDADE TOTAL DE DEMING Poucos anos depois da passagem de Deming pelo Japão, a qualidade dos produtos japoneses já começava a ameaçar fabricantes tradicionais. Em 1982, como texto de apoio a seus cursos, Deming publicou o livro Quality, productivity and competitive position, que se transformou em Out of the crisis (no Brasil, Qualidade: a revolução da administração) em 1986. Nesse livro, Deming discorre sobre um método sobre administração da qualidade. O método de William Edwards Deming, compreende 14 princípios: 1. Estabeleça constância de propósitos para a melhora do produto e do serviço; 2. Adote a nova filosofia. Estamos em nova era econômica. Não podemos tolerar erros que afetam a qualidade do produto ou serviço; 3. Não dependa só da inspeção para atingir a qualidade. Elimine a necessidade de inspeção em massa, introduzindo a qualidade no produto desde seu primeiro estágio; 4. Não aprove orçamentos com base exclusivamente no preço mais baixo. Procure minimizar o custo total. Desenvolva um único fornecedor para cada item, num relacionamento de longo prazo fundamentado na lealdade e confiança; 5. Melhore o sistema de produção e prestação de serviços, de modo a melhorar a qualidade e a produtividade e reduzir os custos de forma sistemática; 6. Institua treinamento no local de trabalho; 7. Promova a liderança; a função da administração não é supervisionar e sim liderar; 8. Elimine o medo; 9. Remova as barreiras entre as unidades organizacionais. As pessoas engajadas em pesquisas, projetos, vendas e produção devem trabalhar em equipe, de modo a preverem problemas de produção e de utilização do produto ou serviço; 10. Acabe com slogans, exortações e metas que exijam nível zero de falhas; 11. Não utilize quotas na linha de produção. Substitua-os pela liderança. Elimine o processo de administração por cifras, por metas numéricas. Substitua-os pela administração por processos por meio do exemplo de líderes; 12. Remova as barreiras que privam os operários, as pessoas da administração e as da engenharia de seu direito de se orgulharem do seu desempenho; 13. Institua forte programa de educação e autoaprimoramento; 14. Engaje todos da empresa no processo de realizar a transformação. O CICLO PDCA DE DEMING DEMING TAMBÉM FOI O DIVULGADOR DO “CICLO DE SHEWHART”, UM PLANO DE AÇÃO PARA COLOCAR EM PRÁTICA OS 14 PRINCÍPIOS QUALIDADE TOTAL DE FEIGENBAUM Em 1961, Feigenbaum apresentou uma versão evoluída das proposições publicadas 10 anosantes, à qual deu o nome de qualidade total (TQC – Total Quality Control). A ideia do TQC é a de que quem estabelece a qualidade é o cliente. A qualidade de um produto ou serviço pode ser definida como o conjunto total das características de marketing, engenharia, fabricação e manutenção do produto que satisfazem às expectativas do cliente. Agora, a qualidade é um problema de todos e envolve todos os aspectos da operação da empresa (enfoque sistêmico de integração). QUALIDADE TOTAL DE FEIGENBAUM Em tese, o papel da administração da qualidade resumir-se-ia em procurar garantir a satisfação do cliente e ao mesmo tempo garantir os interesses econômicos da empresa. As ideias de Feigenbaum a respeito do TQC tiveram grande repercussão, embora sua adoção não acompanhasse o mesmo ritmo. Esse relativo desinteresse mudou rapidamente quando se descobriu que o antigo inimigo derrotado na Segunda Guerra tinha prestado atenção e colocado em prática não apenas essas ideias, mas também muitas técnicas e conceitos de administração da qualidade. QUALIDADE TOTAL DE ISHIKAWA O fato de o Japão ser um país sem recursos naturais, que deveria sobreviver com a exportação de produtos, tornou a qualidade uma obsessão nacional. Engenheiros e industriais começaram um intenso programa de mobilização, pesquisas e visitas a outros países, objetivando identificar quais seriam e de onde se deveria trazer as técnicas que ajudariam o país a se recuperar por meio do aprimoramento da qualidade de seus produtos. Até então, a reputação dos produtos japoneses era bastante ruim, apesar de haver umas poucas pessoas que conheciam e aplicavam as técnicas estatísticas que os americanos haviam criado. Foi essa uma das razões das visitas de Deming ao Japão. QUALIDADE TOTAL DE ISHIKAWA Segundo Ishikawa, o desenvolvimento dos princípios e das técnicas da qualidade total tiveram sua própria evolução no Japão, vindo posteriormente a encontrar-se com as ideias de Feigenbaum. O controle da qualidade total combina as proposições de Feigenbaum e Ishikawa: a qualidade é uma responsabilidade de todos, coordenada e orientada por uma gerência de qualidade. Mais tarde, a amplitude dos conceitos e técnicas fez a expressão evoluir para administração da qualidade total. Ishikawa também foi o criador dos círculos da qualidade: um grupo de voluntários de um mesmo setor, que se reúnem regularmente para estudar e propor solução de problemas que estejam comprometendo a qualidade e eficiência dos produtos. BASES DO MODELO JAPONÊS DE ADMINISTRAÇÃO ELEMENTOS DO SISTEMA TOYOTA DE PRODUÇÃO
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