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A Prática Profissional Do Serviço Social No Centro De Referência Da Assistência Social

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A PRÁTICA PROFISSIONAL DO SERVIÇO SOCIAL NO CENTRO DE REFERÊNCIA DA 
ASSISTÊNCIA SOCIAL (CRAS) 26 DE OUTUBRO/ MARIANA 
 
ORLOWSKI, Viviane Matoski. E-mail: viviane.orlowski@gmail.com 
SOUZA, Rafaela Letícia de. E-mail: rafaela.letycia@gmail.com 
NADAL, Isabela Martins. E-mail:isacdp@hotmail.com 
 
 
 
Palavras-chave: CRAS, Assistência Social, prática profissional. 
 
Resumo 
 
Este trabalho refere-se ao campo de estágio Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) 26 de outubro/Mariana, sito à Rua Balbina Branco, s/n Vila Mariana, Uvaranas, Ponta Grossa. O Centro de Referência da Assistência Social – CRAS, também conhecido como Casa das Famílias, foi estabelecido na NOB/SUAS do ano de 2005 e está inserido no Plano Nacional da Assistência Social, no nível de proteção social básica, como unidade pública estatal responsável por executar os serviços caracterizados neste grau de complexidade, e organizar a rede de serviços sócioassistenciais no âmbito local. Ao Serviço Social presente no CRAS, compete, articulado aos demais profissionais, intervir nas demandas presentes em sua área de abrangência, superando as situações de risco vulnerabilidade social, garantido assim os direitos de seus usuários bem como almejando o empoderamento das famílias. 
 
Introdução 
 
O Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) tem papel estratégico por ser a porta de entrada do sistema, essa situação deve desencadear mudanças fundamentais e contribuir de forma efetiva na coordenação e articulação das políticas sociais no âmbito do território de sua abrangência, na inserção dos usuários dos serviços da Assistência Social e demais políticas, e ainda na proposição de novos serviços e programas. (GOMES,2007) 
De acordo com a NOB/SUAS 2012, a cidade de Ponta Grossa se enquadra nos critérios de cidade de Grande Porte (município de 100.000 a 900.000 habitantes/ de 25.000 a 250.000 famílias), e deve implantar no mínimo quatro CRAS, cada um com capacidade de atender 5.000 famílias referenciadas, com capacidade de atendimento de 1000 famílias/ano. E atualmente o município conta com 9 CRAS, sendo eles: 26 de outubro/Mariana, Vila Isabel, Sabará, Paraíso, Santa Luzia, Jardim Carvalho, Nova Rússia, Cará-Cará e Vila XV. 
 O processo de implantação do CRAS 26 de Outubro teve início em março de 2007, sendo inaugurado oficialmente em setembro do mesmo ano, localizado na Vila 26 de outubro (Centro), devido á isso recebeu a identificação “26 de Outubro”. Posteriormente, esteve localizado na Rua do Rosário, e em novembro de 2008, foi transferido para a Vila Mariana, atual endereço. 
Atualmente abrange as seguintes regiões: 31 de março, Ana Rita, Coronel Cláudio, Centro, 26 de outubro, Clóris I e II, Francelina, Jardim Brasil, Joquei Club, Juvenal Correa, Lagoa Dourada, Mariana, Marina, Núcleo Pitangui, Rio Branco, Rio Verde, Santa Cecília, Santa Marilda, Vila Dayse, Vila Leomar, Vila Princesa, Residencial Londres. 
Tem como serviços ofertados, atendimentos continuados de acompanhamento social às famílias ou seus representantes; a proteção social pró-ativa visitando as famílias que estejam em situações de quase-risco; realizando acolhida para recepção, escuta qualificada, orientações e encaminhamentos, grupos de crianças, jovens e idosos no que se refere ao Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos. 
 
 
O Serviço Social no CRAS 
 
 O Serviço Social no CRAS, tem por finalidade acompanhar as famílias referenciadas a ele, realizar as articulações com a rede socioassistencial presente no seu território de abrangência, bem como realizar os encaminhamentos necessários a esta rede. O Serviço Social deve atuar juntamente a outros profissionais, compondo uma equipe multiprofissional e interdisciplinar. 
 Segundo a ABEPS (1996) (Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço sócia) “compete ao Assistente Social da política de Assistência Social, identificar, analisar e compreender as demandas presentes na sociedade e seus significados, e formular respostas às mesmas, para enfrentar as diversas expressões da questão social”. 
[...]o perfil do/a assistente social para atuar na política de Assistência Social deve afastar-se das abordagens tradicionais funcionalistas e pragmáticas, que reforçam as práticas conservadoras que tratam as situações sociais como problemas pessoais que devem ser resolvidos individualmente.” [...](BRASÍLIA, 2011, p. 18) 
 De acordo com a NOB-RH/SUAS (2006), são princípios que orientam a atuação dos profissionais da área de assistência social: 
Defesa intransigente dos direitos socioassistenciais; 
Compromisso em ofertar serviços, programas, projetos e benefícios de qualidade que garantam a oportunidade de convívio para o fortalecimento de laços familiares e sociais; 
Promoção aos usuários do acesso a informação, garantindo conhecer o nome e a credencial de quem os atende; 
Proteção à privacidade dos usuários, observado o sigilo profissional, preservando sua privacidade e opção e resgatando sua história de vida; 
Compromisso em garantir atenção profissional direcionada para construção de projetos pessoais e sociais para autonomia e sustentabilidade; 
Reconhecimento do direito dos usuários a ter acesso a benefícios e renda e a programas de oportunidades para inserção profissional e social; 
Incentivo aos usuários para que estes exerçam seu direito de participar de fóruns, conselhos, movimentos sociais e cooperativas populares de produção; 
Garantia do acesso da população a política de assistência social sem discriminação de qualquer natureza (gênero, raça/etnia, credo, orientação sexual, classe social, ou outras), resguardados os critérios de elegibilidade dos diferentes programas, projetos, serviços e benefícios; 
Devolução das informações colhidas nos estudos e pesquisas aos usuários, no sentido de que estes possam usá-las para o fortalecimento de seus interesses; 
Contribuição para a criação de mecanismos que venham desburocratizar a relação com os usuários, no sentido de agilizar e melhorar os serviços prestados. (2006, p.13) 
 
 Com base no documento, observamos que os princípios são fundamentais para uma atuação de qualidade e efetiva dos profissionais, porém, devido as condições existentes de trabalho, nem sempre consegue-se coloca-los em prática. Conforme Monteiro (2011), em pesquisa realizada, identifica que essas condições impactam de forma significativa na atuação do profissional de Serviço Social e demais integrantes da equipe, destacando que “as condições e meios de trabalho, caracterizadas pela inadequação na estrutura física, recursos materiais insuficientes, ausência de transporte que viabilize aproximação maior com as famílias, [...] quanto articulação com a rede” (2011, p.4), limita o exercício profissional, contribuindo para ações pontuais. 
 Diante disto, a importância do profissional ter clareza sobre seu objeto de intervenção, tendo como posse de atuação o projeto ético-político profissional, para que não se atenha a problematizar apenas as condições de trabalho, e sim sua prática profissional. Além de educação e capacitação permanente para os profissionais, para que se supere as práticas assistencialistas, paternalistas e preconceituosas, conforme Monteiro (2011, p.8) “neste sentido é mister resgatar o caráter teleológico do trabalho, bem como o compromisso assumido pela categoria profissional pela luta intransigente dos direitos da classe trabalhadora”. [1: 	 De acordo com Iamamoto (2009, p.18) “ele adquire materialidade no conjunto das regulamentações profissionais: o Código de Ética do Assistnte Social (1993), a Lei da Regulamentação da Profissão (1993) e as Diretrizes Curriculares norteadoras da formação acadêmica (ABESS/CEDEPSS, 1996, 1997ª, 1997b; MEC-SESU/CONESS, 1999, 2001” ]
De acordo com Iamamoto (2009, p.17) “exige um profissional culturalmente versado e politicamente atento ao tempo histórico; atento para decifrar o não dito, os dilemas implícitos no ordenamento epidérmico do discurso autorizado pelo poder;”. As ações sãoconstituídas a partir do esclarecimento das tendências do movimento da realidade, decodificando suas manifestações sobre o qual incide a ação profissional. 
(IAMAMOTO, 2009). 
Diante disto, entendemos que exige um profissional, conforme Iamamoto (2009, 
p.25) “que tenha competência para propor, para negociar com a instituição os seus projetos, para defender o seu campo de trabalho, suas qualificações e atribuições profissionais”. Portanto, apesar de obstáculos presentes no campo de atuação, é importante superá-los para que se realiza as ações profissionais, e buscar as condições adequadas e necessárias para o exercício profissional. 
 
Resultados e Discussão 
 O CRAS contribui na vida de seus usuários à medida em que trabalha com os mesmos, objetivando o empoderamento das famílias. Que essas famílias superem a sua situação de vulnerabilidade ou risco. Existem dificuldades, de instrumentos, técnicas, de pessoal, e principalmente, quando a gestão municipal acaba não valorizando o trabalho realizado pelo CRAS. 
 	Pelas difíceis realidades encontradas na contemporaneidade, é necessário que o profissional de serviço social do CRAS trabalhe de modo a enfrentar e superar duas grandes tendências no âmbito dos CRAS: 
 
A primeira é de restringir a atuação aos atendimentos emergenciais a indivíduos, grupos ou famílias, o que pode caracterizar os CRAS e a atuação profissional como um “grande plantão de emergências”, ou um serviço cartorial deregistro e controle das famílias para acessos a benefícios de transferência de renda. A segunda é de estabelecer uma relação entre o público e o privado,onde poder público transforma-se em mero repassador de recursos a organizações não governamentais, que assumem a execução direta dos serviços socioassistenciais. Esse tipo de relação incorre no risco de transformar o/a profissional em um/a mero/a fiscalizador/a das ações realizadas pelas ONGs e esvazia sua potencialidade de formulador/a e gestor/a público/a da política de Assistência Social. (BRASÍLIA, 2011) 
 
 
Considerações/Notas Conclusivas 
 Somente o CRAS, não dará conta de enfrentar todas as demandas condizentes a ele, necessitará da articulação com toda a rede presente em sua área de abrangência, assim como os equipamentos de saúde, educação, justiça, e outros da assistência social. 
 O CRAS, como campo de estágio possibilita ao acadêmico, uma vasta compreensão sobre a política de assistência social, bem como os instrumentais que são utilizados pela profissão nele e em outros espaços socioocupacionais, como por exemplo, a escuta qualificada, a visita domiciliar e institucional, entre outros. Também possibilita que o acadêmico tenha contato com os usuários da política, observe e auxilie o profissional de serviço social supervisor, em pequenas intervenções. 
 O assistente social neste campo de estágio, têm a sua frente um leque de possibilidades de intervenção, se, criativo, propositivo e bem articulado fará um trabalho realmente de empoderamento das famílias. 
 
 
Referências 
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Secretaria Nacional de Assistência Social. Sistema Único de Assistência Social – SUAS. Norma Operacional Básica de Recursos Humanos do SUAS NOB – RH/SUAS. Brasília, 2012. 
 
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Secretaria Nacional de Assistência Social. Sistema Único de Assistência Social – SUAS. Norma Operacional Básica de Recursos Humanos do SUAS NOB – RH/SUAS. Brasília, 2006. 
 
BRASÍLIA, Parâmetros para atuação dos assistentes sociais na política de assistencia social. CFESS, 2011. 
 
IAMAMOTO, Marilda Vilela. O Serviço Social na cena contemporânea. In.: Conselho Federal de Serviço Social – CFESS; Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social – ABEPSS. Serviço Social: Direitos Sociais e Competências Profissionais. Brasília: CFESS/ABEPSS, 2009. P.15-50. 
 
MONTEIRO, Simone Rocha da Rocha Pires. O Serviço Social no Centro de Referência de Assistência Social – CRAS: para avançar na consolidação da política de assistência social na perspectiva do direito. V Jornada Internacional de Políticas Públicas. 2011. 
Disponível 	em: 
<http://www.joinpp.ufma.br/jornadas/joinpp2011/cdvjornada/jornada_eixo_2011/impasses_ e_desafios_das_politicas_da_seguridade_social/o_servico_social_no_centro_de_referenc ia_de_assistencia_social_cras.pdf>. Acesso em: 27 de Jun. 2013

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