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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ
COORDENAÇÃO DE CONSTRUÇÃO CIVIL
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
FÁBIO PINHEIRO DA SILVA
GABRIEL SILVEIRA KAWATOKO 
GABRIELLA HILLESHEIM
GILBERTO HENRIQUE SANTOS 
MATHEUS SILVA RAVAGNANI
PRISCILA DE ANDRADE COLONHESE GAMA
VICTOR DIAS SCARELLI
 CONTROLE DE ANÁLISE EM DESEMPENHO DE OBRAS
ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA 
CAMPO MOURÃO
2017
1. INTRODUÇÃO 
Cresce a cada dia a procura por um sistema mais eficiente e melhor dentro do universo da construção civil, isso vem acontecendo devido à grande concorrência que o mercado apresenta nos dias de hoje. Mattos afirma que o gerenciamento de uma obra apresenta uma complexidade alta por ser um ambiente de dinamismo grande e mudanças constantes. Um planejamento equivocado causa uma produtividade ineficiente e uma grande quantidade de perdas de materiais.
Para que ocorra a devida análise do desempenho da obra não é algo tão simples pois enfrenta-se uma certa resistência das pessoas para se coletar dados, quando ocorre isto existe uma demora para a leitura e analise dos dados e a falta de existência de uma rotina organizacional. Uma visão geral também é complexa quando se usa um único medidor para encontrar alguma falha. 
Até mesmo um planejamento criado e estudado corretamente, pode apresentar certas falhas e o que pode diferenciar ele dos outros é um acompanhamento integral durante toda a obra ou empreendimento.
Empreiteiras e construtoras atuais e com visões arrojadas de mercado já apresentam uma estrutura dinâmica e preparada, tudo isso potencializando o racionamento e eficiência dos seus empreendimentos. Por isso é de grande valia que se faça dentro das obras o planejamento e análise do desempenho da obra.
2. INDICADORES DE DESEMPENHO: PRAZO
2.1 Sistema de Planejamento e Controle de Obras
Coelho (2003) cita que o processo de controle é um monitoramento de um processo de produção, onde se faz uma comparação do realizado com o previsto, onde medidas são tomadas para que se cumpra o planejamento em um determinado prazo. Além desse controle o método auxilia, também, em um aumento na eficiência, acelera o cronograma e reduz o custo.
2.2 Sistema Tradicional
Segundo Coelho (2003), o sistema tradicional consiste em um conjunto de ações, simultâneas ou não, que se convergem em um objetivo final. Esse modelo utiliza o método da produção empurrada, baseado no caminho crítico (CPM), e na técnica de avalição e revisão de programa (PERT). Porém existem algumas falhas:
Não são considerados fluxos físicos entre as atividades.
O controle da produção tende a se concentrar nos subprocessos ao invés de focar no geral.
2.3 Sistema Proposto Por Laufer E Tucker 1987
Laufer e Tucker (1987), diziam que o planejamento é definido em quatro quesitos: o que fazer (atividades), como realizar (método), quem ira executar (recursos) e quando executar (cronograma) e os mesmos devem ser realizados nas dimensões horizontais e verticais.
Na dimensão horizontal são realizadas aquelas atividades independentes uma das outras (coleta de informações, preparação dos planos, avaliação do processo de planejamento), já a dimensão vertical está vinculada as etapas que são realizadas em níveis diferentes umas das outras, dependente de atividades precedentes.
2.4. Índice De Desempenho De Prazo
É um apontador que faz uma relação entre o andamento do projeto com o cronograma preestabelecido. É possível calcular esse índice pela divisão do valor agregado das entregas (VA), em valor monetário, sobre o valor planejado (VP), das entregas, caso a resultante da divisão for igual a um, significa que o projeto corre como planejado, maior que um adiantado, para valores menores que um indicam atrasos.
3. INDICADORES DE DESEMPENHO: QUALIDADE
Com a necessidade de desenvolver métodos que sejam objetivos em relação à avaliação da qualidade tem elevado o interesse das grandes organizações em investir em mecanismos quantitativos precisos, de fácil visibilidade e adequados a processos dinâmicos. Para a realização desse processo de avaliação foram formulados os chamados indicadores baseados em informações, que envolvem a coleta e o registro de dados para análise (ROCHA, 2007).
Segundo Costa (2006), para estar atualizado em relação às necessidades e desejos dos consumidores é necessário conhecer os indicadores da qualidade, fazendo com que sejam tomadas decisões mais precisas e corretas sobre os processos.
Paladini (2002) define indicador da qualidade e produtividade como um mecanismo de avaliação formulado em bases mensuráveis. Costa (2003) reafirma esta avaliação e ressalta que um determinado indicador pode ter função de visibilidade, pois demonstra os desempenhos atuais de uma organização, indicando seus pontos fortes ou fracos, além de poder chamar atenção para suas disfunções. Desta forma, pode-se estabelecer prioridades em programas de melhoria da qualidade, indicando os processos nos quais as intervenções são mais importantes ou viáveis.
Logo, os indicadores da qualidade podem ser utilizados na construção civil para medir os resultados de ações realizadas, buscando sempre visualizar desvios que possam ocasionar problemas de não-qualidade e que devam ser verificados, analisados e solucionados. O monitoramento de um indicador permite identificar os locais em que ocorrem não conformidades em um processo permitindo que sejam identificadas e solucionadas suas causas (ROCHA, 2007).
Segundo Rocha (2007), depois de ocorrida a decisão sobre quais itens devem ser primeiramente avaliados, efetua-se o processo de medição e faz-se a coleta e organização dos dados de forma que possam ser acompanhados e analisados ao longo de um período. Essa análise ocorre em função das metas estabelecidas pela empresa e de levantamentos anteriores, o que permite determinar se o grau de desempenho do processo satisfaz as necessidades e as expectativas dos clientes e permite avaliar se o mesmo está sob controle ou se necessita melhorias.
Esse período de tempo deve ser apropriado para cada caso, de modo que não seja longo demais, inviabilizando a intervenção para melhoria do processo ao serem utilizados dados ultrapassados. Também não deve ser um período demasiadamente curto de forma que os dados não sejam significativos para análise. Desse modo, cada indicador terá um período próprio para sua avaliação (ROCHA,2007). 
Após serem feitas as verificações, com o auxílio dos indicadores da qualidade, de que um processo está fora de controle, as causas destes distúrbios devem ser descobertas com a ajuda das ferramentas da qualidade. Estas possuem grande quantidade de recursos visuais, facilitando o entendimento dos números gerados pelos indicadores por parte de todos os envolvidos no processo.
3.1 Indicadores Da Qualidade No Processo Construtivo
A indústria da construção civil possui a característica de ter cada empreendimento apresentando um conjunto de peculiaridades quanto a sua realidade, elementos funcionais, instalações, orçamentos e prazos específicos, segundo Costa (2003). Com isso o setor da construção civil tem necessidade de um conjunto de indicadores que possa ser adaptado às diversas realidades a que esteja submetido.
Ao analisar as etapas de processo construtivo de uma edificação, verifica-se que existem diversos pontos de controle de qualidade e melhorias possíveis de serem realizadas em função dos resultados alcançados ou não-conformidades geradas.
Como mostra a Figura 1, a partir da verificação dos problemas de qualidade relacionados com a construção civil predial no Brasil foi escolhida uma etapa construtiva para que fosse implantado um primeiro controle de qualidade. Essa etapa foi a da realização da superestrutura em concreto armado moldado in loco.
Figura 1: Escolha de uma etapa construtiva para a implantação dos indicadores.
Fonte: Adaptado de Rocha (2007).
Desta forma estipulou-se que, num primeiro momento, o controle de qualidade e produtividade pode ter início no recebimentodos materiais para a execução da superestrutura em concreto armado e em seguida podem ser realizadas verificações para melhoria incremental do processo construtivo em três etapas na execução das peças de concreto armado moldadas in loco, como mostra a Figura 2. A partir dos resultados obtidos com a implantação dos indicadores nessa etapa construtiva, estes podem ser adaptados e utilizados nas demais etapas do processo.
Figura 2: Etapas construtivas em que serão realizadas as verificações
Fonte: Adaptado de Rocha (2007).
Pretende-se assim restringir o campo de estudo desta pesquisa em uma pequena, mas significativa, etapa da construção civil predial, a fim de que se possa avaliar a eficácia dos métodos sugeridos para implantá-los em seguida nas demais etapas construtivas.
A Figura 3 mostra os dois pontos onde são propostas inspeções de não-conformidades: na entrega dos materiais à obra e na conclusão de cada fase. Esses dois momentos foram idealizados dentro de um fluxo de sequência resumido desde a chegada dos materiais à obra até a utilização destes materiais.
As inspeções quanto as não-conformidades analisadas na entrega dos materiais na obra, estipuladas inicialmente para o estudo são apresentadas na Figura 4.
Figura 3: Fluxograma resumido de sequência de atividades.
Fonte: Adaptado de Rocha (2007).
Desta forma os três itens a serem inspecionados na chegada dos materiais são: 
O prazo de entrega dos materiais que deve ser inspecionado verificando se o prazo estipulado pela contratante para a entrega dos materiais foi respeitado.
A nota fiscal enviada pela empresa fornecedora dos materiais, que deve ser verificada para que se possa determinar se os itens solicitados estão discriminados corretamente, segundo as normas e se estão sendo efetivamente entregues conforme consta da referida nota
O material entregue que deve ser inspecionado e testado para verificar se a matéria-prima está conforme o solicitado e conforme as normas técnicas.
Figura 4: Itens de Inspeção de conformidade na entrega dos materiais à obra.
Fonte: Adaptado de Rocha (2007).
Como uma segunda etapa proposta para a implantação dos indicadores da qualidade na fase de execução das peças de concreto armado moldadas in loco, de modo que possam ser obtidas melhorias no processo construtivo de forma incremental, serão realizadas inspeções em três fases dentro da execução das peças de concreto armado:
No término da execução das fôrmas.
No momento da colocação das armaduras de aço no local de utilização
No ato da desforma das peças de concreto.
Desta forma pretende-se rastrear tanto as não-conformidades ocasionadas por razão de problemas oriundos da entrega de materiais quanto as ocasionadas pela mão de obra.
4. INDICADORES DE DESEMPENHO: FINANCEIROS E ECONÔMICOS
Na atualidade, em função da necessidade de empresas e profissionais da construção civil de se manterem competitivos, exige-se que os processos de tomada de decisão sejam baseados em informações confiáveis. Nesse contexto, as informações financeiras, que podem ser extraídas das demonstrações contábeis das empresas, se destacam e colocam a contabilidade como uma das maiores fontes de informação nas organizações, responsável pela geração de dados precisos e necessários aos tomadores de decisões nos âmbitos externos e internos à empresa. (DUARTE e LAMOUNIER, 2007). 
Segundo Stávale Jr. (2003), os índices são a forma de análise mais empregada para o processo de decisão em investimentos, pois a sua utilização tem a capacidade de imprimir a técnica comparativa de avaliação. Para uma boa análise não é necessária uma grande quantidade de índices, mas de um conjunto de índices que permita uma boa visão sobre a empresa. O mesmo autor cita que, a maioria dos gestores não se satisfaz com as informações corriqueiramente obtidas e acrescentam outras de cunho econômico para a tomada de decisões.
Os indicadores financeiros auferem a solidez do embasamento financeiro da empresa, sinalizando sua capacidade de pagamento, bem como sua capacidade de geração e manutenção de sua posição de equilíbrio financeiro. Já os indicadores econômicos têm como objetivo a análise da empresa sob o ponto de vista de rentabilidade e oferecem importantes entendimentos sobre o desempenho da empresa nos exercícios sociais considerados. 
Muitos autores dizem que, para a análise das demonstrações contábeis, com o objetivo de se obter um bom conhecimento da situação econômico-financeira da empresa, é fundamental a obtenção dos três pontos seguintes:
Liquidez: para a situação financeira;
Rentabilidade: para a situação econômica;
Endividamento: para a estrutura de capital.
Para Marion (2002), esses três pontos formam o tripé de análise, como mostrado pelo diagrama da Figura 5:
Figura 5: diagrama com tripé de análise
Fonte: Baseado em Marion (2002).
Matarazzo (2008), de maneira similar a Gitman (1997) e Marion (2009), classifica os índices de maneira a analisar as situações financeiras e econômicas das empresas. A situação financeira é dada pelos índices de liquidez e estrutura de capital e endividamento, enquanto a situação econômica é dada pelos índices de rentabilidade.
4.1 Indicadores de Desempenho Econômico
4.1.1 Indicadores de atividade
Os índices de atividade, segundo Gitman (1997, p. 112), são utilizados “para medir a rapidez com que algumas contas são convertidas em caixa”. Considera-se que esses índices são relevantes por representarem relações dinâmicas, que influenciam a liquidez e a rentabilidade dos empreendimentos. Dentre os principais indicadores, destacam-se: Giro dos Estoques, Giro do Ativo Permanente e Giro do Ativo Total.
4.1.2 Indicadores de Rentabilidade
São várias as formas de se avaliar a rentabilidade de uma empresa, sendo cada uma relacionada a um tipo de retorno da empresa. Os Índices de Rentabilidade, segundo Marion (1998, p. 472-473), são: Taxa de Retorno sobre Investimentos (TRI), Margem de Retorno sobre o Patrimônio Líquido (MRPL), Margem de Lucro sobre as Vendas (Margem Bruta, Margem Operacional, Margem Líquida) e Giro do Ativo. 
Apesar de muito importantes na análise de desempenho das empresas, pelo fato desses indicadores serem classificados como econômicos e o trabalho basear-se nos indicadores financeiros, os índices de rentabilidade foram suprimidos na realização deste trabalho.
4.2 Indicadores de Desempenho Financeiro
Assim, com objetivo de obter informações do desempenho financeiro, o estudo se baseia nos itens relativos a liquidez e estrutura de capital. 
4.2.1 Índices de Liquidez
Segundo Gitman (1997, p.109), liquidez é a capacidade de uma empresa satisfazer suas obrigações na data do vencimento, referindo-se à facilidade com que a empresa pode pagar suas contas, ou seja, à solvência da situação financeira da empresa, de forma global. Através do cálculo e da interpretação dos Índices de Liquidez, de acordo com Domingues (2005), pode-se analisar a liquidez ou a capacidade de solvência de uma empresa, avaliando a capacidade desta em saldar seus compromissos, sendo que essa análise poderá ser realizada, num longo prazo, num curto prazo ou em prazo imediato. 
Normalmente, os índices de liquidez empregados são: Liquidez Corrente, Liquidez Seca, Liquidez Geral e Liquidez Imediata. Todos eles fazem uma relação dos bens e direitos de uma firma com suas obrigações, medindo o quanto uma empresa tem para cada unidade monetária que ela deve. O valor ideal para cada um desses índices é superior a 1, indicando assim que a empresa apresenta pelo menos uma unidade monetária para cada outra devida. Entretanto, a análise individual não pode ser parâmetro para um relatório, o analista deve aplicar os quatro índices de liquidez para chegar a uma conclusão sobre a capacidade de a empresa cumprir com os compromissos assumidos. 
Portanto, os indicadores de liquidez envolvem a situação financeira das empresas, permitindo avaliar e conhecer seu desempenho medindo sua condição de pagamento, tanto no curto e no longo prazo. A utilizaçãodos índices de liquidez possibilita mensurar o que foi realizado no passado e projetar tendências futuras. Os índices desse grupo mostram a base da situação financeira da empresa e podem ser avaliados em (MARION, 2006, p. 71-79): 
Liquidez Geral (LG)
Mostra a capacidade de pagamento da empresa, tanto a curto quanto em longo prazo, relacionando tudo o que a empresa pode converter em dinheiro com tudo o que assumiu de obrigações ou dívidas (MARION, 2009). É utilizado para avaliar a situação financeira, quanto à liquidez, de longo prazo da empresa. Entende-se que, quanto maior o indicador obtido, melhor é o grau de liquidez da empresa. Considerando AC o ativo circulante, PC o passivo circulante, RLP o realizável a longo prazo e o ELC o exigível a longo prazo, é expressa pela fórmula: 
Liquidez Corrente (LC)
Mostra a capacidade de pagamento a curto prazo, levando em consideração apenas o que a empresa possui no ativo circulante. Indica quanto a empresa dispõe em recursos monetários imediatos mais bens e direitos realizáveis no curto prazo, neste caso há uma comparação com as dívidas que devem ser pagas no mesmo período (SILVA, 2005). A sua fórmula é representada pela divisão do AC pelo PC. Trata-se de um índice muito divulgado e frequentemente considerado como o melhor indicador da situação de liquidez da empresa. Silva (2005) expõe que, em condições de manutenção dos demais fatores que são inerentes à empresa, quanto maior for o indicador encontrado, melhor será o resultado visto sob a perspectiva de risco na cobertura das dívidas de curto prazo, que é encontrado pela fórmula:
 
Liquidez Seca (LS)
Representa a liquidez da empresa se ela sofresse uma total paralisação de suas vendas ou se seu estoque se tornasse obsoleto por algum motivo. A Liquidez Seca indica a porcentagem de dívidas de curto prazo em condições de serem saldadas mediante a utilização de itens monetários de maior liquidez. Ela representa melhor a solvência da empresa por subtrair o estoque do ativo circulante. No caso da construção civil, o estoque pode conter imóveis que podem se realizar em longo prazo, mascarando a liquidez da empresa. 
Portanto, expressa a possibilidade de saldar as obrigações de curto prazo, passivo circulante (PC), por meio da utilização dos recursos de maior liquidez do ativo circulante (ASSAF NETO, 2002). Segundo Marion (2009, p. 77), “o banqueiro gosta muito desse índice, porque eliminam os estoques”, pertencentes ao ativo circulante (AC), tornando-o um indicador mais conservador, quando comparado à Liquidez Corrente, como se observa na fórmula de cálculo:
Liquidez Imediata (LI)
Mostra o quanto a empresa dispõe imediatamente, apenas com saldos de Caixa e Equivalentes de Caixa (bancos e aplicações financeiras de curtíssimo prazo – até sete dias), para saldar suas dívidas de Curto Prazo. A Liquidez Imediata indica a porcentagem de dívidas de curto prazo em condições de serem liquidadas imediatamente. É um índice normalmente baixo pelo pouco interesse das empresas em manter recursos monetários em caixa que não produzem rentabilidade para o negócio da empresa. Mas, no ramo da construção civil, esse índice deve ter uma maior representatividade para garantir um capital de giro que mantenha positiva as finanças da empresa, pois esse setor depende em grande parte de políticas governamentais que gerem produção. Para esse índice, dispõe-se da seguinte fórmula:
 
4.3 Capital Circulante Líquido
Observa-se que os índices de liquidez “completam-se entre si e permitem ao analista certo aprofundamento no exame do risco da empresa. São parâmetros cuja observação é necessária, mas não suficientes para a conclusão acerca da robustez financeira da empresa” (SILVA, 2005, p. 317). Por isso, vale ressaltar, nesse tópico, o Capital Circulante Líquido (CCL), também conhecido como Capital de Giro Líquido, que é um indicador de desempenho financeiro que pode auxiliar na compreensão dos índices de liquidez das empresas, no entanto é representado por valor absoluto. O CCL é composto por uma medida estática de folga financeira que a empresa apresenta para liquidar seus compromissos de curto prazo (MATARAZZO, 2008). Este indicador é representado pela diferença entre o Ativo Circulante (AC) e o Passivo Circulante (PC):
 
Considera-se que, se o CCL for positivo (AC > PC) a empresa possui bens e direitos realizáveis em dinheiro no curto prazo, sendo suficientes para quitar suas exigibilidades nesse mesmo prazo. Nessa situação, a sua posição financeira poderá ser dada como satisfatória, uma vez que terá disponibilidades para aplicar nas operações ativas da empresa. O CCL está fortemente relacionado com o Índice de Liquidez Corrente (ASSAF NETO, 2002).
4.4 Indicadores de estrutura de capital e endividamento
A avaliação da estrutura de capital das empresas está relacionada à mensuração das formas de financiamento que a mesma utiliza para realizar as suas atividades. “A estrutura de capitais de uma empresa envolve a composição de suas fontes de financiamento. Os fundos aplicados em ativos (circulantes e não circulantes) são provenientes dos proprietários da empresa ou de terceiros” (SILVA, 2005, p. 285).
Os indicadores de estrutura de capital estão ligados com as decisões financeiras de financiamento e investimento. Os índices que compõem esse grupo, que serão apresentados, são: Participação de Capitais de Terceiros, Composição do Endividamento, Endividamento Geral, Imobilização do Patrimônio Líquido ou Imobilização do Capital Próprio e Imobilização dos Recursos Não Correntes.
Índice de Participação de Capitais de Terceiros: representa o percentual de capital de terceiros (passivo circulante mais passivo não circulante), as exigibilidades, em relação ao capital próprio (patrimônio líquido), indicando a dependência da empresa em relação aos recursos de terceiros (SILVA, 2005). Avalia a dimensão do total de ativos financiados pelos credores da empresa, sendo calculado pela seguinte fórmula:
 
Matarazzo (2008) disserta que quanto maior esse índice, maior será o montante de recursos de terceiros empregados na empresa e que a avaliação da participação de capital de terceiros é uma análise rigorosamente financeira, pois é possível visualizar o risco de insolvência e não a relação lucro-prejuízo. Porém, o autor ressalta que a falência não é exclusividade do endividamento, porque outros fatores, tal como a má gestão, interferem nesse processo. 
Índice de Composição de Endividamento (CE): indica o percentual de dívidas, exigibilidades, de curto prazo em relação às dívidas totais, exigibilidades totais, conforme a fórmula de cálculo (MATARAZZO, 2008):
 
Entende-se que o endividamento necessita ser benéfico para não colocar em risco a estrutura de ativos da empresa. Por exemplo, quando uma empresa busca expansão, o endividamento de longo prazo é o mais recomendável, pois a expansão leva um determinado tempo para gerar recursos. O endividamento de longo prazo permite que o uso do recurso de terceiros, sendo aplicado coerentemente, possibilite a geração de receitas para pagamentos da dívida e obtenção de lucros.
Índice de Endividamento Geral (EG): expressa o montante de capital de terceiros que está sendo usado na tentativa de gerar resultados futuros positivos, lucros. Quanto menor o índice (próximo de zero), melhor é a situação da empresa, analisado sob a perspectiva de risco na cobertura do capital de terceiros. De acordo com Gitman (1997, p. 117), “o índice de endividamento geral mede a proporção dos ativos totais da empresa financiada pelos credores”. Sabendo que AT é o ativo total, usa-se a seguinte fórmula para calcular: 
Índice de Imobilização do Patrimônio Líquido (IPL): representa quanto do patrimônio líquido de uma empresa está aplicado em ativos de caráter permanente, que é a soma dos ativos Imobilizado, Investimentos e Intangível. Avaliando, na visão do risco empresarial, a interpretação desse índice é de “quanto maior, pior, mantidos constantes os demais fatores” (SILVA, 2005, p. 290-291). Sabendoque o ACP é o ativo de caráter permanente, esse índice é obtido pela fórmula: 
Índice de Imobilização dos Recursos Não Correntes (IRNC): possibilita verificar que percentual de recursos não correntes, patrimônio líquido e passivo não circulante (exigível de longo prazo), a empresa aplicou em ativos de caráter permanente (MATARAZZO, 2008). Sabendo que o IRN é a imobilização de recursos não correntes e o PNC o passivo não circulante, encontra-se esse índice pelo cálculo da fórmula: 
 
Matarazzo (2008, p. 160) considera que ativos de caráter permanente (Imobilizado, Investimentos e Ativo Intangível) “têm vida útil que pode ser de 2, 5, 10 ou 50 anos. Assim não é necessário financiar todo o Imobilizado com recursos próprios. É perfeitamente possível utilizar recursos de longo prazo”. No entanto, o mesmo autor pondera que isso seja realizado “desde que o prazo seja compatível com o de duração do Imobilizado ou então que o prazo seja suficiente para a empresa gerar recursos capazes de resgatar as dívidas de longo prazo” (MATARAZZO, 2008, p. 160). Em relação à estrutura de capital e endividamento, Schrickel (1999, p. 317) considera que “é fundamental que toda e qualquer empresa mantenha seu endividamento oneroso em níveis prudentes e gerenciáveis”.
Entende que as iniciativas devem ser precedidas de correspondentes reflexões sobre o impacto que as decisões estratégicas terão sobre a estrutura financeira da empresa. Por meio da avaliação da estrutura de capital e endividamento o analista adquire alternativas de fazer considerações sobre o desempenho e a perceptibilidade na gestão da empresa, ajustando determinada quantia de capitais de terceiros, as exigibilidades, com recursos próprios e o patrimônio líquido. E, ainda, concomitantemente, adotando medidas eficientes e eficazes para resolver desequilíbrios econômico-financeiros contingências, no intuito de que, em momento posterior, será possível reduzir a dependência de capital de terceiros, se houver conveniência e permitir a empresa alcançar melhor resultado (SCHRICKEL, 1999).
	
REFERÊNCIAS
ARTIA. Conheça os 5 principais indicadores de gerenciamento de projetos. Disponível em: < http://artia.com/blog/5-indicadores-de-gerenciamento-de-projetos/> Acesso em: 18 de novembro de 2017.
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COSTA, A. F. Avaliação Processo de Gestão da Qualidade de Fornecedores. 2006. Dissertação de Mestrado – Universidade de Taubaté, Taubaté-SP.
 COSTA, D. B. Diretrizes para a Concepção, Implementação e Uso de Sistema de Indicadores de Desempenho para Empresas da Construção Civil. 2003. Dissertação de Mestrado - Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre-RS.
DUARTE, H. & LAMOUNIER, W. Análise financeira de empresas da construção civil por comparação com índices-padrão. Enf.: Ref. Cont. v.26, n.2, p. 09-28. agosto de 2007.
GITMAN, L. J. Princípios de administração financeira. 7. ed. São Paulo: Harbra, 1997.
IUDÍCIBUS, S. Análise de balanços: análise da liquidez e do endividamento, análise do giro, rentabilidade e alavancagem financeira. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
MAGALHÃES, R.M. MELLO, L.C.B.B. BANDEIRA, R.A.M. Planejamento e controle de obras civis: estudo de caso múltiplo em construtoras no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2015. 12 p.
MARION, José Carlos. Contabilidade Empresarial. 8ª ed. São Paulo: Atlas, 1998.
MATARAZZO, D. C. Análise financeira de balanços: abordagem básica e gerencial. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
MATTTOS, A.D. Planejamento e controle de obras. 1° Ed. São Paulo, Pini. 2010.
PALADINI, E. P. Avaliação Estratégica da Qualidade. São Paulo, Atlas, 246p. 2002.
ROCHA, M.Q.B. Elaboração de Indicadores e Uso de Ferramentas de Controle da Qualidade na Execução de Obras Prediais. 2007. Dissertação de Mestrado – Programa de PósGraduação em Engenharia Civil, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de JaneiroRJ.
SCHRICKEL, W. K. Demonstrações financeiras: abrindo a caixa preta. São Paulo: Atlas, 1999.
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STÁVALE Jr., P. A Análise Contábil-Financeira como Fator de Sobrevivência. Sumaré, 17 de fevereiro de 2003.