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Farmacologia Cardiovascular Pro. Cristiano Saldanha Irrigação cardíaca - Coronárias Fonte : The Ciba Collection of Medical Illustration – HEART – Volume 5 Irrigação Vascular Artérias Coronárias Irrigam todo o músculo cardíaco, levando O2, glicose e lipídios às células do miocárdio. Eletrofisiologia cardíaca •DROGAS CARDIOVASCULARES GLOSSÁRIO • Inotrópicos: agentes que melhoram a contractilidade miocárdica e melhoram o volume de ejecção • Pressores: agentes que aumentam a resistência vascular sistêmica e a pressão arterial • Cronotrópico: aumenta a frequência cardíaca • Lusotrópico: melhora o relaxamento durante a diástole e diminui a pressão telediastólica nos ventrículos (melhora a função diastólica) Qual é o alvo da ação do fármaco? RNA Alvos Moleculares para a Ação dos Fármacos Macromoléculas de natureza protéica 1- Receptores 2- Canais Iônicos 3- Enzimas 4- Proteínas Transportadoras Alvos Moleculares para a Ação dos Fármacos 1. – Famílias de Receptores 1. – Famílias de Receptores A: Canais iônicos regulados por ligantes (receptores ionotrópicos) Ex: receptores nicotínicos para Ach e receptores para o GABA B: Receptores acoplados à Proteína G (receptores metabotrópicos) Ex: receptores muscarínicos para Ach e adrenoceptores C: Receptores enzimáticos (ligados a quinases) Ex: receptores para insulina D: Receptores Nucleares Ex: receptores para os hormônios esteróides e da tireóide Sistema Nervoso Autônomo SN Simpático SNParassimpático SN entérico Sistema Nervoso SOMÁTICO VISCERAL Órgãos Viscerais Gerais Central Periférico Aferente Eferente (Motor) Sistema NANC ARCO REFLEXO DORSAL VENTRAL Substância branca Substância cinzenta MEDULA corpo celular localizado no gânglio interneurônio neurônio sensitivo neurônio motor ESTÍMULO Receptor Corpúsculo de Paccini Músculo efetor SNP SNS SE Somático S N C ACh ACh Nor ACh Rec. Nicot ACh Rec. Adren (a, b) ACh ACh ACh Rec. Musc (M) Rec. Nicot (N) Adrenalina Rec. Nicot (N) Rec. Musc (M) • Independente de controle voluntário • Regula processos como: – contração e relaxamento músculos lisos – batimento cardíaco – secreção hormônios – processos metabólicos Sistema Nervoso Simpático Luta e Fuga Repouso e digestão TIPOS DE NEURÔNIOS DENDRITOS CORPO CELULAR CORPO CELULAR CORPO CELULAR DENDRITOS Direção da condução AXÔNIO AXÔNIO AXÔNIO NEURÔNIO SENSORIAL NEURÔNIO ASSOCIATIVO NEURÔNIO MOTOR + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + ++ + + + + + + + + + + + + + + _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ - - - - - - - + + + + + - - - - - - - + + + + + - - - - - - - + + + + + PROPAGAÇÃO DO IMPULSO NERVOSO Potencial de repouso: diferença de potencial entre a superfície externa e interna, mantida pela Bomba Na/K Potencial de ação: inversão (despolarização) do potencial de repouso, ocasionado pela mudança temporária de permeabilidade aos íons Na/K CONDUÇÃO SALTATÓRIA Potencial de Ação Condução saltatória Mielina Axônio Sinapse: local de comunicação entre neurônios ou entre neurônios e outras células (músculos, por ex.) MIOFIBRILA MITOCÔNDRIAS Neurotransmissores Fenda Sináptica Vesículas Sinápticas Potencial de Ação Axônio Proteínas receptoras 1. Remoção dos neurotransmissores (enzimas) 2. Agentes que impedem esta remoção SINAPSE QUÍMICA Neurotransmissores: Acetilcolina, adrenalina Dopamina, serotonina glutamato Simpatomiméticos OLHO: a1- Midríase b2 - Relaxamento Músculo Ciliar CORAÇÃO: b1 - FC e Contratilidade ARTERÍOLAS: a1, a2 - Contração (Pele, Mucosa, Vísceras) b2 - Dilatação (Músc. Esquelético) TERMINAÇÕES NERVOSAS SIMPÁTICAS: a2 - Inibição liberação Ne PULMÃO: b2 - Broncodilatação FÍGADO: a1, b2 - Glicogenólise (+) glicogênio fosforilase e (-) glicogênio sintase PÂNCREAS: a2 – Redução da secreção de insulina b2 – Aumento da secreção de insulina MÚSCULO ESQUELÉTICO: b2 - Contratilidade e Glicogenólise captação K+ ( K+ plasma) ÓRGÃOS SEXUAIS MASCULINOS a1- Ejaculação NA NA NA NA NA NA Síntese e Liberação de NA célula pós-sináptica NA a b R E S P O S T A R E S P O S T A NA NA NA DOPA tirosina tirosina Tirosina hidroxilase DOPA descarboxilase NA terminação nervosa neurônio noradrenérgico PA Ca2+ Ca2+ ++++ DA DA NA Dopamina b-hidroxilase NA NA VMAT a b - + DOPGAL Normetanefrina b1,2,3 GS cAMP (+) a1 Gq PLC IP3 PKC DAG Ca a2 Gi PKA (-) AC cAMP PKA AC Não seletivos 1° geração β-1 seletivos 2° geração Não seletivos 3° geração β-1 seletivos 3° geração Antagonistas dos Receptores b Adrenérgicos Antagonistas dos Receptores β Nadolol Pembutolol Pindolol Propranolol Timolol Acebutolol Atenolol Bisoprolol Esmolol Metoprolol Carteolol Bucindolol Carvedilol Labetalol Betaxolol Celiprolol Nebivolol β1 β2 a1 a1 β1 a1 a1 3° geração de Antagonistas dos Receptores β com ações adicionais que contribuem para vasodilatação Produção de óxido nítrico Agonismo do receptor β2 Antagonista de receptor a1 Bloqueio do influxo de Ca+2 Abertura dos canais de K+ Atividade antioxidade Celiprolol Celiprolol Carvedilol Carvedilol Tilisolol Carvedilol Nebivolol Carteolol Bucindolol Betaxolol Carteolol Bopindolol Bevantolol Bevantolol Bopindolol Nipradolol Nipradilol labetalol O que é Hipertensão Arterial? • A hipertensão ocorre quando os níveis de pressão arterial encontram- se acima dos valores de referência para a população em geral. • De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) os valores admtidos são: 120x80mmHg, considerada ótima, sendo 130x85mmHg, considerada limítrofe. Pressão com valores forem superiores a 140x90mmHg, são consideradas Hipertensão, em estágios 1 (leve - 140x90mmHg e 159x99mmHg), 2 (moderada - 160x100mmHg e 179x109mmHg) e 3 (grave - acima de 180x110mmHg). (IV Diretrizes Brasileira de Hipertensão Arterial da Sociedade Brasileira de Cardiologia) • Qualquer indivíduo pode apresentar pressão arterial acima de 140x90mmHg sem que seja considerado hipertenso. Apenas a manutenção de níveis permanentemente elevados, em múltiplas medições, em diferentes horários e posições e condições (repouso, sentado ou deitado) caracteriza a hipertensão arterial. • Esta situação aumenta o risco de problemas cardiovasculares futuros, como Infarto agudo do miocárdio e Acidente Vascular do tipo Cerebral Derrame Cerebral, por exemplo. A possibilidade destes problemas é log-linear, ou seja, cresce de maneira contínua em uma escala logarítmica. Receptores b1 Ativação Simpática Freq Cardíaca Força Contração Automaticidade PA = DC x RVP Controle da PA FC x VS Controleda PA PA = DC x RVP Tônus arterial Ca2+ Vasoconstrição b GDP a b PLC a GTP PIP2 IP3 DAG PKC Ca 2+ Ca 2+ RS Ca 2+ VOC + Músculo Liso Vascular Contração + + + + + + + + + + + + + + + a1 Ne Ne a1 Controle da PA PA = DC x RVP Tônus arterial Ca2+ Vasoconstrição Como é verificada a Pressão Arterial A medida da pressão arterial deve ser realizada apenas com aparelhos confiáveis. Para medí-la, o profissional envolve um dos braços do paciente com o esfigmomanômetro, que nada mais é do que uma cinta larga com um pneumático interno acoplado a uma bomba de insuflação manual e um medidor desta pressão. Ao insuflar a bomba, o pneumático se enche de ar e causa uma pressão no braço do paciente, pressão esta monitorada no medidor. Um estetoscópio é colocado sobre a artéria braquial (que passa na face interna medial do cotovelo). Estando o manguito bem insuflado, a artéria estará colabada pela pressão exercida e não passará sangue na artéria braquial. Não haverá ruído algum ao estetoscópio. Libera-se, então, a saida do ar pela bomba, bem devagar e observando-se a queda da coluna de mercúrio no medidor. Quando a artéria deixa de estar totalmente colabada um pequeno fluxo de sangue inicia sua passagem pela artéria provocando em ruído de esguicho (fluxo turbilionar). Neste momento anota-se a pressão máxima (sistólica). O ruído persistirá até que o sangue passe livremente pela artéria, sem nenhum tipo de garroteamento (fluxo laminar). Verifica-se no medidor este momento e teremos a pressão mínima (pressão diastólica). Em geral, medimos a pressão em milímetros de mercúrio (mmHg), sendo normal uma pressão diastólica (mínima) entre 60 e 80 mmHg (6 a 8 cmHg) e pressão sistólica entre 110 e 140 mmHg (11 a 14 cmHg) (cmHg = centímetros de mercúrio). Sintomatologia • A hipertensão arterial é considerada uma doença silenciosa, pois na maioria dos casos não são observados quaisquer sintomas no paciente. Quando estes ocorrem, são vagos e comuns a outras doenças, tais como dor de cabeça, tonteira, cansaço, enjôos, falta de ar e sangramentos nasais. • Esta falta de sintomas pode fazer com que o paciente esqueça de tomar o seu remédio ou até mesmo questione a sua necessidade, o que leva a grande número de complicações. Complicações da Hipertensão Arterial • O aumento contínuo da pressão arterial faz com que ocorram danos as artérias de diversas partes do organismo vivo. A Hipertensão Arterial é um fator de risco para Aterosclerose. Como qualquer artéria do corpo pode ser obstruída pela aterosclerose, virtualmente todos os orgão podem sofrer alterações decorrentes da hipertensão, sendo freqüentes: • no coração - o Infarto Agudo do Miocárdio (IAM), a miocardiopatia e a insuficiência cardíaca. • no cérebro - o Acidente vascular cerebral (AVC). • nos rins - insuficiência renal. • nos olhos - diminuição da visão e problemas na retina. Causas de Hipertensão Arterial • HAS primária. Na grande maioria dos casos a Hipertensão Arterial é considerada essencial, isto é, ela é uma doença por si mesma. Em 95% dos casos a causa da doença é desconhecida. Nesses pacientes ocorre aumento da rigidez das paredes arteriais, fato que é favorecido pela herança genética em 70% dos casos. Por essa razão é preciso verificar o histórico familiar do paciente, uma vez que, se seus pais ou parentes próximos são hipertensos, ele tem grandes probabilidades de desenvolver a doença. • HAS secundária. Ocorre quando um determinado fator causal predomina sobre os demais, embora os outros possam estar presentes. – HAS por Doença do parênquima renal. – HAS Renovascular. HAS Renovascular é a provocada por algum problema nas artérias renais. De maneira reacional, o rim afetado produz substâncias hipertensoras. A correção do problema arterial pode diminuir a pressão arterial. – HAS por Aldosteronismo primário. – HAS relacionada a Gestação. – HAS relacionada ao uso de Medicamentos. • HAS relacionada ao uso de Anti-concepcionais. • HAS relacionada ao uso de Corticosteroides. • HAS relacionada ao uso de Anti-inflamatórios. – HAS relacionada a Feocromocitoma. Feocromocitoma é um tumor que produz substâncias vasoconstrictoras que aumentam a pressão arterial, produzem taquicardia, cefaléia e sudorese. A retirada deste tumor pode diminuir a pressão arterial. – HAS relacionada a outras causas. Tratamento • Embora não exista cura para a Hipertensão Arterial Sistêmica, é possível um controle eficaz, baseado quer na reformulação de hábitos de vida, quer em medicação, permitindo ao paciente uma melhor qualidade de vida. Medidas não farmacológicas • Certas medidas não relacionadas a medicamentos são úteis no manejo da Hipertensão Arterial, tais como • Moderação da ingesta de sal (Cloreto de sódio) e álcool (Etanol). • Aumento na ingesta de alimentos ricos em potássio. • Prática regular de atividade física. • Administração do estresse; • Manutenção do peso ideal (IMC entre 20 e 25 kg/m²). • Minimizar o uso de medicamentos que possam elevar a pressão arterial, como Anticoncepcionais orais e Anti-inflamatórios. Medidas farmacológicas • Nos casos que necessitam de medicamentos, são utilizadas várias classes de fármacos, isolados ou associados. Entre outras possibilidades à disposição dos pacientes sob prescrição médica, encontram-se: • Diuréticos • Inibidores do sistema nervoso simpático – Drogas de ação central – Drogas de ação intermediária • Bloqueadores gangionares • Bloqueadores pós-ganglionares – Drogas de ação periférica • Antagonistas alfa adrenérgicos • Antagonistas beta adrenérgicos • Inibidores de endotelina • Antagonistas dos canais de cálcio • Inibidores da enzima conversora da angiotensina II • Antagonistas do receptor AT1 da angiotensina II • Vasodilatadores direitos • Nitratos 3° geração de Antagonistas dos Receptores β com ações adicionais que contribuem para vasodilatação Produção de óxido nítrico Agonismo do receptor β2 Antagonista de receptor a1 Bloqueio do influxo de Ca+2 Abertura dos canais de K+ Atividade antioxidade Celiprolol Celiprolol Carvedilol Carvedilol Tilisolol Carvedilol Nebivolol Carteolol Bucindolol Betaxolol Carteolol Bopindolol Bevantolol Bevantolol Bopindolol Nipradolol Nipradilol labetalol Glândula supra-renal GLÂNDULAS ADRENAIS Aldosterona • Muito importante no controle do volume e composição dos líquidos corporais. A aldosterona é um corticóide mineral potente cuja síntese e liberação é controlada pelo sistema renina-angiotensina do corpo. Promove a reabsorção do sódio no túbulo distal do rim(os rins também podem elevar a pressão arterial secretando a enzima renina, a qual estimula a produção do hormônio angiotensina, o qual, por sua vez, desencadeia a liberação do hormônio aldosterona) tendo resultado a secreção do potássio junto com a retenção de sódio, que controla o volume circulante no sangue. A overprodução e a secreção crônica da aldosterona conduzem à hipertensão. ADRENAL Ações fisiológicas da Aldosterona • Aumento da natremia (concentração de sódio no sangue) • Transporte ativo de sódio da célula tubular renal para o espaço extracelular • Reabsorção passiva de sódio do filtrado urinário • Diminuição da calemia (concentração de potássio no sangue) • o Aumentoda pressão arterial e da volemia (volume de sangue circulante) • Aumento de reabsorção de água Regulação da Pressão Arterial: Sistema Renina-Angiotensina- Aldosterona • Uma queda na pressão arterial (1) provoca a liberação de renina, uma enzima renal. Por sua vez, a renina (2) ativa a angiotensina (3), um hormônio que provoca contração das paredes musculares das pequenas artérias (arteríolas), aumentando a pressão arterial. A angiotensina também desencadeia a liberação do hormônio aldosterona pelas glândulas adrenais (4), provocando a retenção de sal (sódio) e a excreção de potássio. O sódio promove a retenção de água e, dessa forma, provoca a expansão do volume sangüíneo e o aumento da pressão arterial. IECAs • Os IECAs ou Inibidores da Enzima de Conversão da Angiotensina são fármacos usados no tratamento da hipertensão arterial, os IECAs produzem vasodilatação periférica, diminuindo a pressão arterial, ou seja, são agentes anti-hipertensivos ,reduzem a pressão arterial através da dilatação das artérias. • Farmacologia-Os IECAs são compostos que inibem a enzima conversora da angiotensina que converte a angiotensina I em angiotensina II. A angiotensina II é um potente vasoconstritor e estimula a produção de Aldosterona, que promove a retenção de sodio e agua. A enzima é estimulada pela secreção de renina pelos rins quando estes reagem a diminuição da sua perfusão sanguinea. Ao inibir essa enzima, os IECAs produzem vasodilatação periférica, diminuindo a pressão arterial. • O volume de sangue no corpo aumenta e a pressão arterial também. Por outro lado, se a função de bombeamento de sangue do coração diminui, se as artérias dilatarem ou se houver perda de líquido do sistema, a pressão arterial é reduzida. Inibidores da enzima conversora da angiotensina • O mecanismo de ação dessas substâncias é fundamentalmente dependente da inibição da enzima conversora, bloqueando, assim, a transformação da angiotensina I em II no sangue e nos tecidos. São eficazes como monoterapia no tratamento da hipertensão arterial. • Também reduzem a morbidade e a mortalidade de pacientes hipertensos com insuficiência cardíaca, e de pacientes com infarto agudo do miocárdio, especialmente daqueles com baixa fração de ejeção. Quando administrados a longo prazo, os inibidores da ECA retardam o declínio da função renal em pacientes com nefropatia diabética e de outras etiologias. • Entre os efeitos indesejáveis, destacam-se tosse seca, alteração do paladar e reações de hipersensibilidade (erupção cutânea, edema angioneurótico). Em indivíduos com insuficiência renal crônica, podem induzir hiperpotassemia. Em pacientes com hipertensão renovascular bilateral ou com rim único, podem promover redução da filtração glomerular com aumento dos níveis séricos de uréia e creatinina. • Seu uso em pacientes com função renal reduzida pode se acompanhar de aumento dos níveis séricos de creatinina. Entretanto, a longo prazo, prepondera o efeito nefroprotetor dessas drogas. • Em associação com diurético, a ação anti-hipertensiva dos inibidores da ECA é magnificada, podendo ocorrer hipotensão postural. • Seu uso é contra-indicado na gravidez. Em adolescentes e mulheres jovens em idade fértil e que não façam uso de método anticoncepcional medicamente aceitável, o emprego dos inibidores da ECA deve ser cauteloso devido ao risco de malformações fetais. Captopril(IECA) • Mecanismo de ação-inibe a conversão de angiotensina I em angiotensina II,vasodilatador potente.Reduz a formação de angiotensina II,diminuindo a resistência arterial periférica.Reduz a retenção de sódio e água,diminuindo a PA. • Indicação-Hipertensão,ICC e IAM. • Cuidados de enfermagem- Pode ocorrer cefaléia nos primeiros dias de terapia,oriente o paciente a levantar-se lentamente da cama;comunicar ao médico a ocorrência de síncope para que a droga seja suspensa;oriente o paciente a evitar locais quantes e exercícios no verão,usar a droga 1h antes ou 2h após as refeições,pois alçimentos podem diminuir a absorção da droga. Administrado por via oral, o captopril sofre rápida absorção e tem biodisponibilidade de cerca de 65%. As concentrações plasmáticas máximas são observadas em 1 hora e o fármaco é rapidamente depurado. A maior parte do fármaco é eliminada na urina, 40-50% na forma de captopril e o restante como dímeros de dissulfeto de captopril-cisteína. A dose oral de captopril varia de 6,25 – 150mg de 2 a 3 vezes ao dia, sendo as doses de 6,25mg 3x/dia e 25mg 2x/dia apropriadas para o início da terapia para insuficiência cardíaca e a hipertensão, respectivamente. A maioria dos pacientes não deve receber doses diárias superiores a 150mg. Como o alimento diminui a biodisponibilidade oral do captopril em 25-30%, o fármaco deve ser administrado uma hora antes das refeições. Enalapril(IECA) • Após administração oral, é rapidamente absorvido . Pode ser usado isoladamente como terapia inicial ou associado à outros antihipertensivos, particularmente os diuréticos. Enalapril inibe a formação de Angiotensina II, um potente vasoconstritor (substância que diminui o calibre dos vasos sangüíneos e aumenta a pressão arterial), que também estimula a secreção de Aldosterona (substância responsável pela retenção de água e sódio no organismo). Portanto, a inibição da IECA resulta em um nível plasmático diminuído de Angiotensina II, e como conseqüência, leva à uma diminuição da atividade vasopressora e diminuição da secreção da Aldosterona (o que pode resultar em discreto aumento nos níveis séricos do potássio). Através desta ação, o Maleato de Enalapril pode também facilitar o trabalho do coração, tornando-o mais eficiente, o que é importante em casos de insuficiência cardíaca. O início da ação do Maleato de Enalapril é suave e gradativo; inicia-se dentro de uma hora e seus efeitos geralmente continuam por 24 horas. • Posologia: mínima 5/máxima 40 –dose:1/2 vezes ao dia Objetivos dos Hipertensivos • O objetivo primordial do tratamento da hipertensão arterial é a redução da morbidade (índice da doença numa região)e da mortalidade cardiovasculares do paciente hipertenso, aumentadas em decorrência dos altos níveis tensionais, sendo utilizadas tanto medidas não-medicamentosas isoladas como associadas a medicamentos anti-hipertensivos. • Assim, os agentes anti-hipertensivos a serem utilizados no tratamento do paciente hipertenso devem permitir não somente a redução dos níveis tensionais, mas também a redução da taxa de eventos mórbidos cardiovasculares fatais e não- fatais. Classes de anti- hipertensivos • Diuréticos • Inibidores adrenérgicos • Vasodilatadores diretos • Inibidores da enzima conversora da angiotensina • Antagonistas dos canais de cálcio • Antagonistas do receptor da angiotensina II Diuréticos • Os Diuréticos são o grupo de fármacos que atuam no Rim, aumentando o volume a grau de diluição da urina. Eles depletam os niveis de água e cloreto de sódio sanguíneos, sendo usados no tratamento da hipertensão arterial, insuficiência renal, insuficiência cardiaca ou cirrose do fígado. • Há dois tipos de diuréticos, os que atuam directamente nos túbulos renais, modificando a sua actividade secretora e absorvente; e aqueles que modificam o conteúdo do filtrado glomerular, dificultando indiretamente a reabsorção da água e sal. Hidroclorotiazida • Diurético .Mecanismo de ação- Inibe a reabsorção de sódio no tubo distal,aumentando a secreção de sódio e água pelo rim. • Usado principalmente na hipertensão arterial. Antigamenteutilizado em altas doses (>50 mg) provocava complicações como hipopotassemia, hiperuricemia e outros distúrbios metabólicos. • Hoje, com o uso de doses menores (12,5 e 25 mg), possui um perfil de efeitos colaterais semelhante ao placebo. • Cuidados de Enfermagem- Se ocorrer desconforto GI,use nas refeições;para evitar distúrbios do sono,administre pela manhã,pois aumenta a eliminação de urina,pese o paciente diariamente,oriente o paciente para sinais de hipocalemia,tais como fraqueza e câimbra muscular;oriente a uma nutrição rica em potássio,tomate,banana,frutos cítricos).Mas também previne mais complicações cardiovasculares (AVC e IAM) que outras drogas. Furosemida(lasix) • Diurético que tem ação em todas as regiões do néfron,túbulo distal,com predomínio de ação no segmento da alça de Henle. • Posologia:20 mg • Dose Diária:1/2 vezes ao dia • Cuidados de enfermagem – Administre nas refeições para evitar desconforto GI e pela manhã para evitar perturbações do sono,proteja a droga da luz,pois pode ocorrer descoloração,neste caso não use a droga,não use a droga diluída após 24 h,monitorize balanço hídrico,peso diário,hidratação,função hepática,orientar a uma dieta rica em potássio,oriente o paciente a levantar-se lentamente para evitar hipotensão postural,oriente o paciente para sinais de toxidade(zumbido,dor abdominal,dor de garganta e febre);Administração IV em SG e infundida lentamente 2 a 3 min. Nitroprussiato de sódio é um composto químico de fórmula Na2[Fe(CN)5NO]·2H2O. Este sal serve como fonte de óxido nítrico, que é um potente vasodilatador, tanto de veias como artérias, administrado por via intravenosa em pacientes em situação de emergência hipertensiva. Indicações Ele reduz a resistência periférica total e o retorno venoso, dessa maneira reduzindo tanto a pré-carga quando a pós-carga. Por esta razão, pode ser utilizado em insuficiência cardíaca cardiogênica onde a combinação dos efeitos pode atuar para aumentar a fração de ejeção cardíaca. Em situações onde a ejeção cardíaca é normal, o efeito é para reduzir a pressão sanguínea. Apesar de sua toxicidade, o nitroprussiato continua sendo usado pois é uma das mais efetivas drogas para rápido controle de pressão sanguínea em cirurgias e alguns casos de hipertensão maligna. O nitroprussiato é contra-indicado em pacientes com insuficiência renal. Seu metabolismo consiste na passagem do nitroprussiato a cianeto nos eritrócitos e de cianeto a tiocianato no fígado. Os metabólitos não apresentam atividade vasodilatadora. O cianeto pode ser incorporado à cobalamina. A meia-vida do tiocianato é de 7 dias, com função renal normal; mas é maior em pacientes com disfunção renal ou hiponatremia. A meia-vida do nitroprussiato é de alguns minutos. O início do efeito é quase imediato e dura de 1 a 10 minutos depois de terminada a infusão. O acúmulo de tiocianato em concentração superior a 10mg/l pode provocar efeitos tóxicos graves e psicose aguda, especialmente em indivíduos com disfunção renal. O metabólito final (tiocianato) é excretado de forma lenta, pois sua meia-vida é de 8 dias, ocasionando o aparecimento de toxicidade tardia, apesar da fugacidade do efeito do nitroprussiato. Tridil - Indicações O Tridil® (nitroglicerina) é indicado para tratamento de hipertensão pré- operatória; para controle de insuficiência cardíaca congestiva, no ajuste do infarto agudo do miocárdio, para tratamento de angina pectoris em pacientes que não respondem à nitroglicerina sublingual e beta- bloqueadores e para indução de hipotensão intra-operatória. Nitroglicerina, também conhecida como trinitroglicerina ou trinitrato de glicerina, é um composto químico explosivo obtido a partir da reação de nitração da glicerina. A fórmula química da nitroglicerina é C3H5N3O9 (3 átomos de carbono, 5 dehidrogênio, 9 de oxigênio e 3 de nitrogênio). Farmacologia Biodisponibilidade <1% Via(s) de administração Sublingual, Transdermal, Oral, Intravenosa Metabolismo Hepático (rápido) Meia-vida biológica 3 minutos DROGAS CARDIOVASCULARES • As ações principais da maior parte dos fármacos cardiovasculares serão determinadas pelos seus efeitos adrenérgicos que podem ser: – alfa-adrenérgicos – beta-adrenérgicos – dopaminérgicos Pressão arterial e frequência cardíaca FÁRMACOS CARDÍACOS EM PERFUSÃO CONTÍNUA • Epinefrina • Norepinefrina • Dopamina • Dobutamina • Milrinona / Amrinona • Nitroprussiato de Sódio • Nitroglicerina • Isoproterenol EPINEFRINA - adrenalina • É um agente alfa e beta-adrenérgico • Portanto as indicações para a sua utilização em perfusão contínua são – Estado de baixo débito cardíaco • Os efeitos beta melhoram a função cardíaca • Os efeitos alfa podem aumentar a pós-carga e diminuir o débito cardíaco EPINEFRINA (ADRENALINA) • Os efeitos secundários incluem – Ansiedade, tremores e palpitações – Taquicardia e taquiarritmias – Aumento das necessidades de oxigênio do miocárdio e potencial causador de isquemia PARADA CARDÍACA / ACLS RCP Guidelines 2010 - Novas Diretrizes da ILCOR (Aliança Internacional dos Comitês de Ressuscitação) Prof. Cristiano DROGAS CARDIOVASCULARES • Do ponto de vista da UCIP podem dividir- se em 2 grupos principais – Medicações usadas na parada cardíaca – Medicações cardíacas administradas em infusão contínua • Muitos dos fármacos usados na parada cardíaca podem ser também usados em infusão contínua Atendimento primário ACLS – Parada Cardíaca ou Arritmia 1. Desfibrilação até os primeiros 5 minutos 2. Compressões torácicas 3. Abertura das vias aéreas 4. Ventilação 5. Nova desfibrilação Utilize o peso do corpo para fazer compressão Mantenha a coluna reta Ajoelhe-se de um lado da vítima Braços retos Apoiar a mão sobre o esterno Compressões torácicas Atendimento secundário 1. Intubação traqueal 2. Suporte ventilatório 3. Acesso venoso e medicações 4. Diagnóstico da causa 5. Proteção cerebral com hipotermia terapêutica Agonistas dos receptores α e β α1 α2 β1 β2 α1 α2 β1 Norepinefrina (Noradrenalina) Epinefrina (Adrenalina) Pressão arterial Frequência cardíaca β 1 , β-2 (não-seletivos) β -1 seletivos β -2 seletivos Agonistas dos Receptores β Isoprenalina Dobutamina Metaproterenol Salbutamol Fenoterol Albuterol Formoterol Salmeterol • Catecolamina sintética com atividade b-adrenérgica dose- dependente e mínima atividade a-adrenérgica. Pode ser considerada um agonista de receptores b1-adrenérgico (dose terapêutica). DOBUTA MINA b1 Força de Contração (inotropismo positivo) Débito Cardíaco Dobutamina EFEITOS COLATERAIS: [ ] Arritmias, fibrilação atrial, aumento de PA (ação em a1) USO: FC em Pacientes com Bradicardia, Parada ou Insuficiência Cardíaca Congestiva (tratamento agudo) Receptores Agentes α1 β1 β2 D1 Adrenalina Vasoconstrição ↑ RVS e RVP Inotropismo (+) Cronotropismo (+) - - Noradrenalina Vasoconstrição ↑ RVS e RVP Inotropismo (+) - - Dopamina* Vasoconstrição ↑ RVS e RVP Inotropismo (+) Cronotropismo (+) - Vasodilatação renal Isoproterenol - Inotropismo (+) Cronotropismo (+) Vasoconstrição ↓ RVS e RVP - Dobutamina - Inotropismo (+) Cronotropismo (+) Vasoconstrição ↓ RVS e RVP ↑ Síntese ↓ RecaptaçãoAgonistas de ação indireta Anfetamina Tiramina Anfetamina Cocaína ADTC ↓ Metabolização Anfetamina Inibidores da MAO Inibidores da COMT Antagonistas de alfa e beta adrenoceptores exocitose NA NA b1 b2 b1 FC - DC - PA Vasoconstrição renina Propranolol X X X Broncoconstrição Antagonistas dos receptores b adrenérgicos Não seletivos exocitose NA NA b1 b1 Atenolol Metoprolol FC - DC - PA renina X X Antagonistas dos receptores b adrenérgicos seletivos Noradrenalina Controle da PA b GDP a b PLC a GTP PIP2 IP3 DAG PKC Ca 2+ Ca 2+ RS Ca 2+ VOC + Músculo Liso Vascular Vasodilatação + + + + + + + + + + + + + + + a1 Ne Ne a1 Antagonistas dos receptores a1 adrenérgicos exocitose NA NA a1 bloqueia receptores a1-adrenérgicos em arteríolas e veias RVP retorno venoso X PA Antagonistas a1 seletivos Prazosina, terazosina, doxazoxina, alfuzocina, tamsulosina • Tratamento hipertensão arterial primária ( RVP e PA) • Insuficiência cardíaca congestiva (vasodilatação arterial e venosa, pós-carga e pré-carga, congestão pulmonar) • Hiperplasia próstática benigna (HPB) ( resistência fluxo urinário, relaxamento trígono bexiga e uretra) • Fenômeno primeira dose (hipotensão postural intensa), eventos isquêmicos pouco utilizados na prática clínica para controle da HAS Não seletivos 1° geração β-1 seletivos 2° geração Não seletivos 3° geração β-1 seletivos 3° geração Antagonistas dos Receptores b Adrenérgicos Antagonistas dos Receptores β Nadolol Pembutolol Pindolol Propranolol Timolol Acebutolol Atenolol Bisoprolol Esmolol Metoprolol Carteolol Bucindolol Carvedilol Labetalol Betaxolol Celiprolol Nebivolol β1 β2 a1 a1 β1 a1 a1 3° geração de Antagonistas dos Receptores β com ações adicionais que contribuem para vasodilatação Produção de óxido nítrico Agonismo do receptor β2 Antagonista de receptor a1 Bloqueio do influxo de Ca+2 Abertura dos canais de K+ Atividade antioxidade Celiprolol Celiprolol Carvedilol Carvedilol Tilisolol Carvedilol Nebivolol Carteolol Bucindolol Betaxolol Carteolol Bopindolol Bevantolol Bevantolol Bopindolol Nipradolol Nipradilol labetalol Ação de enfermagem - Observar e anotar comportamento. - Ouvir atentamente o paciente. - Administrar medicamentos prescritos. - Registrar efeitos colaterais dos medicamentosos. - Realizar contenção mecânica, se necessário. - Supervisionar higiene oral. - Supervisionar e estimular aceitação da dieta. - Estimular e ajudar a deambulação. - Registrar aspecto e freqüência das eliminações. - Aferir sinais vitais. - Registrar sinais e sintomas. - Promover ambiente terapêutico. - Oferecer tarefas. - Permitir que o paciente se expresse. - Valorizar sua auto-estima. Referências bibliográficas • BRUNTON, L.; PARKER, K.; BLUMENTHAL, D.; BUXTON, I. Goodman & Gilman: Manual de Farmacologia e Terapêutica. Artmed. 1ª ed. 2010. • CIPOLLE, R. J.; STRAND, L. M.; MORLEY, P. C. O exercício do cuidado farmacêutico. Brasília: Conselho Federal de Farmácia, 2006. • Ghahame-Smith D.G., Aronson J.K. Tratado de Farmacologia Clínica e Farmacoterapia. Guanabara Koogan, 2004. • Segundo Consenso de Granada sobre Problemas Relacionados com Medicamentos, Ars Pharmaceutica, 43:3-4; 175-184, 2002.
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