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ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA PATOLOGIAS DA COLUNA VERTEBRAL Hérnia Discal O que é? A hérnia de disco ocorre quando parte de um disco intervertebral (núcleo Pulposo) sai de sua posição normal e comprime as raízes nervosas que se ramificam a partir da medula espinhal e que emergem da coluna espinhal Onde ocorre? São mais comuns nas regiões lombar e cervical, por serem áreas mais expostas ao movimento Prevalência As pessoas mais afetadas por uma hérnia de disco estão entre 25 à 45 anos Classificação Disco protuso: Quando há uma deformidade no disco causado pela projeção do núcleo no sentido posterior, no entanto não há rompimento da camada interna e externa do ânulo fibroso. Disco prolapso: Quando a deformidade do disco é mais acentuada por causa do rompimento da camada interna do ânulo fibroso, tendo compressão de nervo e medula. Disco extruso: Quando há rompimento da camada interna e externa do ânulo, provocando uma projeção da hérnia mais acentuada. Em alguns casos os ligamentos podem se romper, aliviando a pressão e a dor do paciente. Disco sequestrado: Quando ocorre uma fragmentação do núcleo, podendo se propagar para o canal medular. Tipos de hérnia discal Hérnia lateral: comprime os nervos intercostais Hérnia central: não comprime nervos, porém comprime a medula espinhal Hérnia centrolateral: compressão dos nervos intercostais e da medula espinhal Tipos de hérnias lombares As póstero laterais são as mais comuns, podendo pinçar uma ou até duas raízes nervosas Quadro clínico Dor intensa nas costas, ou quando há compressão nervosa, a dor pode irradiar para a região correspondente ao nervo que foi atingido Parestesias (formigamento, dormência, anestesia) e paresias (fraqueza muscular) Tratamento Conservador: Estabilização, postura, fortalecimento, alongamento e liberação miofascial, manipulação, ergonomia, pilates, RPG, Osteopatia, acupuntura, além de repouso e medicamentos. Cirúrgico: discectomia Estenose O que é? Qualquer tipo de estreitamento do canal espinhal, do canal radicular ou do forame intervertebral. Relacionado geralmente com doenças osteodegenerativa Classificação Primária: é causada pelo estreitamento congênito do canal medular, em que os pedículos são mais curtos. Secundária: relaciona-se à degeneração crônica, resultando em instabilidade e compressão das raízes nervosas. Outras causas incluem doenças reumatológicas, osteomielite, traumatismo, tumores. Quadro clínico A compressão da raiz provoca inflamação localizada, que afeta estado excitatório do nervo, gerando dor. O grau de compressão é aumentado por hiperextensão ou hiperlordose da coluna lombar (dobrando o tronco para trás), pois estas posturas causam o estreitamento adicional do canal espinhal. Tratamento Conservador: repouso e a administração de anti-inflamatórios são indicados na fase aguda da inflamação dos nervos. Na fase pós-aguda, recomenda-se a fisioterapia para o fortalecimento da musculatura envolvida, aliada a analgesia e correções posturais Cirúrgico: Consiste basicamente na descompressão dos nervos afetados e do saco dural. O objetivo da cirurgia é melhorar a qualidade de vida do paciente, diminuindo a dor e possíveis déficits neurológicos. Espondilolistese Como ocorre? Ocorre quando uma vértebra escorrega para a frente sobre a vértebra abaixo dela Causas Espondilolistese congênita: significa que o transtorno está presente no nascimento Espondilolistese ístmica: ocorre quando um defeito (fratura óssea) ocorre em uma estrutura de suporte vertebral na parte de trás da vértebra (pars). Pode ser aguda ou crônica. Espondilolistese degenerativa: é a mais comum com o envelhecimento e é frequentemente associada com doença degenerativa do disco, em que os discos perdem hidratação e os ligamentos da coluna desgastam. Espondilolistese traumática: após algum traumatismo agudo. Espondilolistese patológica: quando outra doença está causando o escorregamento. Espondilolistese iatrogênica: causada após alguma cirurgia. Classificação É em relação à porcentagem de escorregamento da vértebra sobre a vértebra abaixo Grau I: Menos de 25% de escorregamento Grau II: 25% à 49% de escorregamento Grau III: 50% à 74% de escorregamento Grau IV: 75% à 99% de escorregamento Grau V: A vértebra caiu para frente da vértebra abaixo dela. Este é o tipo mais grave de espondilolistese e é denominado espondiloptose Quadro clinico Dor lombar e sensação peso Dor na região glútea Dor na coxa/perna e/ou fraqueza ("ciática") Dificuldade em controlar as funções do intestino e da bexiga Músculos encurtados na região posterior da coxa Rigidez na região lombar Instabilidade entre a coluna lombar e bacia Tratamento Conservador: Muitos pacientes não apresentam sintomas e, portanto, apenas o fortalecimento muscular da região, a prática de atividades físicas e a boa postura são suficientes. Cirúrgico: A cirurgia para o tratamento da espondilolistese está reservada para uma minoria dos casos, onde há déficit neurológico associado e sem melhora com o tratamento conservador. Objetivo: descompressão das estruturas nervosas e estabilização da coluna Fraturas da coluna Como ocorre? Geralmente ocorrem após traumatismos de alta energia, como quedas de altura, acidentes automobilísticos Onde ocorre? O local mais comum de fraturas é a região tóraco-lombar (T12-L1) Classificação Fratura por compressão: Este tipo de fratura é muito comum em pacientes com osteoporose, ou pacientes em que os ossos foram enfraquecidos por outras doenças (como neoplasias). Normalmente são fraturas por insuficiência óssea e sem traumatismo significativo Fratura por explosão: Essa fratura geralmente é causada por traumatismo mais significativo (por exemplo, acidente de carro). Ela acontece quando a vértebra é esmagada por forças axiais, fragmentos ósseos podem comprimir o canal vertebral onde está a medula espinhal e raízes nervosas Fratura por flexão-distração: Essa é uma fratura típica em acidentes automobilísticos, quando corpo é projetado bruscamente para frente, esse tipo de lesão geralmente lesa os ligamentos da coluna além da parte óssea. Normalmente são lesões instáveis Fratura-luxação: O termo luxação significa que houve um desalinhamento significativo da coluna. Portanto, na fratura-luxação além da lesão óssea existe uma combinação de “deslocamento” da coluna Conceito das 3 colunas de Denis O conceito de três colunas faz com que seja mais fácil de visualizar a extensão e gravidade da fratura da coluna. Por exemplo, se a fratura só afeta a coluna anterior, a estabilidade da coluna vertebral pode ser suficiente para sustentar o peso do corpo. Quando as outras colunas estão fraturadas, já existe algum grau de instabilidade Coluna anterior: é a metade da frente do corpo da vértebra e do disco intervertebral Coluna média: esta é a parte fundamental da estabilidade da coluna vertebral. É a metade de trás do corpo vertebral e disco intervertebral, se há uma fratura na coluna média associada a coluna anterior, a lesão é mais instável Coluna posterior: inclui os pedículos, lâmina, articulações e processo espinhoso Fraturas extáveis X instáveis As fraturas estáveis geralmente não causam deformidade da coluna vertebral ou lesões neurológicas associadas. São fraturas que permitem um tratamento conservador e não invasivo. Já as fraturas instáveis, são lesões que determinam uma deformidade significativa na coluna (cifose, lesão ligamentar) ou determinam algum déficit neurológico associado (compressão do canal por fragmento, lesão radicular). As fraturas instáveis têm chance de progredir e causar mais danos. Normalmente o tratamento conservador não consegue restaurar a função normal da coluna vertebral. Escoliose Quadro clinico? Curvatura não fisiológica; Desvio lateral da coluna (plano coronal); Acompanhada de rotação da vértebra para o lado da convexidade. Classificação: Não-estrutural: sem alteração estrutural da vértebra ou do disco, não progressiva e não grave, sem rotação fixa das vértebrasEstrutural: os tecidos moles se retraem na concavidade da curva, surgem alterações na forma dos corpos vertebrais, pedículos e lâminas das vértebras envolvidas, rotação fixa das vértebras envolvidas para a curvatura convexa Mensuração do ângulo de Cobb Radiografia AP ortostática. Identificar as vértebras inclinadas para a concavidade. Traçar uma linha na borda superior da vértebra proximal e uma linha na borda inferior da vértebra distal. Traçar linhas perpendiculares (90º) as linhas anteriores. Medir ângulo formado pelas linhas perpendiculares.