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06MAR2018 SOLUÇÃO DOS CONFLITOS TRABALHISTAS Do ponto de vista trabalhista os conflitos são também denominados controvérsias ou dissídios, sendo o dissídio, o conflito submetido à apreciação do poder judiciário; podendo ser individual ou coletivo. I – Autodefesa Ex.1: Situação onde busca-se o judiciário num determinado momento o autor renuncia a algum direito. A outra parte não teve o direito de se defender. Ex.2: Greve. Solução direta entre os litigantes pela imposição de um sobre o outro. Indica o ato pelo qual alguém faz a defesa própria por si mesmo, supõe uma defesa pessoal. A autodefesa pode ser autorizada pelo legislador, tolerada ou proibida. II – Autocomposição Mediação (extrajudicial) - A mediação ocorre quando um terceiro, chamado pelas partes, vem a solucionar o conflito mediante proposta aos interessados. O mediador pode ser qualquer pessoa, não necessitando possuir conhecimento jurídico e as partes não estão obrigadas a aceitarem a proposta, mas poderá haver a composição, mediante acordo entre as partes. § 1º do Art. 616, CLT dispõe que: O delegado Regional do Trabalho pode ser o mediador dos conflitos coletivos, tendo o poder de convocar as partes para a tentativa de negociação e possibilidade de acordo. Essa mediação não é obrigatória. O decreto 1.572/95 estabeleceu regras sobre mediação na negociação coletiva de natureza trabalhista. A Portaria MT 817/95 especificou critérios para a participação do mediador nos conflitos da negociação coletiva de natureza trabalhista. Esclareceu que se entende frustrada a negociação após serem esgotados os seguintes procedimentos: ➢ Apresentação ou recebimento da pauta de reivindicações; ➢ Análise da pauta pela representação patronal; ➢ Realização da primeira reunião; ➢ Inexistência de consenso entre as partes sobre o conteúdo total ou parcial; Portaria MT 818/95 – Estabelece critérios para o credenciamento de mediador perante as Delegacias Regionais do Trabalho (DRT´s). III – Heterocomposição É a solução dos conflitos trabalhistas, por uma fonte suprapartes (terceiro) que decide com força obrigatória sobre os litigantes, que são submetidos a uma decisão (sentença). (quando não há acordo) Ex.: Tutela e jurisdição. Arbitragem – Na arbitragem, uma terceira pessoa, ou órgão escolhido pelas partes (câmaras arbitrais. pe.), venha a decidir a controvérsia impondo a solução aos litigantes. A pessoa designada chama-se árbitro. Sua decisão denomina-se laudo arbitral, é uma forma voluntária de terminar o conflito. As partes interessadas podem submeter a solução dos seus litígios ao juízo arbitral mediante convenção de arbitragem assim entendidos a cláusula compromissória e o compromisso arbitral previsto no Art. 3º Lei 9.307/96 (Lei da Arbitragem). A arbitragem não impede o acesso aos tribunais, pois a lei não poderá excluir da apreciação do judiciário qualquer lesão ou ameaça de direito. Art. 5º, XXXV, CRFB/88. O controle jurisdicional pode ser feito quanto à execução do laudo arbitral. Só é admitida a arbitragem quanto aos direitos patrimoniais disponíveis, não se admitindo a arbitragem para solução dos conflitos individuais. Art. 1º, Lei 9307/96. Jurisdição ou tutela – É a forma de solucionar conflitos por meio da interveniência do Estado gerando o processo judicial. O Estado diz o direito no caso concreto submetido ao judiciário, impondo às partes a solução do litigio. A Justiça do Trabalho fica incumbida de solucionar os conflitos trabalhistas. Nas varas do trabalho processam-se os dissídios individuais nos Tribunais Regionais do Trabalho e no Superior Tribunal do Trabalho são ajuizados os dissídios coletivos. Comissão de Conciliação Prévia (CCP) L. 9958/2000 Arts. 625 – A à H da CLT A inovação legal objetivava desafogar a justiça do trabalho visando maior celeridade à solução dos conflitos sociais, antes mesmo de serem levados aos órgãos jurisdicionais, sua constituição era obrigatória em virtude do termo expresso constante na letra D do dispositivo. “Qualquer demanda de natureza trabalhista será submetida à comissão,”, inclusive com a exigência da juntada de declaração de tentativa conciliatória frustrada quando do ajuizamento da ação (reclamação trabalhista). Submetido um conflito à comissão e havendo composição o termo de conciliação é título executivo extrajudicial com eficácia liberatória geral, exceto quanto as parcelas expressamente ressalvadas. (Art. 876 e 877A, CLT). A provocação da comissão suspende o prazo prescricional para ajuizamento da reclamatória trabalhista que continua a fluir pelo tempo que resta a partir da tentativa frustrada de conciliação ou do esgotamento do prazo do Art. 625F, CLT. Ação Direta de Inconstitucionalidade A decisão do STF assegurou que o trabalhador pudesse ir à juízo independentemente das comissões, preservando o direito universal dos cidadãos ao acesso à Justiça, e aí sendo opcional, acabou na prática caindo em desuso. Órgãos da Justiça do Trabalho O órgão máximo da Justiça do Trabalho é o TST. Art. 92, PU. Da CF. e jurisdição em todo o território nacional. Tem por principal função uniformizar a jurisprudência trabalhista. Julga recursos de revista, recursos ordinários e agravos de instrumento contra decisões dos TRT´s e dissídios coletivos de categorias organizadas em nível nacional, além de mandados de segurança embargos declaratórios e ações rescisórias. A lei 7.701/88 dispõe sobre a especialização das turmas dos tribunais do trabalho em processos coletivos. A justiça do trabalho conta com 24 tribunais e sua composição conforme o Art. 670, CLT. Art. 674, CLT, distribuição e competência dos TRT´s. Ainda não foram criados TRT´s nos Estados de Tocantins, Acre, Roraima e Amapá.
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