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2018426 Disciplina Portal http://lms4.2.webaula.com.br/portaldoaluno/training/classroom?classId=651738 1/12 Aprendizagem e controle motor Aula 4 - Organização central do controle neural INTRODUÇÃO Nesta aula, estudaremos o sistema nervoso, identi�cando suas funções básicas (sensitivas, integradoras e motoras). Além disso, detalharemos as características de seus componentes: Sistema Nervoso Central (SNC) e Sistema Nervoso Periférico (SNP). Bons estudos! 2018426 Disciplina Portal http://lms4.2.webaula.com.br/portaldoaluno/training/classroom?classId=651738 2/12 OBJETIVOS Explicar a responsabilidade do SNC pelo ajuste do organismo ao ambiente. Reconhecer as unidades funcionais e sua relação com a aprendizagem. Analisar a dependência do controle motor quanto ao nível de aprendizado e à maturação neurológica. Relacionar a sensação e a percepção resultantes da recepção de informações com a aprendizagem. 2018426 Disciplina Portal http://lms4.2.webaula.com.br/portaldoaluno/training/classroom?classId=651738 3/12 FUNÇÕES DO SISTEMA NERVOSO O sistema nervoso é responsável por um conjunto de tarefas complexas, tais como: Essas diversas atividades podem ser agrupadas em três funções básicas. São elas: Além disso, o sistema nervoso humano é dividido em duas grandes partes: NEURÔNIOS PERIFÉRICOS Um tronco nervoso periférico é composto de muitas �bras nervosas que são ligadas entre si por tecido conjuntivo de suporte. Funcionalmente, esse tipo de nervo contém uma ou mais das seguintes classes de �bras: FIBRAS MOTORAS Aquelas que conduzem impulsos nervosos da medula espinhal às �bras musculares esqueléticas para o controle da atividade muscular voluntária. Muitas vezes, as �bras motoras são designadas como eferentes, e seus corpos celulares estão localizados na substância cinzenta da medula espinhal e do tronco cerebral. FIBRAS SENSITIVAS Aquelas que transportam impulsos originados a partir de vários receptores na pele, nos músculos e nos órgãos dos sentidos especiais para o SNC – local em que os impulsos são interpretados. Muitas vezes, os nervos sensitivos são designados como aferentes, e seus corpos celulares residem em gânglios especiais. FIBRAS AUTONÔMICAS Aquelas que se ocupam com o controle involuntário das atividades glandulares e dos músculos lisos – incluindo aqueles que rodeiam a arteríola e as vênulas. SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO O Sistema Nervoso Autônomo (SNA) pode apresentar as seguintes subdivisões: Sistema Nervoso Autônomo Parassimpático (SNAp) Aquele responsável pela estimulação de ações que coloquem o organismo em situação de repouso e calma. Exemplos: Desaceleração dos batimentos cardíacos e contração pupilar. Sistema Nervoso Autônomo Simpático (SNAs) Aquele responsável pela estimulação de ações que permitam ao organismo responder, adequadamente, as situações de estresse. Em outras palavras, trata-se do sistema que coloca o organismo em situação de alerta – ora excitando determinados órgãos e certas vísceras, ora relaxando (conforme o caso). Exemplos: Aceleração dos batimentos cardíacos e dilatação pupilar. Sistema Nervoso Autônomo Entérico ou Visceral Aquele constituído de uma rede de neurônios que integram o sistema digestivo como um todo (trato gastrointestinal, pâncreas e vesícula biliar). Este sistema pode funcionar de forma independente, mas o SNAs e o SNAp são capazes de afetá-lo mutuamente. Agora, você deve estar se perguntando: Qual é a relação desses sistemas com a aprendizagem (glossário)? Vamos descobrir? 2018426 Disciplina Portal http://lms4.2.webaula.com.br/portaldoaluno/training/classroom?classId=651738 4/12 Importância do SNA para a aprendizagem Fonte da Imagem: Metring (2011) enfatiza que, quando nascemos, o SNAs já começa a atuar e vai continuar atuando até o �nal de nossas vidas. Contudo, o SNAp precisa ser treinado. Isso signi�ca que estamos organicamente prontos para manter estado de vigília, mas não para relaxarmos. De acordo com o autor, estamos sempre em alerta: as funções viscerais estão preocupadas somente com a manutenção da vida. Por isso, agimos instintivamente sem, muitas vezes, recorrer às funções mentais superiores. Ambientes que colocam o estudante em situação de estresse ativam as atividades do SNAs, permitindo que a adrenalina seja despejada na corrente sanguínea. Con�ra a animação abaixo: Entretanto, Metring (2011) atenta para o fato de que o cérebro é um grande consumidor de energia, a qual, por sua vez, é alimentada pelo sangue. Sendo assim: MENOS SANGUE = MENOS ENERGIA MENOS ENERGIA = MENOS CAPACIDADE COGNITIVA Então, a aprendizagem é di�cultada e, em casos mais graves, impossibilitada. CONTROLE CEREBRAL (UNIDADES FUNCIONAIS) De acordo com Fonseca (1995): Os processos mentais do homem em geral e sua atividade consciente em particular sempre ocorrem com a participação de três unidades funcionais (LURIA, 1981). Cada unidade exige uma estrutura hierarquizada e consiste em três zonas corticais, construídas uma acima da outra. São elas: Vamos conhecer, agora, as unidades funcionais a que nos referimos: As ações humanas são guiadas pela consciência, por intenções e por motivações individuais e sociais complexas. Para manter essa intenção, é necessário: Estabelecer uma relação inteligível entre ação e situação; Fixar a �nalidade na memória; Dirigir o decurso da ação; Analisar, posteriormente, seus efeitos; Relacionar esses efeitos com as intenções iniciais. ATIVIDADES 1. Utilizando os conceitos de Luria (1981), explique pelo menos uma unidade funcional. Resposta Correta 2018426 Disciplina Portal http://lms4.2.webaula.com.br/portaldoaluno/training/classroom?classId=651738 5/12 Resposta Correta CONTROLE MOTOR O desenvolvimento motor é uma contínua alteração no comportamento ao longo da vida, que acontece por meio das necessidades de tarefa, da biologia do indivíduo e do ambiente em que vive. Ele é viabilizado tanto pelo processo evolutivo biológico quanto pelo social. Dessa forma, uma evolução neural proporciona progresso ou integração sensório-motor(a), que ocorre via SNC em operações cada vez mais complexas (FONSECA, 1988). Em cada idade, o movimento assume características signi�cativas, e a aquisição ou aparição de determinados comportamentos motores tem repercussões importantes no desenvolvimento da criança. Cada aquisição in�uencia a anterior – com relação ao domínio mental e ao motor –, mediante a experiência e a troca com o meio (FONSECA, 1988). Todo comportamento envolve processos neurais especí�cos, que vão desde a percepção do estímulo até a efetivação da resposta selecionada. Esses processos potencializam o comportamento e o aprendizado, que sucedem de maneiras diferentes no cérebro. MATURAÇÃO NERVOSA A aprendizagem motora é complexa e envolve praticamente todas as áreas corticais de associação. Por isso, é necessário compreender o funcionamento neuro�siológico na maturação, a �m de fornecer bases teóricas para a estruturação de um plano de ensino que considere as fases de desenvolvimento neural da criança, maximizando, assim, o aprendizado. Fonte da Imagem: gst / Shutterstock A noção de maturação nervosa é uma das mais fundamentais para explicarmos o processo de aprendizagem. Os psicólogos acreditam que os comportamentos não podem ser externados até que seu mecanismo neural tenha se desenvolvido. O conhecimento da célula nervosa é, portanto, essencial para entender o funcionamento do sistema nervoso e seus processos maturacionais. A�nal, os neurônios são dotados de extensa plasticidade e adaptabilidade, o que lhes converte nos grandes responsáveis pelos sistemas de informação e comunicação dos seres vivos. Eles são compostos de três partes: dendritos, axônio e corpo celular. 2018426 Disciplina Portal http://lms4.2.webaula.com.br/portaldoaluno/training/classroom?classId=6517386/12 Fonte da Imagem: Te� / Shutterstock Quando o corpo celular envia uma mensagem, cabe ao axônio conduzi-la até o dendrito do próximo neurônio para fazer a sinapse. Mas, para que consiga realizar essa transmissão, o axônio precisa estar maduro – quando é envolvido por uma camada de gordura e proteína (mielina). O processo de mielinização acontece com o tempo, de modo que diferentes neurônios se mielinizam em épocas distintas do desenvolvimento do organismo. VOCÊ SABIA? Esse fato fornece embasamento para a compreensão das teorias que descrevem as fases evolutivas da criança, tais como os estágios de Jean Piaget (1896-1980). Para entendermos melhor a aprendizagem sob a ótica da maturação nervosa, é necessário saber como o comportamento acontece, a �m de investigar os processos neurais de sua mudança. COMPORTAMENTO De maneira geral, existem duas abordagens básicas para explicar o comportamento. A primeira é a abordagem comportamental ou de estímulo-resposta, desenvolvida por Skinner (1904-1990). 2018426 Disciplina Portal http://lms4.2.webaula.com.br/portaldoaluno/training/classroom?classId=651738 7/12 Fonte da Imagem: https://pt.wikipedia.org/wiki/Burrhus_Frederic_Skinner. Acesso em: 13 jun. 2017. Essa abordagem acredita que é possível reduzir todo o comportamento a um modelo matemático de conexões de estímulo-resposta, de forma que o conhecimento daquele permita predizer esta. Para suprir essa lacuna entre estímulo e resposta, Magill (2001) desenvolveu o modelo de processamento de informação, que envolve: Quando desconhecemos os problemas e as consequências do excesso de ansiedade e da falta de atenção em crianças hiperativas, corremos o risco de que estas apresentem falhas no aprendizado que poderiam ser resolvidas com tratamento médico, adaptação das aulas e maior prudência por parte dos pro�ssionais do ensino. Fonte da Imagem: Suzanne Tucker / Shutterstock Embora existam muitas crianças com falhas no aprendizado em função de transtornos de atenção, não se sabe ao certo quando elas realmente os desenvolvem. Ao compreendermos como a atenção evolui dentro dos processos de maturação neural, conseguimos veri�car se: Seu nível é normal ou não – de acordo com a maturação da criança em determinada faixa etária; A aula está adequada à capacidade e ao desenvolvimento cerebral da criança. ÁREAS CEREBRAIS E MATURAÇÃO DA APRENDIZAGEM A aprendizagem resulta da recepção e da troca de informações entre o meio ambiente e os diferentes centros nervosos. 2018426 Disciplina Portal http://lms4.2.webaula.com.br/portaldoaluno/training/classroom?classId=651738 8/12 Fonte da Imagem: Desse modo, esse processo se inicia com um estímulo de natureza físico-química advindo do ambiente, que é transformado em impulso nervoso pelos órgãos dos sentidos. Fonte da Imagem: O impulso – transportado pela inervação sensitiva – passa pelo tronco cerebral via tálamo e chega até um centro nervoso do córtex cerebral – correspondente à natureza do estímulo. Fonte da Imagem: Sendo assim, o estímulo visual termina no lobo occipital. 2018426 Disciplina Portal http://lms4.2.webaula.com.br/portaldoaluno/training/classroom?classId=651738 9/12 Fonte da Imagem: O estímulo auditivo termina no temporal. Fonte da Imagem: E o estímulo táctil ou somestésico, no parietal. Essas áreas nas quais os estímulos são recebidos são chamadas de zonas primárias ou de projeção – sobre as quais discutimos anteriormente. O estímulo nelas projetado é chamado de sensação (glossário), que requer uma passagem obrigatória para a percepção. Fonte da Imagem: 2018426 Disciplina Portal http://lms4.2.webaula.com.br/portaldoaluno/training/classroom?classId=651738 10/12 Ao estimular eletricamente essas áreas, o sujeito vivencia sensações vagas, sem sentido – como, por exemplo, escutar um zumbido ou ver estrelinhas, sentir formigamento etc. Por meio dos neurônios associativos, a informação que chega à área primária é transmitida para a secundária. LINGUAGEM E MEMÓRIA A linguagem e a memória tornam possível uma série de aprendizados. Ambas se iniciam e se desenvolvem juntas, e uma sempre apoia a outra. Assim como a linguagem, a aprendizagem motora depende de processos complexos. Como vimos anteriormente, a maturação acontece de forma progressiva – das áreas primárias até as terciárias. Fonte da Imagem: Na região anterior do cérebro (lobos frontais), diretamente associada ao planejamento, ao controle e à execução dos movimentos voluntários, a maturação ocorre de modo um pouco diferente. Nessa região, o movimento acontece da seguinte forma: Outras áreas também participam da ação motora por meio das ações listadas a seguir: Envio de mensagens; Dosagem de força e agilidade; Fornecimento de feedback visual, táctil e auditivo; Permissão de ajuste constante do movimento. 2. Um tronco nervoso periférico é composto de muitas �bras nervosas que são ligadas entre si por tecido conjuntivo de suporte. Sobre o SNP, analise as a�rmativas a seguir: I. As �bras motoras conduzem impulsos nervosos dos organismos sensitivos ao SNC. II. As �bras motoras também podem ser chamadas de eferentes. III. As �bras sensitivas transportam impulsos originados a partir de vários receptores na pele, nos músculos e nos órgãos dos sentidos especiais para o SNC – local em que os impulsos são interpretados. Entre os itens anteriores, está(ão) CORRETO(S): Apenas I Apenas II 2018426 Disciplina Portal http://lms4.2.webaula.com.br/portaldoaluno/training/classroom?classId=651738 11/12 I e II I e III II e III Justi�cativa ATIVIDADE PROPOSTA Identi�que e correlacione as unidades funcionais de Luria (1981) com a resposta motora para: O ajuste do organismo ao ambiente; A recepção de estímulos; O processamento e a programação motora em diferentes contextos. Resposta Correta 2018426 Disciplina Portal http://lms4.2.webaula.com.br/portaldoaluno/training/classroom?classId=651738 12/12 Glossário APRENDIZAGEM: Mudança de comportamento viabilizada pela plasticidade dos processos neurais cognitivos. SENSAÇÃO Informação em sua forma elementar e incompleta, sem conhecimento nem elaboração de signi�cado. PERCEPÇÃO Formação de imagens sensoriais correspondentes ao estímulo.
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