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gasometria

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SUMÁRIO
Introdução.................................................................................................................03
Verificação do pH......................................................................................................04
Verificação das Bases..............................................................................................05
Verificação da diferença de Bases..........................................................................06
Gasometria Arterial..................................................................................................07
Artéria Radial............................................................................................................10
O que sente durante o exame...................................................................................11
Parâmetros e Valores normais................................................................................11
Gasometria Venosa..................................................................................................12
Parâmetros Gasometria Venosa..............................................................................13
Referências Bibliográficas.......................................................................................16
INTRODUÇÃO
A avaliação do estado ácido-base do organismo, na prática clínica, é feita pela análise de quatro parâmetros principais, determinados em amostras de sangue arterial. Esses parâmetros são o pH, a PCO2, o bicarbonato e a diferença de bases (excesso ou déficit)
 Com isto podemos avaliar a adequação de ventilação, equilíbrio ácido-base, e oxigenação; avaliar a resposta do paciente à terapia e / ou avaliação diagnóstica (por exemplo, fornecimento de oxigênio); e por fim monitorar a gravidade e progressão de um processo de doença conhecida.
A gasometria é o exame que fornece os valores que permitem analisar os gases sanguíneos e o equilíbrio ácido-base; os aparelhos utilizados para a determinação dos gases sanguíneos e do pH são os analisadores de gases, dos quais existem vários tipos e modelos, disponíveis no mercado
A interpretação da gasometria arterial, para a identificação de distúrbios do equilíbrio ácido-base é feita em etapas sucessivas: verificação do pH; verificação da PCO2; verificação das bases (bicarbonato) e verificação da diferença de bases (excesso ou déficit).
VALORES NORMAIS
Para interpretarmos a gasometria e de fundamental importância conhecermos os seus valores normais que são: pressão parcial de oxigênio
(PaO2) 96mmHg – 0,4x idade; pressão parcial de dióxido de carbono (PaCO2)
– 40+- 5 mmHg; o pH fisiológico de 7,4 +- 0,05; a saturação de oxigênio
(SaO2) - >= 94% e o bicarbonato (HCO3) – 24 +- 2 mEq/litro (mEq/litro =
miliequivalentes por litro; mmHg = milímetro de mercúrio). Deste modo mostramos que o PH sanguíneo é discretamente alcalino, pois tem seus valores normais compreendidos entre 7,35 – 7,45. Além disso, valores menores caracterizam as acidemias, ao passo que os valores maiores caracterizam as alcalemias. Para a manutenção do PH plasmático nestes restritos níveis séricos normais, são utilizados largamente pelo organismo os chamados sistemas- tampão. Evidente também a importância das funções pulmonar e renal, juntamente com a ação dos sistemas-tampão, na regulação dos níveis plasmáticos do PH.
VERIFICAÇÃO DO Ph 
O valor do pH da amostra indica o estado do equilíbrio ácido-base. Um pH normal demonstra a ausência de desvios ou sua completa compensação.
Se o pH está abaixo de 7,35, dizemos que existe acidose; quando o pH está acima de 7,45, dizemos que existe alcalose.
VERIFICAÇÃO DA PCO2
O componente respiratório é avaliado pela quantidade de ácido carbônico existente no sangue. O ácido carbônico existe quase completamente sob a forma de CO2 + H2O. A sua quantidade, portanto, pode ser determinada pela pressão parcial do dióxido de carbono (PCO2).
A pressão parcial do CO2 no sangue arterial normal oscila entre 35 e 45mmHg. Um valor anormal da PCO2, acima de 45mmHg ou abaixo de 35mmHg, indica a origem respiratória do distúrbio. Quando a PCO2 está acima de 45mmHg significa que há retenção de CO2 no sangue, o que, em consequência reduz o pH. Existe, portanto, acidose respiratória.
Quando, ao contrário, a PCO2 está abaixo de 35mmHg significa que há excessiva eliminação de CO2 do sangue e, em consequência, o pH se eleva.
Nessas circunstâncias, estamos diante de um quadro de alcalose respiratória.
A alcalose respiratória é sempre consequência da hiperventilação pulmonar, tanto na sua forma aguda como na crônica. A hiperventilação pulmonar pode ser secundária a doença pulmonar ou não. A hiperventilação pode também ser devida à resposta quimioceptora do organismo em consequência de hipoxemia, disfunção do sistema nervoso central ou mecanismo de compensação ventilatória, na presença de acidose metabólica.
A hiperventilação que acompanha certos quadros de agitação psico-motora pode produzir alcalose respiratória aguda que leva a tonteiras ou desmaios. Em geral os quadros de alcalose respiratória ocorrem em pacientes sob ventilação mecânica nas unidades de terapia intensiva15. São de instalação rápida e não há tempo para que os mecanismos de compensação sejam eficazes. O tratamento consiste em remover as causas da hiperventilação porem quando o distúrbio é leve e persistente a compensação renal consiste em reduzir a absorção dos íons bicarbonato do filtrado glomerular, mantendo a relação do sistema tampão constante. A urina se torna alcalina.
Porem a acidose respiratória é consequência da insuficiente eliminação do dióxido de carbono nos alvéolos pulmonares.
Como a eliminação do dióxido de carbono depende fundamentalmente da ventilação pulmonar, as condições que geram hipoventilação pulmonar, são causas de acidose
respiratoria como: traumatismos crânio-encefálicos, intoxicações exógenas, comas de qualquer natureza, resíduo de drogas depressoras, obstrução das vias aéreas altas, atelectasias, pneumonias extensas, etc. Entretanto os quadros de acidose respiratória são de instalação rápida; não há tempo para que os mecanismos de compensação sejam eficazes .O tratamento da acidose respiratória consiste de medidas destinadas a estimular a ventilação pulmonar e inclui estímulo à tosse, bronco-pulmonar, fisioterapia respiratória e ventilação com respiradores mecânicos.
VERIFICAÇÃO DAS BASES
A quantidade de bases disponíveis no sangue, indica o estado do componente metabólico do equilíbrio ácido-base sendo disponíveis no organismo para a neutralização dos ácidos. A relação entre o bicarbonato plasmático, controlado pelos rins, e o ácido carbônico, controlado pelos pulmões, determina o pH. Esse princípio permite o cálculo das bases, em função da sua relação com o pH e a PCO2.
Existem diversos modos de expressar as bases existentes no sangue. Os dois parâmetros mais correntemente utilizados na prática, são o bicarbonato real e o base excess.
O bicarbonato real existente no sangue é calculado à partir do pH e do CO2. Os valores das bases são expressos em miliequivalentes por litro ou, mais comumente em milimols/litro (mM/L).
O valor normal do bicarbonato real (BR), oscila de 22 a 28mM/L. Quando o bicarbonato real (BR) está baixo, inferior a 22mM/L, significa que parte da reserva de bases foi consumida; em consequência o pH do sangue se reduz, configurando o quadro de acidose metabólica. Quando, ao contrário, o bicarbonato real (BR) está elevado, acima de 28mM/L, significa que há excesso de bases disponíveis no sangue. O excesso das bases eleva o pH, configurando o quadro da alcalose metabólica.
A acidose metabólica é acompanhante comum dos quadros de hipotensão arterial severa, choque de todos os tipos e parada cardiorespiratória.
Pode ocorrer ainda na diarreia severa, no diabetes descompensado e na obstrução intestinal alta. O principal tratamento da acidose metabólica consiste na remoção das causas do distúrbio.
A alcalose metabólicaocorre quando há excesso de bases, quando há perda de ácidos fixos, como pode ocorrer na estenose pilórica em que o ácido clorídrico do estômago é perdido através dos vômitos.
O mecanismo de compensação respiratória é pouco expressivo, nas alcaloses metabólicas. A redução da eliminação de dióxido de carbono produziria hipóxia concomitante; como o centro respiratório é extremamente sensível ao teor de CO2, esta compensação é limitada. Os rins diminuem a produção de amônia e trocam menos íon hidrogênio por sódio, para permitir sua maior eliminação. A reabsorção tubular do íon bicarbonato também fica deprimida. A urina resultante é bastante alcalina. 
VERIFICAÇÃO DA DIFERENÇA DE BASES 
A capacidade total de neutralização das bases é melhor refletida pelo cálculo da diferença de bases (excesso ou déficit de bases existentes). Este parâmetro é calculado à partir das medidas do pH, da PCO2 e da hemoglobina.
O resultado expressa o excesso de bases existentes nas alcaloses metabólicas ou o déficit de bases existentes nas acidoses metabólicas. O valor aceito como normal para a diferença de bases é de 2mEq/L ou, em outras palavras: a diferença de bases oscila entre um déficit (BD) de -2,0mEq/l e um excesso (BE) de +2,0mEq/l. 
Usa-se o termo excesso de bases, do inglês "base excess" (BE) para exprimir o resultado positivo e o termo déficit ou deficiência de bases, "base deficit" (BD) para exprimir o resultado negativo. Um déficit de bases indica a existência de acidose metabólica, enquanto o excesso de bases indica alcalose metabólica.
A diferença de bases calculada, na realidade, representa o número de miliequivalentes de bases que faltam ou que excedem para que o pH do sangue seja normal (7,40). 
Gasometria Arterial
O termo gasometria arterial refere-se a um tipo de exame de sangue colhido de uma artéria e que possui por objetivo a avaliação de gases (oxigênio e gás carbônico) distribuídos no sangue, do pH e do equilíbrio ácido-básico. Nesta mesma amostra podem ser dosados, ainda, alguns eletrólitos como o sódio, potássio, cálcio iônico e cloreto, a depender do aparelho (gasômetro) utilizado. Parâmetros mais comumente avaliados na gasometria arterial são:
  pH 7,35 a 7,45 pO2 (pressão parcial de oxigênio) 80 a 100 mmHg 
 pCO2 (pressão parcial de gás carbônico) 35 a 45 mmHg
  HCO3 (necessário para o equilíbrio ácido-básico sanguíneo) 22 a 26 mEq/L 
 SaO2 Saturação de oxigênio (arterial) maior que 95%.
 A gasometria consiste na leitura do pH e das pressões parciais de O2 e CO2 em uma amostra de sangue. A leitura é obtida pela comparação desses parâmetros na amostra com os padrões internos do gasômetro. Essa amostra pode ser de sangue arterial ou venoso, porém é importante saber qual a natureza da amostra para uma interpretação correta dos resultados.
Quando escolher a gasometria arterial ou a venosa? Quando se está interessado em uma avaliação da performance pulmonar, deve ser sempre obtido sangue arterial, pois esta amostra informará a respeito da hematose e permitirá o cálculo do conteúdo de oxigênio que está sendo oferecido aos tecidos. No entanto, se o objetivo for avaliar apenas a parte metabólica, isso pode ser feito através de uma gasometria venosa. Parâmetros normais para gasometria arterial pH a avaliação do pH serve para determinar se está presente uma acidose ou uma alcalose. Um pH normal não indica necessariamente a ausência de um distúrbio ácido-básico, dependendo do grau de compensação. O desequilíbrio ácido-básico é atribuído a distúrbios ou do sistema respiratório (PaCO2) ou metabólico. PaO2 ou PO2 A PaO2 exprime a eficácia das trocas de oxigênio entre os alvéolos e os capilares pulmonares, e depende diretamente da pressão parcial de oxigênio no alvéolo, da capacidade de difusão pulmonar desse gás, da existência de Shunt anatômicos e da reação ventilação / perfusão pulmonar. Alterações desses fatores constituem causas de variações de PaO2. PaCO2 ou PCO2 A pressão parcial de CO2 do sangue arterial exprime a eficácia da ventilação alveolar, sendo praticamente a mesma do CO2 alveolar, dada a grande difusibilidade deste gás. Seus valores normais oscilam entre 35 a 45 mmHg.
Se a PaCO2 estiver menor que 35 mmHg, o paciente está hiperventilando, e se o pH estiver maior que 7,45, ele está em Alcalose Respiratória. 
 •Se a PaCO2 estiver maior que 45 mmHg, o paciente está hipoventilando, e se o pH estiver menor que 7,35, ele está em Acidose Respiratória. 
 HCO3- (bicarbonato). As alterações na concentração de bicarbonato no plasma podem desencadear desequilíbrios ácido-básicos por distúrbios metabólicos. 
•Se o HCO3- estiver maior que 28 mEq/L com desvio do pH > 7,45, o paciente está em Alcalose Metabólica. 
 •Se o HCO3- estiver menor que 22 mEq/L com desvio do pH < 7,35, o paciente está em Acidose Metabólica. 
 BE (Base excess) sinaliza o excesso ou déficit de bases dissolvidas no plasma sanguíneo. 
SatO2 (%) Conteúdo de oxigênio/Capacidade de oxigênio; corresponde à relação entre o conteúdo de oxigênio e a capacidade de oxigênio, expressa em percentual. Acidose Respiratória (Aumento da PaCO2) qualquer fator que reduza a ventilação pulmonar, aumenta a concentração de CO2 (aumenta H+ e diminui pH) resulta em acidose respiratória. 
 Hipoventilação → Hipercapnia (PaCO2 > 45mmHg) → Acidose respiratória Alcalose Respiratória (Diminuição da PaCO2). 
Quando a ventilação alveolar está aumentada, a PaCO2 alveolar diminui, consequentemente, haverá diminuição da PCO2 arterial menor que 35mmHg, caracterizando uma alcalose respiratória (diminuição de H+, aumento do pH). Hiperventilação → Hipocapnia (PaCO2 < 35mmHg) → Alcalose respiratória Acidose Metabólica (Diminuição de HCO3-). 
O distúrbio ácido-básico que mais frequentemente se observa na prática clínica é a acidose metabólica.
 A administração de HCO3- por via venosa está indicada quando o pH < 7.25, na maioria dos casos. ↓ HCO3- (< 22 mEq/L) e ↓ pH (< 7,35) Alcalose Metabólica (Aumento de HCO3-)
A alcalose metabólica verifica-se quando o corpo perde muito ácido. 
Pode desenvolver-se quando a excessiva perda de sódio ou de potássio afeta a capacidade renal para controlar o equilíbrio ácido-básico do sangue. ↑ HCO3- (>28 mEq/L) e ↑ pH ( > 7,45)
 A avaliação do estado ácido-básico do sangue é feita na grande maioria dos doentes que são atendidos em UTI, qualquer que seja a doença de base; essa avaliação é fundamental, pois, além dos desvios do equilíbrio ácido-base (EAB) propriamente dito, pode fornecer dados sobre a função respiratória e sobre as condições de perfusão tecidual.
O diagnóstico das alterações do EAB é feito pela análise dos valores obtidos pela gasometria sanguínea.
 Definição: A gasometria consiste na leitura do pH e das pressões parciais de O2 e CO2 em uma amostra de sangue. A leitura é obtida pela comparação desses parâmetros na amostra com os padrões internos do gasômetro. Escolha da amostra: Essa amostra pode ser de sangue arterial ou venoso, porém é importante saber qual a natureza da amostra para uma interpretação correta dos resultados.
 1. Para avaliação da performance pulmonar, deve ser sempre obtido sangue arterial, pois esta amostra informará a respeito da hematose e permitirá o cálculo do conteúdo de oxigênio que está sendo oferecido aos tecidos.
2. No entanto, se o objetivo for avaliar apenas a parte metabólica, isso pode ser feito através de uma gasometria venosa. Como é realizado o exame: O exame é realizado por meio da coleta de uma amostra de sangue de uma artéria ou veia. Utilizando uma agulha pequena, a amostra pode ser coletada da artéria radial no punho, da artéria femoral na virilha ou da artéria braquial no braço.
Artéria Radial
 Como se preparar para o exame:
 Não é necessária nenhuma preparação especial. Se a pessoa que vai se submeter ao exame estiver recebendo oxigênio, a concentração deste deve permanecer constantedurante 20 minutos antes da realização do procedimento. Se o exame for realizado sem a administração de oxigênio, este deve ser desligado 20 minutos antes da coleta da amostra a fim de que se possa garantir resultados precisos para o exame.
É realizado a “Prova de Allen”
1. Objetivo: Verificar a permeabilidade do arco palmar e seu enchimento pela artéria ulnar.
 2. Método: Compressão das artérias radial e ulnar junto ao punho, orientando -se o paciente para abrir e fechar a mão cinco vezes, em média, observando -se a mudança de sua coloração, para palidez.
Material: Seringa heparinizada 3 a 5 ml; agulha hipodérmica de pequeno calibre (22 a 25g); anti-séptico local.
 Técnica: 1. Palpação e localização do pulso radial junto ao punho e próximo ao processo estilóide do rádio;
2. Antisepsia do local; 
3. Introduzir o bisel voltado para cima, num ângulo de 60 a 90° em relação à artéria radial, aprofundando a agulha até que haja fluxo fácil de sangue na seringa;
4. Compressão do local por 5 a 10minutos.
O que se sente durante o exame: 
Uma agulha será introduzida na artéria através da pele. Pode haver uma ligeira caibrã ou latejamento no local da punção. 
Parâmetros e valores normais
Gasometria Arterial: retirado do sangue arterial (portanto rico em O2), exame indicado aos portadores de doenças pulmonares e cardiológicas, auxilia no diagnóstico de acidoses e alcaloses metabólicas e sistêmicas, tendo indicação aos pacientes com problemas crônicos e agudos respiratórios, pacientes com problemas crônicos e agudos cardiológicos e também aos pacientes nefropatas (doentes renais).
Parâmetros						Valores de referências
pH								7,35 – 7,45
PaCO²							35 – 45 mmHg
PaO²								80 – 100 mmHg
HCO3								21 a 28 mEq/L
BE								-2 a + 2 mEq/L
SaO2 (saturação de oxigênio) 95 a 100%
pH: Alteração sugere desequilíbrio no sistema respiratório ou metabólico.Um pH normal não indica necessariamente a ausência de um distúrbio ácido-básico, dependendo do grau de compensação. O desequilíbrio ácido -básico é atribuído a distúrbios ou do sistema respiratório (PaCO2) ou metabólico.
PaO2: Pressão parcial de oxigênio no sangue; exprime a eficácia das trocas de oxigênio entre os alvéolos e os capilares pulmonares.
PaCO2: A pressão parcial de CO2 do sangue arterial exprime a eficácia da ventilação alveolar. Se a PaCO2 estiver menor que 35 mmHg, o paciente está hiperventilando, e se o pH estiver maior que 7,45, ele está em Alcalose Respiratória. Se a PCO2 estiver maior que 45 mmHg, o paciente está hipoventilando, e se o pH estiver menor que 7,35, ele está em Acidose Respiratória.
HCO3: Quantidade de bicarbonato encontrado no sangue arterial. As alterações na concentração de bicarbonato no plasma podem desencadear desequilíbrios ácido -básicos por distúrbios metabólicos. Se o HCO3 estiver maior que 28 mEq/L com desvio do pH > 7,45, o paciente está em Alcalose Metabólica. Se o HCO3 estiver menor que 22 mEq/L com desvio do pH < 7,35, o paciente está em Acidose Metabólica.
 BE (Base excess): Sinaliza o excesso ou déficit de bases dissolvidas no plasma sanguíneo.
SaO2 (%): Conteúdo de oxigênio / Capacidade de oxigênio; corres ponde à relação entre o conteúdo de oxigênio e a capacidade de oxigênio, expressa em percentual Alterações gasométricas
	Acidose Respiratória
	Alcalose Respiratória
	Acidose Metabólica
	Alcalose Metabólica
	Acidose Mista
	Alcalose Mista
	↓ pH
	↑ pH
	↓ pH
	↑ pH
	↓ pH
	↑ pH
	Retenção de CO2
	↓ de CO2
	Bicarbonato (HCO3) baixo
	Excesso de Bicarbonato
	↑ PaCO2
	↓ PaCO2
	HipoventilaçãoPulmonar
	hiperventilação Pulmonar
	Reserva de bases diminuída
	Reservas de base aumentada
	↓ HCO3
	↑ HCO3
	Estímulo do centro resp.
	Frequência respiratória ↑
	 -
	-
	-
	-
Gasometria venosa: retirado do sangue venoso (portanto pobre em O2); exame indicado aos portadores de doenças renais (nefropatas) útil na identificação de problemas do mecanismo de tampão ácido-básico, presente em doentes renais. Os valores normais do pH e dos gases do sangue referidos no exame dos principais distúrbios do equilíbrio ácido-base, referem-se ao sangue arterial, já oxigenado e modificado nos pulmões ou nos oxigenadores. O sangue venoso, que conduz os restos metabólicos celulares, coletados no sistema capilar, tem valores diferentes, e não menos importantes.
A análise do sangue venoso normal, deve mostrar os seguintes resultados:
Parâmetros						Valor de referência
pH								 7,27 a 7,39
PaCO2							40 a 50 mmHg
PaO2							35 a 40 mmHg
HCO3							22 a 26 mEq/l
BE								 2,5
SO2 (saturação de oxigênio) 70 a 75
 Duas informações práticas podem ser obtidas pela análise da gasometria venosa:
1. A PaO2 venosa quando comparada com a PaO2 arterial dá uma idéia do débito cardíaco (diferença arteriovenosa grande com a PaO2 venosa baixa significa baixo débito, com os tecidos extraindo muito o oxigênio da hemoglobina pelo fluxo lento, sendo esta uma situação ainda favorável para se tentar a reversão de um estado de choque). 
2. A diferença arteriovenosa pequena com progressivo aumento da PaO2 venosa indica um "shunt" sistêmico, isto é, um agravamento das trocas teciduais. Portanto, o principal dado fornecido pela gasometria venosa é a PaO2. As alterações que ocorrem no sangue venoso, durante a perfusão, independem da função do oxigenador. O sangue venoso reflete o estado do paciente. Disso decorre a importância da sua monitorização. As alterações do sangue venoso nos informam sobre a adequácia do fluxo sanguíneo e sobre o estado do consumo de oxigênio pelo paciente. A gasometria venosa reflete a adequácia da perfusão, através do pH, PaCO2, PaO2 e a saturação de oxigênio (SaO2). Devemos lembrar o fenômeno denominado paradoxo arterio-venoso que pode ser bem apreciado no exemplo abaixo, em que às amostras foram coletadas no mesmo momento:
1. Gasometria arterial: pH=7,50 PaCO2=30 mmHg
2. Gasometria venosa: pH=7,30 PaCO2=50 mmHg
O sangue arterial reflete uma alcalose respiratória, enquanto o sangue venoso reflete uma acidose respiratória. Nesse caso do exemplo a saturação do sangue venoso estava satisfatória (< 75%). Este paradoxo ocorre em virtude de inadequada perfusão tissular. O resultado é o somatório de um pequeno aumento da produção de CO2 com a diminuição da remoção do CO2 produzido. Esses dois fatores em conjunto elevam a pressão parcial do CO2 (PaCO2) no sangue venoso. Essa alteração é corrigida pelo aumento do fluxo da perfusão. Se a situação for ignorada (quando não s e monitoriza a gasometria venosa) há produção de lactato que acrescenta um componente metabólico à acidose existente. Se a produção de lactato é intensa, pode haver dificuldade para retirar o paciente de perfusão. Para saber se os tecidos do paciente estão adequadamente oxigenados e perfundidos é feito uma gasometria venosa.
Em um oxigenador, os mecanismos de transporte, difusão e trocas do CO2, são sempre mais simples e rápidos que os do oxigênio, no pulmão e nos oxigenadores. Desse modo, em qualquer oxigenador, a avaliação das trocas gasosas pode ser feita apenas em relação ao oxigênio. Se esta estiver adequada, as trocas de dióxido de carbono, certamente também estarão.
A capacidade de transferir oxigênio de um oxigenador pode ser medida. Esta determinação constitui um importante parâmetro na avaliação do oxigenador. O cálculo é baseado na diferença artério-venosa de oxigênio.
 A fórmula para o cálculo é: Transferência de O2 = (SaO2 - SvO2) (1,34 x Hb) x fluxo (l/min).
Esta fórmula consiste na diferença entre a capacidade de oxigênio do sangue arterial e venoso, multiplicada pelo fluxo de sangue.
Como a saturação de oxigênio do sangue arterial normal é 99 -100% e a saturação do sangue venoso normal, durante a perfusão é de 70-75%, podemos usar a fórmula acima para calcular o fluxo de sangue necessário para transportar e liberar nos tecidos a quantidade adequada de oxigênio. 
Gasometria mista: excesso de CO2 e bicarbonato. 
Gasometria compensada: pH normal, o rim compensa, dá o seu equilíbrio.Cálculo da fração inspirada de oxigênio (FiO2) (para calcular a Fio2 ofertada): 
L x 4 = + 21% Exemplo: 2 L x 4 = 8 + 21% = 29 
 Cálculo da PaO2 ideal: 109 – (idade x 0,4) Exemplo: 109 – (85 x 0,4) = 109 – 34 = 75 mm Hg Normal\; 80 a 100 
Referências Bibliográficas
Barbas CSV, Ísola AM, Farias AMC, Cavalcanti AB, Gama AMC, Duarte ACM, et al. Recomendações brasileiras de ventilação mecânica 2013. Parte I. Rev Bras Ter Intensiva – 24/03/2018
Conselho Regional de Enfermagem do estado de São Paulo – COREN-SP. Parecer COREN-SP 004/2013. Regulamenta a realização de Gasometria Arterial por profissional de enfermagem. São Paulo: COREN-SP; 24/03/2018 
VIANA, Renata Andrea Pietro Pereira; WHITAKER, Iveth Yamaguchi. Enfermagem em terapia intensiva: práticas e vivências. Porto Alegre. Artmed, 2011

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