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UNIVERSIDADE ANHANGUERA UNIDERP CURSO TE

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UNIVERSIDADE ANHANGUERA – UNIDERP 
 
CURSO: TECNOLOGIA EM GESTÃO PÚBLICA 
4ª SÉRIE 
 
 
Projeto Interdisciplinar Aplicado ao Curso Superior de Tecnologia em 
Gestão Públicas (PROINTER IV) 
Relatório Final 
 
 
Disciplinas norteadoras: Gestão Urbana e Serviços Públicos; Licitações, 
Contratos e Convênios; Financiamentos Públicos; Políticas Públicas e Estado e 
Poder Local 
 
 
Marcelo Arantes – RA: 1221365419 
 
Tutora EAD: Prof.ª Sonia Regina Martins Alves 
Tutor EAD Presencial: Prof. Natanael Benedito de Souza 
 
 
JUNDIAÍ / SP 
2016 
 
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UNIVERSIDADE ANHANGUERA – UNIDERP 
 
 
CURSO: Superior em Tecnologia Gestão Pública 
 
PROINTER II - Relatório Final 
 
 
Disciplinas: 
Administração Púbica, Contabilidade Básica, Teoria Política, Matemática 
Financeira, Finanças Públicas e Orçamento Municipal. 
 
 
Tutora EAD: Prof.ª Sonia Regina Martins Alves 
Tutor EAD Presencial: Prof. Natanael Benedito de Souza 
 
 
 Trabalho desenvolvido para o curso de Tecnologia 
em Gestão Pública, disciplinas norteadoras: Gestão 
Urbana e Serviços Públicos, Licitações, Contratos e 
Convênios, Financiamentos Públicos, Políticas 
Públicas e Estado e Poder Local, apresentado à 
Anhanguera Educacional como requisito para a 
avaliação na Atividade Relatório Final - Prointer IV do 
4º bimestre 2016, sob orientação da tutora EAD: 
Prof.ª Josiane Nogueira Nascimento Beasi. 
 
 
 
JUNDIAÍ / SP 
 
2016 
Sumário 
 
1. RESUMO ................................................................................................. 1 
2. INTRODUÇÃO ......................................................................................... 2 
3. RELATÓRIO PARCIAL ............................................................................ 3 
4. RELATÓRIO FINAL ................................................................................. 5 
5. CONCLUSÕES FINAIS ......................................................................... 10 
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................... 11 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1. RESUMO 
 
A segunda etapa do projeto PROINTER III tem como objetivo apresentar o 
relatório completo que aborda os estudos e sugestões de melhoria nos processos 
realizados na primeira parte que compõe o Relatório Parcial, a análise da inter-
relação entre a burocracia na Previdência, suas causas e efeitos, as Políticas 
Públicas aplicadas ao setor e os financiamentos públicos com foco na crise da 
Previdência Social que concluem o relatório final. 
A Previdência Social pública brasileira há muito era o retrato de tudo que 
representa para o cidadão a burocracia, com seus processos e estrutura complexa, 
ineficiência, desrespeito e descaso com direitos, inoperância e lentidão do 
atendimento. Nesse sentido, a estrutura responsável pela operacionalização do 
atendimento ao público no Instituto Nacional do Seguro Social, autarquia federal 
vinculada ao Ministério da Previdência e Assistência Social, não desempenhava sua 
missão com o nível de qualidade compatível com sua relevância social e econômica. 
Esta é a realidade que se projetou alterar com a implantação de inúmeros 
instrumentos de melhoria, dentre eles o atendimento prioritário e com qualidade 
através da Ouvidora-geral, que busca, dentro da organização, a solução do 
problema concreto apresentado pelo solicitante. Não obstante temos ainda muitos 
gargalhos a serem desfeitos para que o cidadão usufrua de seus direitos 
constitucionalmente adquiridos. 
Este trabalho traz a analise desta problemática, apresenta na primeira parte 
as sugestões de melhoria, e procura estabelecer no relatório final a relação entre a 
burocracia, as politicas públicas voltadas a Previdência, os financiamentos públicos 
e a crise do sistema previdenciário brasileiro. 
 
 
 
 
 
 
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2. INTRODUÇÃO 
 
Previdência social é um seguro social, mediante contribuições 
previdenciárias, com a intenção de prover subsistência ao trabalhador, em caso de 
perda de sua aptidão do ofício do trabalho, que tem como finalidade reconhecer e 
conceber direitos aos seus segurados. 
A Previdência Social é administrada pelo Ministério da Previdência Social, e 
as políticas referentes a essa área são executadas por autarquia federal 
denominada Instituto Nacional do Seguro Nacional (INSS). Todos os trabalhadores 
formais recolhem, diretamente ou por meio de seus empregadores, contribuições 
previdenciárias para o fundo da previdência. No caso dos servidores públicos 
brasileiros, existem sistemas previdenciários próprios. O artigo 201 da Constituição 
Federal brasileira prevê o regime geral da Previdência Social. 
É um direito do trabalhador, um dever do estado, e uma garantia de 
estabilidade financeira a todos que da aposentadoria necessitam, pois, a qualidade 
de vida dar-se a entender o reconhecimento do humano como ser absoluto. 
Contudo a previdência enfrenta grandes e exigentes desafios, é necessária 
uma reforma ampla para que não somente os usuários do sistema sejam atendidos 
em suas demandas como também garantir as futuras gerações o direito a 
previdência, visto que se não houver ações mitigadoras, é certo que as futuras 
gerações irão sofrer as consequências de nossa omissão. Da mesma forma, corrigir 
os injustos privilégios concedidos a determinadas categorias, reunir em uso regime 
contribuintes do setor publico e privado se faz necessário não somente para 
moralizar o sistema como também para restabelecer o equilíbrio fiscal do país. 
 
Os direitos sociais, como dimensão dos direitos fundamentais do homem, 
são prestações positivas proporcionadas pelo Estado direta ou 
indiretamente, enunciadas em normas constitucionais, que possibilitam 
melhores condições de vida aos mais fracos, direitos que tendem a realizar 
a igualização de situações sociais desiguais. São, portanto, direitos que se 
ligam ao direito de igualdade. (Silva, 2016. Pág. 27) 
 
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3. RELATÓRIO PARCIAL 
 
Ao analisarmos as demonstrações contábeis, identificamos as contribuições 
incidentes sobre o total da folha de pagamento, no decorrer do mês. O recolhimento 
previdenciário das empresas em geral corresponde à aplicação das seguintes 
alíquotas sobre o total das remunerações pagas ou creditadas, a qualquer título, no 
decorrer do mês, aos segurados empregados: 
a) 20% referentes ao INSSS Patronal para empresas não optantes do 
Simples Nacional; 
b) 1%, 2% ou 3% referente ao Risco de Acidente do Trabalho e contribuição 
adicional, se for o caso, variando conforme o grau de risco, acrescido do Fator 
Acidentário de Prevenção a partir de janeiro/2010 e; 
c) Geralmente, 5,80% de contribuição variável de outras entidades (terceiros), 
destinadas às entidades SENAI, SESC, SESI, etc., onde o INSS se incube de 
arrecadar e repassar. 
A literatura evidencia que o sistema de seguridade social brasileiro 
desempenha um papel bastante relevante na minimização da pobreza e no sustento 
dos idosos após a queda de sua capacidade laborativa. As benesses advindas da 
minimização da pobreza após a universalização e equiparação dos benefícios à 
população rural, nos resgatam a importância de um sistema previdenciário equitativo 
e justo na promoção do bem-estar. 
O regime adotado no Brasil é o de repartição simples, de filiação obrigatória, 
baseado na lógica de que cada geração custeia os benefícios previdenciários da 
geração anterior. Registre-se que o regime de repartição é o mais adequado para a 
previdência social, visto que está apoiado no princípio da solidariedade, docoletivo. 
As contas individuais, por sua vez, são uma forma de poupança, em que cada 
participante conta apenas com o produto das suas próprias contribuições ou 
depósitos. 
Não obstante o INSS inviabiliza ou torna extremamente difícil e burocrática a 
concessão do leque de benefícios previstos aos segurados ou seus dependentes. 
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Em certa medida, a burocracia tem a sua importância. A razão de sua 
existência é a organização através das delegações de funções hierárquicas, com 
princípios definidos e procedimentos a serem seguidos e executados. Desta forma, 
supostamente, temos etapas em que algo é inspecionado, analisado, investigado, 
aceito ou recusado. Esta “rede” assume responsabilidades específicas no processo 
e busca administrar o interesse de ambas as partes. No caso da burocracia aplicada 
ao aparelho estatal, sua função é oferecer benefícios e direitos mediante as 
responsabilidades. Também julgam, analisam, ponderam e executam as mais 
diversas funções do Estado, utilizando o dinheiro público, arrecadado pelos 
impostos. No entanto sua própria estrutura burocratizada emperra e abre espaço 
para falhas e leviandades. 
O nível de detalhamento e a complexidade legal do processo de concessão 
de benefícios são um problema para os usuários do Instituto Nacional de Seguridade 
Social (INSS). Nas filas de espera dos postos de atendimento da Previdência, a 
reclamação mais comum dos segurados é a falta de informação passada pelos 
atendentes. Sem entender quais são as pendências, os usuários acabam 
involuntariamente provocando o processo. 
Como maior geradora de documentos em toda a administração pública 
federal, a Previdência tem que encarar como prioridade a simplificação dos 
processos burocráticos e a redução no número de papéis em tramitação. As 1.390 
agências da Previdência Social, espalhadas por todo o país, realizam 150 mil 
atendimentos por dia, produzindo cinco toneladas de papel. 
Essas informações demonstram que se torna cada vez mais do que explícita 
a necessidade de rever os modelos e simplificar os processos. 
Ferramentas administrativas como soluções de gerenciamento de 
documentos, tornado os documentos físicos em digitais, em conjunto com 
tecnologias de Workflow são indicadas para reduzir a burocracia e dar maior 
agilidade ao tramite, analise e validação de documentos e protocolos. 
 
 
 
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4. RELATÓRIO FINAL 
 
Diante do exposto, concluímos que apesar de alguns esforços direcionados a 
mitigar os problemas descritos, observa-se que o atendimento ao contribuinte está 
muito aquém do satisfatório. No entanto é possível estabelecer nova governança na 
previdência com o intuito de descentralizar ações, agilizar o atendimento e promover 
o acesso digno a direitos adquiridos com qualidade. 
A grande preocupação consiste em saber se futuramente este modelo 
previdenciário poderá sustentar uma grande massa de beneficiários, já que a 
principal fonte de capitação de recursos é proveniente do vínculo contributivo de 
empregados e empregadores. Ainda assim existe um vasto campo para ser 
explorado, tal como os trabalhadores informais, pois ainda sem nenhuma 
contribuição, poderá ter acesso ao benefício mínimo garantido a todo cidadão e os 
benefícios e pensões dos políticos, membros do judiciário e outras classes 
altamente privilegiadas que se mostram altamente injustas se comparadas à 
realidade da grande parcela da população. 
A temática em questão está presente em diversas fontes, e é objeto de 
discussão na Câmara, entre especialistas da área e na academia. Os principais 
enfoques a cerca desta questão se referem às reformas, à sustentabilidade da 
previdência, às questões demográficas, econômicas e fiscais. Além disso, o assunto 
compreende um regime de repartição simples com características de capitalização 
escritural, na qual as contribuições arrecadadas servem para pagamento de 
benefícios e obrigações quanto aos seus inativos. Dessa forma, o modelo pressupõe 
que existirão contribuições que arcarão com as despesas. 
. Os dados do Ministério da Previdência Social (2010) mostram que o saldo 
previdenciário em 2009 chegou a R$ 42,9 bilhões, o que correspondeu a um 
aumento do déficit de 15,5%, se comparado com o ano anterior. 
. A diferença entre o valor da arrecadação líquida e o total de benefícios foi de 
R$ 62,9 bilhões; cerca de 20% maior que o déficit de 2008. 
Quando da elaboração de propostas para a previdência, diversos especialistas 
chegaram a uma visão sistêmica do modelo previdenciário vigente. 
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 Fonte: adaptado do Ministério da Previdência Social/ 2012 
O modelo brasileiro é portador de uma doença endêmica que, com crescente 
intensidade, está consumindo sua saúde financeira e, com ela, a própria capacidade 
de geração de recursos públicos. 
 Para tornar esse quadro mais preocupante, basta dizer que a despesa 
previdenciária caminha para a porcentagem de 16% do PIB, caso não seja feito 
nada substancialmente consistente e capaz de reduzir progressivamente os riscos 
previdenciários. 
A insolvência, que o sistema está destinado, tem gerado debates sobre novas 
reformas, dentre elas a eliminação da diferença de idade entre homens e mulheres 
para a concessão do benefício, até uma mudança total, substituindo-se o sistema de 
repartição pelo sistema de capitalização como fez o Chile em 1981. 
 Outro fator preponderante é a queda da relação entre contribuintes e inativos. 
De acordo com Santos (2009), existiam em 2009, 1,7 contribuintes para cada 1 
beneficiário, enquanto que em 1950 esta relação era de 8 para 1. Isto se deveu 
principalmente à migração para os centros urbanos e o não acesso à previdência 
para grande parte da população. 
O crescimento da base contributiva tem crescido em índices menores que a 
base beneficiaria, assim, em um sistema onde a geração atual de contribuintes paga 
os benefícios de uma geração anterior, dependente de recursos provenientes das 
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contribuições para financiar as aposentadorias sinaliza, no futuro, um desequilíbrio 
financeiro das contas previdenciárias. 
Projeções do IBGE apresentadas pelo MPS (2010) demonstram que em 2027 
esta razão deverá ser de 3,4, enquanto que em 2008, para cada pessoa com mais 
de 60 anos havia 5,8 pessoas com idade entre 20 e 59 anos. Essa dinâmica sinaliza 
uma queda dos potenciais contribuintes para a previdência social em comparação 
ao incremento na população de idosos ou potenciais beneficiários. 
Levando em consideração a queda dos potenciais contribuintes no futuro e o 
aumento dos prováveis beneficiários, restam duas alternativas para um bom 
funcionamento do regime de repartição: aumentar os encargos sobre os mais jovens 
ou diminuir os benefícios concedidos aos idosos. 
Esse desequilíbrio estrutural causado nas contas públicas, oriundo dos 
déficits da previdência social, põe em dúvida os modelos atualmente vigentes no 
país, gerando incertezas quanto a sua sustentabilidade hoje e, sobretudo, no futuro. 
Por conta da elevada despesa previdenciária, recursos deixam de ser 
repassadas para áreas como saúde, educação, segurança e infraestrutura, todas 
estas essenciais à sustentação do crescimento da economia. 
 Para Rocha e Caetano (2008) surge então a necessidade de aumentar 
impostos e contribuições para fazer face ao aumento de gastos, o que reduz a 
abertura de novos negócios e impõe elevado ônus ao setor produtivo, com potencial 
efeito inibidor sobre o crescimento econômico. 
É importante lembrar que o sistema previdenciário adotado no Brasil é o de 
repartição simples, que consiste num modelo no qual os recursos recolhidos dos 
contribuintes atuais são destinadosa cobrir os gastos com os aposentados de hoje. 
Com este regime, estabelece-se um pacto entre gerações onde os segurados ativos 
financiam os inativos, na expectativa de que quando se aposentarem haverá outra 
geração de contribuintes financiando seus benefícios. 
 Nesse sistema não existe acumulação das contribuições para garantir o 
pagamento da aposentadoria do próprio segurado contribuinte, como ocorre no 
sistema de capitalização. Cabe salientar que o § 5º do Art. 195 da Constituição 
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Federal estabelece que “nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá 
ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total”. 
Acrescente-se, ainda, que a Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, 
que estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade fiscal 
impõe que a gestão da Previdência Social deverá pautar-se: no planejamento e 
previsibilidade das receitas e despesas; no equilíbrio entre receitas e despesas; na 
transparência dos seus registros; na prevenção de riscos e correção de desvios 
capazes de afetar o equilíbrio das contas; e no caráter contributivo do regime, com 
equilíbrio financeiro e atuarial. No seu artigo 5º, a Lei determina que o projeto de lei 
orçamentária anual deverá ser acompanhado das medidas de compensação de 
aumento de despesas obrigatórias de caráter continuado. 
Deste modo, por ser um regime de repartição simples, o desenvolvimento 
econômico bem como as questões demográficas exercem influencia na captação e 
repartição dos recursos para gestão do sistema. 
Nas últimas décadas, o Brasil sofreu com índices de crescimento pouco 
relevantes. Por outro lado, via-se a necessidade crescente de cobrir gastos, pois o 
sistema previdenciário brasileiro trilhou uma trajetória progressiva de aumento de 
itens de benefícios, sem a devida contrapartida pelo lado das receitas, tornando-se 
um dos problemas mais graves das finanças públicas. 
A relação de contribuintes versus beneficiários vem decrescendo ao longo do 
tempo. Isto leva a uma situação em que se têm dez contribuintes para sete 
beneficiários. 
A estagnação econômica e o envelhecimento populacional, derivado da 
queda de natalidade, registrados nas últimas décadas, podem ser fatores que 
expliquem a queda nesta relação que já chegou a ser de mais de 30 contribuintes 
para 1 beneficiário na década de 30 conforme dados do IPEA. 
Partindo para o campo demográfico, vê-se que o principal problema a ser 
enfrentado pela Previdência consiste no envelhecimento populacional. Estudos do 
IBGE apontam uma população de mais de 18% de idosos acima de 65 anos em 
2050. 
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Este envelhecimento tende a assumir maior dimensão no sexo feminino por 
conta da taxa de mortalidade ser menor quando comparado com o apresentado pelo 
sexo masculino. 
Outro ponto importante reside nos benefícios designados para as mulheres 
serem disponibilizados com cinco anos a menos que os benefícios concedidos para 
o sexo masculino. Por uma questão cultural, tem-se a visão da mulher como o sexo 
frágil, como o ser que trabalha além do serviço, cuidando do seu lar, mas esta 
vantagem faz com que os gastos previdenciários sejam crescentes. 
Isso porque o usufruto deste benefício se dá mais cedo e permanece por mais 
tempo em virtude da expectativa de sobrevida feminina ser maior que a masculina, 
independente da área urbana ou rural. Vale salientar que um nicho onde a 
previdência pode atuar para auferir mais receitas sem elevar o custo de mão-de-
obra para o empregador, pode ser encontrado no seguimento de pessoas 
economicamente ativas sem cobertura previdenciária, quer seja pela falta de 
oportunidade, pela informalidade do mercado ou simplesmente pela opção em 
filiação. 
Com foco neste nicho, novas regras que venham ser implantadas, por meio 
de novas reformas, devem ser pautadas por um prazo de carência de sua efetivação 
para não prejudicar as pessoas. 
 É preciso que as mesmas se programem para um novo cenário, por uma 
mudança gradativa havendo uma transição leve para que não seja tão perceptível e 
serem pautadas pela rigidez para novos entrantes em virtude das mudanças 
demográficas. 
Ademais, não se pode deixar de apontar a previdência como um instituto de 
redistribuição de renda. Por mais paradoxal que seja os elevados gastos 
previdenciário em relação ao PIB, foram frutos dos princípios da Constituição de 
1988: a universalidade da cobertura, da igualdade de direitos entre trabalhadores 
urbanos e rurais e do valor dos benefícios não menor que um salário mínimo. 
Em suma, os gastos previdenciários geram ganhos em termos de equidade, 
mas geram também limitações à melhoria futura de bem-estar social, ao resultar em 
carga tributária e composição de gastos públicos pouco favoráveis ao crescimento. 
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5. CONCLUSÕES FINAIS 
 
Diante de tantas mudanças sofridas na previdência social, e de rumores de 
uma reforma previdenciária, acreditamos que o governo deve sim promover uma 
reforma previdenciária, mas com o fim de também beneficiar os trabalhadores e não 
prejudicá-los, visto que a própria lei da organização da seguridade social – Lei 
8.212.91, determina que a previdência foi criada para assegurar aos seus 
beneficiários meios indispensáveis de manutenção. 
Não se deve abrir mão de importantes requisitos, como por exemplo, o prazo 
da carência de alguns benefícios para não falir o sistema, mas também não se pode 
restringir o acesso do segurado a direitos que lhe concederão uma vida digna que 
nossa Constituição Federal tanto procura resguardar. 
O País possui elevada fonte de custeio que financia a seguridade social, 
desde os trabalhadores de carteira assinada, os contribuintes autônomos e 
facultativos, como também inúmeros tributos, receitas provenientes dos orçamentos 
da União, Estados, Municípios que são destinados a esse sistema. 
O ato de retribuir os segurados da previdência com prestação de benefícios 
quando necessitam certamente não será motivo para um colapso da Previdência 
Social, ora, o povo não merece pagar pelo erro do governo. 
Faz-se necessário, portanto, apoiado na literatura e na análise dos dados 
demográficos e econômicos, uma reforma que estabeleça um modelo de previdência 
sustentável e equilibrado financeira e atuarialmente, diminuindo a burocracia, 
democratizando o acesso aos benefícios, desfazendo as disparidades entre classes 
e eliminando os privilégios, pois todos são iguais perante a lei. 
Outro fator preponderante para que a previdência venha a ter a condição de 
apresentar resultados positivos se apresenta na urgência da aprovação da PEC 241 
que limita os gastos do governo e exige maior responsabilidade fiscal e orçamentos 
realistas. 
 
 
11 
 
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
BERTUSSI, Luís Antônio Sleimann; TEJADA, César A. O. Conceito estrutura e 
evolução da Previdência Social no Brasil. Teoria e Evidência Econômica, Passo Fundo, 
v.11, n.20, p.28-54. Maio 2003 
DELGADO, G. C.; JÚNIOR, J. C. C. O Idoso e a Previdência Rural no Brasil: 
experiência recente de universalização. Texto para discussão nº 688. Brasília: IPEA, 
1999. 
DIAMONT, P.A. (1977). A framework for social security analysis.J.of Public 
Economics,8(3):275-298. 
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 27 a. edição - São 
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Portal de e-governo, inclusão digital e sociedade do conhecimento. A efetivação dos 
direitos sociais através das políticas públicas. Disponível em: 
http://www.egov.ufsc.br/portal/conteudo/efetiva%C3%A7%C3%A3o-dos-direitos-
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Delphin Contabilidade. EncargosSociais Sobre a Folha de Pagamento – Disponível 
em: http://www.delphin.com.br/orientacao/66-encargos-sociais-sobre-a-folha-de-
pagamento. Acessado em 15/09/2016 
Matias-Pereira, J: "Reforma da Previdência em Discussão: Expectativas e 
Possibilidades Diante da Janela de Oportunidade Demográfica" en Observatório de 
la Economía Latinoamericana, Número 136, 2010. Texto completo en 
http:/www.eumed.net/cursecon/ecolat/br/ 
Gestão: Simplificação de processos é prioridade na Previdência Social. Disponível 
em http://www.previdencia.gov.br/2013/06/gestao-simplificacao-de-processos-e-
prioridade-na-previdencia-social/. Acessado em 06/10/2016 
Inovação. Concurso Inovação na Gestão Publica Federal Disponível em: 
http://repositorio.enap.gov.br/bitstream/handle/1/647/044_00%20Ouvidoria-
Geral%20da%20Previd%C3%AAncia%20Social.pdf?sequence=1 Acessado em 
06/10/2016 
12 
 
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http://www.previdencia.gov.br/wp-content/uploads/2016/06/informe_2015. 01. pdf. 
Acessado em 31/10/2016 
ROCHA, Roberto de Rezende; CAETANO, Marcelo Abi-Ramia. O Sistema 
Previdenciário Brasileiro: uma avaliação de desempenho comparada. Texto para 
discussão nº 1331, 2008. Acesso em 16 de Setembro de 2010. Disponível em: 
<http://www.ipea.gov.br/sites/000/2/publicacoes/tds/td_1331.pdf>. Acesso em 
31/10/2016

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