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Paper Deficiências Multiplas

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INCLUSÃO DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA
Pâmela Oenning
Professor - Sonia Regina Amancio Martins
Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI
Pedagogia (PED0815) – Prática do módulo 02
28/11/2013
RESUMO
A inclusão está ligada à todas as pessoas que não tem as mesmas oportunidades dentro da sociedade. Incluir crianças com deficiência é quebrar o conceito de que os alunos normais frequentam as escolas comuns, e os deficientes as escolas especializadas. Quando mais incluir os deficientes na sociedade menos preconceito existirá. Quanto antes inseri-los na escola, na sociedade é mais fácil de buscar a potencialidade ao máximo dessa criança. Este trabalho é sobre inclusão de crianças com deficiência múltipla, e sua inclusão na escola, o que é, suas causas, e métodos pedagógicos. Lembrando que as diferenças se tornam iguais quando as pessoas são colocadas em grupo que as aceite, pois nos acrescentam valores morais e de respeito ao próximo. Todos tendo o mesmo direito e recebendo as mesmas oportunidades diante a vida. 
 
Palavras-chave: Inclusão; deficiência múltipla; escola. 
1 INTRODUÇÃO
A deficiência múltipla é a associação de duas ou mais deficiências na mesma pessoa. As causas podem ser pré-natais, por má formação congênita e por infecções virais. Uma das deficiências mais decorrentes, é a surdocegueira, mais o modo que cada deficiência afetará o aprendizado de tarefas simples e o desenvolvimento da comunicação do individuo varia de acordo com o grau de comprometimento propiciado pela deficiência. 
O objetivo deste trabalho é adquirir mais conhecimentos sobre essa deficiência, e a melhor forma de inseri-la na sociedade, e não a deixando excluída de outras crianças, outro aprendizado. A criança é modelada pela família, muitas tem medo de deixa-la ir a uma creche, escola comum, por receio de terem muitas dificuldades, sofrer preconceito. Mais dessa forma estão formando uma criança sem conhecimento do mundo lá fora, deixando ela isolada em casa, sem poder conviver com as outras crianças. Quanto mais cedo, incluir ela a sociedade, menos o preconceito existirá.
Muitas de nossas escolas já estão recebendo esses alunos com deficiência, mesmo não estando apropriadas com as devidas normas, como estrutural. Mais assim, sempre melhorando é praticando a inclusão, com os professores se especializando cada vez mais, para melhor ensina-los e buscando a forma de melhor atende-los. O Brasil quer incluir tanto na escola, como no trabalho, deixar de ser um país do passado, e ser um país de inclusão social.
2 INCLUSÃO DO PASSADO AO PRESENTE
No passado não era praticado o incluir, e sim o excluir, os portadores de deficiência. Ao longo dos tempos as pessoas com necessidades especiais foram vistas de vários jeitos e sobre diferentes enfoques, ou seja, foram consideradas conforme concepções do homem e da sociedade, valores sociais, morais, religiosos de cada momento histórico.
A nossa história demostra políticas extremas de exclusão em relação as pessoas com deficiência na sociedade. Como por exemplo, em Esparta na antiga Grécia onde a beleza física era uma condição para a participação social. Em alguns lugares, as crianças com deficiência eram levadas e colocados nas montanhas, já em Roma, eram atiradas ao Rio Tibre, pois eram vistas como um perigo a continuidade da espécie e a sociedade, pois, quem apresentava um comportamento diferente devido a sua deficiência era até associado a imagem do diabo, bruxaria e do pecado. Sendo assim exterminados ou isolados. Assim eram vistos como se houvesse esse comportamento consequente as forças sobre naturais.
Segundo Vieira: 
Na antiguidade clássica as pessoas com deficiência foram consideradas possessas de demônios e maus espíritos. Os modelos econômicos, sociais e com deficiência uma inadaptação geradora de ignorância, preconceitos e tabusque, ao longo dos séculos e séculos, alimentaram os mitos populares “perigosidade” das pessoas com deficiência mental e de seu caráter demoníaco, determinando atitudes de rejeição medo e vergonha. (VIEIRA; PEREIRA, 2003, P.17)
 Já no século XIX tentaram a recuperação da criança com necessidades especiais, com o objetivo de ajusta-las a sociedade. A igreja e seu conceito de pecado, onde o processo de remoldagem apresenta formas estranhas, como práticas exorcistas.
 E hoje em dia a inclusão tá em todo lugar, sendo meta de toda população. Assim já sabemos como era antigamente a rejeição, das crianças deficientes. O meu tema é deficiência múltipla, que segundo a politica relacionada a educação é definida com “associação no mesmo individuo de duas ou mais deficiências primarias (mental/visual/ auditiva/física), com comprometimento que acarretam atrasos no desenvolvimento global e na capacidade adaptativa.” (SILVEIRA, 2013, p. 119).
 
 As causas da deficiência múltipla podem ser varias, como a aparência de pele amarela; otite média crônica que é infecção no ouvido; a falta de oxigênio; sarampo; traumatismos; glaucoma; tumor cerebral; catarata; casamentos sanguíneos. Dentre essas causas, está também a prematuridade, sífilis congênita, meningite e a rubéola amarela. Mais para o aparecimento da deficiência múltipla existemos fatores de risco que são, doenças venéreas, falta de saneamento básico, gravidez de risco, e infecção hospitalares. Essa deficiência pode ser prevenida através de programas de combates a doenças, como por exemplo, vacinações, prevenindo acidentes, evitando o uso de drogas e álcool e de medicamentos inadequados durante a gestação, assim evitando infecções e doenças durante esse período. 
 As crianças portadoras dessa deficiência as apresentam desde pequenas ou ainda em gestação, raramente na fase adulta, quando chances de cura são muito pequenas. E como se comportam? Os portadores de deficiência múltipla apresentam dificuldades na abstração das rotinas diárias; nos gestos ou na comunicação, dificuldade no reconhecimento das pessoas de seu cotidiano; movimentos corporais involuntários e repetitivos; respostas mínimas a estímulos causados pelos barulhos, toques, entre outros. 
3. SURDOCEGUEIRA
Conforme Silveira, a criança que é surdocega, ela possui uma múltipla deficiência sensorial. Pois apresenta deficiência visual e auditiva associada a outras condições de comportamento e comprometimentos na área física, emocional e dificuldades de aprendizagem. A perda da visão, audição faz com que essas crianças não consigam apurar os fatos que ocorrem a sua volta, assim precisam ser estimuladas para elas desenvolverem estímulos próprios para recompensar suas perdas sensoriais.
As causas da surdocegueira podem ser de acidentes graves, síndrome de Usher, que é uma síndrome de origem genética, surdocegueira genética devido a doenças como rubéola ou nascimento prematuro.
Os meios de conversação, com essas crianças, podem ser através da língua brasileira de sinais adaptada aos cegos, usada através do tato, conhecida como comunicação tadoma. E também a utilização do alfabeto manual dos surdos, onde o surdocego escreve na mão do seu interprete, redigindo suas mensagens em sistema braile.
 Algumas formas de se comunicar com o surdocego são: se comunicando com ele não a distancia e sabendo que ele esta percebendo quando quer se comunicar; utilizando sinais simples para avisar ele sempre que houver escada, porta, carro; escrever devagar as letras do alfabeto manual maiúsculas na palma da mão do surdocego; e aproximar-se deixando que ele perceba sua presença com um toque. 
 Respeitar a criança surdocega como qualquer ser humano que precisa de adaptações significativas em sua vida, para efetivar seus processos sociais que passam pela comunicação.
4 NA ESCOLA
O tema inclusão chegou com tudo nesse século, e isso está causando várias modificações, tanto nas escolas quanto em nossa sociedade. Mais a maioria das escolas ainda não tem adaptações para receber essas crianças, e umas já estão em processo de capacitação.
Os alunos com deficiência múltipla apresentam alterações significativas em seu desenvolvimento e isso pode vir a construir um medo e uma insegurança muito maior nos professores. Porem ele também apresenta formas inusitadas de motivação e interesse, possuem potencialidades e possibilidades que necessitam ser compreendidas e consideradas pelo professor. (SILVEIRA, 2013, p.120).
Segundo Silveira (2013), a escola para receber esse aluno, deve passar por adaptações curriculares, que são adaptações de pequeno e grande porte. Começando pelo projeto pedagógico da escola, o currículo (objetivos, atividades, avaliações e metodologia); a participação na escola de uma equipe especializada em educação inclusiva; móveis adequados (mesas, armários, cadeiras), adaptação de espaço físico e eliminação de barreiras arquitetônicas; recursos de matérias didáticos; adaptações de atividades e jogos pedagógicos.
Existem escolas que tentam se eximir da responsabilidade da instituição confundindo fracasso escolar com necessidades educacionais. Há muito tempo e até hoje há uma tendência de atribuir o fracasso escolar exclusivamente ao aluno. Sendo assim a escola sendo isenta da responsabilidade pela sua aprendizagem. Mais muitas vezes o que falta, são professores especializados, que saibam e estudam para conhecer essa deficiência, e usar métodos pedagógicos para melhor atende-los. A escola contendo o mínimo de estrutura para receber esse aluno, e matérias especializados para a melhor aprendizagem dessa criança. 
 O deficiente não é normal, como muitos falam “todos são iguais” somos iguais sim, em direitos. Mais o deficiente precisa ter o mínimo de adaptação para poder aprender, mais não é isolando ele que teremos um mundo menos preconceituoso. Conforme, CAMPBELL (2009, p.139): 
“Incluir significa aprender, reorganizar grupo e classe, promover a interação entre alunos de um outro modo onde compartilhamos um mesmo todo, ainda que eventualmente em posições diferentes em função de complementariedade proporcionando pela diversidade.”
Mesmo sem poder receber esses alunos, como devem ser recebidos nas escolas, há instituições que estão de portas abertas para educar os alunos com deficiência múltipla. Todas as interações de comunicações e atividades nas escolas de aprendizagem devem ser respeitadas a individualidade e dignidade de cada aluno com deficiência múltipla. Isso para os alunos que precisam de auxilio de alguém para mediar seu contato com o meio.
A criança sendo incluída na sociedade desde pequena, cria menos preconceito, mais pra frente.
A inclusão surge então para romper o paradigma educacional existente, rompendo com a estrutura curricular fechado e como homogeneidade na escola. Os antigos paradigmas começam a serem repensados por uma nova visão educacional. Depois de tantos anos de isolamento e segregação as pessoas com necessidades especiais estão sendo reconhecidas como cidadãos e aceitas na escola comum. (SILVEIRA, 2013, P.18).
A própria família excluía a criança com deficiência, isolando ela em casa. Sem deixa-la ter acesso e contato ao mundo lá fora, muito por medo da rejeição que ela iria sofrer, ou pelo caso de não saber se virar sozinha. É pela família, que a criança começa a ser modelada, se a família dá laços emocionais confiantes bem estruturados, a criança terá a capacidade de superar os desafios da vida, e assim não sendo guardada. 
A educação familiar dos filhos, sobretudo daqueles que apresentam necessidades educativas especiais, representa um requisito social decisivo para a sua formação escolar, e ao longo de todo período escolar, é uma condição essencial tanto para o desenvolvimento da personalidade como para a educação por parte da escola. Tem-se constatado que, quando os pais participam ativamente da educação dos filhos, esses tendem a render mais na escola, e seus progressos são maiores. (SANTOS, 2009, p.154).
Toda criança na idade certa deve frequentar uma escola, vivendo e se socializando com outras crianças, aprendendo, mesmo que com um pouco de dificuldade, mais para isso existe professores para auxiliar. Quanto mais cedo essas crianças entrarem no convívio social, mais rápido o preconceito vai se tornando mínimo, e conforme o esperado inexistente. 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A inclusão está em nosso cotidiano, em nossas escolas, famílias, não há como não ver, ela chegou para ficar. Incluir uma criança com deficiência na sociedade é enfatizar que a vida é de diferenças e, todos nós temos que nos adaptar, e nos conscientizar. Muitas escolas já estão se adaptando para receber esses alunos e já estão de portas abertas a eles.
Acreditar na inclusão, e na potencialidade desses alunos com deficiência múltipla, é crer que em um mundo melhor, sem preconceitos. Muitos professores acham complicada essa meta, tem medo. Mais, o professor deve sempre se especializar mais e mais, para melhor atender esse aluno deficiente, pois há vários casos em que eles têm muito mais interesse que um aluno dito normal. Com o apoio da família e dos educadores o aluno se sente mais entusiasmado e confiante, o que é muito bom, agrega só mais chances de ter uma aprendizagem numa escola comum com sucesso.Hoje o tema é incluir! Incluir na sociedade, na escola, na vida! Todos nós temos os mesmos direitos e todos devemos de respeitar nossas diferenças.
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Politica Nacional de Educação Especial- educação especial, um direito assegurado. Brasilia: MEC/SEESP, 1994.
CAMPBELL, Selma Inês. Multiplas faces da Inclusão. Rio de Janeiro; Wak, 2009.
SANTOS, Elias. Educação inclusiva, deficiência e contexto social: Questões contemporâneas. Bahia; Edufba, 2009.
SILVEIRA, Tatiana dos Santos da, Educação Inclusiva, Indaial; Uniasselvi, 2013.
VIEIRA, Fernando David; PEREIRA, Mario do Carmo. “Se Houvera quem me ensinara...” A educação de pessoas com Deficiencia Mental. 2. Ed. Coimbra: Fundação Calouste Gulbenkian, 2003.

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