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Bens Jurídicos - COMPLETO (SEGUNDO SEM.)

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Bens Jurídicos:
BENS CONSIDERADOS EM SI MESMO:
- Corpóreos (materiais ou tangíveis): são os bens que possuem existência física, como, por exemplo, as casas, prédios, carros, computadores e etc.
- Incorpóreos (imateriais ou intangíveis): são bens que possuem existência abstrata, porém possuem valor econômico, tais como marcas, patentes, imagem, direito autoral, fundo de comércio e etc.
- Bens Móveis: Os bens móveis podem ser adquiridos por simples tradição, diferente dos bens imóveis, que exigem escritura pública e, em regra, registro no Cartório de Registro de Imóveis para que sejam adquiridos.
No caso de garantia real de uma obrigação, para bens móveis chama-se PENHOR.
Classificação Bens Móveis: 
Art. 82 CC: [...] os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômica-social.
- por sua natureza: podem ser removidos ou transportados sem perderem sua característica ou sofrerem danos. Ex.: móveis semoventes (animais em geral).
Art. 84 CC: os materiais destinado a alguma construção, enquanto não forem empregados, conservam sua qualidade de móveis; readquirem essa qualidade os provenientes da demolição de algum prédio.
- por antecipação: são os bens que originalmente são imóveis, como as árvores incorporadas ao solo, porém, devido à vontade humana e uma finalidade econômica são convertidas em imóveis. Ex.: árvores para corte.
- por determinação legal: bens cuja a legislação os qualifica como móveis. Ex.: as energias que tenham valor econômico (elétrica, gás etc.); os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes; os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações (direitos autorais, propriedade industrial, patentes, marcas, cotas e ações de sociedades).
Bens Imóveis: são, em regra, os bens que não podem ser transportados ou removidos de um lugar para o outro sem perder sua característica, integridade, essência ou diminuir-lhe o valor.
No caso de garantia real de uma obrigação, para bens móveis chama-se HIPOTECA.
Ex.: um terreno.
Classificação dos Bens Imóveis:
Art. 79 CC: são bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente.
Art. 80 CC: consideram-se imóveis para efeitos legais: 
I – os direitos reais sobre imóveis e ações que os asseguram;
II – o direito à sucessão aberta.
Art. 81 CC: Não perdem o caráter de imóveis: 
I – as edificações que, separadas do solo, mas conservando sua unidade, forem removidas para outro local;
II – os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem.
	- por sua própria natureza: compreendem o solo, subsolo e o espaço aéreo sobrejacente.
	-por acessão natural: os bens que pertencem ao solo em virtude de sua natureza, por exemplo, as árvores e seus frutos; porém se a árvore for destinada para corte, será considerada bem móvel, assim como as plantadas em vasos.
	- por acessão artificial ou industrial: qualquer coisa que o homem incorporar ao bem cuja a remoção acarrete na destruição do bem, tais como as edificações e plantas, não perdendo sua qualidade as casas que forem removidas para outro lugar sem perder sua integridade, nem mesmo os materiais que temporariamente forem desagregados da casa para logo serem recolocados. (Art. 81, CC)
	- por determinação legal: os bens considerados imóveis imperativamente pela lei para que recebam maior proteção jurídica. Ex.: direitos reais sobre imóveis e as ações que o asseguram, e o direito a sucessão aberta. Também são considerados imóveis por determinação legal os navios e as aeronaves, dessa forma, sua transmissão se dá por meio de escritura pública, devem sofrer registro especial e admite-se hipoteca.
	-por acessão intelectual: são os bens móveis que o proprietário imobiliza como ato de sua vontade, ou seja, o proprietário mantém o bem móvel agregado ao bem imóvel para exploração industrial, aformoseamento ou comodidade, como equipamentos, maquinários, ferramentas e objetos de decoração. ATENÇÃO: o novo Código Civil não traz mais essa classificação, qualificando os bens como pertenças (Art. 93, CC).
Bens Fungíveis: Art. 85, CC: são fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade. Ex.: dinheiro, saca de café, caneta (sem valor sentimental) etc.
Em regra, a maioria dos bens móveis é fungível, e todos imóveis são infungíveis.
Bens Infungíveis: o código civil não define os bens infungíveis, mas consequentemente se tem a definição deles. 
Todos imóveis são infungíveis e, em regra, a maioria dos bens móveis é fungível.
A consequência direta do enquadramento dos bens quanto fungível ou infungível recai, principalmente, nas relações jurídicas com os bens:
	- mutuo: contrato de empréstimo apenas de coisas fungíveis.
	- comodato: contrato gratuito de empréstimo apenas de coisas fungíveis.
	- locação: contrato oneroso de bens infungíveis.
Se um vinho, bem fungível, tiver valor subjetivo ao seu proprietário (raridade ou outros valores) será qualificado como bem infungível, pois não poderá ser substituído por outro de mesma espécie, qualidade e quantidade.
Bens Consumíveis: são os bens cujo o único uso acarreta a sua destruição, como a gasolina, alimentos, cigarro etc.
Há também os bens que são consumíveis conforme a destinação, tais como os objetos postos à venda em uma loja, quando adquiridos pelo cliente, em relação a loja são consumíveis, ainda que destinem ao uso prolongado.
Ex.: um carro (bem inconsumível) é consumível em relação a loja, porém, ao cliente adquirir o bem, sua qualificação tornar-se-á inconsumível.
Art. 86, CC: são consumíveis os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da própria substância, sendo considerados tais os destinados à alienação. 
Bens Inconsumíveis: são os bens que permitem reiterados usos sem serem destruídos – casas, veículos, vestuário, geladeira etc. Contudo, se, por exemplo, um alimento (bem consumível) for emprestado para finalidade de exposição, será qualificado como bem inconsumível.
A principal utilidade prática da presente classificação é que alguns direitos, em regra, não podem recair sobre bens consumíveis, como o usufruto.
Bens Divisíveis: Art. 87, CC: bens divisíveis são os que se podem fracionar sem alteração na sua substância, diminuição considerável de valor ou prejuízo do uso a que se destinam.
Ex.: terrenos, alimentos etc.
Bens Indivisíveis: são os que não permitem divisão sem perderem sua integridade ou diminuir-lhe efetivamente o valor, como os diamantes, as joias, relógios, carros e etc.
A lei permite que os bens naturalmente divisíveis tornem-se indivisíveis por determinação das partes. (Art. 88, CC)
A principal utilidade da presente qualificação é se o bem pode ser comercializado em partes ou somente no todo.
Bens Singulares: Art. 89, CC: são singulares os bens que, embora reunidos se consideram de per si, independente dos demais. Ex.: casas, carros, joias.
Bens Coletivos: também chamados de universais ou bens de universalidades, constituem uma pluralidade de bens singulares que, pertinentes à mesma pessoa, tenham uma destinação unitária. (Art. 90, CC)
	- universalidade de fato: conjunto de bens singulares e homogêneos pertencentes a mesma pessoa, ligados entre si pela vontade humana. Ex.: manada (bois), cardume (peixes), vara (porcos), biblioteca (livros); podendo sofrer relações jurídicas próprias (o coletivo sofre a sanção jurídica).
	- universalidade de direito: conjunto de bens singulares e heterogêneos pertencentes à mesma pessoa, ligados entre si para produzirem efeitos jurídicos. Ex.: patrimônio, massa falida, espólio, fundo de comércio etc. 
 BENS RECIPROCAMENTE CONSIDERADOS:
Bem principal: bem que existe por si só, abstrata ou concretamente (Art. 92, CC). Ex.: joias, crédito, solo, contrato de locação, carro etc.
Bem acessório: depende do bem principal para sua existência (Art. 92, CC). Ex.: árvore (em relação ao solo), prédio (em relação ao solo), cláusula penas ou fiança (em relação ao contrato de locação).ATENÇÃO: em regra, o acessório integra o principal. Sendo a existência do principal nula, o acessório também o será. 
São bens acessórios: 
- frutos: utilidades que o bem produz periodicamente, mantendo intacta a substância do bem que as geram, podendo ser:
	Naturais: produzidos naturalmente por força orgânica da coisa (natureza). Ex.: 			das árvores, ovos de animais, lã etc.;
	Industriais: produzidos pelo engenho humano, por exemplo: produção de uma 			fábrica;
Civis: rendimentos gerados pelo uso da coisa ou por outrem, que não o seu proprietário. Ex.: juros e aluguéis.
Quando ao estado, os frutos podem ser: 
		Pendentes: quando unidos ainda a coisa que os produziu.
Percebidos ou colhidos: depois de separados da coisa que os produziu. Sendo estantes os armazenados ou acondicionados para a venda; percipiendos os que deveriam ter sido colhidos e não foram; consumidos os que não existem mais porque foram utilizados. (Arts. 1214 e ss, CC)
	- produtos: são as utilidades que se tiram da coisa, diminuindo-lhe a quantidade. Ex.: pedras de uma pedreira, metais das minas, água dos lençóis, petróleo dos postos etc.
Art. 95, CC: apesar de ainda não separados do bem principal, os frutos e produtos podem ser objetos de negócio jurídico.
	- pertenças: Art. 93, CC: são pertenças os bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento do outro. Ex.: tratores para uma produção, decoração de uma casa, rádio de um carro. 
CUIDADO: Art. 94, CC: os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não abrangem as pertenças, salvo se ao contrário resultar da lei, da manifestação da vontade ou das circunstâncias do caso.
Isto é, ao vender um automóvel, o negócio jurídico não diz respeito a venda conjunta do jogo de rodas, sistema de som e outros bens acessórios do veículo, salvo disposições da lei.
	- acessões: são aumentos de valor ou do volume da propriedade em razão de forças externas, fatos eventuais ou fortuitos. Ex.: aluvião, avulsão etc.
	 - benfeitorias: obras que se fazem em um bem, dividindo-se em: 
		Necessárias: as que têm por fim conservar o bem ou evitar que se deteriore;
		Úteis: as que aumentam ou facilitam o uso do bem;
Voluptuárias: as de mero agrado ou distração, que não aumentam o uso habitual do bem, ainda que o torne mais agradável ou sejam de elevado valor.
BENS QUANTO AO TITULAR DO DOMÍNIO: a presente classificação leva em consideração quem é o titular do bem.
Bens Particulares: são os bens que não pertencem às pessoas jurídicas de Direito Público Interno, pertencendo, então, em regra, às pessoas naturais ou jurídicas de Direito Privado.
Art. 98, CC: são públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de Direito Público Interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencem.
Res Nullius: são as coisas que não pertencem a ninguém, coisas sem dono. Ex.: animais selvagens, peixes do mar etc. 
ATENÇÃO: os bens imóveis nunca serão res nullius.
Bens Públicos: são os bens que pertencem a uma entidade de Direito Público Interno, sejam a União, estados-membros, Distrito Federal, Territórios, Autarquias, Municípios etc.
	Classificação bens públicos:
	- bens de uso comum: bens que se destinam ao uso comum do público em geral, podendo ser utilizado, em regra, sem restrições, por todas as pessoas sem necessidade de permissão especial. Ex.: praças, parques, ruas, jardins etc. ATENÇÃO: não perdem a característica se eventualmente forem cobrados pelo uso, como pedágios, passes de entrada ou mesmo se for restringida a entrada por questões de segurança nacional.
	- bens de uso especial: são os bens utilizados pelo próprio poder público para execução da função pública. Ex.: as repartições públicas, os prédio e escolas públicas, ministérios, prédio da Justiça etc. Tratam-se de bens públicos que não podem ser utilizados por toda a sociedade, apenas para os que possuem legitimidade para tal ação.
	- bens dominicais: bens móveis ou imóveis que constituem o patrimônio disponível das pessoas jurídicas de Direito Público, abrangendo:	 
Terras devolutas: terras que, embora não destinadas ao uso público (uso comum) encontram-se ainda sob domínio do Poder Público;
Outros bens considerados dominicais: estradas de ferro, títulos de dívida pública, rios públicos navegáveis, jazidas de minérios, terras indígenas, sítios arqueológicos etc.
Os bens de uso comum do povo e de uso especial são bens do domínio público do Estado, já os dominicais são de domínio privado do Estado, contudo, os bens dominicais podem, por determinação legal, ser convertidos em bens públicos de uso comum ou especial através do ato de “afetação”.
	Características dos bens públicos:
Inalienabilidade: é a característica original do bem público que restringe de forma efetiva a possibilidade de sua alienação (venda, doação ou troca), desde que de uso comum do povo ou uso especial enquanto estiverem sob afetação pública. Essa característica não se apresenta de modo absoluto, ou seja pode ser mudada mediante lei,
Art. 100, CC: os bens públicos de uso comum e os de uso especial são inalienáveis, enquanto conservam a sua classificação, na forma que a lei determinar.
Art. 101, CC: os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as exigências da lei.
Imprescritibilidade (usucapião): decorre como consequência óbvia de sua inalienabilidade originária. Ex.: se os bens públicos são originalmente inalienáveis, segue-se que ninguém pode adquirir enquanto guardarem essa condição. Daí não ser possível a invocação de usucapião sobre eles. Proibição constitucional e legal.
Art. 183, CF parágrafo 3°: os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.
Art. 102, CC: os bens públicos não estão sujeitos a usucapião.
Impenhorabilidade: os bens públicos não estão sujeitos a serem utilizados para satisfação do credor na hipótese de não cumprimento da obrigação, por parte do Poder Público.
Não Oneração: impossibilidade dos bens públicos serem objeto de hipoteca.
Bens fora do comércio: são bens cuja característica os torna fora do comércio, ou seja, bens que não podem ser transferidos, subdividindo-se em:
	- insuscetíveis de apropriação: são bens de uso inexaurível (inesgotável), também chamados de coisas comuns. Ex.: água do alto-mar, luz solar, ar que respiramos (não em cilindro) etc.
	- personalíssimos: vida, honra, liberdade, nome, o próprio corpo etc. (São, em regra, fora do comércio, porém há exceções se for benéfico, não vitalício, oneroso e outras características em relação ao indivíduo.)
	- legalmente inalienáveis: bens que, apesar de essencialmente sujeito à apropriação, a legislação exclui a sua comercialização para atender interesses econômicos, sociais, proteção das pessoas etc. Ex.: bens públicos, bens das fundações, terras ocupadas pelos índios, bens gravados com cláusula de inalienabilidade etc.
O BEM DE FAMÍLIA: o bem de família pode ser caracterizado como voluntário (Art. 1711, CC) ou legal (Lei nº. 8009/90).
Bens de família Voluntário: é o bem instituído por ato de vontade do casal, entidade familiar ou terceiro, mediante registro público.
Bens de família Legal: traduz a impenhorabilidade do imóvel residencial próprio do casal ou da entidade familiar, isentando-o de dívidas civil, comercial, fiscal, previdenciária ou de qualquer natureza, contraídas pelos conjugues ou pelos pais ou filhos que sejam seus proprietários e nele residam, ressalvadas as hipóteses previstas em lei.

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