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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO TRIBUNAL DO JURÍ DA VARA CRIMINAL DA COMARCA DO ESTADO... Processo nº__________________ TÍCIO, já devidamente qualificado nos autos do processo criminal em epígrafe que lhe move o Ministério Público, por suposta infração com base no Artigo 125 do Código Penal, por seu advogado que esta subscreve, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, respeitosamente, interpor: ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAS Nos termos do Artigo 403, §3º, e artigo 411, §11º, do Código de Processo Penal pelos motivos e de direitos aduzidos: TEMPESTIVIDADE: Artigo 403, §3º - 05 dias. I. DOS FATOS: Tício, solidário a gravidez de sua amiga Maria, ofereceu carona a mesma após mais um dia de trabalho na empresa em que trabalham juntos. Ocorre que Tício, de forma imprudente no caminho de volta, imprime velocidade excessiva, sem observar o seu dever de cuidado, pois queria chegar a tempo de assistir ao jogo de futebol do seu time do coração que seria transmitido naquela noite. Assim, Tício, ao fazer uma curva fechada, perdeu o controle do veículo automotor que capotou. Os bombeiros que prestaram socorro ao acidente encaminharam Maria para o Hospital mais próximo onde ficou constatado que a mesma não havia sofrido qualquer lesão. Contudo, na mesma ocasião constatou-se que a gravidez de Maria havia sido interrompida em razão da violência do acidente automobilístico, conforme comprovou o laudo do Instituto Médico Legal, às fls. 14 dos autos. II. DO DIREITO: Absolvição. Atipicidade da conduta. Narrar o acidente. Dizer que ocorreu apenas uma infração administrativa, não configurando dolo. Que o laudo delimitou como resultado apenas o aborto. Que não havendo dolo pelo acusado, não há que se falar em um fato típico. O Ministério Público Estadual denunciou Tício que ao dar carona a suposta vítima, sob forma imprudente, ao retornar para casa dirigindo seu veículo automotor imprimiu velocidade excessiva na via, pois queria retornar a sua residência mais cedo, em decorrência do jogo do seu time de coração, quando sem ter a intenção, em uma curva fechada, perdeu o controle da direção vindo a capotar. Fora constatado pelos bombeiros que os socorreram que a vítima não sofrera qualquer lesão, porém em laudo realizado pelo instituto médico Legal viera a sofrer aborto em decorrência do acidente. Conforme o Artigo 125 do Código Penal, será penalizado aquele que provocar, sem o consentimento da vítima o aborto. O aborto tem o tipo subjetivo de crime, sendo somente aceito em sua forma Dolosa e nunca em forma culposa. Ticio não teve objetivo de prejudicar ou interromper a gravidez de Maria. Sua intenção foi somente a de, como amigos que eram, dar uma carona e proporcionar maior conforto no retorno do trabalho. Portanto, não havendo dolo direto ou eventual de provocar o acidente e provocar o resultado aborto, torna-se a denúncia do Ministério Público Atípica, na forma do artigo 415, III do Código de Processo Penal. III. DO PEDIDO: Face ao exposto requer: A absolvição sumária com base no Artigo 415, II do código de processo penal. RIO DE JANEIRO, 14 DE FEVEREIRO DE 2017 ADVOGADO/OAB
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