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WEB AULAS 03 E 04 ESTABILIDADES Prof. Graziela Nascimento Barreira gr az ie laestaciof ib@gmai l .com CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DA BAHIA BACHARELADO EM DIREITO DIREITO DO TRABALHO II – CCJ0132 2017.2 Slide 94 WEB AULAS 03 E 04 ESTABILIDADES Conceito É importante destacar que o ato de terminar o contrato é um direito potestativo do empregador. Logo, a esta decisão de colocar fim ao contrato, o trabalhador não pode se opor, exceto se detentor de estabilidade ou uma das garantias provisórias de emprego. Assim sendo, estabilidade é o direito do trabalhador de permanecer no emprego, mesmo contra a vontade do empregador. (CORREIA, 2017, p. 779) Slide 95 WEB AULAS 03 E 04 ESTABILIDADES Estabilidades 2 TIPOS: DEFINITIVA PROVISÓRIA (CORREIA, 2017, p. 779) Slide 96 WEB AULAS 03 E 04 ESTABILIDADES Estabilidades DEFINITIVA: DECENAL: Regime anterior do FGTS (1966) - Arts. 492 a 500, CLT. Após 10 (dez) anos de serviço, os empregados adquiriam estabilidade – Estabilidade Decenal. Se rescindido ANTES de completar 10 (dez) anos, o empregador teria que pagar uma indenização no valor de 01 (um) mês de salário para cada ano (ou fração igual ou superior a 06 meses) de trabalho. OBS: O primeiro ano do contrato de trabalho era considerado experiência e nenhuma indenização era devida. (CORREIA, 2017, p. 779-780 | GARCIA, 2016, p. 541-559) Slide 97 WEB AULAS 03 E 04 ESTABILIDADES Estabilidades DEFINITIVA: ART 41 CR/88 - São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público. ART 19 ADCT - Os servidores públicos civis da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, da administração direta, autárquica e das fundações públicas, em exercício na data da promulgação da Constituição, há pelo menos cinco anos continuados, e que não tenham sido admitidos na forma regulada no art. 37, da Constituição, são considerados estáveis no serviço público (contratados sem concurso pelo regime celetista e em 1990 migrados para o regime estatutário, pela lei 8.112). AJUSTADO EM CONTRATO (CORREIA, 2017, p. 779-780 | GARCIA, 2016, p. 541-559) Slide 98 WEB AULAS 03 E 04 ESTABILIDADES Estabilidades PROVISÓRIA: DIRIGENTE SINDICAL GESTANTE/ADOTANTE CIPA ACIDENTE DE TRABALHO OUTRAS ESTABILIDADES: COOPERATIVAS CONSELHO CURADOR FGTS CONSELHO NACIONAL DA PREVIDÊNCIA SOCIAL COMISSÕES DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA AJUSTADA EM CONTRATO (CORREIA, 2017, p. 779) Slide 99 WEB AULAS 03 E 04 ESTABILIDADES Estabilidade do Dirigente Sindical Art. 8º, CRFB/88: É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei. Art. 543, § 3º, CLT: Fica vedada a dispensa do empregado sindicalizado ou associado, a partir do momento do registro de sua candidatura a cargo de direção ou representação de entidade sindical ou de associação profissional, até 1 (um) ano após o final do seu mandato, caso seja eleito inclusive como suplente, salvo se cometer falta grave devidamente apurada nos termos desta Consolidação. (CORREIA, 2017, p. 779-799) Slide 100 WEB AULAS 03 E 04 ESTABILIDADES Estabilidade do Dirigente Sindical Tem por objetivo proteger não só o empregado, mas também toda a categoria que ele representa, pois proporciona tranquilidade e independência na defesa dos interesses dos trabalhadores. A estabilidade terá início com o registro da candidatura para o cargo de dirigente sindical. Se o empregado não for eleito, não terá a garantia da estabilidade. Se eleito, a estabilidade persistirá até um ano após o fim do mandato. O mandato do dirigente sindical é de 3 anos, conforme art. 515, b, da CLT. (CORREIA, 2017, p. 779-799) Slide 101 WEB AULAS 03 E 04 ESTABILIDADES Estabilidade do Dirigente Sindical COMUNICAÇÃO AO EMPREGADOR: É requisito essencial, para adquirir a estabilidade, a comunicação ao empregador, do registro da candidatura ou da eleição e da posse. Art. 543, § 5º, da CLT: Para os fins deste artigo, a entidade sindical comunicará por escrito à empresa, dentro de 24 (vinte e quatro) horas, o dia e a hora do registro da candidatura do seu empregado e, em igual prazo, sua eleição e posse fornecendo, outrossim, a este, comprovante no mesmo sentido. Súmula nº 369 do TST: DIRIGENTE SINDICAL. ESTABILIDADE PROVISÓRIA. I - É assegurada a estabilidade provisória ao empregado dirigente sindical, ainda que a comunicação do registro da candidatura ou da eleição e da posse seja realizada fora do prazo previsto no art. 543, § 5º, da CLT, desde que a ciência ao empregador, por qualquer meio, ocorra na vigência do contrato de trabalho. (CORREIA, 2017, p. 779-799) Slide 102 WEB AULAS 03 E 04 ESTABILIDADES Estabilidade do Dirigente Sindical SINDICATO AINDA SEM REGISTRO: Seus diretores terão direitos à estabilidade, conforme Jurisprudência do TST. EXTINÇÃO DO ESTABELECIMENTO: Extingue automaticamente a estabilidade. Não há como perdurar o emprego por conta da estabilidade após a extinção do estabelecimento – NÃO HÁ DIREITO A INDENIZAÇÃO PELO PERÍODO RESTANTE. Súmula nº 369 do TST: DIRIGENTE SINDICAL. ESTABILIDADE PROVISÓRIA. IV - Havendo extinção da atividade empresarial no âmbito da base territorial do sindicato, não há razão para subsistir a estabilidade. TRANSFERÊNCIA: Impossibilidade de transferências unilaterais – Se acontecer por solicitação do empregado para base territorial diversa da do sindicato, implica em renuncia à estabilidade. (art. 543, §1º, CLT) (CORREIA, 2017, p. 779-799) Slide 103 WEB AULAS 03 E 04 ESTABILIDADES Estabilidade do Dirigente Sindical ESTABILIDADE NAS CONFEDERAÇÕES E FEDERAÇÕES: Gozam de estabilidade, segundo o TST, nos moldes dos dirigentes sindicais. ESTABILIDADE NAS CENTRAIS SINDICAIS: GODINHO: prevê que também gozam de estabilidade. Na lei, não prevê tal estabilidade. ESTABILIDADE DOS DELEGADOS SINDICAIS: Na lei, não prevê tal estabilidade. (CORREIA, 2017, p. 779-799) Slide 104 WEB AULAS 03 E 04 ESTABILIDADES Estabilidade do Dirigente Sindical NÚMERO DE MEMBROS COM ESTABILIDADE: Súmula nº 369 do TST: DIRIGENTE SINDICAL. ESTABILIDADE PROVISÓRIA. II - O art. 522 da CLT foi recepcionado pela Constituição Federal de 1988. Fica limitada, assim, a estabilidade a que alude o art. 543, § 3.º, da CLT a sete dirigentes sindicais e igual número de suplentes. Máximo de 7 titulares Máximo de 7 suplentes CONTRATO POR PRAZO DETERMINADO E AVISO PRÉVIO: Súmula nº 369 do TST: DIRIGENTE SINDICAL. ESTABILIDADE PROVISÓRIA. V - O registro da candidatura do empregado a cargo de dirigente sindical durante o período de aviso prévio, ainda que indenizado, não lhe assegura a estabilidade, visto que inaplicável a regra do § 3º do art. 543 da Consolidação das Leis do Trabalho. NÃO GERA ESTABILIDADE (CORREIA, 2017, p. 779-799) Slide 105 WEB AULAS 03 E 04 ESTABILIDADES Estabilidade do Dirigente Sindical CATEGORIA PROFISSIONAL DIFERENCIADA Súmula nº 369 do TST DIRIGENTE SINDICAL. ESTABILIDADE PROVISÓRIA (redação do item I alterada na sessão do Tribunal Pleno realizada em 14.09.2012) - Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012 III - O empregado de categoria diferenciada eleito dirigente sindical só goza de estabilidade se exercer na empresa atividade pertinente à categoria profissional do sindicato para o qual foi eleito dirigente. (CORREIA, 2017, p. 779-799) Slide 106 WEB AULAS 03 E 04 ESTABILIDADESEstabilidade do Dirigente Sindical JUSTA CAUSA DO DIRIGENTE SINDICAL Súmula nº 379 do TST: DIRIGENTE SINDICAL. DESPEDIDA. FALTA GRAVE. INQUÉRITO JUDICIAL. NECESSIDADE (conversão da Orientação Jurisprudencial nº 114 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005. O dirigente sindical somente poderá ser dispensado por falta grave mediante a apuração em inquérito judicial, inteligência dos arts. 494 e 543, §3º, da CLT. (ex- OJ nº 114 da SBDI-1 - inserida em 20.11.1997) (CORREIA, 2017, p. 779-799) Slide 107 WEB AULAS 03 E 04 ESTABILIDADES Estabilidade do Dirigente Sindical JUSTA CAUSA DO DIRIGENTE SINDICAL O dirigente sindical somente poderá ser dispensado por falta grave mediante a apuração em inquérito judicial (art. 853 da CLT). Prazo decadencial de 30 dias, a contar da suspensão do trabalhador. Se o inquérito for julgado improcedente, o empregado deverá ser reintegrado. Se houver incompatibilidade de retorno ao trabalho, em razão de animosidade entre as partes, é possível converter a reintegração em indenização, conforme prevê o art. 496 (e 497) da CLT. Nesse caso, o direito aos salários é assegurado até a data da primeira decisão que determinou a conversão em indenização. (CORREIA, 2017, p. 779-799) Slide 108 WEB AULAS 03 E 04 ESTABILIDADES Estabilidade do Dirigente Sindical SINDICATO DA CATEGORIA PROFISSIONAL “Se o legislador visou proteger apenas os empregados que poderiam ser ameaçados em virtude de representação dos poderes que possuíam, não estão aí incluídos os empregados, mesmo que eleitos, dirigentes de sindicatos representativos de categoria econômica, pois visam defender o interesse do empregador, sem contraposição ao dos empregados”. (VÓLIA BOMFIM, 2017, P. 1127) Slide 109 WEB AULAS 03 E 04 ESTABILIDADES Estabilidade da Empregada Gestante/Adotante Art. 10, ADCT: Até que seja promulgada a lei complementar a que se refere o art. 7º, I, da Constituição: II - fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa: b) da empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto. Art. 391-A, CLT: A confirmação do estado de gravidez advindo no curso do contrato de trabalho, ainda que durante o prazo do aviso prévio trabalhado ou indenizado, garante à empregada gestante a estabilidade provisória prevista na alínea b do inciso II do art. 10 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. “A confirmação a que se refere o texto constitucional é aquela íntima da empregada, feita por exames, atestados ou de forma empírica, isto é, pelo simples funcionamento do seu organismo”. (VÓLIA BOMFIM, 2017, P. 1127) Slide 110 WEB AULAS 03 E 04 ESTABILIDADES Estabilidade da Empregada Gestante/Adotante ESTABILIDADE DA MÃE ADOTANTE – Lei 13.509, de 22/11/2017 “Art. 391-A. ............................................................. Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se ao empregado adotante ao qual tenha sido concedida guarda provisória para fins de adoção.” (NR) “Art. 392-A. À empregada que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção de criança ou adolescente será concedida licença-maternidade nos termos do art. 392 desta Lei. .......................................................................” (NR) “Art. 396. Para amamentar seu filho, inclusive se advindo de adoção, até que este complete 6 (seis) meses de idade, a mulher terá direito, durante a jornada de trabalho, a 2 (dois) descansos especiais de meia hora cada um. ......................................................................” (NR) Slide 111 WEB AULAS 03 E 04 ESTABILIDADES Estabilidade da Empregada Gestante/Adotante Como forma de proteger o mercado de trabalho da mulher, bem como garantir uma gestação tranquila, a empregada gestante possui estabilidade provisória desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto. E agora, no caso da adotante, até 5 meses após a adoção. (CORREIA, 2017, p. 779-799) Slide 112 WEB AULAS 03 E 04 ESTABILIDADES Estabilidade da Empregada Gestante/Adotante A empregada doméstica também tem assegurado seu direito à estabilidade provisória. “A sua reintegração depende da concordância expressa do empregador, já que a casa é asilo inviolável (art. 5º XI, CRFB/88). Não autorizando, terá ela direito aos salários do período”. Art. 25, Parágrafo único, LC nº 150/2015: A confirmação do estado de gravidez durante o curso do contrato de trabalho, ainda que durante o prazo do aviso prévio trabalhado ou indenizado, garante à empregada gestante a estabilidade provisória prevista na alínea “b” do inciso II do art. 10 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. (VÓLIA BOMFIM, 2017, P. 1133 | CORREIA, 2017, p. 779-799) Slide 113 WEB AULAS 03 E 04 ESTABILIDADES Estabilidade da Empregada Gestante/Adotante O desconhecimento da gravidez, pelo empregador, não afasta o direito à estabilidade. Súmula nº 244 do TST: GESTANTE. ESTABILIDADE PROVISÓRIA (redação do item III alterada na sessão do Tribunal Pleno realizada em 14.09.2012) - Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012. I - O desconhecimento do estado gravídico pelo empregador não afasta o direito ao pagamento da indenização decorrente da estabilidade (art. 10, II, "b" do ADCT). (…) Assim sendo, essa garantia provisória de emprego da gestante independe da notificação ao empregador da gravidez. Aliás, mesmo que a própria empregada desconheça sua gravidez na data da dispensa sem justa causa, mas, após exames médicos, ficar devidamente comprovado seu estado gravídico, terá direito à reintegração. (CORREIA, 2017, p. 779-799) Slide 114 WEB AULAS 03 E 04 ESTABILIDADES Estabilidade da Empregada Gestante/Adotante A empregada somente perderá o direito à estabilidade se cometer falta grave, prevista no art. 482 da CLT. Cabe destacar que a gestante poderá pedir demissão a qualquer momento. Direito potestativo da empregada. Art. 500, CLT: O pedido de demissão do empregado estável só será válido quando feito com a assistência do respectivo Sindicato e, se não o houver, perante autoridade local competente do Ministério do Trabalho e Previdência Social ou da Justiça do Trabalho. (CORREIA, 2017, p. 779-799) Slide 115 WEB AULAS 03 E 04 ESTABILIDADES Estabilidade da Empregada Gestante/Adotante É vedado aos instrumentos coletivos (acordo e convenção) impor restrições ou condições ao direito à estabilidade da gestante. OJ nº 30 da SDC do TST: ESTABILIDADE DA GESTANTE. RENÚNCIA OU TRANSAÇÃO DE DIREITOS CONSTITUCIONAIS. IMPOSSIBILIDAD (republicada em decorrência de erro material) – DEJT divulgado em 19, 20 e 21.09.2011. Nos termos do art. 10, II, "b", do ADCT, a proteção à maternidade foi erigida à hierarquia constitucional, pois retirou do âmbito do direito potestativo do empregador a possibilidade de despedir arbitrariamente a empregada em estado gravídico. Portanto, a teor do artigo 9º da CLT, TORNA-SE NULA DE PLENO DIREITO A CLÁUSULA QUE ESTABELECE A POSSIBILIDADE DE RENÚNCIA OU TRANSAÇÃO, PELA GESTANTE, DAS GARANTIAS REFERENTES À MANUTENÇÃO DO EMPREGO E SALÁRIO. Histórico: Redação original. Inserida em 19.08.1998. (Grifo nosso). (CORREIA, 2017, p. 779-799) Slide 116 WEB AULAS 03 E 04 ESTABILIDADES Estabilidade da Empregada Gestante/Adotante Se a gravidez ocorrer durante o aviso prévio, inclusive indenizado, também gerará direito à estabilidade. Aliás, há expressa previsão na CLT: Art. 391-A, CLT: A confirmação do estado de gravidez advindo no curso do contrato de trabalho, AINDA QUE DURANTE O PRAZO DO AVISO PRÉVIO TRABALHADO OU INDENIZADO, garante à empregada gestante a estabilidade provisória prevista na alínea b do inciso II do art. 10 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. (Grifo nosso). (CORREIA, 2017, p. 779-799)Slide 117 WEB AULAS 03 E 04 ESTABILIDADES Estabilidade da Empregada Gestante/Adotante Aplica-se a estabilidade provisória da gestante nos casos de contrato por prazo determinado. Súmula nº 244 do TST: GESTANTE. ESTABILIDADE PROVISÓRIA (redação do item III alterada na sessão do Tribunal Pleno realizada em 14.09.2012) - Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012. (…) III - A empregada gestante tem direito à estabilidade provisória prevista no art. 10, inciso II, alínea “b”, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, mesmo na hipótese de admissão mediante contrato por tempo determinado. (Grifo nosso). (CORREIA, 2017, p. 779-799) Slide 118 WEB AULAS 03 E 04 ESTABILIDADES Estabilidade da Empregada Gestante/Adotante Se dispensada durante o período da gestação, a empregada poderá pleitear a reintegração ao trabalho, pois essa dispensa será nula. CONVERSÃO EM INDENIZAÇÃO SUBSTITUTIVA (aplicação analógica do art. 496 da CLT): Após o período da estabilidade, a empregada terá direito à indenização do período que ficou afastada, até o limite do quinto mês após o parto. (CORREIA, 2017, p. 779-799) Slide 119 WEB AULAS 03 E 04 ESTABILIDADES Estabilidade da Empregada Gestante/Adotante Se a empregada exige somente a reintegração e seu período de estabilidade já terminou, é permitido ao juiz converter, de ofício, a reintegração em indenização substitutiva. Súmula nº 396 do TST ESTABILIDADE PROVISÓRIA. PEDIDO DE REINTEGRAÇÃO. CONCESSÃO DO SALÁRIO RELATIVO AO PERÍODO DE ESTABILIDADE JÁ EXAURIDO. INEXISTÊNCIA DE JULGAMENTO "EXTRA PETITA" (conversão das Orientações Jurisprudenciais nºs 106 e 116 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 I - Exaurido o período de estabilidade, são devidos ao empregado apenas os salários do período compreendido entre a data da despedida e o final do período de estabilidade, não lhe sendo assegurada a reintegração no emprego. (ex-OJ nº 116 da SBDI-1 - inserida em 01.10.1997) II - Não há nulidade por julgamento “extra petita” da decisão que deferir salário quando o pedido for de reintegração, dados os termos do art. 496 da CLT. (ex-OJ nº 106 da SBDI-1 - inserida em 20.11.1997). (CORREIA, 2017, p. 779-799) Slide 120 WEB AULAS 03 E 04 ESTABILIDADES Estabilidade da Empregada Gestante/Adotante A Lei Complementar nº 146/2014 estendeu a estabilidade provisória da gestante (art. 10, II, alínea "b", ADCT) à pessoa que detiver a guarda do filho no caso de falecimento da genitora. LC nº 146/2014: O direito prescrito na alínea b do inciso II do art. 10 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, nos casos em que ocorrer o falecimento da genitora, será assegurado a quem detiver a guarda do seu filho. (CORREIA, 2017, p. 779-799) Slide 121 WEB AULAS 03 E 04 ESTABILIDADES Estabilidade da Empregada Gestante/Adotante INTERRUPÇÃO DA GRAVIDEZ OU MORTE DA MÃE Independente do nascimento com vida da criança ou da interrupção da gestação por aborto espontâneo, tem a trabalhadora estabilidade enquanto estiver grávida. Não há consenso sobre o tempo de gestação a partir do qual a perda do bebê é considerado aborto. Para a medicina, costuma-se falar em 12 semanas. Para alguns juristas, até o sétimo mês. Para o INSS (IN nº 971/09) fala-se em até a 23ª semana (a partir da 24ª já é concedido o salário-maternidade). (VÓLIA BOMFIM, 2017, P. 1133 | CORREIA, 2017, p. 779-799) Slide 122 WEB AULAS 03 E 04 ESTABILIDADES Estabilidade da Empregada Gestante/Adotante NASCIMENTO SEM VIDA OU MORTE PÓS-PARTO O fato gerador da estabilidade é o parto, conforme interpretação literal da norma, independentemente do nascimento com ou sem vida do bebê. A questão novamente é saber a partir de quando é considerado parto: 12ª semanas, sétimo mês ou a partir da 24ª semana. (VÓLIA BOMFIM, 2017, P. 1135) Slide 123 WEB AULAS 03 E 04 ESTABILIDADES Estabilidade do Representante da CIPA CIPA - Comissão Interna de Prevenção a Acidentes O objetivo dessa estabilidade provisória é permitir que o EMPREGADO desempenhe seu mandato de forma tranquila e sem perseguições e ingerências do empregador. Na constituição dessas comissões haverá representantes dos empregados (eleitos pelos demais trabalhadores da empresa) e dos empregadores (indicados). Os representantes dos empregadores não possuem estabilidade provisória, pois são indicados. (CORREIA, 2017, p. 779-799) Slide 124 WEB AULAS 03 E 04 ESTABILIDADES Estabilidade do Representante da CIPA “A maioria dos estabelecimentos com mais de 19 empregados está obrigada a constituir CIPA’s. (...) Outras, dependendo da atividade econômica, só estão obrigadas a constituir a CIPA quando tiverem, por estabelecimento, 29, 50, 100 etc., empregados”. Portaria 3.214/78 c/c Decreto 97.995/89 c/c art. 163, CLT c/c NR-5, MTE. (VÓLIA BOMFIM, 2017, P. 1137) Slide 125 WEB AULAS 03 E 04 ESTABILIDADES Estabilidade do Representante da CIPA Art. 10. Até que seja promulgada a lei complementar a que se refere o art. 7º, I, da Constituição: II - fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa: a) do empregado eleito para cargo de direção de comissões internas de prevenção de acidentes, desde o registro de sua candidatura até um ano após o final de seu mandato. ESTABILIDADE desde o registro da candidatura até um ano após o mandato. O mandato tem duração de 01 ano, sendo permitida uma reeleição. (CORREIA, 2017, p. 779-799) Slide 126 WEB AULAS 03 E 04 ESTABILIDADES Estabilidade do Representante da CIPA O art. 10, II, a, do ADCT não estende o direito à estabilidade ao suplente do eleito. Mas o TST e STF possuem entendimento no sentido de ampliação dessa garantia de emprego ao suplente do empregado eleito para representar a CIPA. Súmula nº 339 do TST CIPA. SUPLENTE. GARANTIA DE EMPREGO. CF/1988 (incorporadas as Orientações Jurisprudenciais nºs 25 e 329 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 I - O suplente da CIPA goza da garantia de emprego prevista no art. 10, II, "a", do ADCT a partir da promulgação da Constituição Federal de 1988. (ex-Súmula nº 339 - Res. 39/1994, DJ 22.12.1994 - e ex-OJ nº 25 da SBDI-1 - inserida em 29.03.1996) Súmula 676, STF: A garantia da estabilidade provisória prevista no art. 10, II, "a", do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, também se aplica ao suplente do cargo de direção de comissões internas de prevenção de acidentes (CIPA). (CORREIA, 2017, p. 779-799) Slide 127 WEB AULAS 03 E 04 ESTABILIDADES Estabilidade do Representante da CIPA EXTINÇÃO DO ESTABELECIMENTO: Extingue automaticamente a estabilidade. Não há como perdurar o emprego por conta da estabilidade após a extinção do estabelecimento – NÃO HÁ DIREITO A INDENIZAÇÃO PELO PERÍODO RESTANTE. Súmula nº 339 do TST CIPA. SUPLENTE. GARANTIA DE EMPREGO. CF/1988 (incorporadas as Orientações Jurisprudenciais nºs 25 e 329 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 II - A estabilidade provisória do cipeiro não constitui vantagem pessoal, mas garantia para as atividades dos membros da CIPA, que somente tem razão de ser quando em atividade a empresa. Extinto o estabelecimento, não se verifica a despedida arbitrária, sendo impossível a reintegração e indevida a indenização do período estabilitário. (ex- OJ nº 329 da SBDI-1 - DJ 09.12.2003) (CORREIA, 2017, p. 779-799) Slide 128 WEB AULAS 03 E 04 ESTABILIDADES Estabilidade do Empregado Acidentado Lei 8.213/91, Art. 118: O segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida, pelo prazo mínimo de doze meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na empresa, após a cessação do auxílio-doença acidentário, independentemente de percepção de auxílio-acidente. Súmula nº 378 do TST ESTABILIDADE PROVISÓRIA. ACIDENTE DO TRABALHO. ART.118 DA LEI Nº 8.213/1991. (inserido item III) - Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012 I - É constitucional o artigo 118 da Lei nº 8.213/1991 que assegura o direito à estabilidade provisória por período de 12 meses após a cessação do auxílio-doença ao empregado acidentado. (ex-OJ nº 105 da SBDI-1 - inserida em 01.10.1997) II - São pressupostos para a concessão da estabilidade o afastamento superior a 15 dias e a conseqüente percepção do auxílio-doença acidentário, salvo se constatada, após a despedida, doença profissional que guarde relação de causalidade com a execução do contrato de emprego. (primeira parte - ex-OJ nº 230 da SBDI-1 - inserida em 20.06.2001) III - O empregado submetido a contrato de trabalho por tempo determinado goza da garantia provisória de emprego decorrente de acidente de trabalho prevista no art. 118 da Lei nº 8.213/91. (CORREIA, 2017, p. 779-799)c Slide 129 WEB AULAS 03 E 04 ESTABILIDADES Estabilidade do Empregado Acidentado Como forma de incentivar o retorno ao trabalho e garantir prazo para readapção ao serviço, foi dado ao empregado acidentado o direito à estabilidade provisória de doze meses após a cessação do auxílio-doença. (CORREIA, 2017, p. 779-799)c Slide 130 WEB AULAS 03 E 04 ESTABILIDADES Estabilidade do Empregado Acidentado “O direito à estabilidade nasce com a alta, isto é, com a cessação do auxílio-doença. Portanto, não tem interesse processual o empregado imotivadamente demitido que postula a estabilidade quando ainda está recebendo benefício previdenciário”. (VÓLIA BOMFIM, 2017, P. 1145) Slide 131 WEB AULAS 03 E 04 ESTABILIDADES Estabilidade do Empregado Acidentado É vedado aos instrumentos coletivos (acordo e convenção) impor restrições ou condições ao direito à estabilidade do acidentado. OJ nº 31 da SDC do TST: ESTABILIDADE DO ACIDENTADO. ACORDO HOMOLOGADO. PREVALÊNCIA. IMPOSSIBILIDADE. VIOLAÇÃO DO ART. 118 DA LEI Nº 8.213/91. Inserida em 19.08.1998. Não é possível a prevalência de acordo sobre legislação vigente, quando ele é menos benéfico do que a própria lei, porquanto o caráter imperativo dessa última restringe o campo de atuação da vontade das partes. (CORREIA, 2017, p. 779-799)c Slide 132 WEB AULAS 03 E 04 ESTABILIDADES Estabilidade do Empregado Acidentado Para adquirir essa garantia provisória, há necessidade de preencher, cumulativamente, os seguintes requisitos: 1. Afastamento ser superior a quinze dias. Dessa forma, empregado acidentado que retornou ao trabalho em menos de quinze dias não é detentor dessa garantia provisória de emprego; 2. Percepção de auxílio-doença acidentário. Súmula nº 378 do TST: ESTABILIDADE PROVISÓRIA. ACIDENTE DO TRABALHO. ART. 118 DA LEI Nº 8.213/1991. II - SÃO PRESSUPOSTOS PARA A CONCESSÃO DA ESTABILIDADE O AFASTAMENTO SUPERIOR A 15 DIAS E A CONSEQÜENTE PERCEPÇÃO DO AUXÍLIO-DOENÇA ACIDENTÁRIO, salvo se constatada, após a despedida, doença profissional que guarde relação de causalidade com a execução do contrato de emprego. (Grifo nosso). (CORREIA, 2017, p. 779-799)c Slide 133 WEB AULAS 03 E 04 ESTABILIDADES Estabilidade do Empregado Acidentado Doenças do trabalho ou doenças profissionais são equiparadas ao acidente de trabalho para fins de estabilidade. A doença profissional não necessita ser atestada por médicos do INSS, como condição para a estabilidade do emprego. Esse posicionamento segue o novo entendimento estabelecido a partir da anulação da OJ nº 154, que determinava a obrigatoriedade de comprovar doença profissional por meio de atestado médico do INSS, quando tal exigência consta de acordo coletivo. Atualmente, é possível demonstrar a doença profissional por todos os meios de prova legais. Art. 20, Lei 8.213/91: Consideram-se acidente do trabalho, nos termos do artigo anterior, as seguintes entidades mórbidas: I - doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social; II - doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, constante da relação mencionada no inciso I. (CORREIA, 2017, p. 779-799)c Slide 134 WEB AULAS 03 E 04 ESTABILIDADES Estabilidade do Empregado Acidentado Algumas doenças ocupacionais não se manifestam de forma rápida, ou seja, ao longo dos anos vão se alojando no organismo. Exemplo: a LER em determinado empregado, que exerce a atividade de digitador na empresa, diagnosticada após a sua dispensa. (CORREIA, 2017, p. 779-799)c Slide 135 WEB AULAS 03 E 04 ESTABILIDADES Estabilidade do Empregado Acidentado Nesse caso, mesmo que o trabalhador não tenha recebido auxílio-doença, pois os afastamentos foram de poucos dias, terá direito à estabilidade. Isso porque a doença do trabalho ou profissional tem ligação com o trabalho desenvolvido na empresa. Súmula nº 378 do TST: ESTABILIDADE PROVISÓRIA. ACIDENTE DO TRABALHO. ART. 118 DA LEI Nº 8.213/1991. II - São pressupostos para a concessão da estabilidade o afastamento superior a 15 dias e a conseqüente percepção do auxílio-doença acidentário, SALVO SE CONSTATADA, APÓS A DESPEDIDA, DOENÇA PROFISSIONAL QUE GUARDE RELAÇÃO DE CAUSALIDADE COM A EXECUÇÃO DO CONTRATO DE EMPREGO. (Grifo nosso) (CORREIA, 2017, p. 779-799)c Slide 136 WEB AULAS 03 E 04 ESTABILIDADES Estabilidade do Empregado Acidentado Aplica-se a estabilidade provisória do acidentado nos casos de contrato por prazo determinado. Súmula nº 378 do TST: ESTABILIDADE PROVISÓRIA. ACIDENTE DO TRABALHO. ART. 118 DA LEI Nº 8.213/1991. III - O empregado submetido a contrato de trabalho por tempo determinado goza da garantia provisória de emprego decorrente de acidente de trabalho prevista no art. 118 da Lei nº 8.213/91. (CORREIA, 2017, p. 779-799)c Slide 137 WEB AULAS 03 E 04 ESTABILIDADES Estabilidade do Empregado Acidentado Aplica-se a estabilidade provisória do acidentado nos contratos dos empregados domésticos. Lei nº 8.213/1991, alterado pela Lei Complementar nº 150/2015: Art. 11: São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas físicas: II - como empregado doméstico: aquele que presta serviço de natureza contínua a pessoa ou família, no âmbito residencial desta, em atividades sem fins lucrativos. Art. 18. O Regime Geral de Previdência Social compreende as seguintes prestações, devidas inclusive em razão de eventos decorrentes de acidente do trabalho, expressas em benefícios e serviços: § 1o Somente poderão beneficiar-se do auxílio-acidente os segurados incluídos nos incisos I, II, VI e VII do art. 11 desta Lei. (CORREIA, 2017, p. 779-799)c Slide 138 WEB AULAS 03 E 04 ESTABILIDADES Estabilidade do Empregado Acidentado Acidente de trabalho in itinere: a jurisprudência majoritária do TST entende ser cabível a estabilidade provisória para o acidente de trajeto. Ainda que haja um pequeno desvio no curso do trajeto, como o necessário para fazer uma pequena compra numa padaria, não há descaracterização do acidente de trajeto. Somente com o afastamento relevante do percurso por maior período não será considerado como acidente de trajeto. (CORREIA, 2017, p. 779-799)c Slide 139 WEB AULAS 03 E 04 ESTABILIDADES Outras Estabilidades: Representantes dos empregados ALTERADO RADICALMENTE PELA REFORMA TRABALHISTA Regulamentação do Art. 11, CRFB: Nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegurada a eleição de um representante destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os empregadores. (HOMERO BATISTA, COMENTÁRIOS À REFORMA TTRABALHISTA, 2017, P. 112-127)Slide 140 WEB AULAS 03 E 04 ESTABILIDADES Outras Estabilidades: Representantes dos empregados Art. 510-A. Nas empresas com mais de duzentos empregados, é assegurada a eleição de uma comissão para representá-los, com a finalidade de promover-lhes o entendimento direto com os empregadores. § 1o A comissão será composta: I - nas empresas com mais de duzentos e até três mil empregados, por três membros; II - nas empresas com mais de três mil e até cinco mil empregados, por cinco membros; III - nas empresas com mais de cinco mil empregados, por sete membros. (...) (HOMERO BATISTA, COMENTÁRIOS À REFORMA TTRABALHISTA, 2017, P. 112-127) Slide 141 WEB AULAS 03 E 04 ESTABILIDADES Outras Estabilidades: Representantes dos empregados Art. 510-D. O mandato dos membros da comissão de representantes dos empregados será de um ano. § 3o Desde o registro da candidatura até um ano após o fim do mandato, o membro da comissão de representantes dos empregados não poderá sofrer despedida arbitrária, entendendo-se como tal a que não se fundar em motivo disciplinar, técnico, econômico ou financeiro. (HOMERO BATISTA, COMENTÁRIOS À REFORMA TTRABALHISTA, 2017, P. 112-127) Slide 142 WEB AULAS 03 E 04 ESTABILIDADES Outras Estabilidades: Representantes dos empregados A representação não pode ser tão valorizada a ponto de minar a autoridade do sindicato, ridicularizando-o, nem tão comprimida a ponto de não ter qualquer significado para os trabalhadores. Art. 510-E. A comissão de representantes dos empregados não substituirá a função do sindicato de defender os direitos e os interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas, hipótese em que será obrigatória a participação dos sindicatos em negociações coletivas de trabalho, nos termos do incisos III e VI do caput do art. 8º da Constituição. (Incluído pela Medida Provisória nº 808, de 2017) (HOMERO BATISTA, COMENTÁRIOS À REFORMA TTRABALHISTA, 2017, P. 112-127) Slide 143 WEB AULAS 03 E 04 ESTABILIDADES Outras Estabilidades: Representantes dos empregados OIT nº 135 Ratificada pelo DECRETO No 131, DE 22 DE MAIO DE 1991. Quando uma empresa contar ao mesmo tempo com representes sindicais e representantes eleitos, medidas adequadas deverão ser tomadas, cada vez que for necessário, para garantir que a presença de representantes eleitos não venha a ser utilizada para o enfraquecimento da situação dos sindicatos interessados ou de seus representantes e para incentivar a cooperação, relativa a todas as questões pertinentes, entre os representantes eleitos, por uma Parte, e os sindicatos interessados e seus representantes, por outra Parte. (HOMERO BATISTA, COMENTÁRIOS À REFORMA TTRABALHISTA, 2017, P. 112-127) Slide 144 WEB AULAS 03 E 04 ESTABILIDADES Outras Estabilidades: Estabilidade do Membro da CCP A Comissão de Conciliação Prévia tem por objetivo tentar a conciliação entre empregados e empregadores. Art. 625-A, CLT. As empresas e os sindicatos podem instituir Comissões de Conciliação Prévia, de composição paritária, com representante dos empregados e dos empregadores, com a atribuição de tentar conciliar os conflitos individuais do trabalho. § 1º É vedada a dispensa dos representantes dos empregados membros da Comissão de Conciliação Prévia, titulares e suplentes, até um ano após o final do mandato, salvo se cometerem falta grave, nos termos da lei. (CORREIA, 2017, p. 779-799) Slide 145 WEB AULAS 03 E 04 ESTABILIDADES Outras Estabilidades: Estabilidade do Membro da CCP Estabilidade dos membros (titulares e suplentes) que representam o empregado inicia com com a eleição e persiste até 01 ano após o final do mandato. Alguns autores defendem que a estabilidade inicia com o registro da candidatura. Número de membros: Mínimo 02 – Máximo 10 – Sempre de forma paritária (mesmo número para empregado e empregador) Mandato: 01 ano, podendo haver 01 recondução. (CORREIA, 2017, p. 779-799) Slide 146 WEB AULAS 03 E 04 ESTABILIDADES Outras Estabilidades: Empregado Público O art. 41 da CF/88 foi alterado para garantir a estabilidade apenas ao detentor de cargo público (servidores públicos estatutários). Dessa forma, a estabilidade não se estende aos detentores de emprego público, chamados de celetistas. De acordo com o texto da CF: São estáveis após 3 anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público. (CORREIA, 2017, p. 779-799) Slide 147 WEB AULAS 03 E 04 ESTABILIDADES Outras Estabilidades: Empregado Público Note-se que o posicionamento do TST é mais abrangente, estendendo a estabilidade aos celetistas que ingressam via concurso público na administração direta, autárquica (INSS, Agências reguladoras) ou fundacional (Funai, Funasa, IBGE, Funarte e Fundação Biblioteca Nacional). Para a dispensa desses empregados públicos é necessário prévio procedimento administrativo, como forma de apurar se realmente aconteceu a falta grave. Por outro lado, os empregados públicos de empresas públicas (lnfraero e Caixa Econômica Federal, por exemplo) ou sociedades de economia mista (Banco do Brasil e Petrobrás, por exemplo) não terão direito à estabilidade, mesmo que admitidos via concurso público. (CORREIA & MIESSA. SÚMULAS E OJ’S COMENTADAS E ORGANIZADAS POR ASSUNTO. 2016, p. 654-657) (CORREIA, 2017, p. 779-799) Slide 148 WEB AULAS 03 E 04 ESTABILIDADES Outras Estabilidades: Empregado Público OJ nº 247 do TST: SERVIDOR PÚBLICO. CELETISTA CONCURSADO. DESPEDIDA IMOTIVADA. EMPRESA PÚBLICA OU SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. POSSIBILIDADE (alterada – Res. nº 143/2007) - DJ 13.11.2007. I - A despedida de empregados de empresa pública e de sociedade de economia mista, mesmo admitidos por concurso público, INDEPENDE DE ATO MOTIVADO PARA SUA VALIDADE; (Grifo nosso) O fundamento utilizado é que essas entidades equiparam- se às empresas privadas (art. 1732, §1º, II, CRFB/88) (CORREIA & MIESSA. SÚMULAS E OJ’S COMENTADAS E ORGANIZADAS POR ASSUNTO. 2016, p. 654-657) (CORREIA, 2017, p. 779-799) Slide 149 WEB AULAS 03 E 04 ESTABILIDADES Outras Estabilidades: Empregado Público OJ nº 247 do TST: EXCEÇÃO: II - A validade do ato de despedida do empregado da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) está condicionada à motivação, por gozar a empresa do mesmo tratamento destinado à Fazenda Pública em relação à imunidade tributária e à execução por precatório, além das prerrogativas de foro, prazos e custas processuais. O fundamento utilizado é que essas entidades equiparam-se às empresas privadas (art. 1732, §1º, II, CRFB/88) argumento de que além de ser uma empresa pública que não explora atividade econômica também presta serviço público, sendo, por isso, atípica. Portanto, as despedidas por ela efetuadas devem ser motivadas. VÓLIA, 2017, P. 1158) Slide 150 WEB AULAS 03 E 04 ESTABILIDADES Outras Estabilidades: Empregado Público Súmula nº 390 do TST: ESTABILIDADE. ART. 41 DA CF/1988. CELETISTA. ADMINISTRAÇÃO DIRETA, AUTÁRQUICA OU FUNDACIONAL. APLICABILIDADE. EMPREGADO DE EMPRESA PÚBLICA E SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. INAPLICÁVEL (conversão das Orientações Jurisprudenciais nºs 229 e 265 da SBDI-1 e da Orientação Jurisprudencial nº 22 da SBDI-2) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 I - O servidor público celetista da administração direta, autárquica ou fundacional é beneficiário da estabilidade prevista no art. 41 da CF/1988. (ex-OJs nºs 265 da SBDI-1 - inserida em 27.09.2002 - e 22 da SBDI-2 - inserida em 20.09.2000) II - Ao empregado de empresa pública ou de sociedade de economia mista, ainda que admitido mediante aprovação em concurso público, não é garantida a estabilidade prevista no art. 41 da CF/1988. (ex-OJ nº 229da SBDI-1 - inserida em 20.06.2001) (CORREIA, 2017, p. 779-799) Slide 151 WEB AULAS 03 E 04 ESTABILIDADES Outras Estabilidades: Aprendiz O aprendiz só pode ser dispensado na ocorrência das hipóteses previstas no art. 433, incisos I, II ou III, da CLT. Isto quer dizer que, não ocorrendo tais fatos, não poderá o empregador dispensar o aprendiz antes do termo final do contrato a termo de aprendizagem. Art. 433. O contrato de aprendizagem extinguir-se-á no seu termo ou quando o aprendiz completar 24 (vinte e quatro) anos, ressalvada a hipótese prevista no § 5o do art. 428 desta Consolidação, ou ainda antecipadamente nas seguintes hipóteses: I – desempenho insuficiente ou inadaptação do aprendiz, salvo para o aprendiz com deficiência quando desprovido de recursos de acessibilidade, de tecnologias assistivas e de apoio necessário ao desempenho de suas atividades; II – falta disciplinar grave; III – ausência injustificada à escola que implique perda do ano letivo; ou IV – a pedido do aprendiz. (VÓLIA, 2017, p. 1158) Slide 152 WEB AULAS 03 E 04 ESTABILIDADES Outras Estabilidades: Membro do Conselho Nacional da Previdência Social A Lei nº 8.213/91, art. 3º, § 7º, garante aos representantes dos empregados (três) no CNPS, titulares e suplentes, a estabilidade desde a nomeação até um ano após o término do mandato. Sua dispensa só pode ocorrer por justa causa apurada por inquérito judicial. A indicação dos representantes dos trabalhadores e dos empregadores é feita pela central sindical ou pelas confederações nacionais, e o mandato é de dois anos, sendo permitida uma recondução (arts. 295 e 301 do Decreto nº 3.048/99 c/c art. 3º, § 7º, da Lei nº 8.213/91). (VÓLIA, 2017, p. 1158) Slide 153 WEB AULAS 03 E 04 ESTABILIDADES Outras Estabilidades: Membro do Conselho Curador do FGTS Os representantes dos empregados no CCFGTS têm estabilidade desde a nomeação até um ano após o término do mandato, inclusive os suplentes. A indicação dos representantes dos empregados e dos empregadores é feita pelas centrais sindicais ou confederações federais, para mandato de dois anos, sendo permitida uma recondução – Lei nº 8.036/90, art. 3º, § 9º – titulares e suplentes. A lei não exige inquérito judicial para a sua dispensa, mas não autoriza a dispensa por mero ato de vontade, refere-se a um inquérito sindical. (VÓLIA, 2017, p. 1158-159) Slide 154 WEB AULAS 03 E 04 ESTABILIDADES Outras Estabilidades: Representante dos Empregados nas Cooperativas Esta estabilidade está prevista no art. 55 da Lei nº 5.764/71, o qual estabelece que os empregados de empresas eleitos diretores de sociedades cooperativas pelos mesmos criadas gozarão das garantias asseguradas aos dirigentes sindicais pelo art. 543 da CLT. O mandato do diretor de cooperativa é definido no estatuto e não poderá ser superior a quatro anos (arts. 21, V, e 47 da Lei nº 5.764/71). Aplica-se ao dirigente de cooperativa as ponderações feitas a respeito da necessidade de comunicação do registro da candidatura e da eleição exigida para os dirigentes sindicais. O número de dirigentes também deve respeitar o limite contido no art. 522 da CLT, por semelhança de tratamento que lei empregou. A doutrina tem defendido a necessidade de inquérito judicial para apuração da justa causa do dirigente da cooperativa, por aplicação analógica do art. 543 da CLT e da Súmula nº 379 do TST. (VÓLIA, 2017, p. 1159-1160) Slide 155 WEB AULAS 03 E 04 ESTABILIDADES Outras Estabilidades: Representante da Comissão de Fiscalização das Gorjetas A Lei 13.419/17 acrescentou o §10 ao artigo 457 da CLT e criou a estabilidade do empregado eleito pela comissão de empregados, como previsto em norma coletiva, para acompanhamento e fiscalização da regularidade da cobrança e distribuição das gorjetas. Para as empresas com mais de 60 empregados, a comissão será constituída na forma da norma coletiva, em assembleia sindical convocada para esse fim. Para as demais empresas, isto é, as que possuírem menos de 60 empregados, será constituída comissão intersindical para tal fim. A estabilidade está vinculada ao exercício da função de acompanhamento e fiscalização da regularidade da cobrança e distribuição das gorjetas. Logo, se o empregado não realizar tais tarefas, não será portador da estabilidade. A lei não previu tempo de mandato nem o período de estabilidade. Portanto, estes detalhes ficarão a cargo da norma coletiva ou da assembleia intersindical. (VÓLIA, 2017, p. 1160) Slide 156 WEB AULAS 03 E 04 ESTABILIDADES Outras Estabilidades: Ato discriminatório De acordo com o art. 1º da Lei nº 9.029/95: Fica proibida a adoção de qualquer prática discriminatória e limitativa para efeito de acesso à relação de emprego, ou sua manutenção, por motivo de sexo, origem, raça, cor, estado civil, situação familiar ou idade, ressalvadas, neste caso, as hipóteses de proteção ao menor previstas no inciso XXXIII do art. 7º da Constituição Federal. A lei não foi taxativa quando estabeleceu os atos discriminatórios, mas meramente exemplificativa. Entendimento diverso conduziria à inconstitucionalidade da norma, pois estaria, a contrario sensu permitindo a discriminação em razão de religião, por exemplo, porque não mencionada na lei. Assim, todo e qualquer ato discriminatório ao empregado, praticado no ato da admissão, durante o contrato ou que implique sua despedida está inserido na hipótese legal, conforme moderna teoria da interpretação conforme. (VÓLIA, 2017, p. 1162-1163) Slide 157 WEB AULAS 03 E 04 ESTABILIDADES Outras Estabilidades: Ato discriminatório As práticas proibidas no art. 373-A da CLT, apesar de direcionados às mulheres, também devem ser estendidas aos homens, sob pena de estar eivada de grosseira inconstitucionalidade. A consequência da despedida comprovadamente discriminatória está prevista no art. 4º da Lei nº 9.029/95 que faculta ao empregado, além do direito à reparação pelo dano moral, optar entre: a) reintegração com ressarcimento integral de todo o período de afastamento ou; b) percepção em dobro da remuneração do período de afastamento. (VÓLIA, 2017, p. 1162-1163) Slide 158 WEB AULAS 03 E 04 ESTABILIDADES Outras Estabilidades: Leis Eleitorais Algumas leis eleitorais, de vigência temporária, têm concedido no período que antecede e sucede a eleição algumas garantias aos empregados públicos e servidores estatutários, dentre eles o de estabilidade no emprego. Isto se justifica para que o dirigente não utilize de ameaças para forçar o voto de seu subordinado, com fins políticos. Estas leis visam garantir a moralidade e impessoalidade na administração pública e atingem tanto os empregados da administração direta, autárquica e fundacional, como também os da sociedade de economia mista e empresa pública, pois também podem sofrer perseguições políticas em troca de votos, salvo quando a própria lei os excluir. (VÓLIA, 2017, p. 1163) Slide 159 WEB AULAS 03 E 04 ESTABILIDADES Outras Estabilidades: Deficientes Físicos ou Reabilitados Art. 93, Lei 8.213/91: A empresa com 100 (cem) ou mais empregados está obrigada a preencher de 2% (dois por cento) a 5% (cinco por cento) dos seus cargos com beneficiários reabilitados ou pessoas portadoras de deficiência, habilitadas, na seguinte proporção: I – até 200 empregados............................................2%; II – de 201 a 500.......................................................3%; III – de 501 a 1.000...................................................4%; IV – de 1.001 em diante...........................................5%. § 1º A dispensa de trabalhador reabilitado ou de deficiente habilitado ao final de contrato por prazo determinado de mais de 90 (noventa) dias, e a imotivada,no contrato por prazo indeterminado, só poderá ocorrer após a contratação de substituto de condição semelhante (grifos nossos). Portanto, são portadores de estabilidade os deficientes físicos ou trabalhador reabilitado até que outro seja contratado para sua vaga, respeitado o limite imposto pelo art. 36 do Decreto nº 3.298/99, salvo se em virtude da dispensa o empregador passou a ter menos de 100 empregados. (VÓLIA, 2017, p. 1163-1166) Slide 160 WEB AULAS 03 E 04 ESTABILIDADES Outras Estabilidades: Portador do vírus HIV Os portadores do vírus da AIDS não têm direito à estabilidade pelo simples fato de estarem acometidos por esta doença, apesar da relevante questão social da matéria. As estabilidades decorrem de lei e esta não tem amparo legal. Todavia, nada impede de a norma coletiva ou interna do empregador criar este direito aos empregados portadores de AIDS ou outras doenças. O que não se admite é a dispensa discriminatória. Esta sim pode ensejar a sua reintegração no emprego com base na Lei nº 9.029/95. Nesse sentido, o TST consagrou que a dispensa de trabalhador portador de doença grave que suscite estigma ou preconceito é discriminatória, como abaixo transcrito: Súmula nº 443: Dispensa discriminatória. Presunção. Empregado portador de doença grave. Estigma ou preconceito. Direito à reintegração. Presume-se discriminatória a despedida de empregado portador do vírus HIV ou de outra doença grave que suscite estigma ou preconceito. Inválido o ato, o empregado tem direito à reintegração no emprego. (VÓLIA, 2017, p. 1166-1167)
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