Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri – UFVJM Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde Curso de Nutrição Fatores Antinutricionais em Leguminosas Componentes: Mariana Tamires de Castro Ávila Disciplina: Técnica Dietética I Prof. Ana Catarina Turma N – 4º período Ilha 2 Diamantina – 2014 Fatores Antinutricionais das Leguminosas As leguminosas são grãos contidos em vagens ricas em tecido fibroso, cujos principais representantes são os feijões, que possuem grande variedade (preto, branco, manteiga, fradinho, etc.). Fazem parte também outras classes como: lentilhas, sojas, grão-de-bico, amendoin, ervilha e fava. São alimentos ricos em proteína, cerca de 23%, 50% de amido, e de 10 a 60% de carboidratos sendo fontes de energia. As leguminosas fazem parte da alimentação básica em nosso país, porém oferecendo proteínas que não asseguram o crescimento e desenvolvimento normal. Por isso a importância de associa-las a um cereal (ex clássico: feijão e arroz), para que um complete o teor de proteína do outro, fornecendo assim a quantidade diária necessária. Além disso nelas também os chamados Fatores Antinutricionais, que são compostos ou classes de compostos presentes em variedades de alimentos de origem vegetal, como feijões secos, ervilhas, cereais, folhas, etc., que diminuem o valor nutritivo do alimento. Taninos, fitatos, nitratos, nitritos e oxalatos são exemplos de alguns Fatores Antinutricionais que interferem na digestibilidade, absorção e utilização dos nutrientes do alimento em nosso organismo. Nas leguminosas os mais comumente achados são os inibidores de enzimas proteolíticas (tripsina, quimiotripsina) e aminolítica (α-amilase) essas produzidas pelo pâncreas. Podem ser divididos em Fatores Antinutricionais Proteicos ou Aproteicos. Fatores Antinutricionais Proteicos: Constituinte Ação Eliminação Inibidores de hidrolases (tripsina e α-amilase) ↓ digestibilidade de ptn e amido Tratamento térmico; Pode ocorrer atv residual após tratamento térmico Lectinas Hemólise e hemorragia Gastrointestinal Tratamento térmico; Calor seco é pouco efetivo Alergênicos Provocam reações alérgicas Tratamento térmico Lipoxigenases Destruição de vit A, odor de ranço Tratamento térmico Fatores Antinutricionais Aproteicos: Constituinte Ação Eliminação Ácido fítico, fitina e/ou fitatos Quela minerais Ca, Zn, Fe, Mn, Mg Hidrólise enzimática ou molho prolongado (16h) em T~50°C Alcaloides Sabor amargo e toxicidade Tratamento térmico e molho Taninos ↓ digestibilidade de proteína e amido; adstringência Descorticação das sementes e cozimento Saponinas Lise das células gastrointestinais, hemólise, ↓ absorção de nutrientes Tratamento térmico Agentes bocígenos Bloqueia a captação do iodo Tratamento térmico; Remoção da película (amendoim) Esses compostos quando ingeridos de forma desequilibrada, podem acarretar efeitos prejudiciais à saúde, diminuindo a disponibilidade biológica dos aminoácidos essenciais e minerais, causar irritações e lesões na mucosa gastrointestinal, interferindo na seletividade e eficiência dos processos biológicos. Apesar de o fitato ser considerado um fator antinutricional, estudos demonstram sua ação como antioxidante, reduzindo os radicais livres, prevenindo a calcificação da aorta, coração e sistema cardiovascular, bem como, proteção contra o câncer de cólon. E também previne a formação de cálculos renais, agindo como potente inibidor de oxalato de cálcio e cristais de cálcio, que as principais substâncias formadoras de cálculos renais. Devido aos efeitos benéficos dos fitatos, a recomendação é que deve se adequar para que este nutriente não seja restrito da alimentação e sim, para que haja um equilíbrio na sua ingestão. Desta forma, é essencial que a alimentação seja variada, tanto na qualidade quanto na forma de preparo, para que possamos obter maior aproveitamento das qualidades nutricionais dos alimentos. Referências LANSKY, V. Cereais e Leguminosas. Universidade Federal de Pernanbuco, 2013. (material utilizado durante a aula de Nutrição e Metabolismo.) PHILIPPI, S. T. Nutrição e Técnica Dietética. Barueri: Manole, 2003. ORNELLAS, L. H. Técnica dietética - seleção e preparo de alimentos. 7. ed. rev. ampl. São Paulo. Editora Atheneu. 2001. SILVA, M. R.; SILVA, M. A. A. P. Aspectos nutricionais de fitatos e taninos. Rev. Nutr., Campinas, v. 12, n. 1, p. 5-19, 1999.
Compartilhar