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AULA MÉTODOS DE ALFABETIZAÇÃO PROF. BIANCA ACAMPORA Reflexões A compreensão da leitura é um processo complexo em que o leitor lança mão de vários níveis de conhecimento linguísticos, extralinguísticos, textuais e outros. [...o leitor não entra no texto sozinho e desprevenido: traz consigo não apenas seus conhecimentos da língua mas também seus valores, visão de mundo e ideologia]. (KLEIMAN, 1989, apud CARVALHO, 2005) A História dos Métodos de Alfabetização Segundo Mortatti (2006), a história da alfabetização tem sua face mais visível na história dos métodos de alfabetização, que desde o final do séc. XIX busca uma explicação para o problema: a dificuldade de nossas crianças em aprender a ler e escrever, especialmente na rede pública. Com a proclamação da República no final do séc.XIX, a educação ganhou destaque como uma das utopias da modernidade. Saber ler e escrever se tornou instrumento privilegiado de aquisição de saber/esclarecimento e imperativo da modernização e desenvolvimento social. A leitura e a escrita - que até então eram práticas culturais cuja aprendizagem se encontrava restrita a poucos e ocorria por meio de transmissão assistemática de seus rudimentos no âmbito privado do lar, ou de maneira menos informal, mas ainda precária régias”) nas poucas “escolas” do Império – tornaram-se fundamentos da (“aulas escola obrigatória, leiga e gratuita e objeto de ensino e aprendizagem escolarizados, o ensino organizado, sistemático e intencional, demandando a preparação de profissionais especializados. As evidências que sustentam a associação entre escola e alfabetização vem sendo questionadas nas últimas décadas em decorrência das dificuldades na efetivação da ação da escola sobre o cidadão. Evidências explicadas como problemas decorrentes, ora do método de ensino, ora do aluno, ora do professor, ora do sistema escolar, ora das condições sociais, ora de políticas públicas. A partir das duas últimas décadas, a questão dos métodos passou a ser considerada tradicional, e os antigos e persistentes problemas da alfabetização vêm sendo pensados e praticados predominantemente , no âmbito das políticas públicas, a partir de outros pontos de vista, em especial a compreensão do processo de aprendizagem da criança, de acordo com a psicogênese da língua escrita. Para refletir... O que é tradicional? Quando e por quê se inicia um tipo de ensino de leitura e escrita que hoje chamamos de tradicional? Como podemos explicar sua insistente permanência na prática docente? Como dialogam entre si a tradição e os repetidos esforços de mudança em alfabetização? Qual seria o melhor método para alfabetizar? VIDA MARIA O que é método? Caminho para se chegar a um fim; Modo ordenado de fazer as coisas; Conjunto de procedimentos técnicos e científicos. MÉTODO DE ALFABETIZAÇÃO Um conjunto de saberes práticos ou de princípios organizadores do processo de alfabetização, (re)criados pelo professor em seu trabalho pedagógico. ALFABETIZAR Ensinar a ler e escrever. Tornar o indivíduo capaz de ler e escrever alfabet + izar Sufixo indica: Tornar, fazer com que. Alfa(primeira letra do alfabeto grego) + Beta(segunda letra do alfabeto grego). ALFABETIZAÇÃO Ação de alfabetizar, de tornar “alfabeto”. alfabet + iza + ção -ção: sufixo que forma substantivos indica: ação. Ex.: traição: ação de trair. TEORIA CONDUTISTA PERSPECTIVA CONSTRUTIVISTA PERSPECTIVA SÓCIO-INTERACIONISTA Teoria Condutista Segundo a Teoria Condutista a melhor idade para se começar a instrução da leitura e da escrita seria aos 6/7 anos. Seria necessáriopreparar a criança para a aprendizagem,exercitando-a em pré-requisitos – prontidão. A aprendizagem era vista como um sub-produto ou um resultado do método instrucional. Métodos de Alfabetização SINTÉTICOS Método Alfabético (Soletração) Método Fônico Método Silábico ANALÍTICOS Palavração Sentenciação Global de Contos/Textos MÉTODOS SINTÉTICOS Partem de elementos menores que a palavra. Insistem na correspondência entre o oral e o escrito. Entre o som e a grafia. Estabelecem correspondência a partir dos elementos mínimos, num processo que consiste ir das partes para o todo. A leitura é mecânica (decodificação do texto) Estratégia perceptiva utilizada: Audição Exemplos: Juntando as letras: Soletração – Carta do ABC Ba-be-bi-bo-bu: Silabação – Cartilha da Infância Métodos Fônicos: A Abelhinha; A Casinha Feliz Método Castilho - 1853 1876 1890 – 1ª ed.; Este exemplar é de 1924 1895 – 1ª ed. 1945- 48 ed. 1911- 1ª ed. 1938 – 49 ed. Você sabia??? Essa cartilha representa o método mais tradicional e antigo de alfabetização, conhecido como método sintético. Apresenta primeiro as letras do Alfabeto (maiúsculas e minúsculas ); (de imprensa e manuscritas). Depois apresenta segmentos de um, dois e três caracteres em ordem alfabética: a,e,i,o,u ba,be,bi,bo,bu, ai,ei oi,ui, - bai,bei,boi,bui. MÉTODO ALFABÉTICO (SINTÉTICO) 1º Passo: Memorização do nome das letras; 2º Passo: Representação gráfica; 3º Passo: Representação famílias silábicas (b+a=ba; b+e=be, b+i=bi) 4º Passo: Monossílabos, dissílabos, trissílabos e sílabas não canônicas. 5º Passo: Textos segmentados (a ca sa a ma re la na flo res ta) MÉTODO FÔNICO (SINTÉTICO) 1º passo: Vogais: nome e som das letras são iguais; 2º passo: palavras formadas apenas por vogais; 3º passo: apresentação os fonemas regulares (d, b, f, j,m,n...) de forma isolada e, processualmente, os irregulares; 4º passo: junção dos fonemas regulares e, processualmente os irregulares, com as vogais, formando sílabas; 5º passo: formação de palavras; 6º passo: formação de frases; 7º passo: formação de textos. VÍDEO COMO ESTRELAS NA TERRA OTIMIZADO MÉTODO SILÁBICO (SINTÉTICO) 1º passo: Apresenta-se as vogais, com ajuda de ilustrações e palavras como “o” de OVO; “e” de ELEFANTE; 2º passo: Apresentam-se as sílabas simples, utilizando palavras e ilustrações e destacando a sílaba na palavra: “ma” de macaco, “na” de navio, “pa” de panela; 3º passo: 4º passo: Famílias silábicas da sílaba em destaque na palavra; Formação de palavras; 5º passo: Formação de frases; 6º passo: Formação de pequenos textos. MÉTODOS SINTÉTICOS (alfabético, silábico, fônico) A PROPOSTA ENFOQUE VANTAGENS LIMITAÇÕES Progressãodeunidadesmenores (letra, fonema, sílaba)aunidades maiscomplexas(palavra, frase, texto). Processosdedecodificação, análisefonológica, relações entre fonemas (sons)egrafemas(letras). Possibilitaaanálise das relações entre fonemas (sonsouunidades sonoras)egrafemas (letrasou grupo deletras) Promoveodesenvolvimentodaconsciência fonológicae osprocessosdecodificaçãoedecodificação. Desconsidera osusos e funções sociais da escrita. Em algum momento,o aprendiz tem que se desvincular dafalapara codificar (escrever) e decodificar(ler)palavras, frases e textos, já queemalgunscasosa escrita não representa os sons dafala. Métodos Sintéticos Partem de elementos menores que a palavra. Insistem na correspondência entre o oral e o escrito. Entre o som e a grafia. Estabelecem correspondência a partir dos elementos mínimos, num processo que consiste ir das partes para o todo. 1º Passo: a leitura mecânica (decodificação do texto) Estratégia perceptiva utilizada: Audição MÉTODOS ANALÍTICOS Partem de unidades maiores (palavra) para unidades menores; A leitura é um ato global e ideovisual; Reconhecimento global das palavras e das frases; Estratégia perceptiva: visual. 1909 – 1 ed. 1955 – 63 ed. 1916 – 1ª ed. 1955 – 185 ed 1917 – 1ª ed. 1955 – 196 ed. 1996 – 2230 ed. 1908 – 1ª ed. 1919 - 9 ed. 1924 – 2ª ed. Primeira cartilha dirigida para adultos 1926 – 1ªed. 1928 – 1ª ed. 1939 – 116 ed. 1932 – 1ª ed. 1957 – 40 ed 1939 – 1ª ed. 1978 – 39 ed. 1940 – 1ª ed. 1989 – 273 ed. 1948 – 1ª ed. 1965 – 68 ed. 1980 foi modificada Fenômeno de vendas no Brasil – 40 milhões de exemplares PALAVRAÇÃO (ANALÍTICO) 1º passo: Apresentação de palavras ilustradas que fazem parte do universo infantil; 2º passo: Memorização (leitura e escrita da palavra); 3º passo: divisão silábica das palavras; 4º passo: formação de novas palavras com as sílabas estudadas; 5º passo: estudo e análise de grafemas/fonemas; 6º passo: formação de frases; 7º passo: formação de textos. SENTENCIAÇÃO (ANALÍTICO) 1º passo: Apresentação de frases que fazem parte do universo infantil; 2º passo: Memorização (leitura e escrita da frase); 3º passo: Observação de palavras semelhantes dentro da sentença; 4º passo: Formação de grupo de palavras; 5º passo: Isolamento de elementos conhecidos dentro da palavra (sílaba); 6º passo: Estudo e análise de grafemas/fonemas. GLOBAL /TEXTOS/CONTOS (ANALÍTICO) 1º passo: Apresentação de partes do texto com sentido completo, em cartazes; 2º passo: Memorização - leitura e escrita do texto; 3º passo: Decomposição do texto estudado em frases, (iniciando-se o estudo do 2º cartaz); 4º passo: Decomposição das frases em palavras; 5º passo: Decomposição das palavras em sílabas; 6º passo: Formação de novas palavras com as sílabas estudadas; 7º passo: Estudo e análise de grafemas/fonemas. MÉTODOS ANALÍTICOS (palavração, sentenciação, global contos/textos) PROPOSTA ENFOQUE VANTAGENS LIMITAÇÕES Progressão de unidades de sentido mais amplas(palavra, frase, texto) a unidades menores (sílabas). Compreensão de sentidos e aprendizagem ideovisual (reconhecimento global pela silhuetada palavra, frase ou texto). Reconhecimento global e mais rápido das palavras, possibilitando aleitura de unidades com sentidodesdeo início daescolarização. Se não houver umacorreta orientaçãodo professor: Pode dificultar a leitura com sentido quando otextoapre-sentarpalavrascompletamentenovas. Se não houver umaorientação corretapara adecodificação, corre-seo risco do aluno utilizar dorecursodamemorizaçãosemobservarqueas palavras sãocompostas de unidadesmenores. Equilibrio e Articulação princípios de decodificação e de organização do sistema alfabético-ortográfico da escrita; princípios de compreensão, reconhecimento global e construção de sentidos em contextos de usos sociais da escrita e da leitura; princípios pertinentes à progressão das capacidades das crianças, com ênfase em intervenções para avanços. Perspectiva Construtivista/Sócio Interacionista Apresenta uma nova visão da aprendizagem, entendendo-a como um processo contínuo de desenvolvimento. As aprendizagens dadas durante o período dos três aos seis anos fazem parte do processo de alfabetização. A escrita, a leitura e a linguagem oral não se desenvolvem separadamente, mas atuam de maneira interdependente. A alfabetização inicial não é um processo abstrato, mas ocorre em contextos culturais e sociais determinados. Dois tipos de conhecimento interativo fazem parte das primeiras experiências com a linguagem escrita por natureza: Os conhecimentos elaborados pela criança a partir da interação com os leitores e o material escrito. transmitidos pelos adultos e Os conhecimentos socialmente assimilados pela criança. Emília Ferreiro e Ana Teberosky “Mais do que pensar em métodos, é preciso compreender os processos de aprendizagem da criança ao tentar reconstruir a representação do sistema alfabético”.
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