Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Do Casamento HISTÓRICO Até a proclamação da República – 1889 – só havia casamen to religioso (católico). Em 1891, surgiu o casamento civil. No CC de1916, única maneira de constituir família: casamen to. Viés patriarcal. Influência religiosa persistiu, tanto que cas amento era indissolúvel. Havia apenas o desquite, que não dissolvia vínculo matrimonial e, portanto, impedia novo casa mento. Lei do Divórcio trouxe avanço mas continuou a e existir separação. Era exigido decurso de longo prazo ou a identificação de um(a) culpado(a), o qual não podia intentar ação para dar fim ao casamento. Perda do direito a alimentos e exclusão do sobrenome do marido – penalidades para mulher “culpada” ou a que simplesmente tomava iniciativa de separar-se. CF alargou o conceito de família para além do casamento. Assegurada especial proteção para famílias monoparentais, assim como união estável. Matrimônio deixa de ser o único marco a identificar a existência de uma família. CC de 2002 não adaptou a sua linguagem. Também limitou-se a incorporar a legislação que regulava as uniões estáveis e esqueceu as famílias monoparentais. Legislação conservadora que ainda se limita a regulamentar de forma minu ciosa APENAS o casamento, como se fosse o des tino de todos(as). Tamanha é a preocupação do CC com a família matrimonializada que o livro que trata do direito das famílias se inicia com o casamento. Nada menos do que 110 artigos! Não há definição no CC de família ou casamento. Estabelece requisitos para celebração, direitos e deveres dos cônjuges e disciplina diversos regimes de bens, assim como o seu fim e as questões patrimoniais decorrentes. Quem “melhor define a família é a LMP – relação íntima de afeto – art. 5º, III. Casamento gera ESTADO MATRIMONIAL – nubentes ingressam por vontade própria, por meio da chancela estatal Lei não define casamento mas CC aponta sua FINALIDADE no art. 1511 – comunhão plena de vida com igualdade de direitos e deveres. CF considera a FAMÍLIA a base da sociedade e não o CASAMENTO. Sociedade conjugal gera dois vínculos: a) Vínculo conjugal; b) Vínculo de parentesco por afinidade. Findo o casamento, o parentesco em linha reta – sogro, sogra, genro e nora – não se dissolve – impedimento para casamento – art. 1521, I. Pacto antenupcial – art. 1639 – noivos podem escolher o regime de bens durante o casamento e após a sua dissolução. Tal avença pode ser modificada na constância do casamento, por vontade das partes. CC admite que qualquer dos cônjuges adote o sobrenome do outro – possível troca de sobrenomes. Casamento gera EMANCIPAÇÃO de quem casa antes de atingir a maioridade. Admitido casamento a partir de 16 anos – idade núbil. Casamento – negócio jurídico de direito das famílias. NATUREZA JURÍDICA • Concepção Clássica (individualista ou contratualista) – considerava o casamento um contrato, cuja validade e eficácia decorreriam exclusivamente da vontade das partes. O distrato é o divórcio. Contrato especial de direito de família. Negócio jurídico bilateral baseado no princípio da autonomia da vontade. • Concepção Institucionalista – para essa corrente casamento é uma instituição social, nasce da vontade dos contraentes, mas recebe suas formas, normas e efeito da lei. Não há autonomia da vontade, pois os nubentes não podem regulamentar o conteúdo do matrimônio. Norma imperativas de ordem pública. – A única autonomia da vontade é a escolha do nubente, se não houver impedimento. NATUREZA JURÍDICA • Concepção de Natureza Eclética ou Mista – considera o casamento ato complexo, ao mesmo tempo contrato e instituição. Contrato na formação, instituição no conteúdo. Trata-se de um contrato especial, um contrato de direito de família (sui generis). CARACTERÍSTICAS • Ato solene (art 1525 e ss, CC) – inicia com o processo de habilitação e publicação dos editais, desenvolve-se na cerimônia em que é celebrado e prossegue no registro no livro próprio. • Normas de ordem pública – não podem ser derrogadas por convenções particulares. • Estabelece comunhão plena de vida – implica união exclusiva, uma vez que o primeiro dever imposto a ambos os cônjuges é o de fidelidade recíproca. CARACTERÍSTICAS • União permanente – Código Civil proclama que o divórcio é uma das causas que ensejam o término da sociedade conjugal. • Não exige diversidade de gênero entre nubentes – característica afastada pelo STF, admitindo casamento homoafetivo. • Liberdade de escolha do nubente – casamento sob coação é anulável – art. 1.550, III c/c 1.558 do CC. FINALIDADES DO CASAMENTO • O Casamento traz efeitos sociais, pessoais e patrimoniais. Esses efeitos são denominados pela doutrina como sociedade conjugal. • O casamento assim irá formar um vínculo jurídico, que não serão parentes um do outro, mas cônjuges ou consortes, com direitos e obrigações (1565). • Procriação e educação da prole • Mútua assistência • Art. 226, §7º, CF - Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável, o planejamento familiar é livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e científicos para o exercício desse direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas. FINALIDADES DO CASAMENTO • No entanto, a principal finalidade do casamento é estabelecer uma comunhão plena de vida, impulsionada pelo amor e afeição existente entre o casal e baseada na igualdade de direitos e deveres dos cônjuges e na mútua assistência. • Art. 1.566. São deveres de ambos os cônjuges: • I - fidelidade recíproca; • II - vida em comum, no domicílio conjugal; • III - mútua assistência; • IV - sustento, guarda e educação dos filhos; • V - respeito e consideração mútuos. • Art. 1.568. Os cônjuges são obrigados a concorrer, na proporção de seus bens e dos rendimentos do trabalho, para o sustento da família e a educação dos filhos, qualquer que seja o regime patrimonial. Código Civil • Art. 1.511. O casamento estabelece comunhão plena de vida, com base na igualdade de direitos e deveres dos cônjuges. • Art. 1.512. O casamento é civil e gratuita a sua celebração. • Parágrafo único. A habilitação para o casamento, o registro e a primeira certidão serão isentos de selos, emolumentos e custas, para as pessoas cuja pobreza for declarada, sob as penas da lei. • Art. 1.513. É defeso a qualquer pessoa, de direito público ou privado, interferir na comunhão de vida instituída pela família. • Art. 1.514. O casamento se realiza no momento em que o homem e a mulher manifestam, perante o juiz, a sua vontade de estabelecer vínculo conjugal, e o juiz os declara casados. PRINCÍPIOS DO DIREITO MATRIMONIAL • Livre união dos cônjuges: consentimento, vontade. Vedado termo e condições. • Monogamia: 1.521, VI, CC. Sanções: nulidade e pena ao violador. Bigamia é crime (art. 235, CP) • Comunhão indivisa: comunhão de vida – 1.511, CC INOVAÇÕES CÓDIGO CIVIL/02 • Redução da capacidade – 16 anos – art. 1517. • Gratuidade da celebração – art.1512. • Regulamentação e facilitação do registro civil do casamento religioso – art. 1516. • Nome – art. 1565, §1º. • Igualdade dos cônjuges – art. 1565 a 1567. CASAMENTO CIVIL • Estado admite duas formas de celebração do casamento: civil – art. 1512 - e religioso com efeitos civis – arts. 1515 e 1516, CC • Realizado perante o oficial do Cartório do Registro Civil. • Ato solene levado a efeito por um celebrante e na presença de testemunhas, nas dependências do cartório ou em outro local. Gratuidade da celebração do casamento civil é preceito constitucionale repetido no CC. Quando houver declaração de pobreza, a isenção do pagamento das custas se estende à habilitação, registro e primeira certidão.
Compartilhar