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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ CURSO DE PEDAGOGIA JOANA D’ARC DA SILVA PEREIRA RESSOCIALIZAÇÃO: COMO A EDUCAÇÃO FUNCIONA NO SISTEMA PRISIONAL OLINDA 2017 JOANA D’ARC DA SILVA PEREIRA RESSOCIALIZAÇÃO: COMO A EDUCAÇÃO FUNCIONA NO SISTEMA PRISIONAL Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado ao Curso de Pedagogia da Universidade Estácio de Sá, como requisito parcial para obtenção do curso de Licenciatura em Pedagogia. Orientador: LEILA MARIA FREIRA RIBEIRO. OLINDA 2017 AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus pela sua presença em cada momento percorrido para a conclusão deste trabalho, em cada etapa de desenvolvimento, pelos momentos em que pensei em desistir e Ele me sustentou. Agradeço ao Senhor pelas pessoas que usou para me ajudar, como a minha mãe, para poder continuar com o curso, e finalmente me tornar pedagoga. Pelas amigas que Deus pôs em minha vida, se tornaram verdadeiras irmãs, me auxiliando, orientando, me empurrando para o final; pelas suas orações e apoio de todos os tipos. Agradeço as pessoas da Secretaria de Ressocialização, que me atenderam de forma atenciosa, aos agentes, o grupo escolar que me recebeu e orientou em meu trabalho de pesquisa de campo nos presídios daqui de Pernambuco e do Espírito Santo. Aos professores do Curso de Pedagogia (EAD), que me orientaram e proporcionaram o conhecimento que hoje fará parte de minha vida. RESUMO O conteúdo deste trabalho vem priorizar a necessidade da educação, seja ela básica ou profissional, para pessoas que estão fora da sociedade, de forma a reabilitá-las para o regresso ao mundo exterior do presídio, as transformações que os estudos podem fazer na vida de um ser humano são avassaladores, em muitos casos um motivo para reconquistar o respeito (da família e/ou sociedade), autovalorização, recuperar o tempo perdido. Tudo por meio da escolarização, que por diversos casos ficou para trás, num tempo esquecido. Também vem tratar dos direitos que as pessoas têm de se alfabetizar independente da situação em que estejam, desenvolvido por trabalhos sociais, programas educacionais, projetos de recuperação. Que são promovidos por ONG’s, governo e com o envolvimento da família. Trabalho elaborado de forma qualitativa, com informações obtidas através de autores e peritos em educação de crianças jovens e adultos, conhecimentos de Paulo Freire, informações de trabalhos já realizados sobre o assunto em penitenciárias, leis específicas, obras de depoimentos e pesquisa de campo. Palavras-Chave: Educação. Penitenciárias. Regresso. Reabilitação. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO...........................................................................................................05 1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA....................................................................................05 1.2 QUESTÕES NORTEADORAS...................................................................................08 1.3 OBJETIVOS.................................................................................................................08 1.4 JUSTIFICATIVA..........................................................................................................09 1.5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS..................................................................10 2. A EDUCAÇÃO: UMA PONTE PARA SUPERAR A VIOLÊNCIA.....................12 2.1 AS CRIANÇAS E O DIREITO A PROTEÇÃO CONTRA O CRIME.......................13 2.2 ADOLESCENTES DIANTE DA SOCIEDADE.........................................................13 2.3 REABILITAÇÃO ATRAVÉS DA EDUCAÇÃO.......................................................14 2.4 NEM TODO CRIME É FALTA DE OPORTUNIDADE............................................15 3. A EDUCAÇÃO LIBERTA.........................................................................................17 3.1 A PRESENÇA DA FAMÍLIA......................................................................................17 3.2 LIBERDADE PELA LEITURA...................................................................................19 4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS..........................................20 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................... 25 6. REFERÊNCIAS......................................................................................................... 26 ANEXOS 5 1. INTRODUÇÃO O objetivo deste trabalho é mostrar a realidade de muitas pessoas que tem suas vidas afetadas pela falta de uma educação formal, e como um adulto pode mudar sua conduta através dos estudos. Quais as expectativas antes e depois de se chegar à sala de aula, as condições que são impostas para essas pessoas. Os trabalhos desenvolvidos, os profissionais que atendem essa categoria de alunos, a responsabilidade de participação do governo e do MEC, no desenvolvimento desse projeto. Quais são os programas de educação disponibilizados. Como as famílias se sentem quando um parente, que está detido, passa a estudar, a importância no apoio, dentro e fora da prisão, para continuar com a reabilitação e profissionalização. A grande importância do envolvimento da família na educação do sentenciado, para conduzir, ensinar, apoiar, fortalecimento moral, intelectual. Os repasses de verbas para educação básica e profissional a fim de capacitar o detento, para reintegração fora dos presidio, transformando uma realidade devastada, para uma realidade promissora. A ideia é chamar a atenção para um cuidado que se deve ter com a criança livre, inocente, sem culpa, preservando seu direito de liberdade ensinando-a com a educação escolar, e fraternal, a fim de não se torna um jovem ou adulto preso. No capítulo um temos uma breve apresentação do que esse trabalho representa, no capítulo dois vamos ver o que acontece com a criança, adolescente e adulto quando se envolve com a marginalidade, o que leva ao individuo a cometer um crime. No capítulo três tem o envolvimento da família e suas expectativas, o que a educação pode promover nas vidas, nas pessoas e no meio onde estão inseridas. No quarto capitulo estará descrito uma pequena entrevista, uma pesquisa de campo, a fim de mostrar qual o real conceito um profissional que trabalha com detentos e egressos têm, e uma breve reflexão sobre todo o trabalho. 6 1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA. De acordo com as leis, toda criança tem direito a uma educação básica a partir dos quatro anos de idade, ela começa no ensino da creche depois passar para educação escolar que vai desde o 1º ano até o ensino médio. Mas algo acontece na vida de um ser humano que o tira desse caminho. Quando isso acontece, a pessoa já estando em faze adulta ou adolescente tem a oportunidade de reaver seus estudos, através de programas educacionais como o EJA. Ele estuda as séries iniciais em um curto prazo de tempo; Pelo fato de muitos terem trabalhado durante o dia, cansados, enfadados da rotina, o ensino precisa ser diferenciado, com certo respeito, paciência e carinho por parte dos educadores. A Constituição Federal de 1988 diz, em seu Art.205, que “a educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade,visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. No sistema prisional não é diferente, os alunos que se encontram ali tem os mesmos direitos de quem está livre, contudo estão desestimulados, sem vontade de viver, sem esperança de um dia reingressar na sociedade de cabeça erguida. Por isso, o projeto de ensino nas penitenciarias funciona de forma diferente do sistema de fora. É dever do governo, garantir o direito dos internos à educação, concedendo-lhe diplomas, e assistência, materiais para o estudo. O que não acontece em todos os estados brasileiros, apenas alguns como o Espirito Santo atende esta lei. A Lei nº 7.210, 11 de julho de 1984, Capitulo II, seções I e V, garante: Art. 10. A assistência ao preso e ao internado é dever do Estado, objetivando prevenir o crime e orientar o retorno à convivência em sociedade. Art. 17. A assistência educacional compreenderá a instrução escolar e a formação profissional do preso e do internado. Art. 18. O ensino de primeiro grau será obrigatório, integrando-se no sistema escolar da unidade federativa. Art. 19. O ensino profissional será ministrado em nível de iniciação ou de aperfeiçoamento técnico. (LEP 1984, pag.21-23) A educação dentro dos presídios, não é nem deve ser oferecida como um objeto de escolha para os presos, precisa ser apresentada como oportunidade de mudança de conduta, de vida, aumentando as chances de um retorno ao convívio familiar sem medo, devolvendo ao sentenciado a humanidade. 7 O objetivo de se trabalhar e oferecer a educação dentro dos presídios é sanar ou diminuir a possibilidade de reincidência, porém sem recursos se torna difícil o sucesso. A falta de apoio da família, a falta de recursos do repasse do governo, até mesmo a falta de estimulo por parte do educador, causa grande sofrimento ao trabalho de educação. Para quem estar preso, uma palavra de apoio, um bom ouvido, se torna um caminho chave para a transformação, onde dentro da família não se teve, na escola não se encontrou, mas não é tudo, o educador dos presídios deve se apresentar como professor, psicólogo, amigo, dando respeito e tratando com dignidade sem olhar o grau da criminalidade, ou o tempo em que o detento está ali. Ainda é preciso muito investimento e pessoas dispostas a trabalhar em locais como um presidio ou em detenções, pelo medo de rebeliões, e até mesmo dos próprios alunos do lugar, em alguns casos as selas se tornam salas de aula por não haver espaço, e o fato que uma sela que seria pra comportar 50 pessoas, hoje comporta 500, o que dificulta ainda mais a elaboração do sistema educacional. Mas como a educação pode transformar a vida de um preso? Ou como pode ajudá-lo a se reinserir no mundo fora do presídio? 1.2 - QUESTÕES NORTEADORAS Para enfatizar essa pesquisa foram levantadas algumas questões: 1. É possível se reabilitar através da educação? 2. Quais os deveres da sociedade diante da violência que envolve menores infratores? 3. Todo crime e resultado da falta de oportunidade educacional? 4. O que pensa uma pessoa quando tem contato com os livros dentro da penitenciaria? 5. Qual a importância da família? 1.3 - OBJETIVOS Serão apresentadas as possibilidades de reingresso social, o caminho viável para se chegar ao sucesso de uma pessoa se reabilitar no convívio humano, profissional e educacional. 8 1.3.1 - Geral Analisar a relação da falta de estudo com o mundo do crime, o que no olhar dele (a) faltou quando criança, em casa, na escola, na sociedade onde nasceu e cresceu, para que colocasse sua vida em risco juntamente com sua família. 1.3.2 - Específicos Descrever as mudanças que a educação faz na vida de uma pessoa. Identificar as possibilidades que gera depois da reabilitação. Descrever os fatores que tiram a liberdade de um indivíduo. Identificar como o conhecimento pode ajudar a evoluir psicologicamente. Descrever as reações familiares, e como isso afeta direta ou indiretamente o preso. 1.4 - JUSTIFICATIVA Compreendemos que a educação é um direito garantido a todos nascidos vivos, pela constituição de 1988 no Art. 205, e que deve ser defendido e executado pelos órgãos competentes. Porém ao estudar o assunto é fácil perceber que existe uma lacuna entre a teoria e a ação, que se chama preconceito, isso por causa da apresentação da mídia sobre o sistema penitenciário ao mundo, a forma como a vida de um presidiário é vista pelas autoridades e pelo tratamento oferecido as famílias. Uma vez que o detento não é mais visto como ser humano passível de erros, graves ou leves, e sim como um criminoso irrecuperável, incorrigível, que não tem jeito. Não sendo privado apenas da liberdade física, mas também, da liberdade intelectual. Fechando as portas para uma possível confraternização do “ser” com o “humano”. Dentro de uma delegacia ou detenção, é feita uma divisão para quem tem estudo superior, ou diploma de doutor, são colocados em selas especiais, separando-os dos mais desfavorecidos, Assim nós vemos a relevância da educação até para decidir o tratamento que o detento receberá. Mas não estamos aqui para observar o status das selas ou condições. 9 Quando um preso consegue sua liberdade, seja ela condicional ou integra, passa por situações que não pensa enquanto estão dentro da sela, por exemplo, como as pessoas vão aceitar a sua presença na vizinhança, como será recebido pela família, como se sustentarão financeiramente, por conta da falta de preparo para sua saída, muitos desejam o retorno, para o presídio de onde saíram, ou acabam cometendo outros delitos. Para amenizar essa realidade, que não é nada fácil para um egresso, existem projetos de ressocialização dentro das penitenciarias, que visam colocar de volta o preso, no seio social. Trabalhando tanto a ignorância quanto o ser. Esse projeto trás profissionais capacitados para fazer com que a educação aconteça. Dentre esse profissionais estão professores, psicólogos, assistentes, com o apoio do governo federal, MEC, e da União. Esse trabalho promove a educação básica e profissional, tralhando o intelectual, contemplando a restruturação da moral, da capacidade, e diminuindo a possibilidade de reincidência, dando a chance ao individuo de tornar-se uma nova pessoa, proporcionando ao sentenciado a oportunidade de repensar suas atitudes. Assim como afirma Wesley C.G. Soares: São pessoas que apesar de não possuírem muitas alegrias e expectativas, não desistem, buscam incansavelmente a liberdade e a dignidade como cidadãos. Enfim, são seres humanos comuns que almejam uma vida melhor, de recomeço, tropeços, e quem sabe erros, mas, sobretudo, uma vida intensa, verdadeira e digna, para então poderem ser verdadeiramente denominados cidadãos. (SOARES. 2013. p. 5). Assim, vemos como a falta de estudo pode levar uma pessoa por caminhos que muitas vezes não tem volta, pois ao cair no crime alguns morrem, outros são detidos. Porém os que são presos tem a chance de retornar à sociedade de forma digna, através do trabalho de educação feito dentro dos presídios. Na realidade o ideal seria um investimento melhor e maior na educação infantil, a fim de evitar possíveis perdas ainda na infância, pois grande parte das pessoas que caem no mundo do crime sofreu algum tipo de violência ainda criança, seja: fome, maus-tratos familiar, abandono. E encontrou na rua ou fora de casa sua sobrevivência. Quando existe dedicação na educação infantil é possível formar cidadãos de bem com bons valores, porém quando isso não é possível na infância, existea chance de ser alcançada depois, a partir do momento em que o jovem ou adulto entra em contato com profissionais que possam lhe direcionar por meios adequados. 10 1.5 – PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS O método de estudo tem fundamento teórico/empírico, o projeto é exploratório, qualitativo, sua base é em livros e arquivos e pesquisa de campo, visa tratar a importância e gravidade da educação, esse tema foi escolhido pelo fato de representar a real condição do ensino, e a diferença que faz na vida de uma pessoa, principalmente das mais carentes. As contribuições para a sociedade, quando existe um ensino de qualidade são significativas, dando margem para talentos que por devaneios da vida se desviem do seu rumo. Um dos autores escolhido para esse trabalho foi Paulo Freire, que é um dos maiores mestres da educação de jovens e adultos, sem falar da educação infantil, outros autores que tiveram experiência vivida, por esse motivo podem falar de forma clara a triste realidade do descaso com o ser humano. A falta de cuidados básicos e necessários para se compor à dignidade humana. O interesse é diminuir, se não acabar, com a discriminação, com pessoas que tiveram a segunda oportunidade de conviver socialmente, tornando-se um profissional livre, capaz de mudar e rever suas atitudes, começando uma novidade de vida. 11 2. A EDUCAÇÃO: UMA PONTE PARA SUPERAR A VIOLÊNCIA 2.1- AS CRIANÇAS E O DIREITO A PROTEÇÃO CONTRA O CRIME Quando uma criança sofre algum tipo de violência seja física ou psicológica, dispõe a levar para vida toda, e o mais provável que aconteça é que ela reproduza ou se transforme em um possível agressor quando chegar à adolescência e permaneça com este comportamento quando adulto. Agressões como bullying, estupro, principalmente se cometido por alguém de sua própria família, agressão física deixando seu corpo marcado e sua alma ferida, agressão verbal, palavras de baixo calão, menosprezando ou desmoralizando, fazendo com que a própria criança internalize a inferioridade como a psicóloga e psicodramatista Maria Amélia em uma entrevista ao artigo saúde declara: Essa criança vai repetir este padrão com os irmãos menores, com os colegas da escola, mostrando-se muitas vezes inapta ao convívio social, ou simplesmente reproduzindo este padrão em seus próximos relacionamentos afetivos, com sua mulher ou marido, com seus filhos. Uma pessoa agredida na infância, via de regra, se torna um adulto agressor. (SILVA, 2016). É direito da criança ser protegida e defendida de tudo isso, e dever da sociedade preservá-la desses assédios, assim como obrigação do Estado garantir que esses direitos sejam postos em prática como previsto na Lei do Estatuo da Criança e do Adolescente em seu Art. 18, informando: “É dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor” (ECA 1990, p.12). Quando há conhecimento ou apenas uma suspeita de violência infantil se faz necessária a comunicação imediata ao conselho tutelar, como a outros órgãos competentes para que tomem medidas cabíveis, assim como afirma Marilena Chaui (2012 in Kant): (...) O dever é uma forma que deve valer para toda e qualquer ação moral. Essa forma não é indicativa, mas imperativa. Um imperativo é o que não admite hipótese (“se... então”) nem condições que o fariam valer em certas situações e não em outras, mas vale incondicionalmente e sem exceções em todas as circunstâncias de todas as ações morais. Por isso, o dever é um imperativo categórico. Ordena incondicionalmente. Não é uma motivação psicológica, mas uma lei moral interior. (CHAUI, 2012, p. 394). Mas se uma criança é pega roubando, vendendo ou usando drogas, é possível mudar a perspectiva de vida, existem programas sociais que visam uma repaginação de conduta para crianças envolvidas nessas situações. Esses programas contam com psicólogos, terapeutas, 12 órgão de proteção, e escolas especiais, pois é preciso um olhar especial para que esses menores sejam conduzidos de forma a não ser descriminalizados e/ou marginalizados. A educação escolar e social é feita de forma cautelosa, envolvendo meninos e meninas nessas circunstâncias em projetos de comunidade como prática de esporte, danças, oficinas de teatro, onde toda uma comunidade possa participar, requerendo cuidados e muita atenção. Ações como estas exigem boa vontade, carinho e respeito à cima de tudo. 2.2 – ADOLESCENTES DIANTE DA SOCIEDADE Assim como as crianças, os adolescentes têm direitos e devem ser respeitados, porém sofrem, muitas vezes, os mesmos maus-tratos que as crianças ou ainda pior, sofrendo desde pequenos esses abusos. O diferencial é que a juventude já tem um conceito formado ou um complexo já predefinido, porém isso precisa ser modificado. Por serem mais velhos, os adolescentes, se põem mais resistentes às mudanças, entrando nos fatores patogênicos, conceituais e sociais, juntamente com os abusos que na maioria são calados, que os fazem sofrer em silêncio até que chegam ao ponto da explosão. Em alguns casos utilizam a expressão: “eu não aguento mais”. Que vem de formas incoerentes, posicionando-os como destruidores e autodestrutivos. Os adolescentes devem ser envolvidos em trabalhos comunitários assistidos por órgãos competentes ou ONG’s, onde poderão participar, desenvolver e até gerar renda, de forma profissionalizante, aproveitando e aprimorando conhecimentos que esses jovens trazem na bagagem. É uma forma de mostrar para o mesmo e para a sociedade a sua capacidade, e que poderá seguir um caminho que lhe trará paz, respeito, autovalorização. Os programas educacionais de reabilitação trás oportunidade para esses jovens reencontrarem, com um olhar diferente sobre eles mesmos, a escolarização. Não somente tirar os jovens de uma vida precária como também profissionalizá-los, a fim de ingressá-los ao mercado de trabalho. De acordo com Gastaldi (2006, p. 123) o “valor é a força capaz de tirar o homem da sua indiferença e provocar nele uma atitude de avaliação porque contribui de alguma forma para sua realização pessoal”. 13 A sociedade atribui qualidades e valores para cada indivíduo, assim definem quem pode ou não pode fazer parte do meio social, ou quem deve e o que deve fazer, sem se preocupar que existe uma história por trás de cada atitude do ser humano. Crianças, adolescentes e adultos estão sendo incluídos em projetos, sem uma organização de ideais e bons conceitos, essa futura geração se aliena, fazendo com que o grupo ou a comunidade perca em crescimento, fazendo com que a sociedade se decline. 2.3 – REABILITAÇÃO ATRAVÉS DA EDUCAÇÃO Quando existe a ocorrência de infração da lei por um adulto, seja em qualquer sexo ou gênero, o código penal entra em ação, nele é visto se a pessoa tem escolaridade ou não e o grau, porém esse critério só é considerado enquanto se está na delegacia ou detenção, no momento em que descem para o presídio esse direito é vetado. Assim como as crianças e os adolescentes, os adultos também têm seus direitos garantidos por lei, não são obrigados a aderirem, mas os que escolhem por esses direitos acabam tendo “recompensas”. É direito de todo recluso ter sua escolarização continuada (caso não tenha terminado), ter sua formação técnica ou superior garantida, sem que sofram preconceitos ou prejuízo moral pela sua condição de presidiário. Assim podendo gerar oportunidade de trabalho dentro e fora da prisão. A Lei de número 7.210 de 11 de julho de 1984 determina em seu Art. 41: Art. 41. Constituemdireitos do preso: VI – exercício das atividades profissionais, intelectuais, artísticas e desportivas anteriores, desde que compatíveis com a execução da pena; VII – assistência material, à saúde, jurídica, educacional, social e religiosa (LEP, 1984, p. 30-31). A continuação ou início da educação para muitos se torna uma ocupação cognitiva, afastando do pensamento o ato infracional, ou no caso se houver, afasta o desejo de vingança. Isso não se atribui a todos, teoricamente, de cem por cento dos casos apenas vinte por cento aceitam a ressocialização através da educação e/ou do trabalho. Assim como está descrito no portal do Brasil (2015): A vida de um senhor chamado Eduardo de 34 anos, que pegou 44 anos de prisão, pode ser mudada através da educação no presídio, ele encontrou nos livros um motivo para deixar de infligir às leis, tendo apenas o quinto ano do fundamental I, pôde planeja a faculdade, e ao termino dos estudos fez e passou em dois ENENS, podendo cursar sua profissão desejada que é serviço social. 14 2.4 – NEM TODO CRIME É FALTA DE OPORTUNIDADE Para uma ressocialização ser possível é preciso que haja um interesse mutuo entre governo, empresas, ONG, família e sociedade, para que sejam elaborados projetos onde o egresso seja realizado de acordo com a faixa etária, delito, capacidade cognitiva, conhecimento pré-estabelecido, onde os reclusos poderão executar atividades, contribuindo para melhoria da comunidade. Envolver uma pessoa em trabalhos internos ou externos contribui para a reinserção no meio social, a pessoa se profissionaliza, ganha confiança, e ao terminar sua pena terá oportunidade de conseguir trabalho, afastando-o da possibilidade de reincidência, transformando o olhar dele por si próprio e das pessoas em volta, tornando-o capaz de auxiliar outros. Existem diversos motivos que levam uma pessoa a cometer um crime: ciúme, psicopatia, intolerância, fome, violência que gera outra violência, como o estupro, provocações à raça, cor, etnia, dentre outros. São inúmeras as causas que geram conflitos no interior do ser humano, fazendo até esquecer que o outro também tem vida, que há outras formas de aliviar as tensões. Assim como na lei da física, toda ação gera uma reação, porém há casos de violência que são causadas por falta de empatia, ou por um transtorno psicopático. A psicopatia pode atingir crianças, adolescentes ou adultos, se tratando de pessoas que não sentem remorso pelo ato cometido e até previamente planejado, ficando fácil a prática do crime. A psicanalista Elizandra Souza explica em seu blog: Comumente se relaciona a psicopatia aos comportamentos violentos com o único objetivo, que é a maldade. São chamados psicopatas aqueles que não se relacionam com empatia na sociedade, que não são afetuosos ou não possuem sentimento de culpa. A associação entre psicopatia e violência é muito frequente, o que faz com que se acredite que o psicopata se comporte como um louco assassino. (...) Assim, não podemos igualar a psicopatia a uma patologia mental. O psicopata não é doente, nem louco. Talvez o que diferencie o psicopata de qualquer outro perverso seja a maldade ou a malignidade de seus atos. O perverso não psicopata segue, pelas vias da própria perversão, certos caminhos para sua satisfação, que vão de encontro com os objetos (materiais ou comportamentais) colocados no lugar da falta (para não reconhecer e não se submeter à castração) (SOUZA, 2016). Não existe idade para o crime, mas na maioria dos casos é possível evitar, trabalhando a infância, tratando a criança com sua devida importância, a fim de gerar um cidadão de bem, com pensamentos socialmente devidos, que contribua para o crescimento positivo da população e andamento da humanidade. 15 Um ser humano é passível de erros, capaz de controlar seus impulsos, mão amiga, respeitável. Se a educação adequada chegar à infância, dificilmente a criança se tornará um recluso, se tornando conhecedor dos seus deveres tendo a ciência que onde termina os seus direitos é o mesmo ponto onde começa o do outro. A educação escolar e moral muda à personalidade das pessoas, impedindo acesso ao caminho errado, podendo evitar entrada ao crime, guia para um futuro promissor, apresenta um profissional ao mercado de trabalho, aumenta a economia, dá crescimento a população, promove direito à escolha, dá voz ao povo, engrandece o país e dá ordem ao progresso. “A educação é o grande motor do desenvolvimento pessoal. É através dela que a filha de um camponês se torna médica, que o filho de um mineiro pode chegar a chefe de mina, que um filho de trabalhadores rurais pode chegar a presidente de uma grande nação” (MANDELA, 2013). A Educação de modo geral forma uma película capaz de promover avanços para todo o país, assim como as doenças devem ser evitadas para que não haja epidemias, do mesmo modo é preciso evitar o analfabetismo, para que não ocorra o declínio do desenvolvimento. 16 3. A EDUCAÇÃO LIBERTA Os seres humanos são animais racionais, mas, que muitas vezes não pensam antes de agir, tornando-se reféns de suas atitudes e decisões, se prendendo a uma vida de arrependimentos. Isso ocorre com os detidos atrás de uma cela, que sonham, desejam, arquitetam um dia de sua liberdade. A gente parte do princípio de que a pessoa está ali por alguma razão, é acusada de um crime, mas é muito maior do que esse crime. A partir do momento em que você abaixa a guarda e conversa com essas pessoas, isso fica muito óbvio. São pessoas totalmente iguais a nós, com sonhos, com medos, que passaram por situações difíceis e boas, que têm planos para o futuro, têm mães, pais, irmãos, namorados, gostam de música, têm o livro preferido, são pessoas absolutamente iguais a nós e que em algum momento cometeram um erro. Não é meu papel como jornalista impor uma nova pena ou desejar uma pena maior do que aquela prevista no código penal. Se ela cometeu o crime, já está pagando e um dia vai sair de lá. Tem é de haver ferramentas para ela não voltar para o crime que cometeu antes. (MARTINO 2016). 3.1 – A PRESENÇA DA FAMÍLIA Para muitas famílias é um desconforto muito grande ter que ir visitar o preso ou egresso dentro dos lugares de retenção, passar pela “humilhação” como é conhecida à revista, ou “revista vexatória”, principalmente no que se trata de mulheres, sejam elas mães, esposas, filhas, irmãs ou outro familiar. O Estado tem o dever de preservar a família ou qualquer membro dela, de quaisquer tipos de constrangimento, principalmente para os menores, pois são os que passam por essas vistorias todos os dias. A Constituição Federal decreta em seus artigos 226 e 227: Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado. (EC no 66/2010). § 8o O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos que a integram, criando mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas relações. Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão (BRASIL, 1988, p. 127-128). A presença da família contribui para uma reinserção promissora, quando existe esse contato. O apoio familiar é de suma importância para alguém que perdeu a liberdade, pois o abandono faz com que o indivíduo não queria mudar seu rumo, pois passa a acreditar que sua vida não tem conserto. Seja com criança, jovem ou adulto,o contato com um parente o mantem vivo, e com esperança da quando sair ter para quem voltar, e para onde. Porém, em muitos casos as famílias acabam passando por privações, visto que aquele preso era o único provedor do lar. 17 Causa desestruturação do lar, os filhos, a mulher passa a ter que trabalhar, pois nem todos têm direito ao auxílio de reclusão, direito dado aos presos que se encontravam em atuação de trabalho, que não estavam em nenhum benefício do INSS, ou que morava em zona rural. Uma das formas de proporcionar um retorno saudável do reeducando a esse convívio com a sociedade é por meio do trabalho, aproveitando-se do período de cumprimento de pena para proporcionar a qualificação profissional do preso, para que, ao se tornar um egresso do sistema prisional, este possa encontrar facilmente um meio de prover seu sustento e o de sua família por meio do trabalho lícito. (ALMEIDA, 2014). Para muitas famílias, a educação escolar e profissional é importante e mantem o recluso diante de um rumo certo, porém não significa que ao sair em liberdade o detento irá conseguir um emprego, por esse motivo o código penal afirma que tanto o preso quanto o egresso tem direito a assistência social. Essa assistência terá que auxiliar o preso ou egresso, para sua saída, preparando-o para a liberdade, cabe à assistência contribuir para que o egresso consiga trabalho fora das dependências, concedendo-lhe, sob o fato do empenho do sujeito em procurar trabalho, prorrogando o prazo. Na secção VI, da assistência social e na secção VIII da assistência ao egresso, compõem: Art. 22. A assistência social tem por finalidade amparar o preso e o internado e prepará-los para o retorno à liberdade. Art. 23. Incumbe ao serviço de assistência social: (...) III – acompanhar o resultado das permissões de saídas e das saídas temporárias; (...) V – promover a orientação do assistido, na fase final do cumprimento da pena, e do liberando, de modo a facilitar o seu retorno à liberdade; VI – providenciar a obtenção de documentos, dos benefícios da previdência social e do seguro por acidente no trabalho; (...) Art. 25. A assistência ao egresso consiste; I – na orientação e apoio para reintegrá-lo à vida em liberdade; II – na concessão, se necessário, de alojamento e alimentação, em estabelecimento adequado, pelo prazo de dois meses. Parágrafo único. O prazo estabelecido no inciso II poderá ser prorrogado uma única vez, comprovado, por declaração do assistente social, o empenho na obtenção de emprego. Art. 27. O serviço de assistência social colaborará com o egresso para a obtenção de trabalho (LEP, 1984, p. 24-25). O apoio não deve ser apenas do Estado, mas também das colaborações empresariais, escolas e organizações, sem falar da própria sociedade. Esse apoio ao presidiário deve existir para que ele possa se firmar no convívio social, dando-lhe o direito de escolha, voltar ou não a marginalidade. Do mesmo modo com os adolescentes que desejam terminar seus estudo dentro dos presídios, e ingressarem no ensino técnico ou superior, e logo no mercado de trabalho formal. É importante considerar que a maioria dos presos hoje são reflexos de uma má educação social, isto é não tiveram oportunidade de frequentar escolas sejam públicas ou até mesmo privadas, e, diante desta realidade, acaba sendo através da 18 delinquência que se constrói suas personalidades, e assim passam a cometer crimes, já que desconhecem o que é moral ou imoral, pois a orientação destes princípios é fundada na educação. É importante salientar que a profissionalização de detentos facilita a reintegração ao mercado de trabalho, pois assim eles aprendem um ofício que poderá ter continuidade quando for egresso do sistema penitenciário. (LIMA, 2010) 3.2- LIBERDADE PELA LEITURA Diante de muitos casos de envolvimento com o crime, e por inúmeros delitos, existem aqueles que encontram oportunidade de mudar sua vida através do conhecimento, porém é difícil encontrar meios e pessoas amistosas que conduzam por caminhos bons, de regeneração. Nem todos os presídios, têm trabalhos de educação escolar ou oferece bibliotecas. Apesar de muitas vezes parecer utópica, a ideia da ressocialização é fato, e nem todos desejam entrar para o crime, existem muitos que almejam a liberdade da culpa. Quando alguém estende a mão para essas pessoas, contribui para o bem da sociedade, por exemplo: estando no presídio de segurança máxima um senhor chamado de Luiz Alberto Mendes pôde conhecer o que se poderia chamar de “luz no fim do túnel”. De acordo com Luiz A. Mendes (2011), estando ainda preso e numa sela de isolamento por conta de rebeliões, conheceu um colega que o apresentou pela primeira vez aos livros, conta ele que ao encontrar um meio de conversar com esse colega mesmo estando na solitária, descobriu por caminhos inusitados uma forma de trocar assunto com ele, e isso se tornou um meio de não sair do juízo, de não enlouquecer, numa dessas conversas esse novo amigo apresentou o primeiro livro a Luiz, Os Miseráveis. Quando saiu do isolamento, recebeu duas pilhas de livros, os quais começou a ler arduamente, em tempo gradativo, nesse período seu interesse pela escola e ingressar na faculdade surgiram, então começou a ensinar na prisão para poder sustentar sua família, prestou concurso para o ENEM por duas vezes, e quando passou cursou a faculdade da PUC, cursando Serviço Social. Luiz foi condenado a 132 anos de prisão, pagando 31 anos e 10 meses. Quando se alfabetizou e se escolarizou escreveu seu primeiro livro, Memórias de um Sobrevivente, seu mentor Henrique Moreno que forneceu seus primeiros livros, foi morto logo após conseguir a liberdade, o que não impediu que Luiz Mendes publicasse 13 livros, e voltasse para dar aulas na Casa de Detenção. 19 Esta história é real, e foi escolhida para dar ênfase à importância da alfabetização, da educação moral, e do incentivo à leitura, igualmente ao caso de Luiz Mendes, existem outros presidiários que estão passando pelas mesmas privações, e é raro um estender de mãos para quem apresenta não ter possibilidade de egressão. O trabalho de ressocialização precisa ser de forma conjunta com a educação, porém antes é necessária uma separação em classe de crimes e criminosos, pois não é possível conseguir êxitos na ressocialização se o sujeito contemplado não apresenta interesse, o que poderá ser estimulado, mas não deve ser exigido. Por lei o preso tem que trabalhar para cumprir sua pena, o que não é suficiente para mudar a conduta, conceitos e ideias, dando uma nova ideologia de vida. Fazendo a separação no grau do crime, uma análise do cognitivo é possível definir qual seria a educação mais eficiente para que a criança, adolescente ou adulto passe a se ver dentro da sociedade ou que pelo menos possa reconhecer que ele pode fazer coisas diferentes dos atos criminosos, percebendo que ele próprio tem possibilidade de mudar a vida até de outras pessoas. “O profissional da educação não poderá entender sua tarefa e nem realizá-la, dando sua contribuição histórica ao desenvolvimento do projeto de sua sociedade, se não tiver por base uma visão as totalidade de humano” (SEVERINO 2009, p. 35). Se o presidiário tem habilidade para trabalhar com alvenaria pode ser instrutor para outros presos ensinando-os uma profissão, auxiliando-os para sua própria autoestima e a de outros, nesse caso ele exerce sua profissão e aprende uma nova habilidade, a de ensinar. Sabendo ele quem são seus alunos, utilizando da mesma linguagem, e compreendendo as dificuldades dos outros por estarem nas mesmas condições de presidiários.20 4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS O presente trabalho buscou informações relacionadas ao tema proposto, indo a campo, utilizando entrevistas para finalização do mesmo. Foram realizadas em dois locais, um presídio de segurança máxima masculino, em Espírito Santo, e uma casa de detenção feminina em Pernambuco, ambos atendem ao público de todos os níveis sociais. A unidade prisional masculina aqui referida teve sua inauguração no ano de 2011, e faz parte das 26 unidades no Espirito Santo. Possui escola, biblioteca, oficina de artesanato e oferece cursos para os detentos. A unidade feminina existe desde o final da segunda guerra mundial, construído em 1943, inaugurado em 1945, dirigido por um grupo de freiras até os anos 70, na época existiam apenas dois presídios femininos no estado, atualmente existem quatro. As escolas funcionam dentro dos presídios tanto no feminino quanto no masculino, e é organizado pela Secretaria de Educação do estado, recebendo todos os critérios de qualquer escola normal. Os detentos têm diretos de estudar e/ou trabalhar, com isso recebem gratificações como redução da pena e salário para quem trabalha. Ao saírem recebem um documento atestando a experiência e o tempo de trabalho, e/ou histórico escolar, para aumentar as chances de conseguir emprego ou continuar os estudos fora do presídio, também têm oportunidade de curso profissionalizante pelo SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial). Durkheim in Soares (2013, p. 23) diz que “a sociedade não é simplesmente o produto da ação e da consciência individual. Pelo contrário, as maneiras coletivas de agir e de pensar resultam de uma realidade exterior aos indivíduos que, em cada momento, a elas se conformam”. A entrevista foi realizada com agentes penitenciários, psicopedagogos, diretores, serviço social e segurança, todos demonstraram experiência e conhecimento do assunto. Os locais foram escolhidos pela pesquisadora por serem ambientes que retratam a realidade do assunto pesquisado, e os funcionários fizeram o atendimento com base na segurança da mesma. 21 A preocupação com o relato deste trabalho é tão significativa que os próprios entrevistados sugeriram algumas mudanças: no tema do trabalho e nas perguntas para que entrasse em conformidade com a Lei, por tanto o tema dessa monografia vai de, RESSOCIALIZAÇÃO: COMO A EDUCAÇÃO FUNCIONA NO SISTEMA PENITÊNCIARIO, para RESSOCIALIZAÇÃO: COMO A EDUCAÇÃO FUNCIONA NO SISTEMA PRISIONAL. As perguntas se encontram em exposição em anexos, ficarão registradas em nível de conhecimento para pesquisas futuras as orientações oferecidas pelos agentes e pedagogos, pois pelo conhecimento jurídico que possuem essas reformulações terão grande importância. Então ficou desta forma a visão geral das entrevistas realizadas: 1. A educação pode contribuir no desenvolvimento de quem está em reinserção social? Diante da primeira pergunta feita, todos os entrevistados afirmaram que a educação contribui para o desenvolvimento de um detento, por ser um instrumento de transformação. Um dos entrevistados ressalta que é uma ferramenta para uma nova trajetória de vida. A educação é essencial para uma mudança de vida, porém compete aos detentos abraçar a oportunidade dedicando-se a escolarização formal e profissional, e também entender que a educação doméstica tem a mesma importância, porém é mais o esforço de quem recebe do que de quem oferece, no caso principalmente de quem trabalha, por esse fato estudam à noite, mas no decorrer do ano se desestimulam por estarem cansados, acabam desistindo da escola. Enquanto o ser que simplesmente vive não é capaz de refletir sobre si mesmo e saber-se vivendo no mundo, o sujeito existente reflete sobre sua vida, no domínio mesmo da existência e se pergunta em torno de suas relações com o mundo. O domínio da existência é o domínio do trabalho, da cultura, da história, dos valores – domínio em que os seres humanos experimentam a dialética entre determinação e liberdade. (FREIRE, 1981, p. 53). 2. Como a sociedade deve agir diante de violência cometida por um adolescente em conflito com a lei? De acordo com os entrevistados a sociedade deve em primeira mão: procurar as autoridades para que procedam de forma correta e conduzam o jovem ao órgão competente, e o governo deve criar projetos para trabalhar o carácter desse jovem assim protegendo e oportunizando a volta deste à sua família. 22 A sociedade tem direito a segurança pública, porém devem levar em consideração o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), não agir por conta própria fazendo justiça com as mãos, exigir do governo políticas sociais que mude essa realidade, observando que a criança ou o adolescente ainda está em desenvolvimento conceitual, e é possível uma reintegração de valores. ...O importante é evitar compreensões equivocadas e sem base na realidade dos fatos como a desconfiança em relação aos jovens, a descrença no seu potencial de transformação e o medo atávico de mudanças nas correlações de força e de poder entre as gerações (...), atitudes de indiferença, suspeita, censura e hostilidade. Tais reações, por sua vez, despertam nos adolescentes contra reações que vão da motivação e da adesão entusiástica à desmotivação, à divergência e ao antagonismo aberto. (COSTA, 2006, p. 25 - 177). 3. Será que todo crime é resultado da falta de oportunidade? Os entrevistados afirmam que não, pois o crime é mais uma questão de instrução familiar sobre moral social do que a pobreza em si, questão de consciência. Existe uma correlação entre a pobreza e a falta de instrução com a onda de crime, porém não é possível generalizar, pois há muitas pessoas que são graduadas e cometem crimes, e há também quem não tem instrução formal algumas, porém, são trabalhadores, e utilizam sua força de trabalho para “ganhar o pão”, para se entender as motivações de umas pessoas que contraria a lei, é preciso conhecer sua história social, e suas faculdades mentais. 4. Em sua opinião, o que pensa um reeducando quando encontra oportunidade de ter acesso aos livros e receber educação dentro das penitenciarias? Segundo os entrevistados a maioria dos detentos, não valorizam a oportunidade da escolarização ou do aprendizado, apenas consideram uma forma de reduzir a pena, ao ponto de desistirem no meio do ano, os que valorizam o estudo continuam até se formarem. A educação promove uma liberdade intelectual e quando se reconhece isso acontece algo inesperado até para quem está fora das selas, mudança de conceitos, autoestima, conhecimento, ideias para vida na sociedade, a leitura, a alfabetização é de extrema importância para quem quer recomeçar, o que falta na consciência de muitos detentos, pois acreditam que basta está matriculados que começam a reduzir suas penas, ou seja, veem a oportunidade do estudo como uma fuga, e não como uma porta aberta para um crescimento enquanto pessoa. 23 “Não existe nenhum passeio fácil para a liberdade em lado nenhum, e muitos de nós teremos que atravessar o vale da sombra da morte vezes sem conta até que consigamos atingir o cume da montanha dos nossos desejos.” (MANDELA, 2013). 5. E a família, como devem agir diante do processo de reintegração? Para os entrevistados, a família é parte fundamental no processo de reabilitação social, pois o contato com a família faz o preso entender que ele não foi abandonado, isso gera motivação para que ele queira começar de novo mudando o rumo de sua vida, aconselhamentos, conversas, visitas, e ao saírem apoio, sem preconceito ou acusações, para que o egresso possa voltar à sociedade e não cair novamente.Para mulheres (principalmente quando gestantes) essas visitas dão segurança, elas tem a certeza de que vão ver seus filhos novamente, que eles serão bem cuidados, assim nasce uma consciência de transformação, é um incentivo a mais para que sua conduta seja diferente. A família deve entender que todo ser humano é passível de erros, e que merecem uma segunda chance, e é no seio familiar que mais desejam essa oportunidade de reinserção. Em toda sociedade existem leis que devem ser cumpridas, porém a maior de todas é a que evita o começo de todo ato criminoso, há um dito que diz que “para evitar o vício, deve evitar o primeiro gole”, da mesma forma é preciso se trabalhar a infância e romper com o ciclo vicioso da violência. Violência gera violência, e gera consequências irreversíveis, pois apesar da reabilitação ser necessária e em vários casos eficaz, o individuo ficará marcado na vida em suas lembranças está essa experiência. Se houve delito com dolo, é possível através da conscientização, mudar o foco de um preso, e mostrar pra ele que pode fazer diferente, quando não existe dolo, mas, existe culpa, o medo é o maior obstáculo que a reabilitação encontra, nos dois casos faz-se necessário um conjunto de ações para que essa pessoa possa mudar de vida e atitude. No entanto, quando se tem a certeza de que não houve a participação do detento no ato que gerou acusação, só a justiça pode devolver a liberdade intelectual desse ser, ao receber seu alvará de soltura essa pessoa precisa de acompanhamento durante um tempo, e isso é garantido por Lei, proteção a sua vida e sua família. Sem dizer em assistência psicológica, clinica. Art. 22. A assistência à saúde consiste no desenvolvimento de ações visando garantir a correta aplicação de normas e diretrizes da área de saúde, será de caráter 24 preventivo e curativo e compreenderá os atendimentos médico, farmacêutico, odontológico, ambulatorial e hospitalar, dentro do estabelecimento penal federal ou instituição do sistema de saúde pública, nos termos de orientação do Departamento Penitenciário Nacional. Art. 23. A assistência psiquiátrica e psicológica será prestada por profissionais da área, por intermédio de programas envolvendo o preso e seus familiares e a instituição, no âmbito dos processos de ressocialização e reintegração social. (LEP. 1984, p. 96) Não cabe aos cidadãos fazerem justiças, mas cabe à eles evita-las, garantindo a educação de seus filhos, participando da vida de seus entes, observando e conhecendo a comunidade onde vivem, denunciando abusos domésticos e trabalhistas, cumprindo seu dever quanto parte de uma sociedade comum. 25 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS A pesquisa sobre a reabilitação de pessoas foi uma experiência única e incomparável, se fala muito em inclusão de deficientes no meio social, porém não se é discutido sobre egressos na sociedade, e esse trabalho se tornou um grande crescer como pessoa, profissional, e cidadã. O professor é um profissional que está em constante aprendizado, durante o curso de pedagogia ficou claro que é preciso ser buscador, provocador de dúvidas, instigador de respostas, mas nunca aposentar o aprendizado. E foi o que este trabalho de conclusão de curso proporcionou um aprendizado impar, que mudou conceitos, e entendimento sobre o assunto. Estudando em todo tempo, a cada aluno que estará em sala de aula, procurar conhece- los, sua história, a fim de proporcionar o melhor para ele, incentivando, respeitando, sendo referência de humanidade, cidadania, criando nele o desejo pelo aprendizado. A verdade é que todo ser humano deve ser respeitado e se possível protegido de tudo e todos que intente contra sua liberdade, toda criança, adolescente ou adulto tem direito a uma vida digna, mesmo que cometam deslizes. O conhecimento das leis de proteção à pessoa, a prática de pesquisa de campo, o contato com o mundo do reeducando, trás a compreensão de que não podemos confiar em tudo o que ouvimos e precisamos olhar com mais atenção, sem jugar, sem se envolver diretamente, só observar, na expectativa de entender o que se passa o porquê, “toda ação leva a uma reação”, então nada mais justo que essa ação seja favorável. 26 6. REFERÊNCIAS ATUAL, Rede Brasil. Cidadania: Livro 'Mães do Cárcere' revela dramas no único presídio para gestantes do Brasil. Disponível em: http://www.redebrasilatual.com.br/cidadania/2016/12/livro-maes-do-carcere-revela-os- dramas-do-unico-presidio-para-gestantes-do-brasil-8870.html. Acesso em: 11 Abr. 2017. BIBLIOMED, Equipe Ed. Abuso físico e psicológico contra crianças. Disponível em: http://www.boasaude.com.br/artigos-de-saude/3510/-1/abuso-fisico-e-psicologico-contra- criancas.html. Acesso em: 09 de Abr. de 2017. BRASIL. Portal. Cidadania e Justiça: Cada minuto estudando dentro da prisão valeu a pena. Disponível em: http://www.brasil.gov.br/educacao/2015/09/cada-minuto-dentro-do-presidio- estudando-valeu-a-pena. Acesso em: 11 de Abri. 2017. BRASIL, Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília (DF): Casa Civil: Congresso Nacional 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm>. Acesso em: 12 Set. 2016. BRASIL. Lei nº 7.210, de 11 Julho de 1984: institui a Lei de Execução Penal. Câmara dos Deputados, Coordenação de Publicações, 2008. 121 p. Serie legislação; n 11. Acesso em: 05 Out 2016. BRASIL. Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990 e legislação correlata: Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências. Câmaras dos Deputados, Edições Câmaras, 2015. Serie legislação; n. 175. Ed. 13. Acesso em: 09 Abr. 2017. CERTO, Jurídico. 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Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=Q2WlMoKlP_k> Acesso em: 25 Mar. 2017. ______. Ex-presidiário comenta como conquistou sua liberdade e valores atribuídos à nova vida (bloco 2). Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=Xh3P- 2ieOjY&t=444s> . Acesso em: 25 Mar. 2017. ______. Ex-presidiário comenta como conquistou sua liberdade e valores atribuídos à nova vida (bloco 3). Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=Dv5hcCdPzew>. Acesso em: 25 Mar. 2017. FREIRE, Paulo. Ação cultural para a liberdade e outros escritos, 5º ed. v. 10. Coleção o mundo, hoje. Rio de janeiro: Paz e Terra, 1981. Disponível em: <http://forumeja.org.br/files/Acao_Cultural_para_a_Liberdade.pdf>. Acesso em: 07 set 2016. ______. Política e educação: ensaios. 5º ed. v. 23. Coleção questões de nossa época. São Paulo:Cortez, 2001. Disponível em: <http://forumeja.org.br/files/PoliticaeEducacao.pdf>. Acesso em: 07 set 2016. LIMA, Elke Castelo Branco. 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Ressocialização pela educação: um desafio possível. Disponível em: <http://monografias.brasilescola.uol.com.br/direito/ressocializacao-pela- educacao-um-desafio-possivel.htm>. Acesso em: 22 Ago. 2016. 29 ANEXO OBS: A partir do segundo entrevistado as perguntas são scanners por motivo de manter a originalidade das respostas pois foram escritos à punho, o primeiro entrevistado digitou suas respostas. PRIMEIRO ENTREVISTADO. Agente penitenciário do Espirito Santo. 1º) A educação pode contribuir no desenvolvimento de quem está em reintegração social? Sem dúvidas, acreditamos ser a educação um imprescindível instrumento de transformação pessoal e social, desde que sejam ofertadas oportunidades reais e que seja de interesse da pessoa, reclusa ou não, de significar suas ações, construindo assim a possibilidade de uma nova trajetória de vida, onde o acesso à cultura e a informação de qualidade, oportunizarão aquisição de conhecimento, trazendo para si e para as demais melhores formas de ser e estar em convivência, respeitando as diferenças e os direitos, assim como cumprindo seus deveres enquanto cidadão. 2º) Como a sociedade deve agir diante de violência cometida por uma criança ou um adolescente em conflito com a lei? Enquanto sociedade, devemos estar atentos ao cumprimento papel enquanto cidadão. Respeitando as legislações referentes à execução das leis que normatizam nossa convivência em sociedade. Independente de nossas leituras pessoais diante dos diversos fenômenos da atualidade, onde a violência encontra-se em ascendência, devemos compreender e aceitar que há um caminho já traçado que precisa ser respeitado, ainda que tenhamos, às vezes, dificuldades em concordar com a aplicabilidade delas. Cabe a nós enquanto sociedade exigir a quem de direito a construção de alternativas que venha ser impeditivos dos fenômenos que podem estar diretamente correlacionados com a crescente onda de atitudes de delinquência e violação de direitos, cuidando para que não tenhamos leituras superficiais que tendem a culpar e punir somente o sujeito, que se constitui historicamente a partir de toda uma gama de relações dadas ao longo da nossa história de desenvolvimento, a partir de diferentes oportunidades e opções a que se tem e a que se pode recorrer, ou até mesmo em total ausência destas. 3º) Será que todo crime é resultado da falta de instrução? 30 De acordo com dados levantados no recente mapa da violência (Brasil, 2014) podemos inferir que pobreza, baixa escolaridade, falta de instrução estão diretamente relacionadas à ocorrência de envolvimento com atos de criminalidade, entretanto, não podemos associar a falta de instrução como único fenômeno causador do envolvimento com a criminalidade. 4º) Na sua opinião, o que pensa um reeducando quando encontra oportunidade de ter acesso aos livros receber educação na penitenciária? De acordo com um importante autor a quem nos foge a memória seu nome, há um ditado que diz: “um país se constrói com homens e com livros” sendo assim, podemos entender e confirmar que a partir de nossa experiência temos visto ser a leitura um importante veículo de transformação e aquisição de conhecimentos que podem transformar homens de toda uma sociedade, logo a educação o acesso a livros e informações de qualidade só podem aumentar a qualidade de vida e a possibilidade de transformação de um individuo e seu meio social. 5º) E a família, como devem agir diante do processo de reinserção social? Entendemos ser a família um forte aliado no processo de reintegração social, para tanto, se faz necessário que o estado entenda seu importante papel junto a essa família, promovendo junto a ela ações e estratégias que corroborem para o alcance do objetivo final do processo de inclusão social das pessoas que estiveram privadas de sua liberdade. É necessária a integralização das ações de políticas publicas visando garantir o acompanhamento às famílias, que assim como o apenado podem se encontrar em estado de distanciamento de seus reais direitos enquanto cidadão, o que aumenta sua vulnerabilidade e risco social, o que pode impactar diretamente no sistema familiar, repercutindo desse modo em consequências para todas as partes que compõe esse sistema. Acreditamos que a família como um grupo coeso, capacitado e conhecedor de seu papel e seus direitos, torna-se um forte fator protetivo diminuindo dessa forma o impacto causado pelas vulnerabilidades pessoais e sociais do indivíduo. Faz-se, portanto necessário aumentar as intervenções a nível familiar para que suas potencialidades enquanto primeiro grupo de convívio e referencia sejam fortalecidos para que o acompanhamento seja efetivo. SEGUNDO ENTREVISTADO PROFESSORA 31 32 TERCEIRO ENTREVISTADO 33 PROFESSORA 34 35 QUARTO ENTREVISTADO AGENTE PENITENCIÁRIO 36 QUINTO ENTREVISTADO 37 AGENTE PENITENCIÁRIO. 38 39 40 SEXTO ENTREVISTADO PEDAGOGO RESPONSAVEL PELO ATENDIMENTO. 41 42
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