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Questionário de Direito civil V


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Questionário de Direito civil V – Família
Escreva sobre a evolução do direito de família no ordenamento brasileiro, elencando suas principais mudanças.
Elenque e explique pelo menos 5 princípios do Direito de Família. 
Princípio da Liberdade
Existindo igualdade entre todos, a liberdade é um princípio fundamental no Direito de Família. Esse princípio vem expor os novos modelos de famílias, onde a pessoa exerce sua livre vontade de casar, separar, divorciar, ter opção de regime de bens, etc.
Princípio do Pluralismo Familiar
Além da família matrimonial, a Constituição considera também as constituídas pela união estável entre o homem e a mulher e as monoparentais, aquelas formadas por apenas um dos pais e seus descendentes. Esses modelos expressos são meramente exemplificativos, pois há muitos outros modelos que serão abordados ao longo do trabalho.
Princípio da Igualdade Jurídica dos Cônjuges e Companheiros
A Constituição de 1988 acaba com o poder patriarcal na família, onde o homem tinha o poder de chefia da sociedade conjugal, adotando a igualdade entre o homem e a mulher dentro da relação.
Princípio da Paternidade Responsável e do Planejamento Familiar
Esses princípios partem da Liberdade e da Dignidade da pessoa humana, onde os genitores, cônjuges e companheiros devem ter responsabilidades sobre os filhos, observando sempre o que for melhor para a criança, sendo econômico, emergencial, afetivo, etc.
Princípio da Solidariedade Familiar
Dentro da família deve haver solidariedade entre os membros, nos quais se baseiam em “ajudar e ser ajudado”. Esse princípio informa que, assim como os pais tem o dever de cuidar dos filhos, os filhos também, pelo princípio da solidariedade, devem cuidar de seus pais na velhice
O que é parentalidade, quais os tipos e quem são considerados parentes pelo ordenamento jurídico brasileiro? 
Existem dois tipos de parentesco: o parentesco consanguíneo ou natural e o parentesco por afinidade ou parentesco civil.
O parentesco estabelecido por um antepassado é chamado parentesco consanguíneo ou natural, por seu turno o parentesco criado por uma relação social é chamado de parentesco por afinidade ou parentesco civil. Toda e qualquer relação de outra origem que não seja considerada consanguínea pode ser considerada parentesco civil. A título de exemplo pode-se citar a adoção, a paternidade ou maternidade socioafetiva, o casamento, a união estável etc.
O parentesco natural é delineado por dois tipos: o parentesco em linha reta, onde são necessariamente consanguíneos, porque há uma relação de descendência (avô, bisavô, pai, filho, neto, bisneto etc.); e o parentesco colateral ou transversal, que pode haver laços de sangue, mas, não direto, porque as pessoas nestes casos, não descendem umas das outras, mas possuem um antepassado comum (considerada “mesmo tronco genealógico”), como é o caso de primos, tios etc. Utiliza-se o parentesco em linha reta também para classificar os parentes por afinidade.
Quais são as causas suspensivas do casamento, elas podem ser afastadas?
I - o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido
II - a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até dez meses depois do começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal.
III - o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do casal. 
IV - o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou sobrinhos, com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a tutela ou curatela, e não estiverem saldadas as respectivas contas.
Causas suspensivas
As causas suspensivas não provocam a nulidade do casamento, apenas são capazes de suspender a realização do mesmo.
Não deverão casar:
O viúvo ou viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário dos bens do casal e der partilha aos herdeiros;
A viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até dez meses depois do começo da viuvez, ou da dissolução conjugal;
O divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do casal;
O tutor ou curador e os descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou sobrinhos, com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a tutela ou curatela, e não estiverem saldadas as respectivas contas.
Base: Código Civil - artigos 1.521 a 1.524.
Quais são as causas de nulidade do casamento?
Quais são as causas impeditivas?
IMPEDIMENTOS PARA O CASAMENTO
Os impedimentos são causas que impossibilitam a realização do casamento por algum motivo.
Os impedimentos são agrupados em três grupos: impedimentos resultantes de parentesco; impedimentos resultante de casamento anterior e impedimentos resultante de crime.
Impedimentos resultantes de parentesco
Os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil;
Os afins em linha reta;
O adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante;
Os irmãos unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais até o terceiro grau;
O adotado com o filho do adotante.
Impedimentos resultantes de casamento anterior
As pessoas casadas.
Impedimentos resultante de crime
O cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu companheiro.
Os impedimentos podem ser desconhecidos até o momento da celebração do casamento. Caso o juiz ou oficial de registro tiver conhecimento da existência de algum impedimento, será obrigado a declará-lo.
Quais são as causas de anulabilidade do casamento?
Nulidade é um defeito insanável – ocorrerá esta em casamento de incapaz por condição pessoal (a lei restringiu ao enfermo mental, mas deve-se fazer a interpretação teleológica) ou no caso dos casamentos sob impedimento.
A anulabilidade (defeito sanável) no casamento ocorre quando este se da entre menores sem a idade núbil ou, em estando, sem ter havido o consentimento dos pais para o casamento.
1 – Por vício de consentimento, dois sendo elencados no Código Civil: o erro (quanto à pessoas do outro) ou coação para casar.
O primeiro caso de anulabilidade é o erro quanto à pessoa do outro. Identidade, honra, boa fala, enfim, que tenha a ver com sua vida anterior. Bem como doença transmissível ao cônjuge ou por herança. Doença mental e crime anterior ao casamento.
A questão importante aqui é que precisa ter três requisitos:
Que seja anterior ao casamento,
Que só seja conhecido depois (detalhe, no caso de doença, o desconhecimento é por parte da vítima do erro, não importando se o cônjuge portador da doença sabia ou não da mesma); e
Que tal conhecimento torne insuportável a vida em comum.
Assim, a convivência harmônica após os conhecimentos das realidades significam perdão tácito e não levarão à anulabilidade do casamento, ou seja, a lei não quer que haja “tempo de reflexão para perdão” mesmo.
O casamento anulado faz com que o descasado volte à situação anterior. Ser era solteiro, volta a ser solteiro, ou divorciado, ou viúvo, etc.
2 – Se foi realizado por procuração, tendo sido a revogação ou anulação desta chegada atrasada ao conhecimento dos casados. Diz a lei “desde que não tenha havido coabitação”, é mais um dos muito eufemismo para não usar a palavra “sexo” no texto da lei.
3 – Ou por, como nos diz a lei, incompetência da autoridade celebrante. Aqui temos que fazer uma interpretação restritiva, precisa ser autoridade, senão sequer casamento houve, a questão é puramente de competência no sentido jurisdicional da palavra, é como pensamos.
O casamento anulável tem prazo para ser anulado ou convalidado. Agora, o casamento nulo, este jamais se convalida, nos termos do artigo 169.
Tais prazos são específicos, não se usando aqui os prazos genéricos do 178 e 179 da Parte Geral do Código.
Quais são os Regimes de bens previstos no código civil? Discorra sobre eles, detalhando suas especificidades. 
a) comunhão parcial; 
b) comunhão universal; 
c) participação final nos aquestos; 
d) separação. 
a)o regime da comunhão parcial.
O regime da comunhão parcial está tratado nos artigos 1.658 a 1.666, do Código Civil, e pode ser facilmente caracterizado pelos seguintes aspectos:
1) os bens que cada um deles já possuía ao casar, continuarão a ser individuais: o que era do marido continuará a ser apenas do marido, e o que era da mulher continuará a ser exclusivamente da mulher.
2) os bens que forem comprados durante o casamento serão de ambos, mesmo que comprados em nome de apenas um deles. Se o marido comprar um carro apenas em seu nome, por exemplo, ainda assim o carro pertencerá a ele e à esposa, em partes iguais.
Quanto aos bens móveis, havendo dúvidas sobre a data da compra, será presumido que foram comprados durante o casamento (ou seja, pertencerão aos dois, em comum). Quanto aos imóveis não há esse tipo de dúvida, pois se trata de negócio formalizado em cartório, e a data pode ser apurada com precisão.
3) mas os bens que forem recebidos por doação ou por herança, durante o casamento, serão exclusivos daquele que os recebeu. Assim, por exemplo, suponha-se que morre o pai da mulher e a mesma recebe a herança: esse patrimônio herdado do pai será exclusivo da mulher, não se comunicando com o patrimônio do marido.
4) também será exclusivo o bem comprado durante o casamento com o dinheiro da venda de outro bem que era exclusivo. Por exemplo: se a mulher vende por R$ 500.000,00 um imóvel que era exclusivamente dela (porque já o tinha ao casar ou porque recebeu por herança) e com o dinheiro compra outro imóvel, no valor de R$ 400.000,00, esse novo imóvel continuará a ser exclusivo da mulher.
5) mas se a mulher vendeu esse imóvel exclusivo por R$ 500.000,00 e comprou um outro, no valor de um milhão de reais, em relação a esse novo imóvel ocorrerá o seguinte: metade dele será exclusiva da mulher (porque os 500 mil que eram dela correspondem à metade do valor do bem), e a outra metade será dela e do marido, em partes iguais. Nesse exemplo, portanto, a mulher ficará com 75% do imóvel, e o marido com 25%.
6) de modo semelhante ao item anterior, se o marido comprou um imóvel financiado, para pagar em 100 prestações, e, na época do casamento, já havia pago 80 parcelas (80% do total), vindo a pagar o restante durante o casamento, nesse caso ocorrerá o seguinte: 80% do imóvel pertencerá exclusivamente ao marido, e os outros 20% serão dos dois, em partes iguais. Neste exemplo, portanto, o marido seria dono de 90% do imóvel, e a mulher seria proprietária de 10%.
7) os prêmios ganhos em loteria ou sorteio pertencerão aos dois, em comum, ainda que apenas um deles tenha jogado. Suponha-se que o marido, há 20 anos, sempre joga nos mesmos números, nos concursos da loteria. Um belo dia, já casado, a sorte lhe sorri e o bilhete é premiado. Pois bem, esse prêmio pertencerá aos dois, em partes iguais, ainda que só o marido tenha feito o jogo.
Sobre essa situação, inclusive, ocorreu caso famoso, em certa cidade do Brasil: o marido ganhou vultoso prêmio da sena, mas nada disse para quem quer que fosse. Em seguida, esse marido separou-se da mulher e só depois foi receber o prêmio, achando que poderia ficar sozinho com o mesmo. A ex-esposa, no entanto, descobriu a artimanha e o safado, digo, o maridão, viu-se obrigado a dividir o prêmio com ela.
8) uma última regra: pertencem aos dois, em comum, as benfeitorias e os frutos referentes aos bens particulares de cada um deles. Assim, por exemplo, suponhamos que o marido seja o dono exclusivo de um imóvel. Se esse imóvel for alugado, os aluguéis pagos pelo inquilino (os frutos) pertencerão ao marido e à mulher. Da mesma forma, se forem feitas benfeitorias (uma garagem e um banheiro extra, por exemplo) e o imóvel se valorizar, essa valorização será dos dois, do marido e da mulher, embora o imóvel seja apenas dele.
b) o regime da comunhão universal.
No regime da comunhão universal todos os bens que marido e mulher já possuíam ao casar passarão a pertencer aos dois. Da mesma forma, tudo o que for comprado, recebido em doação ou por herança por um deles também pertencerá aos dois.
Veja-se que são duas as diferenças mais importantes, em relação ao regime da comunhão parcial: em primeiro lugar, os bens anteriores ao casamento serão comuns, o que não ocorre na comunhão parcial; em segundo lugar, mesmo os bens recebidos por doação ou por herança, durante o casamento, serão comuns.
No entanto, existem umas poucas exceções, ou seja, bens que não serão comuns aos dois, podendo-se destacar os bens que sejam doados ou herdados com a cláusula de incomunicabilidade e as dívidas anteriores ao casamento.
Assim, se ao casar o marido tinha dívidas a pagar, essas dívidas continuarão a ser da responsabilidade exclusiva dele, e por elas não responderá a esposa.
Da mesma forma, suponha-se que o marido é jogador inveterado, que dissipa todo o dinheiro que lhe chega às mãos. O pai da esposa, por sua vez, é pessoa muito rica, e que tem justificado receio de que, por ocasião da sua morte, sua fortuna será transmitida para a filha e também passará a pertencer ao marido, e este possivelmente irá dissipar o patrimônio.
Nesse caso, o sogrão poderá elaborar testamento, impondo sobre os bens da herança a cláusula de incomunicabilidade. Nessa situação, a herança que ele deixar será apenas de sua filha, não se comunicando para o marido.
No entanto, os frutos produzidos por essa herança ou por qualquer bem que seja exclusivo de um deles, pertencerão aos dois, em comum, se recebidos durante o casamento.
c) participação final nos aquestos.
Esse regime é muito estranho e, na minha opinião, destinado a não sair do papel. Ao longo do casamento os patrimônios não se misturam, e cada um deles, marido e mulher, tem o seu patrimônio individual, formado pelo que já possuía ao casar e pelo que for adquirido durante o casamento.
No entanto, quando a sociedade conjugal terminar (pela morte, pela separação ou pelo divórcio), os bens comprados (adquiridos a título oneroso) durante o casamento passarão a ser comuns aos dois, devendo ser feita a divisão em partes iguais.
Assim, enquanto mantida a sociedade conjugal entre marido e mulher, o regime será semelhante ao da separação, ou seja, os patrimônios são separados, tanto o de antes do casamento quanto o que vier a ser adquirido em sua constância.
No entanto, terminada a sociedade conjugal, os bens que tiverem sido comprados durante o casamento passam a ser de ambos, ainda que comprados em nome de apenas um deles, ou seja, o regime já passa a apresentar semelhança com o da comunhão parcial.
E é precisamente por isso que acredito que esse regime, na prática, não fará muito sucesso: é precisamente quando termina a sociedade conjugal, ou seja, naquele fatídico momento em que o “meu bem” cede lugar ao “meus bens”, que esses bens de cada um serão reunidos para serem divididos.
d) o regime da separação de bens.
Nesse regime nada se comunica, ou seja, o que o marido e a mulher já possuíam ao casar, continuará a ser de cada um deles, com exclusividade, não se comunicando com o patrimônio do outro.
Da mesma forma, tudo o que for adquirido na constância do casamento, seja por compra, doação ou herança, será exclusivo daquele que adquiriu, não integrando qualquer patrimônio comum.
A única imposição que a lei faz é que os dois, marido e mulher, contribuam para as despesas do casal na proporção dos respectivos rendimentos, a não ser que ajustem de modo diverso, o que poderá ser feito no pacto antenupcial.
Assim, por exemplo, se a mulher ganha o dobro do que recebe o marido, essa mulher deverá concorrer para as despesas do casal com o dobro da participação do marido, a não ser que tenham ajustado outra proporção para as respectivas contribuições.