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Universidade Estácio de Sá - Graduação em Direito 
Professora: Maria Maria Martins Silva Stancati 
Direito Civil V 
ProfMariaMariaRegistrosPublicos 
 
Direito Civil V - Aula 6 - Celebração, prova e efeitos do casamento Página 1 de 2 
 
Aula 6 - Celebração, Prova e Efeitos do Casamento 
1. Celebração do Casamento. 
 1.1) Formalidades: após verificada na habilitação se não há impedimentos ou causas 
suspensivas, os requisitos de validade e existência e publicados os editais, o casamento cumpriu 
parte de sua formalidade, a preliminar. Na celebração haverá outras formalidades a serem 
cumpridas. 
 O casamento é ato formal e solene, devendo sua celebração cumprir certos requisitos 
sob pena de ser inválido o ato, não produzindo qualquer efeito, devendo, para tanto ser refeito 
para gerar efeitos na esfera jurídica dos nubentes e de terceiros. 
 As formalidades da celebração estão do art. 1.533 a 1.542, CC, dentre elas: celebração 
a portas abertas, com autoridade competente, de livre e espontânea vontade dos nubentes, se o 
casamento for por procuração, deve ser com poderes especiais para tal fim, as partes podem 
estar presentes por videoconferência e declaração da forma do art. 1.535, CC. 
 
 1.2) Exceções as formalidades: 
 a) Casamento com moléstia grave ou iminente risco de vida: art. 1.539, CC – os 
nubentes já estão habilitados, podendo dispensar somente o prazo na publicação dos editais, 
pois não podem esperar a data da cerimônia, onde o juiz de paz ou um oficial ad hoc pode 
comparecer no local que se encontra a pessoa, mesmo que à noite, para realizar o casamento. 
 
Enunciado 513, JDC: Art. 1.527, parágrafo único: O juiz não pode dispensar, mesmo 
fundamentadamente, a publicação do edital de proclamas do casamento, mas sim o decurso do 
prazo. 
 
 b) Casamento nuncupativo/extremis vitae: art. 1.540 e 1.541, CC. Ocorre em casos de 
acidente com vítimas em estado crítico. Contudo, o nubente deve ter capacidade para o ato a 
fim de externar sua vontade. Se, após os tratamentos, o nubente que estava em estado grave se 
recuperar, este casamento pode ser ratificado perante a autoridade. No momento da cerimônia 
os nubentes não precisam estar habilitados. 
 
 1.3) Momento a partir do qual o casamento passa a produzir efeitos: o casamento 
tem seus efeitos iniciados a partir do seu registro em RCPN, podendo, retroagi-lo desde a data 
da celebração, se o registro foi efetuado no prazo legal. Para o casamento no civil, o registro é 
feito desde logo, para o casamento no religioso, os nubentes devem levar a declaração do 
ministro religioso para registro no RCPN que expediu a habilitação, em até 90 dias para que os 
efeitos do casamento retroajam a data da celebração. 
 
2. Prova do Casamento. 
a) Sistema de prova pré-constituída – certidão do registro civil. Cabe prova supletória 
quando justificada a falta ou perda da certidão. A prova supletória (direta) se realiza por meio 
de ação declaratória (nas Varas de Família) que se divide em duas grandes fases: a primeira em 
que se demonstram os fatos que ocasionaram a perda ou a falta do registro; a segunda que 
 
 
 
Universidade Estácio de Sá - Graduação em Direito 
 
 
Direito Civil V – Aula 6 Página 2 de 2 
 
admite a prova de existência do casamento por outros meios (assentamentos eclesiásticos, 
provas circunstanciais como passaportes, certidão de proclamas, fotografias da celebração...). 
A sentença será registrada no livro de Registro Civil e seus efeitos retroagirão à data da 
celebração do casamento (art. 1.546, CC). 
 
 b) Posse do estado de casados - é meio de prova indireta do casamento e ocorre quando 
duas pessoas vivem como casadas e assim são consideradas pelo meio social em que vivem. 
Ressalte-se que não se trata de conferir o estado de casados a pessoas que vivem em união 
estável, mas sim, em reconhecer uma situação de fato em que há vivência more uxório com 
evidentes provas de que aquele casamento foi celebrado (não se admite prova exclusivamente 
testemunhal). 
 
 Caracteriza-se por três elementos: nomem (documentos em que um utiliza o sobrenome 
do outro); tractatus (tratavam-se publicamente e mutuamente como se casados fossem); fama 
ou reputatio (o meio social os reconhecia como casados). A posse de estados de casado só é 
admitida quando as pessoas não possam manifestar sua vontade (por doença mental, ausência...) 
ou tenham falecido e que venha em benefício da prole (art. 1.545, CC). Os efeitos do 
reconhecimento do casamento em processo judicial são ex tunc até a data da suposta celebração 
(art. 1.546, CC). Havendo dúvida com relação à existência do casamento, o juiz deve julgar a 
favor deste in dubio pro matrimonio (at. 1.547, CC). 
 
 c) Casamento celebrado no exterior - arts. 7º, LINDB e o art. 32, L. 6.015/73. 
 
3. Efeitos sociais e pessoais do Casamento/Eficácia do casamento –arts. 1.565 a 1.570, CC. 
 
 a) Efeitos sociais do casamento: constituição de uma entidade familiar com especial 
proteção do Estado, comunhão de vida em comum, emancipação do cônjuge incapaz, estabelece 
o vínculo de parentesco por afinidade, atribui o estado de casado, estabelece a presunção de 
paternidade, livre planejamento familiar. E o débito conjugal? 
 
 b) Efeitos pessoais do casamento: comunhão de vida com base na igualdade entre os 
cônjuges, possibilidade de acréscimo do sobrenome do cônjuge, fixação do domicílio conjugal, 
estabelece direitos e deveres recíprocos, dever de coabitação, salvo por motivo de trabalho ou 
estudo. (Caso Frida Kalo). 
 
 c) Efeitos Patrimoniais: regime de bens, bem de família, usufruto de bens e direitos 
sucessórios. 
 
 d) Outros efeitos: não corre prazo prescricional na constância do casamento (art. 197, 
CC), cabe usucapião conjugal por abandono do lar (art. 1.240-A, CC), possibilidade de haver 
cônjuges empresárias entre si (art. 977, CC, salvo de houver menção no pacto antenupcial). 
 
4) Deveres do casamento, art. 1.566, CC.

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