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EXELENTISSÍMO SENHOR DOUTOR VICE PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE MINAS GERAIS
Agravante: FULANO DE TAL 
Agravado: MUNICÍPIO DE ITAÚNA
Comarca de Origem: COMARCA DE ITAÚNA
Autos de Origem: 0338.16.0000000
Fulano de tal , brasileiro, solteiro, motorista, CPF 111.111.111-57, residente e domiciliado à Rua Antônio Olimpo, n° 552, bairro Cidade Nova, município de Itaúna/MG, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, por meio de seu procurador in fine assinado, com fulcro no art. 1.015, inc. I, do Código de Processo Civil, interpor o recurso de
AGRAVO DE INSTRUMENTO
	Contra decisão interlocutória do MM. Juiz “a quo” que indeferiu o pedido de tutela de urgência antecipatória que visava o recebimento de adicional de insalubridade em razão da atividade desempenhada pelo agravante.
	Data vênia, a referida decisão não deve prosperar por, além de ferir até mesmo preceito constitucional, nega direito líquido e certo ao agravante, conforme se verifica nas razões anexas.
I
ADVOGADOS DAS PARTES
	O agravante é patrocinado pelo Advogado LUIZ PAULO BICALHO TAVARES, inscrito na OAB MG sob o n° 180.000, com escritório profissional à Rua Padre Libério, n° 259, centro, cidade de Nova Serrana/MG.
	Por se tratar de uma decisão liminar “inaudita altera pars”, a parte agravada ainda não constituiu procurador nos autos.
II
TEMPESTIVIDADE
 	Verifica-se na cópia da decisão agravada em anexo que a mesma foi publicada no dia 10 de maio de 2016, sendo tempestiva a interposição do presente recurso até 31 de maio de 2016. Destarte, infere-se que o presente agravo de instrumento é tempestivo.
III
PREPARO
	Foi concedida a assistência judiciaria gratuita ao agravante, conforme cópia da decisão agravada em anexo, razão pela qual deixa de recolher as custas recursais.
IV
REQUISITOS DO AGRAVO DE INSTRUMENTO
	Tendo em vista art. 1.017 do CPC, segue em anexo as seguintes peças e documentos:
- Cópia da petição inicial;
- Cópia da procuração outorgada pelo agravante ao advogado signatário;
- Cópia da decisão agravada;
- Cópia da certidão de publicação da decisão agravada;
- Cópia dos documentos juntados com a petição inicial;
- Cópia dos autos capa/capa.
	O advogado que esta subscreve, por sua responsabilidade pessoal, declara que ainda não há nos autos contestação, bem como a autenticidade das cópias anexas.
	Termos em que,
	Pede deferimento.
	Nova Serrana MG, 15 de maio de 2018
		Pp.
 FULANO DE TAL 
 OAB 065000
RAZÕES DO AGRAVO DE INSTRUMENTO
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE MINAS GERAIS
COLENDA TURMA
EMÉRITO JULGADORES
I
BREVE RELATO DOS FATOS E DO DIREITO
	O agravante é servidor público municipal da agravada, e exerce a função de motorista, dirigindo ambulâncias, vans, micro-ônibus e fiorinos da Saúde, transportando pacientes com tuberculose, HIV, hepatite, meningite e outras doenças infecto contagiosas.
	Além do transporte de pacientes, também transporta amostras de sangue, dengue, serpentes e animais peçonhentos, dentre outros, para serem analisados em laboratório.
	Ocorre que o agravante não tem qualquer ajuda de profissionais especializados, ou sequer lhe são disponibilizados equipamentos de proteção individual apropriados para desempenhar a função extra.
	O único instrumento de proteção que o autor tem acesso são luvas plásticas que são utilizadas tão somente para a limpeza de fezes, vômitos e urina dos pacientes, pois também é incumbido àquele a limpeza do veículo.
	Não obstante a grave exposição dos motoristas de veículos de Saúde, ora agravante, a agentes insalubres, sem qualquer neutralização dos riscos por parte da agravada, a empresa de Segurança do Trabalho – SAMEST, contratada pelo Município, emitiu um laudo (LTCAT – PORT. 3214, em anexo) no qual se limitou a descrever as atividades dos requerentes em apenas: “dirigir veículos utilizado no transporte de pessoas, realizar verificações e manutenções básicas do veículo e dispositivos especiais, tais como sinalização sonora e luminosa, trabalhar seguindo normas de segurança”.
	Porém, a referida empresa sequer acompanhou um dia de trabalhado do agravante, sendo o laudo totalmente omisso, para não dizer viciado, não traduzindo a realidade do trabalho de um motorista do sistema de saúde.
	Após a elaboração deste Laudo, a agravada deixou de pagar ao agravante o adicional de insalubridade devido, ficando assim, sem receber a devida gratificação, desde maio de 2015.
	Por esta razão, o agravante ajuizou uma ação de cobrança, objetivando o recebimento do adicional de insalubridade desde maio de 2015, bem como a reparação por danos morais.
	Ainda na petição inicial, diante do fumus boni iuris e do periculum in mora, foi requerida uma tutela de urgência antecipatória, visando obrigar a agravada ao pagamento do adicional de insalubridade, tendo em vista que a respectiva demanda poderá demorar por anos a fio.
	Ocorreu que o referido pedido de tutela provisória foi indeferido pelo juízo “a quo”, fundamentando que não foi devidamente comprovado pelo agravante que, de fato, tenha contato com os pacientes e demais cargas, não havendo nos autos elementos de prova suficientes que dissociasse o referido laudo da realidade de trabalho do mesmo.
	Data máxima vênia, a referida decisão agravada não deve, nem pode, prosperar, devendo ser reformada, tendo em vista que há provas suficientes nos autos que demonstram que o agravante tem contanto com estas pessoas e substâncias, ao contrário do disposto no laudo da empresa SAMEST, além do perigo da demora do processo.
II
MÉRITO
	É fato notório a precariedade do sistema de saúde brasileiro que não gozam da quantidade necessária de médicos e enfermeiros. Também é notório o fato de que os motoristas de ambulância, e demais veículos da saúde, trabalham sozinhos, ou seja, têm contato constante e direto com os pacientes com as mais variadas patologias, além de substâncias e animais perigosos.
	Realidade esta que é reconhecida pelo TRT-3ª região, vejamos um julgado:
ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. MOTORISTA DE AMBULÂNCIA. CONFIGURAÇÃO. A caracterização da atividade insalubre pela exposição a agentes biológicos, nos termos do Anexo n.º 14, NR-15, da Portaria n.º 3.214, de 1978, exige o contato permanente do trabalhador com pacientes em condição de isolamento, circunstância esta verificada na atividade de motorista de ambulância.
(TRT-3 - RO: 00399201109103005 0000399-58.2011.5.03.0091, Relator: Bolivar Viegas Peixoto, Terceira Turma, Data de Publicação: 16/01/2012 20/12/2011. DEJT. Página 29. Boletim: Sim.)
	Uma vez tendo contato com pacientes com doenças infectocontagiosas, bem como animais perigosos e substâncias infectocontagiosas, como verificado acima, é devido àquele o adicional de insalubridade nos termos do Anexo 14, da NR-15, da Portaria nº 3.214/78, senão vejamos:
Trabalhos e operações em contato permanente com pacientes, animais ou com material infectocontagiante, em:
- hospitais, serviços de emergência, enfermarias, ambulatórios, postos de vacinação e outros estabelecimentos destinados aos cuidados da saúde humana.
	No caso em tela, é evidente o contato do agravante com os pacientes, animais e substâncias perigosas, uma vez que é inerente à sua função, além de ter nos autos, ora anexo, provas concretas do respectivo transporte.
	Tal fato não pode ser desconstituído por um laudo técnico em que a empresa autora do mesmo sequer acompanhou o dia-a-dia do agravante para constatarem se, de fato, este não mantém contato com os referidos pacientes, animais e substâncias, sendo admitido pela própria SAMEST, em resposta ao processo administrativo de n. 7215, nos seguintes termos:
“Em contato com a empresa SAMEST, que elaborou o LTCAT 2015, a mesma relatou que as informações obtidas para conclusão do laudo na função de motorista foram obtidas atravésdos coordenadores do setor e que a descrição das atividades contidas no laudo está embasada nestas informações”
	Deste modo, verifica-se que o MM. Juízo “a quo” laborou em error in judicando, atribuindo valor a um laudo manifestamente omisso, que não traduz a realidade do dia-a-dia de um motorista do sistema de saúde, uma vez que elaborado apenas com informações obtidas dos coordenadores do setor, devendo a decisão agravada ser reformada, deferindo o adicional de insalubridade ao agravante, tendo em vista a presença do fumus boni iuris e do periculum in mora.
	Presente o fumus boni iuris diante da plausibilidade do direito, uma vez que é previsto no Anexo 14, da NR-15, da Portaria nº 3.214/78 a necessidade de pagar ao agravante o adicional de insalubridade, tendo em vista que resta comprovado pelos documentos em anexo o contato do mesmo com os pacientes com doenças infectocontagiosas, animais perigosos e substâncias nocivas. 
	Também presente o periculum in mora tendo em vista que enquanto se aguarda a sentença final de mérito, após longo contraditório, o que poderá demorar anos a fio, a supressão do pagamento do referido adicional de insalubridade poderá gerar danos de toda a ordem aos requerentes, inclusive impossibilitá-los a prática de vários atos da vida comercial.
III
Conclusão
	Diante do exposto, vem respeitosamente requerer a Vossa Excelência a reforma da decisão agravada, a fim de determinar a agravada a promover o imediato pagamento do adicional de insalubridade, no grau máximo, ao agravante, até o término do contrato de trabalho ou enquanto estes estiverem exercendo a função de motoristas de veículos da Saúde, uma vez que presentes os requisitos para concessão da tutela de urgência, conforme evidenciado supra.
	Termos em que,
	Pede deferimento.
	Nova Serrana MG, 25 de maio de 2016
		Pp.
			LUIZ PAULO BICALHO TAVARES	
				OAB MG 180.000

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