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Klebsiella, Enterobacter, Serratia e Escherichia Universidade Federal do Piauí – UFPI Campus Ministro Reis Velloso – CMRV Curso: Bacharelado em Biomedicina Disciplina: Bacteriologia Profª Dra Anna Carolina T. C. Pereira 4º Período – 2011.2 PARNAÍBA-PI NOVEMBRO/2011 Diliane Pereira Lorena Oliveira Taniele Santos Thiago Gomes Constituem o maior e mais heterogêneo conjunto de bastonetes gram-negativos; Mais de 40 gêneros e 150 espécies e subespécies já descritas: Classificados com base em suas propriedades bioquímicas, estrutura antigênica, hibridização e sequenciamento de ácidos nucléicos. São organismos ubiquitários, encontrados no solo, na água e vegetação e em parte da microbiota intestinal do homem e animais; Enterobacteriaceae Klebsiella Enterobacter Serratia Providencia Edwardsiella Yersinia Escherichia Salmonella Shigella Proteus Morganella Citrobacter Enterobacteriaceae Principais Gêneros: Causadoras de diversas Doenças Humanas: 30-35% de todas as sepses; + de 70% das infecções do trato urinário; Infecções intestinais; Menos de 20 espécies são responsáveis por mais de 95% das infecções; Alguns organismos estão sempre associados a doenças (Ex: Salmonella typhi, Shigella, Yernia pestis, etc); Alguns são membros comensais, podendo causar infecções oportunistas (Ex: E.coli, K. pneumoniae, P. mirabilis); Infecções podem se originar a partir de um reservatório animal (Ex: muitas espécies de Salmonella e Yernia) de um portador assintomático (Ex: espécies Shigella, S. typhi) ou da disseminação endógena de organismos em um paciente susceptível (E.coli). Enterobacteriaceae Bacilos Gram-Negativos; Compartilham um antígeno em comum às Enterobacteriaceae; São imóveis ou se movimentam através de flagelos peritríquios e não esporulam; Aeróbios ou anaeróbios facultativos; Fermentam glicose, são catalase-positivas e oxidase- negativas; Reduzem os nitratos a nitritos; Enterobacteriaceae Apresentam uma coloração intensa nas extremidades; A ausência de atividade de citocromo oxidase é utilizada para distinguir Enterobacteriaceae de outros bastonetes gram-negativos: Exceções: Plesiomonas shigelloides: oxidase positivo; Klebsiella granulomatis: não cultivada em meios tradicionais. Enterobacteriaceae Lipopolissacarídeo (LPS) Termoestável: Polissacarídeo O: específico; Polissacarídeo (antígeno) comum a todas as enterobactérias; Lipídio A: endotoxina; Enterobacteriaceae Classificação sorológica se baseia em três grupos de antígenos: Polissacarídeos somáticos O; Antígenos capsulares K; Proteínas flagelares H; Os antígenos são detectados por aglutinação com anticorpos específicos. Enterobacteriaceae Alguns fatores de virulência são comuns a todos os gêneros de Enterobacteriaceae, e outros são particulares a cepas virulentas específicas; Fatores de virulência comuns associados as Enterobactérias são: Endotoxina; Cápsula; Variação de fase antigênica; Sistemas de secreção do tipo III; Sequestro de fatores de crescimento; Resistência ao poder bactericida do soro; Resistência antimicrobiana. Enterobacteriaceae Enterobacteriaceae Histórico: 1996: 1º isolado de bactérias produtoras de KPC isolados nos EUA (Carolina do Norte), em paciente hospitalizado contaminado com Klebsiella pneumoniae. Isolados raramente até 2000; 2005: 1º registro da KPC no Brasil, Sergipe (PE); 2008: Isolada em SP no Hospital das Clínicas (70 casos); 2009: Em Londrina-PR, foram identificadas 27 pessoas contaminadas; 2010: Proliferação para diversos estados como DF – 183 casos e 18 mortes (22/10/10). Enterobacteriaceae Bastonetes gram-negativos, imóveis, encapsulados (responsável pela aparência mucóide das colônias isoladas e pela alta virulência) e aeróbios; Presentes por vezes no trato respiratório e nas fezes, sem causar problemas; Espécies mais comumente isoladas: K. pneumoniae, K. oxytoca, K. planticola e K. terrigena; Enterobacteriaceae Formas de Transmissão: Contato com secreções ou excreção de pacientes infectados ou colonizados pela bactéria multirresistente; Transmissão de um paciente a outro: mãos não lavadas dos profissionais da equipe de saúde, bem como seus instrumentos de trabalho (Ex: estetoscópio). Enterobacteriaceae O paciente com infecção pela K. pneumoniae produtora de KPC apresenta sinais e sintomas como febre ou hipotermia, taquicardia, piora do quadro respiratório, e nos casos mais graves hipotensão, inchaço e até falência de múltiplos órgãos; Em relação ao sítio de infecção, a bactéria produtora de KPC pode causar: Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica, Infecção do Trato Urinário, Infecção de Corrente Sanguínea, Infecção de partes moles e outros tipos de infecção. Enterobacteriaceae Infecções mais frequentes: Infecção Urinária; Pneumonia; Infecções nosocomiais. Quadros de pneumonia frequentemente envolvem a destruição necrótica de espaços alveolares, a formação de cavidades e a produção de muco sanguinolento: Também causam infecções de feridas, tecidos moles e trato urinário; Enterobacteriaceae O microrganismo antigamente chamado de Donovania granulomatis e depois de Calymmatobacterium granulomatis foi reclassificado como K. granulomatis; Agente etiológico do granuloma inguinal; Pode ser transmitida por contato sexual ou traumatismo não-sexual à genitália; K. granulomatis tem sido isolada de mónocitos; Diagnóstico laboratorial: coloração com Giemsa, de tecidos infectados (visualização de pequenos bastonetes). Enterobacteriaceae Úlcera peniana causada por K. granulomatis. Microscopia ótica de esfregaço de impressão de um tecido de granulação retirado da lesão genital de um paciente infectado por K. granulomatis. Enterobacteriaceae São muito semelhantes às Klebsiella, mas são móveis; São divididos em diversas espécies, segundo suas características bioquímicas; Fazem parte da flora fecal e são encontrados no solo, no esgoto e na água; Enterobacteriaceae São bactérias anaeróbias facultativas, móveis e oxidase negativas; Gênero formado por cerca de 13 espécies; Espécie mais comum é a S. marcescens, que normalmente causa infecção nosocomial; Maioria das espécies são de origem humana (fecal); Apresentam crescente resistência aos antibióticos; Enterobacteriaceae Raramente são patogênos primários, mas como patogênos oportunistas podem causar infecções hospitalares de feridas sangue, pulmão ou do trato urinário (UTI), em especial a pacientes imunocomprometidos; Apresentam uma virulência relativamente baixa; A identificação laboratorial é realizada por meio de coloração de Gram, de culturas e das características bioquímicas. Enterobacteriaceae Theodor Von Escherich (1857-1911); Em 1885, foi convidado a estudar e identificar as características de bactérias; Descoberta da bactéria que, em 1919, acabou por dar nome: Escherichia coli; Tornou-se especialmente importante em Biologia Molecular e Bioquímica. Enterobacteriaceae Consiste em 5 espécies; Escherichia coli: espécie mais comum e clinicamente importante; Associação com diversas doenças; Descrição de antígenos; Classificação por motivos epidemiológicos. Enterobacteriaceae Fatores de Virulência – Adesinas: Antígenos de Fatores de Colonização: CFA/I, CFA/II e CFA/III; Fímbrias de Adesão Agregativa: AAF/I e AAF/II; BFP (Bundle-forming pili); Intimina; Pili P; Proteína IPA (Antígeno Plasmidial de Invasão); Fímbrias Dr. Enterobacteriaceae Fatores de Virulência – Exotoxinas: Toxinas de Shiga (Stx-1 e Stx-2); Toxinas Termoestáveis (STa e STb); Toxinas Termolábeis (LT-I e LT-II); Hemolisina HlyA; Enterobacteriaceae Sepse: Perfuração intestinal levando à infecção intra-abdominal; Infecções do Trato Urinário: Cólon, uretra, bexiga, rim ou próstata; Meningite Neonatal: Infecções do SNC em bebês com menos de 1 mês de vida; Enterobacteriaceae Gastroenterites - 6 Patótipos principais: E. coli Enteropatogênica (EPEC); E. coli Enterotoxigênica (ETEC); E. coli Êntero-hemorrágica (EHEC); E. coli Enteroinvasiva (EIEC); E. coli Enteroagregativa (EAEC); E. coli Difusamente Aderente (DAEC). Enterobacteriaceae Causa importante de diarréia em bebês em países em desenvolvimento; Possui 10 sorogrupos; Adesão bacteriana a células epiteliais do intestino delgado, e destruição das microvilosidades; Enterobacteriaceae Etapas – Lesão Attachment and Effacement [A/E]: 1) Aderência Inicial; 2) Transdução de sinais por proteínas secretadas: receptor da intimina translocada (Tir); Enterobacteriaceae Locus of Enterocyte Effacement (LEE); Diarréia aquosa; Mais comum em países em desenvolvimento; Infecções em crianças pequenas ou “diarréia do viajante”; Consumo de alimentos ou água contaminados; 2 classes de Enterotoxinas produzidas; Enterobacteriaceae Enterotoxinas Termolábeis: LT-I funcional: 1 subunidade A e 5 subunidades B; diarréia aquosa; LT-II: Não associada a doenças humanas. Enterotoxinas Termoestáveis: STa funcional: hipersecreção de líquidos; STb: Não associada a doenças humanas. Genes para LT-I e STa: plasmídio transferível, também portador de genes para adesinas. Enterobacteriaceae Fímbrias: Fatores de colonização; Definem a especificidade do hospedeiro. 25 sorogrupos; Diarréia aquosa e cólicas abdominais semelhantes à cólera, porém mais leves; Não se observam alterações histológicas, nem inflamação na mucosa intestinal; Tratamento com antibióticos: reduz a duração da enfermidade. Enterobacteriaceae Mais comum em países desenvolvidos (73 mil infecções, 60 mortes/ano – EUA); De diarréia leve à uma colite hemorrágica; Mais comum nos meses mais quentes; Mais de 50 sorogrupos: Maioria das doenças humanas: sorotipo O157:H7; Incidência maior: crianças menores de 5 anos; Enterobacteriaceae Enterobacteriaceae Complicação grave: Síndrome Hemolítica Urêmica (SHU): Diarréia sanguinolenta e dor abdominal intensa; 3 a 5% dos casos que evoluem são fatais; 30% dos casos com sequelas graves. Expressão de Toxina Shiga (Stx-1, Stx-2 ou ambas): Lesão A/E em células do epitélio, e plasmídio com genes para outros fatores de virulência; Ambas possuem 1 subunidade a e 5 subunidades B. Enterobacteriaceae Destruição das vilosidades intestinais; SHU associada a Stx-2: Destruição de células endoteliais glomerulares; Expressão de citocinas inflamatórias: TNF-alfa e IL-6; Produção de hemolisinas alfa e beta; Enterobacteriaceae Cepas são raras nos EUA e incomuns em países em desenvolvimento; Cepas patogênicas associadas a poucos sorogrupos, com similaridade à Shigella; 14 sorogrupos; De diarréia aquosa a forma disentérica; Enterobacteriaceae Infiltração inflamatória, com invasão e destruição do epitélio do cólon (ulceração): Mediada por genes pInv, encontrados em plasmídio. Formação de caudas de actina: Movimento no citoplasma e invasão baso-lateral; Enterobacteriaceae Cepas identificadas como causadoras de diarréia aquosa persistente (países em desenvolvimento e em viajantes); Persistência: diarréia crônica e retardo do crescimento em crianças; Auto-aglutinação (“tijolos empilhados”): Fímbrias de adesão agregativa I e II, via plasmídio; Enterobacteriaceae Secreção de muco e aprisionamento de bactérias (biofilme); Encurtamento das microvilosidades, infiltração mononuclear e hemorragia; Provável presença de citotoxina. Enterobacteriaceae Patogenia ainda pouco conhecida; Padrões de Adesão Difusa: Envolve toda a célula; Fímbria superficial F1845, mediada por genes cromossomais ou transportados via plasmídio; Desempenha papel importante nas diarréias, em países em desenvolvimento. Enterobacteriaceae Cultura: Informações para a terapia antimicrobiana; Meio não-seletivos: Ágar-sangue (LCR e tecidos); Meios seletivos: ▪ MacConkey Sorbitol (para EHEC - fezes); ▪ Eosina Azul de Metileno (escarro e fezes); ▪ Combinação com Imunoensaios (para ETEC – pesquisa de toxinas). Enterobacteriaceae Enterobacteriaceae Classificação Sorológica: Anticorpos específicos; Determinação de significados clínicos; Estudos epidemiológicos. Identificação Bioquímica: Sofisticados e com precisão, em menos de 24 horas. Enterobacteriaceae Enterobacteriaceae Glicose (+) e Produção de gás (+) Mobilidade (+) Mobilidade (-) Citrato (+) H2S (+) Lactose (-) e Glicose (-) Fermentação Rápida da Lactose Fermentação Lenta da Lactose Sem Fermentação da Lactose E. coli: Brilho metálico sobre meio diferencial; dotado de motilidade; colônias não viscosas Edwardsiella, Serratia, Citrobacter, Arizona, Providencia, Erwinia Espécies de Shigella: Ausentes de motilidade; não formam gás a partir da glicose Enterobacter aerogenes: Colônias elevadas, sem brilho metálico; com frequência de motilidade; crescimento mais viscoso Espécies de Salmonela: Dotados de motilidade; geralmente formam ácido e gás a partir da glicose K. Pneumoniae: Crescimento mucoide; muito viscoso; sem motilidade Espécies de Proteus: Swarming sobre ágar; hidrólise rápida da uréia Identificação presuntiva e rápida de bactérias entéricas gram- negativas: Análise Molecular: Hibrizidação do DNA do plasmídio; PCR – Reação em Cadeia da Polimerase. Enterobacteriaceae Terapia Antibiótica: Resultados de testes de suscetibilidade in vitro + experiência clínica; Sulfonamidas, ampicilinas, cefalosporinas, fluoroquinolonas e aminoglicosídios; Não recomendada em algumas infecções; E. coli enterohemorrágica: aumento do risco de complicações secundárias (ex: SHU); Enterobacteriaceae Terapia Antibiótica: Em ambiente hospitalar: RESISTÊNCIA; Enterobacteriaceae Difícil prevenção: População microbiana endógena; Evitar exposição aos fatores de risco; Presentes em pacientes com alto risco de infecção; Enterobacteriaceae E. coli: bastonete gram-negativo aeróbio mais isolado em pacientes com sepse; Responsável por mais de 80% das ITUs comunitárias e infecções hospitalares; Gastroenterites em países em desenvolvimento; Maioria das infecções são endógenas; Enterobacteriaceae Surto causado na Europa e nos EUA (Junho 2011); 3º maior surto de E. coli na história; Variedade nunca vista antes: Mutação com genes letais que explicam a amplitudee gravidade do surto: TEM-1 e CTX-M-15; Cepa O104, que quase nunca é resistente a antibióticos; Antibióticos a que ela foi exposta durante o seu desenvolvimento: Penicilina, Tetraciclina, Ácido nalidíxico, Cotrimoxazol, Cefalosporina, Amoxicilina/Ácido clavulânico, Piperacilina-Sulbactam sódico, Piperacilina-tazobactam. Enterobacteriaceae Produção de Enzimas Beta-lactamases de Espectro Estendido (ESBLs); Possível origem do surto: fazenda em Hamburgo, na Alemanha. Enterobacteriaceae (2010.2 e 2011.1) Enterobacteriaceae Enterobacteriaceae HERNÁNDEZ, A. L.; VIVANCO, M. M. V. D.; SILVA, J. L. Z. Microbiologia Y Parasitologia Médicas. Habana: Editorial Ciências Médicas, 2001. JAWETZ, E.; MELNICK, J. L.; ALDEBERG, E. A. Microbiologia Médica. 23. ed. Cidade do México: Editora Manual Moderno, 2005. MURRAY, P. R.; ROSENTHAL, K. S.; KOBAYASHI, O. S.; PFALLER, M. A. Microbiologia Médica. 5. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006. Escherichia coli – Um pouco de história. Disponível em: http://sites.google.com/site/fctunlescherichiacoli/about-us. Acesso em 23/09/2011. E. coli é a nova bactéria letal que surge na Europa. Disponível em: http://novaerahoje.blogspot.com/2011/06/ecoli-e-o-novo- virus-letal-que-surge-na.html. Acesso em 23/09/2011. E. coli na Europa. Evidências Genéticas Mostram que a Super- Bactéria Foi Criada em Laboratório. Disponível em: http://www.anovaordemmundial.com/2011/06/e-coli-na- europa-evidencias-geneticas.html. Acesso em 23/09/2011. Fazenda na Alemanha é suspeita de iniciar surto da bactéria E. coli. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=YI1aBOg40NM. Acesso em 01/11/2011. Provas Bioquímicas para Identificação de Enterobactérias. Disponível em: http://bacteriouff.blogspot.com/2009/10/provas-bioquimicas- para-identificacao.html. Acesso em 01/11/2011. Superbactéria se alastra e chega à metade dos Estados do Brasil. Disponível em: http://noticias.r7.com/saude/noticias/superbacteria-se-alastra- e-chega-a-metade-dos-estados-do-brasil-20101219.html. Acesso em 01/11/2011.
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