Buscar

Curso - exames laboratoriais

Prévia do material em texto

INTERPRETAÇÃO DE 
EXAMES LABORATORIAIS NA 
VIVÊNCIA CLÍNICA DO 
NUTRICIONISTA 
 
KARLA JEANE S. M. DANTAS 
NUTRICIONISTA CLÍNICA – UFRN E UnP 
ESTUDANTE DE MEDICINA - UFRN 
 
 REGULAMENTAÇÃO DA 
SOLICITAÇÃO DE EXAMES 
LABORATORIAIS PELO 
NUTRICIONISTA 
 
 Lei Federal nº. 8.234/1991, art. 4º, 
Inciso VIII. 
I - HEMOGRAMA 
 CONCEITO 
Série de testes efetuados em amostra de sangue 
periférico, fornecendo inúmeras informações 
sobre o sistema hematológico e muitos outros 
sistemas orgânicos. PAGANA, 1998 
 VANTAGENS 
◦ Baixo custo. 
◦ Fácil execução. 
◦ Pouco invasivo. 
 COMPOSIÇÃO 
◦ Contagem de eritrócitos 
◦ Hemoglobina e 
◦ Hematócrito. 
◦ Índices hemantimétricos 
 Volume corpuscular médio - VCM 
 Hemog. Corpusc. Média - HCM 
 Concentração de hemoglobina corpuscular 
média – CHCM 
◦ Leucograma 
 Neutrófilos, linfócitos, monócitos, eosinófilos e 
basófilos. 
◦ Contagem de plaquetas 
 
 
A. CONTAGEM DE ERITRÓCITOS 
 Indicação 
◦ Ligada à hemoglobina e ao hematócrito - avaliação de 
número de eritrócitos no sangue. 
◦ Pacientes com anemia ou sangramento. 
 Importante 
◦ Pac. renal – deficiência de eritropoietina – queda. 
◦ Sobrevida de 120 dias. 
◦ Variável com o sexo e a idade. 
◦ Redução de mais de 10% - anemia 
 Hemorragia, hemólise, deficiência dietética, anemia 
falciforme, doenças crônicas: DPOC; NEOPLASIAS 
 Referência 
◦ Homens - 4,6 a 6,2 milhões de hemácias/ml de sangue 
◦ Mulheres: 4,2 a 5,4 milhões de hemácias/ml de sangue 
 
 
 
• Acima do normal 
◦ Grandes altitudes, Cardiopatias congênitas – 
hipóxia, policitemia. 
• Fatores de interferência 
◦ Gravidez – aumento dos líquidos: verificar 
outros dados; 
◦ Hidratação; 
◦ Desidratação - falsos aumentos; 
◦ Hiper-hidratação – diminui a contagem; 
◦ Drogas: 
 
 
 
 
 
AUMENTAM: 
Gentamicina - ATB – inibe 
síntese protéica. 
Metildopa - anti-hipertensivo. 
DIMINUEM: 
Clorafenicol, quimioterápicos 
B. HEMOGLOBINA - Hb 
• Indicação 
◦ Quantidade total de hemoglobina no sangue. 
◦ Repetido seriadamente em paciente com hemorragia. 
• Importante 
◦ Mede a capacidade de transporte de O2. 
◦ Tampão ácido-base. 
◦ Anormalidades na cadeia das globinas – anemia 
falciforme/síntese da cadeia – talassemia. 
◦ Diminuição de hb – sobrecarga cardiopulmonar – 
angina, taquicardia, ICC, AVC. 
◦ Aumento excessivo: risco de infartos de órgãos e AVC. 
 Transfusão 
◦ NÃO: Hb superior a 8g/dL, em jovens: superior a 6g/dL 
◦ SIM : idoso com hb inferior a 10g/dL 
 
 Referência 
◦ Homens: 13 a 18g/dl e Mulheres: 12 a 15g/dl 
 
 Fatores de interferência – Hb. 
◦ Sexo e idade 
◦ Gravidez 
◦ Variação diurna: 
• Mais altos às 8 horas e Diminuídos às 20h. 
•Variação de até 1g/dL 
◦ Tabagismo 
• Valores mais altos do que em não fumantes. 
◦ Altitudes 
• Aumentam 
◦ Drogas 
• Aumentam: metildopa e gentamicina. 
• Diminuem: antineoplásicos, aspirina, 
sulfonamidas 
 
 
 Valores aumentados - Hb 
◦ Grandes altitudes, Cardiopatias congênitas, 
DPOC, policitemia, desidratação grave. 
 
 Valores diminuídos 
◦ Anemia, hiper-hidratação, gravidez, 
hemoglobinopatia, cirrose, anemia 
hemolítica ou não, hemorragia, deficência 
dietética – Fe: diminuição do número e 
tamanho das hemácias; insuficiência 
medular, protese valvar e doença renal. 
 
C. HEMATÓCRITO - HT 
 Indicações 
◦ Para medir a percentagem do volume total de 
eritrócitos no sangue 
 Transfusão 
◦ Não: ht acima de 24. Jovens – acima de 18. 
◦ Sim: Idosos: abaixo de 30 
 Fatores de interferência 
◦ Anormalidade no tamanho do eritrócito – 
maiores, mais porcentagem do volume 
sanguíneo. 
◦ Contagem alta de leucócitos – falsa anemia. 
◦ Elevadas altitudes – aumentam 
◦ Após hemorragia: valores não 
confiáveis – perda de líquido e células. 
 
 Valores elevados - HT 
◦ Eritrocitose, cianose crônica, desidratação 
grave, DPOC. 
 
 Valores diminuídos 
◦ Anemia, hiper-hidratação, gravidez, 
hemoglobinopatia, cirrose, anemia hemolítica 
ou não, hemorragia, deficência dietética – 
Fe: diminuição do número e tamanho das 
hemácias; insuficiência medular, prótese 
valvar e doença renal. 
 
 
 
D. ÍNDICES HEMANTIMÉTRICOS 
◦ Tamanho - VCM, peso - HCM, e a concentração de hemoglobina nos 
eritrócitos - CHCM. 
◦ Classificação das anemias. 
◦ Depende da contagem de eritrócitos, da hemoglobina e do hematócrito. 
 VCM – Volume corpuscular médio 
◦ Tamanho de um eritrócito. 
◦ Hematócrito(%) / eritrócitos(milhões/mL) x 10. 
◦ Variam: 
• Idade 
• Sexo 
• Classificação 
◦ Macrocitose – eritrócitos grandes: 
• anemias megaloblásticas/macrocítica. 
◦ Microcitose – 
• eritrócitos pequenos: anemia ferropriva e talassemia. 
◦ Normocitose – eritrócitos em tamanho normal. 
• Referência - 84 a 99mm3. 
 
 VCM - elevado 
◦ Anemias macrocíticas – principais causas: 
• Deficiência de B12 – anemia perniciosa. 
• Deficiência de ácido fólico. 
 
◦ Antimetabólitos clássicos - metotrexato 
• Inibição da B12 e Ácido fólico – anemia macrocítica 
 
◦ Hepatopatia crônica – desnutrição / alteração da 
eritropoietina 
 
 VCM reduzido 
◦ Doenças mais comuns associadas com microcitose 
• Anemia ferropriva. 
• Talassemia. 
• Anemias de doenças crônicas. 
 
 
 HCM 
◦ Quantidade média de hemoglobina no eritrócito. 
 
◦ Hemoglobina (g/dL) / eritrócitos 
(milhões/mm3) x 10 
 Referência - HCM: 26 a 32 pg. 
 
◦ HCM aumentada 
• Anemia macrocítica – eritrócito grande, muita 
hemoglobina. 
 
◦ HCM diminuída 
• Anemia microcítica. 
• Anemia hipocrômica. 
 Tamanho do eritrócito pequeno ou quantidade 
de hemoglobina diminuída. 
 
 
 
 CHCM 
◦ Porcentagem de hemoglobina dentro de um eritrócito 
◦ Hemoglobina (g/dL) / Hematócrito(%) x 100 
 Classificação 
◦ Deficiiência de hemoglobina: hipocromia 
◦ Normalidade de hemoglobina: normocromia 
 Obs.: 
 Não existe hipercromia – Eritrócito só comporta até 37g/dL de 
hemoglobina 
 
◦ CHCM aumentada 
 Hipercromatismo - resultado acusado pelo contador 
automático, já que não existe 
 Na hemólise há extravasamento de hemoglobina que é 
contabilizada como estando no eritrócito, por exemplo. 
• CHCM reduzida 
◦ Anemia ferropriva. 
◦ Talassemia 
 
 Fatores de interferência nos Índices 
◦ Tamanho do eritrócito pode afetar o VCM e 
HCM 
◦ Precussores eritrocitários grandes – 
reticulócitos – VCM elevado em anemias 
sem patologia de medula óssea. 
◦ Drogas: 
 Aumentam o VCM: 
Zidovudina – AZT; 
Fenitoína – anticonvulsivante; 
Azatioprina – antileucêmicas, 
antiinflamatórias e imunossupressoras. 
 
 E. CONTAGEM DE LEUCÓCITOS 
◦ Avaliação laboratorial de rotina; 
◦ Importante avaliar na infecção, neoplasia, alergia, 
imunossup. 
 Dois componentes: 
◦ Número total de leucócitos em mm3; 
 
◦ Contagem diferencial 
 Porcentagem de cada. 
 Qualquer aumento de um, implica em diminuição 
do outro. 
 Neutrófilos e linfócitos constituem de 75% a 95% 
do total. 
 Maior que 10000 – inflamação, necrose ou 
leucemia, trauma ou estresse. 
 
 
 
 
 Obs.: 
◦ SEPSE – Leuco semelhante a leucemia – 
resposta leucemóide 
 
 Redução da contagem – leucopenia 
◦ Pós-quimioterapia, pós-radioterapia, 
doenças infiltrativas medulares, infecções 
maciças, deficiências dietéticas e doenças 
autoimunes. 
 Função: 
◦ Lutar contra infecções; contra corpos ou 
tecidos estranhos. 
 
 Elementos Mielóides 
◦ Granulócitos ou Polimorfonucleares 
 Neutrófilos → reação inflamatória/ infecçãobacteriana; 
 Eosinófilos → parasitas/ alergias 
 Basófilos → alergia/ mediadores para a circulação. 
 
 Células fagocitárias – neutrófilos, macrófagos, monócitos e 
eosinófilos. 
 
◦ Macrófagos = histiócitos – conjuntivo; células 
gliais; Kupffer – fígado; dendríticas – epitélios; 
cél. Mensang. glomerulares; osteoclasto; e os 
macrófagos em cada órgão. 
◦ Monócitos → dão origem aos Macrófagos – produção e 
permanência maior que dos neutrófilos 
 
 
 
 
 Elementos Linfóides 
◦ Linfócitos; 
◦ Tipo B 
◦ Tipo T - T auxiliar – cd4 e T citotóxico – cd8. 
 
 Resposta imune: 
 Linfócito T – maturação no timo (Cél. 
APC): 
◦ Tcd8 ou Tcd4 
 
 Tcd8 – imunidade citotóxica. 
 
 Tcd4 – liberação e substância - 
 Ativa Linfócito B: imunidade Humoral 
◦ Linfócito B de memória. 
◦ Linfócito B ativado ou Plasmócito - antígenos 
 Inflamação 
Resposta versátil e 
localizada do organismo à 
agressão que envolve: 
 
Componente vascular: 
- Aumento do fluxo sanguíneo 
no tecido lesado; 
- Aumento da permeabilidade 
nos capilares e vénulas 
(rubor,calor, inchaço e dor). 
 
Componente celular 
Transmigração de leucócitos 
especializados (neutrófilos e 
monócitos/macrófagos) para 
os espaços intercelulares onde 
inativam agentes infecciosos e 
removem detritos celulares. 
 
 
 
 
 Fatores de interferência - LEUCOGRAMA 
◦ Ingestão de alimentos, atividade física e o estresse. 
◦ Gravidez. 
◦ Esplenectomia. 
◦ Alterações no dia – menor pela manhã e maior à tarde. 
◦ Diminui com a idade. 
◦ Recém-nascidos e lactentes – maior quantidade. 
 
 Elevação 
◦ Processo inflamatório agudo ou crônico. 
◦ Drogas – adrenalina, aluporinol, aspirina, quinina. 
 
 Diminuição 
◦ Toxicidade farmacológica; insuficiência medular; 
infcções maciças; desnutrição; aplasia medular 
congênita, quimioterapia ... 
 LINHAS DE DEFESA CELULAR 
 
 Leucócitos 
 
 Polimorfonucleares 
◦ Neutrófilo 
◦ Eosinófiilos 
◦ Basófilos 
 
 Mononucleares 
◦ Linfócitos 
◦ Monócitos 
 
 
 Componentes do Leucograma 
 
 Contagem global dos leucócitos 
 
◦ Valores normais: 4.000 a 11.000 por mm3 
 
 Contagem diferencial dos leucócitos 
 
◦ Valores relativos e absolutos 
 
•Patológicas - infecções. 
 
◦Infecções agudas, locais e gerais: 
 cocos, outras bactérias. Fungos, protozoários 
◦Infecções e destruição tissular: 
 Queimados, necroses 
◦Neoplasias 
◦Intoxicações e envenenamentos 
◦Patologias reacionais metabólicas 
 Diabetes, uremias 
◦Hemólises agudas 
◦Uso de corticóides 
◦Doenças proliferativas 
 leucemias, policitemia vera 
CAUSAS DE NEUTROFILIA 
•Fisiológicas - mobilização do compartimento 
marginal. 
 
◦Recém nascidos (3º e 4º dia) 
◦Exercícios exaustivos 
◦Gravidez e parto 
◦Emoções fortes 
◦“STRESS ” coleta 
◦Febre ou frio 
◦Calor 
◦Anestesia 
CAUSAS DE NEUTROFILIA 
CAUSAS DE NEUTROPENIA 
Na medula óssea Produção medular 
Nos tecidos Mobilização (exaustão das reservas) 
No baço Hiperesplenismo 
 
 
1- NEUTROPENIA VERDADEIRA : 
1.800 neutrófilos/mm3 
 
 
2- NEUTROPENIA CENTRAL: 
Neutropenia pura , Auto-imune, Tóxica, Constitucional 
Infiltração medular , Leucemias e outras 
Insuficiência medular global, Aplasia 
CAUSAS DE NEUTROPENIA 
 Doenças infecciosas e parasitárias 
◦ Malária, calazar; 
◦ Febre tifóide, brucelose; 
◦ Hepatite viral. 
 
3 - Neutropenia periférica 
◦ Hiperesplenismo; 
◦ Auto-imune (Lúpus); 
◦ Idiopáticas. 
 
EOSINÓFILOS 
 Eosinofilia 550/mm3 de sangue 
 Eosinopenia 0/mm3 de sangue 
 Doenças alérgicas 
◦ Asma, alergia à drogas 
 Sindrome de leoffler 
◦ Pneumonia eosinofílica pulmonar 
 Convalescência 
◦ Doenças infecciosas agudas 
 Dermatites 
◦ Ecsemas, psoríases, doença do fogo selvagem 
 Doenças hematológicas 
◦ Policitemias, Leucemias eosinofílicas, LMC 
 Doenças parasitárias 
 
CAUSAS DE EOSINOPENIA 
 Stress”; 
 Infecções agudas; 
 Hormônios ou drogas (corticóides); 
 Doenças endócrinas; 
 Anemias aplásticas; 
 Lúpus; 
 Nos processos infecciosos agudos a 
eosinopenia indica gravidade. 
 Na presença de bactérias. 
CAUSAS DE EOSINOPENIA 
 Organismo libera adrenalina que atua na 
hipófise. 
 Hipófise libera ACTH que atua na supra-
renal. 
 Supra renal libera hormônio corticóide: 
◦ Inibe a saída de eosinófilos da medula 
óssea. 
 Lisa linfócitos. 
 
MONÓCITO 
 Monocitose 1100/mm3 de 
sangue. 
 
 Monocitopenia 160 /mm3 de 
sangue. 
 
CAUSAS DE MONOCITOSE 
 Infecções virais 
◦ Mononucleose infecciosa 
 
 Infecções bacterianas 
◦ Tuberculose, brucelose, endocardite sub-aguda 
 
 Infecções parasitárias e fúngicas 
◦ Calazar, toxoplasmose, tripanossomíase, malária, 
blastomicose, ricketsioses 
 
 Doenças granulomatosas e do colágeno 
◦ Artrite reunmatóide e lúpus 
 
 Doenças neoplásicas 
◦ Linfomas, leucemias monocíticas 
 
LINFÓCITOS 
 Linfocitose 3800/mm3 de 
sangue 
 Linfocitopenia 1000 /mm3 de 
sangue 
 Adulto normal 
◦ 80% Linfócitos pequenos (8µmØ ) 
◦ 20% Linfócitos médios (10-12µmØ) 
◦ < 0,5% Linfócitos atípicos 
(Imunoblastos 15-25µmØ) 
 
 
CAUSAS DE LINFOCITOSE 
 Infecções agudas por vírus 
◦ Sarampo, rubéola, mononucleose infecciosa, 
hepatite ... 
 
 Convalescência de infecção bacteriana 
 
 Pocessos infecciosos crônicos 
 
 Toxoplasmose 
 
 Leucemias linfocíticas 
 
 
LINFOCITOPENIA 
 Menos que 1000/mm3 de sangue. 
 
 Casos agudos de infecções bacterianas. 
 
 Uso de corticóides. 
 
 Neoplasias malígnas. 
 
 Raio x. 
 
 Imunossupressores. 
 
 Imunodeficiência. 
 
 
PLASMOCITOSE 
 Mieloma múltiplo. 
 Mononucleose infecciosa. 
 Sarampo. 
 Cachumba. 
 Varíola. 
 Rubéola. 
 Meningite bacteriana. 
 
F. Contagem de plaquetas 
 Plaquetas: 
◦ Deve ser realizada em pacientes com 
petéquias, sangramento espontâneo, 
menstruações intensas, doenças que 
cursem com propensão hemorrágica. 
◦ 25% fígado e baço. 
◦ Maior parte na corrente sanguínea. 
◦ 7 a 9 dias de vida. 
 Utilidade do teste: 
◦ Monitorizar evolução da doença. 
◦ Observar a função medular. 
◦ Eficácia da trombocitopenia. 
 
 Função 
◦ Hemostasia – agregação plaquetária . 
◦ Integridade vascular. 
◦ Contribuição para a coagulação. 
 
 Referência - 150.000 a 400.000 por mm3 
 
 Fatores de interferência: 
◦ Altitude, exercício intenso – aumenta a 
contagem. 
◦ Drogas podem aumentar – estrógenos e 
anticoncepcionais orais ou reduzir a contagem 
– quimioterápicos e tiazídicos. 
 
 
 Trombocitose 
◦ Alguns tipos de câncer – leucemia, linfoma, 
de cólon. 
◦ Policitemia. 
◦ Pós- esplenectomia 
◦ Anemia ferropriva – estimulação máxima da 
medula que na carência de ferro, produz 
outras células que não hemácia. 
 Trombocitopenia 
◦ Hiperesplenismo. 
◦ Hemorragia. 
◦ Auto-imune. 
◦ Leucemia – redução de megacaríócitos. 
◦ Quimio. 
◦ Lupus. 
 
II - TRIGLICERÍDEOS 
 Gordura - transportada por proteína de muito 
baixa densidade – VLDL. 
 
 Produção hepática a partir do glicerol e ácidos 
graxos. 
 
 Deposição em tecido adiposo. 
◦ Relacionado ao risco cardiovascular. 
 
 
III-COLESTEROL TOTAL E FRAÇÕES 
 Objetivo 
◦ Avaliar risco cardiovascular. 
◦ Controle da hiperlipidemia. 
◦ Principal lipídeo associado ao risco 
arteriosclerótico. Função 
◦ Componente de membrana; 
◦ Integrante dos hormônios sexuais e ácidos 
biliares. 
◦ Mielina. 
◦ 25% no cérebro. 
 
 
 LDL 
◦ Transporta colesterol e um pouco de 
triglicerídeos do sangue para os tecidos. 
◦ Doença coronariana. 
 VLDL 
◦ Transporta triglicerídeos e um pouco de 
colesterol. 
 HDL 
◦ Transportador diferente, ele faz o caminho 
inverso, tira colesterol dos tecidos e devolve 
para o fígado que vai excretá-lo nos intestinos 
- BILE. 
◦ Proteção contra doença arterial coronariana. 
 
 
 Fatores de interferência: 
◦ Gravidez – eleva; 
◦ Menopausa e retirada de ovários – eleva; 
◦ Drogas: 
 Aumentam - hormônios 
adrenocorticotrópicos, anabolizantes, 
corticóides, anticoncepcionais... 
 Diminuem – aluporinol, andrógenos, 
fixadores de sais biliares, lovastatina, 
sinvastatina. 
 Valores diminuídos 
 Mal absorção; 
 Desnutrição; 
 Câncer avançado. 
 
 
 
 
IV- EXAME DE URINA 
 Razões da utilização 
◦ Não invasivo; baixo custo; fácil operacionalização. 
 
◦ Diagnóstico/controle de doenças renais ou das vias 
urinárias – proteinúria – glomerulonefrite; infecção 
urinária – com urocultira. 
 
◦ Detectar doenças metabólicas - diabetes/Cushing. 
 
◦ Quando realizada nas 24 horas – melhor noção da 
homeostase ou de doença em relação ao sangue. 
 
◦ Quando um produto tem depuração rápida, melhor 
detectado na urina. 
 
V- FERRITINA 
 Teste mais sensível para a anemia 
ferropriva. 
 No soro indica o armazenamento de ferro. 
 Referências 
◦ Homem – 12 a 300ng/ml. 
◦ Mulher – 10 a 150ng/ml. 
◦ Criança/adolescente 
 Recém-nascidos – 25 a 200ng/ml. 
 1 a 5 meses – 50 a 200ng/ml. 
 6m a 15 anos – 7 a 142ng/ml. 
 
 
 
 Fatores de interferência 
◦ Transfusão ou alimentação recente rica 
em ferro aumenta a síntese; 
 
◦ Doenças hemolíticas ferro da 
hemólise + síntese. 
 
◦ Distúrbio do armazenamento 
hemocromatose, hemossiderose. 
 
◦ Menstruação. 
 
◦ Doenças inflamatórias elevam. 
 
 
 
Resultado do teste e importância clínica 
 Valores aumentados 
◦ Anemia megaloblástica; 
◦ Anemia hemolítica; 
◦ Hemocromatose e hemossiderose; 
◦ Doença inflamatória - muita atenção!!! 
◦ Alguns tipos de câncer: 
 Hepático, leucemia. 
 
 Valores reduzidos 
◦ Anemia ferropriva; 
◦ Deficiência protéica; 
◦ Hemodiálise. 
VI- TRANSFERRINA 
 Função 
◦ Carreia o ferro no plasma e no líquido para suprir 
as necessidades teciduais. 
 Alterações: 
◦ Diminuída: 
 Doenças hepáticas, perdas protéicas, 
enteropatias, síndrome nefrótica e desnutrição, 
 Inflamação aguda e crônica; malignidade. 
◦ Aumentada 
 Deficiência crônica de ferro - alteração 
simultânea ou anterior às do ferro. 
 30 a 40% dos pacientes com anemia ferropriva 
crônica – limites da normalidade. 
 
 A transferrina não é uma das proteínas de 
fase aguda - bom parâmetro para 
acompanhamento. 
 
 Dosagem de transferrina - avaliação 
das anemias. 
 Ferropriva 
 Nível elevado - saturação é baixa. 
Anemia das doenças crônicas 
• Transferrina normal e o percentual de 
saturação está aumentado. 
 
 Níveis elevados também 
◦ Estágios iniciais de hepatites agudas, na 
gravidez e no uso de estrogênios. 
 
 
 Nas hemocromatoses e hemossideroses 
por sucessivas transfusões sangüíneas 
◦ Níveis elevados de saturação (acima de 90%). 
 
VII- TESTE DE TOLERÂNCIA À LACTOSE 
 Medida de glicemia pré e pós ingestão de carga 
de lactose. 
 
 Administração de 50g de lactose (2g/Kg para 
crianças até 50g). 
 
 A glicemia é dosada em 0, 30 e 60 minutos. 
 
 A mal-absorção da lactose é confirmada com 
um aumento da glicemia menor que 20mg %. 
VIII- CREATININA 
 Junto com os níveis de uréia – função renal. 
 Produto final não-protéico do metabolismo da 
creatina. 
 Aparece no soro em quantidades proporcionais à 
massa muscular corpórea. 
 Objetivos da dosagem 
◦ Avaliar a filtração glomerular renal. 
◦ Rastrear lesão renal. 
 Valores de referência 
◦ Crianças até 12 anos: 0,3 a 0,8 mg/dl; 
◦ Adultos do sexo feminino: 0,6 a 1,0 mg/dl; 
◦ Adultos do sexo masculino: 0,8 a 1,2 mg/dl; 
 
XI- URÉIA 
  Produto final principal do metabolismo de proteína. 
 Constitui 40 a 50% do nitrogênio não-protéico do 
sangue. 
 O nível de uréia reflete a ingestão de proteína e a 
capacidade excretora renal. 
 
 Objetivos 
◦ Avaliar a função renal e auxiliar no diagnóstico de 
doença renal. 
◦ Auxiliar na avaliação de hidratação. 
 
 Valores de referência: 10 a 45 mg/dl. 
 
 Ligeiramente mais altos em pacientes mais idosos. 
 
 
 
 
 Níveis de uréia elevados 
 Doença renal, fluxo sangüíneo renal 
reduzido (desidratação, por exemplo), 
obstrução do trato urinário e em 
catabolismo de proteína aumentado 
(queimaduras). 
 
 Níveis deprimidos de uréia 
 ocorrem em comprometimento hepático 
grave, desnutrição e super-hidratação. 
 
X- ÁCIDO ÚRICO 
 Utilidade 
◦ Medir os níveis séricos de ácido úrico. 
 Objetivo 
◦ Confirmar o diagnóstico de gota. 
◦ Auxiliar na detecção de disfunção renal. 
 Valores de referência 
◦ Sexo masculino: 3,4 a 7,0 mg/dl (202 a 416 nmol/l). 
◦ Sexo feminino: 2,4 a 6,0 mg/dl (143 a 357 nmol/l). 
 Os níveis aumentados 
◦ Gota ou função renal prejudicada;ICC, doença de 
armazenamento de glicogênio, infecções, anemia 
hemolítica ou falciforme. 
 Os níveis deprimidos 
◦ Absorção tubular defeituosa, atrofia hepática aguda, 
alguns tipos de cânceres... 
IX- HEPATOGRAMA 
 Fornecem indicações sobre o funcionamento 
do fígado e das vias biliares. 
◦ AST (aspartato aminotransferase - TGO) 
◦ ALT (alanina aminotransferase - TGP), 
◦ Fosfatase alcalina 
◦ GGT ou Gama GT (Gama glutamil transpeptidase) 
◦ Bilirrubinas (direta, indireta e total) 
◦ TAP (tempo de protrombina ativada) ou TP (tempo 
de protrombina) e INR 
◦ Albumina 
◦ 5' nucleotidase (5'NTD) 
◦ LDH (lactato desidrogenase) 
 
 
 Transaminases (TGP e TGO) 
◦ Lesão das células do fígado – extravasamento 
das enzimas 
 As principais doenças que causam 
elevação das transaminases são: 
◦ Hepatites virais 
◦ Cirrose 
◦ Esteato-hepatite 
◦ Abuso de bebidas alcoólicas 
◦ Lesão do fígado por drogas e medicamentos (hepatite 
medicamentosa). 
◦ Insuficiência cardíaca 
◦ Isquemia do fígado (hepatite isquêmica). 
◦ Câncer do fígado. 
◦ Doenças musculares. 
 
 
 
 Os valores de referência – TGO E 
TGP: 
◦ Limite superior - 40 e 50 U/L 
 
 Doenças mais raras que frequentemente 
cursam com lesão hepática: 
 
◦ Hepatite autoimune. 
◦ Doença de Wilson. 
◦ Deficiência de alfa-1-antitripsina. 
◦ Hemocromatose 
 
 
 Obs.: 
◦ É possível ter uma doença hepática crônica e 
possuir transaminases normais. 
 Pessoas com hepatite C crônica, por exemplo . Portanto, 
a ausência de alterações na TGO e TGP não descarta 
doenças do fígado. 
 Clínica é soberana! 
 LDH 
◦ Presente em vários tecidos do corpo. Nos casos 
de lesão hepática, seus valores também 
aumentam. 
◦ Menos específica para o fígado do que a TGO e 
TGP - mais um dado a ser levado em conta. 
 
 
 Fosfatase alcalina (FA) e Gama GT 
(GGT) 
◦ Elevam-se juntas quando há lesão das vias 
biliares. 
 
◦ Encontrada em grande quantidade em vários 
outros órgãos, principalmente nos ossos, 
placenta e intestinos. 
 
◦ A Gama GT também encontra-se no coração, no 
pâncreas e no próprio fígado. 
 
As principais doenças que cursam com 
elevação conjunta de GGT e fosfatase 
alcalina são: 
 
◦ Obstrução das vias biliares. 
◦ Cirrose biliar primária. 
◦ Colangite (infecção das vias biliares). 
◦ Câncer das vias biliares. 
◦ Uso de alguns medicamentos (corticoides, 
barbitúricos e fenitoína). 
 
 
 Bilirrubinas 
 
◦ Produto da destruição das hemácias velhas e 
defeituosas pelo baço. 
 
◦ Bilirrubina do baço - bilirrubina indireta. 
 
◦ B. transformada no fígado - direta. 
 
◦ Doença hemolítica - aumento da bilirrubina indireta 
no sangue. 
 
◦ Doença hepática - fígado não conjuga - aumento da 
bilirrubina indireta. 
◦ Doença genética - incapacidade de conjugar a 
bilirrubina indireta em direta – Síndrome de Gilbert 
 
 Valor de referência, normais 
 
◦ Direta – até 0,4 mg/dL 
◦ Indireta – até 0,8 mg/dL 
◦ Total – até 1,2 mg/dL 
 
 Bilirrubina total (recém nascido): 
 
◦ idade prematuro a termo 
 
◦ Cordão 2,9mg/dL 2,5mg/dL 
 
◦ <24horas 8,0mg/dL 6,0mg/dL 
 
◦ <48horas 12,0mg/dL 10,0mg/dL 
 
◦ 3 a 5 dias 15,0mg/dL 12,0mg/dL 
 
◦ 7 dias 15,0mg/dL 10,0mg/dL 
 
XII- T3, T4 E TSH 
 Síntese do hormônio tireoidiano 
 
◦ Depende - iodo na dieta, do estímulo do TSH 
hipofisário e de tirosina. 
 
◦ Na tireóide o iodo liga-se ao ácido aminado tirosina. 
 
◦ Monoiodotirosina e diiodotirosina combinam-se 
para formar tiroxina (T4) e triiodotironina (T3). 
 
◦ Compostos iodados - tireoglobulina: o colóide - 
depósito do hormônio tireoidiano. 
 
◦ O TSH – proteólise - iodotironinas na corrente 
sanguínea. 
 
 Sangue - circula ligado a uma proteína (TBG). 
 
 Os estrogênios - elevação da TBG. 
 
 Gravidez ou medicação - estrogênio – altera a 
função tireoideana. 
 
 Com o aumento da capacidade TBG - 
normalidade depende do conceito de que a 
tiroxina livre é mantida em limites normais. 
 
 T4 secretado 20 vezes mais que T3. 
 
 T3 o responsável pela maioria, senão todas, as 
funções tireoidianas no organismo. 
 
 T3 é 3 a 4 vezes mais potente que T4. 
 
 Cerca de um terço do T4 secretado diariamente é 
convertido nos tecidos periféricos, 
particularmente fígado e rins, em T3. 
 
 40% de T4 é convertido na forma inativa, T3 
reverso. 
 
 São duas as razões para que T3 seja mais 
ativo que T4: 
 
◦ Os receptores celulares para hormônio tireoidiano 
tem cerca de 10 vezes mais afinidade por T3. 
 
◦ Proteínas sanguíneas ligam T4 mais fixamente que 
T3. 
 
 Valores Normais 
 
◦ TSH - 0,5 e 5,0 mUI/L. 
 
◦ Triiodotironina (T3): 80 a 200 ng/100ml. 
 
◦ Tiroxina (T4): 4,5 a 11,5 mcg/100ml. 
 
◦ Tiroxina livre (T4L): 0,8 a 2,0 ng/100ml. 
 
 Obs.: 
◦ Hipotireoidismo - TSH ELEVADO 
◦ Hipertireoidismo - TSH BAIXO 
 
 RETROALIMENTAÇÃO NEGATIVA 
 
 
XIII- GLICEMIA DE JEJUM 
 Teste bom??? 
◦ Muito suscetível 
 Mínimo – associar com insulina basal 
 Melhor: 
◦ Associar com a pós-prandial 
◦ Insulina basal e pós-prandial 
 Sempre associar à carga de estresse 
 Referência: 
 Abaixo do 100 mg/dL. 
 
 Glicemia em jejum 100 e 125 mg/Dl - Pré-
diabetes. 
 
 Quando a glicemia em jejum encontra-se acima 
do 126 mg/dL em pelo menos 2 análises de 
sangue coletadas em momentos diferentes, 
temos critério para o diagnóstico do diabetes. 
 
 A glicemia em jejum é atualmente usada apenas 
para o diagnóstico. 
 
 Pacientes com diabetes mellitus - hemoglobina 
glicosilada. 
 
 Pós-prandial - abaixo dos 140 mg/dL. 
 
 Valores entre 140 e 199 mg/dL indicam 
intolerância a glicose 
 
 Resistência à ação da insulina. 
 
 Estágio pré-diabetes, mesmo que a 
glicemia em jejum esteja abaixo de 100 
mg/dL. 
 
 Valores acima de 200 mg/dL são 
indicativos de diabetes. 
 
 
XIV - HEMOGLOBINA GLICADA 
 Valores de referência 
◦ 4% e 6%. 
 Indica como se manteve a glicemia 
nos últimos 120 dias. 
 
 Bom para acompanhamento e 
diagnóstico de DM. 
 
 
 
 
 
Obrigada!

Continue navegando