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INSTITUTO DE FORMAÇÃOE EDUCAÇÃO TEOLÓGICA - IFETE
CURSO LIVRE EM PEDAGOGIA
LIZEUDA MARIA MACÊDO DE OLIVEIRA
A LEITURA E A ESCRITA NAS SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL DA ESCOLA MUNICIPAL ANTONIO LOPES DIAS- CABECEIRAS-PI
CABECEIRAS – PI
2014
LIZEUDA MARIA MACÊDO DE OLIVEIRA
A LEITURA E A ESCRITA NAS SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL DA ESCOLA MUNICIPAL ANTONIO LOPES DIAS- CABECEIRAS-PI
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito final para a obtenção do título de Graduação em Licenciatura em Pedagogia, do Instituto de Formação e Educação Teológica - IFETE. Orientadora: Professora Esp. Maria Sandoly Alexandre 
CABECEIRAS – PI
2014
 LIZEUDA MARIA MACÊDO DE OLIVEIRA
A LEITURA E A ESCRITA NAS SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL DA ESCOLA MUNICIPAL ANTONIO LOPES DIAS- CABECEIRAS-PI
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito final para a obtenção do título de Graduação Licenciatura em Pedagogia, do Instituto de Formação e Educação Teológica - IFETE.
Orientadora: Professora Esp. Maria Sandoly Alexandre
 
. 
APROVADA EM ______/ _________/ _________
Orientador (a) Prof. Me.
1º Examinador (a) Prof. Me.
2º Examinador (a) Prof. Me.
Coordenador (a) do Curso Prof. Me.
CABECEIRAS – PI
2014
Dedico este trabalho à minha família, que me ajudaram com sua compreensão e os demais que me apoiaram nessa caminhada em busca do conhecimento.
Se os pais acompanharem o rendimento escolar do filho desde o começo do ano, poderão identificar precocemente essas tendências e, com o apoio dos professores, reativar seu interesse por determinada disciplina em que vai mal.
(TIBA,2002)
Agradeço a Deus, por está do meu lado em todas as situações que precisei passar para chegar até aqui. Aos amigos (a) que direto ou indiretamente contribuíram no desenvolvimento deste trabalho. Aos professores que deram suas contribuições durante esse curso, principalmente, nesse trabalho de conclusão, pelos seus conhecimentos e sua atenção. Enfim, a todos que fazem acontecer nessa Faculdade, os meus sinceros agradecimentos.
RESUMO
O presente trabalho tem como principal pressuposto é identificar por que os alunos da Escola Municipal Antônio Lopes Dias encontram tantas dificuldades com a leitura e interpretação, bem como analisar os procedimentos pedagógicos da prática docente e refletir sobre a opinião deste e do corpo discente com relação ao tema. Para situar a situação problema dentro de arcabouço teórico foi feito um levantamento bibliográfico na literatura condizente ao tema, assim como uma análise em estudos de outros autores que já haviam desenvolvido trabalhos nesse sentido. A pesquisa procedeu-se através de questionários direcionados aos envolvidos no problema. Com a análise dos dados percebeu-se que a escola realmente reconhece o problema e tem tentado desenvolver estratégias para superá-los, porém demonstra que muito ainda precisa ser feito no sentido de melhorar a qualidade da educação pública. Contudo, é notório a preocupação da equipe em inovar sua prática docente, a fim de estimular as habilidades de leitura e interpretação textual, pois a mesma a firma que às vezes, aluno se aproxima do final do Ensino Fundamental sem desenvolver bem tais habilidades e apontam vários fatores contribuintes desse caos. Outro fator preocupante e a negligência das famílias, claramente perceptível nos depoimentos da equipe da escola quanto no dos próprios discentes. Portanto, as dificuldades de leitura e interpretação exige um estudo bem mais amplo, tendo em vista que, pelo o que foi constatado, vários fatores encontram-se envolvidos. 
PALAVRAS CHAVE: Qualidade da educação, Leitura e Interpretação. 
ABSTRACT
This work has as its main premise is to identify why the students of the Municipal School Unit Teacher Antonio Lopes Dias are many difficulties with reading and interpretation, as well as analyzing the pedagogical practice teaching procedures and reflect on this opinion and the student body with respect to the subject. To situate the problem situation within theoretical did a bibliographic literature consistent with the theme, as well as an analysis of studies of other authors who had done work in this direction. The survey was conducted through questions targeted to involved in the problem. With the analysis of the data it was realized that the school actually recognizes the problem and has tried to develop strategies to overcome them, but demonstrates that much still needs to be done to improve the quality of public education. However, the concern is notorious in innovate your team teaching, in order to stimulate the reading skills and textual interpretation, because the same firm that sometimes student nears the end of elementary school without developing well such skills and pointed out several contributing factors of this chaos. Another worrying factor and the neglect of families, clearly perceptible on the school team and the students themselves. Therefore, the difficulties of reading and interpretation requires a broader study as well as by what was seen, several factors are involved. 
KEYWORDS: Quality education, Reading e Interpretation
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
Art. = Artigo
Ex.: = exemplo
LDB = Lei de Diretrizes e Bases da Educação
MEC = Ministério da Educação
p. = página
par = parágrafo
PI = Piauí
RECNEI = Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil
LISTA DE SIMBOLOS
et al = e outros (referenciar mais de três autores)
% = porcentagem
& = e
Representando alunos
JK, M, DL, KK, XZ, J, PH, GR, PV, KL, Y
Representando professores
PA, JL, DF, MC, WG,KY, EG
I = 1º
V =5º
XXI = 21
SUMARIO
1 INTRODUÇÃO	12
2 LEITURA E INTERPRETAÇÃO NUMA FORMA MAIS AMPLA	15
2.1 Transtornos de Aprendizagem no Decorrer da Historia	18
2.2 A Educação Publica Brasileira Contemporânea	19
2.3 Diferença Entre Transtorno e Dificuldade de aprendizagem	22
3 QUAIS FATORES TÊM CONTRIBUÍDO PARA QUE OS ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL APRESENTEM TANTAS DIFICULDADES TANTO NA LEITURA QUANTO NA INTERPRETAÇÃO DESTA?	25
3.1 Bases Gerais	25
3.2 Prática Docente	26
3.3 A Forma que é Ensinada a Leitura na Educação Básica Atrasam as habilidade de Leitura e Interpretação	27
4. PARTICIPAÇÃO DA FAMÍLIA NA VIDA ESCOLAR DO ALUNO	30
4.1 Parceria Escola – Família	31
4.2 Classe Social e Poder Aquisitivo Contribui para o Fracasso Escolar	31
5 COMO PODE SER DETECTADO AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM, CONSIDERAÇÕES TÉCNICAS	34
5.1 Dislexia 	34
5.2 Disgrafia	34
5.3 Discalculia	34
5.4 Dislalia	35
5.5 Disortografia	35
5.6 TDAH	35
6 ANALISE DOS DADOS	36
6.1 Campo de Pesquisa	36
6.1.1 Escola Municipal Antônio Lopes Dias	36
6.1.1.1 Aspectos Físicos	36
6.1.1.2 Aspectos Administrativos	36
6.2 Visão da Gestora	37
6.3 Visão dos Professores	38
6.4 Visão dos Alunos	39
CONSIDERAÇÕES FINAIS	42
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS	45
APÊNDICES	47
Apêndice A (Questionário a Diretora)	48
Apêndice B (Questionário aos Professores)	49
Apêndice C (Questionário aos Alunos)	50 
1 INTRODUÇÃO
A educação pública brasileira nas últimas décadas tem sido motivo de muitos debates nos meios acadêmicos na tentativa de encontrar motivos que justifiquem a baixa qualidade da mesma. 
Esse é um fato que tem despertado preocupação em todas as esferas governamentais e por que não dizer em todos os setores sociais? Porque não precisa ser economista nem tão pouco cientista, para perceber que um país que tem uma boa educação a probabilidade é muito grande para se desenvolver, tendo em vista que, educação é sinônima de desenvolvimento.
O baixo rendimento dos alunos da Escola Pública Brasileira tem causado preocupaçõesde forma generalizada, embora não sabendo ao certo o porquê de tal caos, uma coisa é fato, tem havido muitas mobilizações em todos os segmentos sociais e esferas governamentais, com as tentativas de mudanças por parte do Estado, com cursos de formação continuada, orientadores educacionais, campanhas nos meios de comunicação, entre outros, porém a qualidade do ensino nas escolas públicas ainda está muito quem.
Uma das causa mais provável para a deficiência da educação, que inclusive tem sido apontada por vários especialistas, é a dificuldade que os alunos apresentam para dominar a leitura, bem como, a interpretação texto, sendo atribuídos para tal caos muitos fatores, entre eles, problemas acarretados desde a base da Educação Básica, que é a Educação Infantil e anos iniciais do Ensino Fundamental. 
E essa causa também tem sido apontada pelas esferas governamentais, pois os métodos utilizados pelo Estado para medir a qualidade da Educação tem demonstrado que um dos maiores problemas que os alunos têm apresentado nos testes são a dificuldade de leitura e interpretação, problema que certamente deve vir se arrastando ao longo dos anos.
	Pretende-se através dessa pesquisa fazer uma investigação na Escola Municipal Antônio Lopes Dias, localizada na zona rural de Cabeceiras-PI, afim de analisar os procedimentos pedagógicos, como também conhecer a opinião dos alunos sobre a obrigatoriedade que lhes são atribuídas, bem como refletir o ponto de vista do corpo docente com relação ao tema e finalmente identificar por que há tantas dificuldades nos alunos do Ensino Fundamental Maior da escola em questão para interpretarem aquilo que leem. 
Na atualidade, as exigências da modernidade tornam cada vez mais necessário à dominação dos meios gráficos, por isso há necessidade que os alunos desenvolvam as habilidades de leitura e interpretação cada vez mais cedo. Mas essas habilidades não se desenvolvem naturalmente, é preciso que elas sejam estimuladas desde os primeiros contatos dos alunos com o ambiente escolar, além disso, deve ser feito com significado e atração. Pois assim, acontecerá o prazer pela a leitura, bem como sua compreensão. 
Ler na verdade é uma terapia que torna o ser humano capaz realizar algo que esteja acima da sua imaginação. A dificuldade de interpretação acontece provavelmente, porque o aluno não desperta interesse por o que lê e evidentemente, não tem como falar sobre o mesmo. 
Tanto a leitura quanto a interpretação são fundamentais no processo de formação do indivíduo, tendo em vista que, é através destas que o mesmo passa a conhecer melhor a normatização da língua e interagir com o autor dando seu ponto de vista sobre o tema exposto pelo mesmo. 
Apesar de se conhecer a grande importância dessas duas habilidades, as escolas públicas brasileiras nem sempre têm conseguido atingir esses objetivos, pois muitas vezes que o aluno se depara com uma questão que exige concentração para ser interpretada geralmente, desiste na primeira tentativa, isso comprova o desinteresse que os mesmos têm pela leitura, episódio que causa grande preocupação aos educadores. 
Na verdade, esses, muitas vezes, ficam de mãos atadas sem saber como agir para superar tal problema e acaba com um sentimento de culpa, porque geralmente são apontados como maiores evidentes do problema, embora de acordo a visão de alguns estudiosos, nem professor, nem tão pouco aluno deve ser rotulado de tal forma, atribuem tal fato a essa dinâmica social que a cada ano, a cada dia, traz novos inventos, deixando despercebido aquilo que é consideram velho, mesmo que seja de grande importância, como conhecimento sistematizado da escola. 
A pesquisa será realizada tendo como método o indutivo, assumirá um caráter qualitativo. Para situar o problema dentro de um arcabouço teórico e coletar os dados serão utilizadas como técnicas: pesquisa bibliográfica, pesquisa de campo (visita a escola, questionários, análise de dados referente ao desempenho dos alunos). 
Para responder as muitas indagações a respeito do tema será feito uma análise das obras bibliográficas de autores que já desenvolveram trabalhos relevantes ao assunto, como a Dra. Maluf (2003) que explica a facilidade de aprendizagem nos anos iniciais de vida, Vygotsky, abordando o desenvolvimento da criança nessa fase, Cury (2003) e Içami Tiba (2008) entre outros, que abordam a inteligência humana e a prática pedagógica, como também outros estudo e autores consagrados que tem a bordado o tema em questão.
Contudo, a deficiência tanto de leitura quanto de interpretação são problemas graves exigindo, portanto, uma análise bem mais ampla com muita reflexão, discussão, conscientização e ação. O estudo sobre dificuldades em leitura e escrita nas séries iniciais do 
Ensino Fundamental abordará as diferenças entre dificuldades de aprendizagem, transtorno de aprendizagem dentro do ambiente escolar. Além disso, serão apontadas a questão do letramento e as causas do fracasso escolar de acordo com a conduta do aluno e do professor. 
O trabalho também conta com experiências de integrantes do grupo na produção textual com crianças com dificuldades de aprendizagem. A aprendizagem escolar é considerada um processo natural da criança, porém muitos alunos sentem grandes dificuldades nas séries iniciais do Ensino Fundamental com relação à leitura e à escrita. 
O estudo do processo de aprendizagem e suas dificuldades devem ser analisados primeiramente com relação à realidade externa e interna do aluno, utilizando vários campos de conhecimento e de uma forma global compreender a condição do sujeito que tem dificuldades em leitura e escrita.
A aprendizagem e a construção do conhecimento são processos naturais e espontâneos do ser humano que desde muito cedo aprende a mamar, falar, andar, pensar, garantindo, assim, a sua sobrevivência. Com aproximadamente três anos, as crianças são capazes de construir as primeiras hipóteses e já começam a questionar sobre a existência. 
A aprendizagem escolar também é considerada um processo natural, que resulta de uma complexa atividade mental, na qual o pensamento, a percepção, as emoções, a memória, a motricidade e os conhecimentos prévios estão envolvidos e onde a criança deva sentir o prazer em aprender. 
O estudo do processo de aprendizagem humana e suas dificuldades são desenvolvidos pela Psicopedagogia, levando-se em consideração as realidades interna e externa, utilizando-se de vários campos do conhecimento, integrando-os e sintetizando-os.
2 - LEITURA E INTERPRETAÇÃO NUMA FORMA MAIS AMPLA
Com base em estudos realizados sobre o tema Dificuldades de aprendizagem em leitura e escrita nas séries iniciais, o contexto da história da educação e o desenvolvimento pedagógico dos alunos, até o início do século XX as dificuldades de aprendizagem em leitura e escrita eram vistas como uma anormalidade.
Segundo Fonseca (1995), a aprendizagem é uma função do cérebro. A aprendizagem satisfatória se dá quando determinadas condições de integridade estão presentes, tais como: funções do sistema nervoso periférico, funções do sistema nervoso central, sendo que os fatores psicológicos também são essenciais. 
Vários estudos têm assegurado que os dois hemisférios do cérebro trabalham em conjunto. Ainda de acordo com o autor, o hemisfério esquerdo é responsável pelas funções de análise, organização, seriação, atenção auditiva, fluência verbal, regulação dos comportamentos pela fala, raciocínio verbal, vocabulário, cálculo, leitura e escrita. 
É o hemisfério dominante da linguagem e das funções psicolinguísticas. O hemisfério direito é responsável pelas funções de síntese, organização, processo emocional, atenção visual, memória visual de objetos e figuras. 
O hemisfério direito processa os conteúdos não-verbais, como as experiências, as atividades de vida diária, a imagem, as orientações espaços temporais e as atividades interpessoais. O autor destaca que para que uma criança aprenda é necessário que se respeitem várias integridades, como o desenvolvimento perceptivo-motor,perceptivo e cognitivo, e a maturação neurobiológica, além de inúmeros aspectos psicossociais, como: oportunidades de experiências, exploração de objetos e brinquedos, assistência médica, nível cultural etc. 
Souza (1996) coloca que os fatores relacionados ao sucesso e ao fracasso acadêmico se dividem em três variáveis interligadas, denominadas de ambiental, psicológica e metodológica. O contexto ambiental engloba fatores relativos ao nível socioeconômico e suas relações com ocupação dos pais, número de filhos, escolaridade dos pais etc. 
Esse contexto é o mais amplo em que vive o indivíduo. O contexto psicológico refere-se aos fatores envolvidos na organização familiar, ordem de nascimento dos filhos, nível de expectativa etc, e as relações desses fatores são respostas como ansiedade, agressão, autoestima, atitudes de desatenção, isolamento, não concentração. 
O contexto metodológico engloba o que é ensinado nas escolas e sua relação com valores como pertinência e significado, com o fator professor e com o processo de avaliação em suas várias acepções e modalidades. A autora ressalta que em consequência do fracasso escolar, devido à inadequação para a aprendizagem, a criança é envolvida por sentimentos de inferioridade, frustração, e perturbação emocional, o que torna sua autoimagem anulada, principalmente se este sentimento já fora instalado no seu ambiente de origem. 
Se o clima dominante no lar é de tensões e preocupações constantes, provavelmente a criança se tornará uma criança tensa, com tendência a aumentar a proporção dos pequenos fracassos e preceitos próprios da contingência da vida humana. 
Se o clima é autoritário, onde os pais estão sempre certos e as crianças sempre erradas, a criança pode se tornar acovardada e submissa com professores, e dominadora, hostil com crianças mais jovens que ela, ou pode revoltar-se contra qualquer tipo de autoridade. Se o clima emocional do lar é acolhedor e permite a livre expressão emocional da criança, ela tenderá a reagir com seus sentimentos, positivos ou negativos, livremente. Strick e Smith (2001) ressaltam que o ambiente doméstico exerce um importante papel para determinar se qualquer criança aprende bem ou mal. 
As crianças que recebem um incentivo carinhoso durante toda a vida tendem a ter atitudes positivas, tanto sobre a aprendizagem quanto sobre si mesmas. Essas crianças buscam e encontram modos de contornar as dificuldades, mesmo quando são bastante graves. As autoras colocam que o estresse emocional também compromete a capacidade das crianças para aprender. 
A ansiedade em relação a dinheiro ou mudanças de residência, a discórdia familiar ou doença pode não apenas ser prejudicial a si mesma, mas com o tempo pode corroer a disposição de uma criança para confiar, assumir riscos e ser receptiva a novas situações que são importantes para o sucesso na escola. 
Para Fernandez (1990), quando o fracasso escolar se instala, profissionais (fonoaudiólogos, psicólogos, pedagogos, psicopedagogos) devem intervir, ajudando através de indicações adequadas. 
Para Strick e Smith (2001), a rigidez na sala de aula para as crianças com dificuldades de aprendizagem é fatal. Para progredirem, tais estudantes devem ser encorajados a trabalhar ao seu próprio modo. Se forem colocados com um professor inflexível sobre tarefas e testes, ou que usa materiais e métodos inapropriados às suas necessidades, eles serão reprovados.
Souza (1996) afirma que as dificuldades de aprendizagem aparecem quando a prática pedagógica diverge das necessidades dos alunos. Neste aspecto, sendo a aprendizagem significativa para o aluno, este se tornará menos rígido, mais flexível, menos bloqueado, isto é, perceberá mais seus sentimentos, interesses, limitações e necessidades. Segundo Fonseca (1995), as dificuldades de aprendizagem aumentam na presença de escolas superlotadas e mal equipadas, carentes de materiais didáticos inovadores, além de frequentemente contarem com muitos professores “derrotados” e “desmotivados”. A escola não pode continuar a ser uma fábrica de insucessos. 
Na escola, a criança deve ser amada, pois só assim se poderá considerar útil. Roman e Steyer (2001) ressaltam que é importante o estabelecimento de uma rotina na escola. A rotina deve ser desenvolvida para possibilitar, a partir da organização externa, a segurança emocional e a organização interna de cada criança. 
Desse modo, a rotina favorece e complementa o processo de socialização por meio da aprendizagem das regras de convívio em grupo, da formação de vínculos e da aquisição de conhecimentos em todos os âmbitos de desenvolvimento. 
É através da rotina da escola que são identificadas algumas das queixas comuns na primeira infância, as quais em geral são erroneamente confundidas, por desconhecimento, com diagnósticos como agressividade, hiperatividade e desatenção. 
Esses diagnósticos, quando analisados com o devido cuidado por meio de entrevista com os pais ou responsáveis pela criança, podem revelar dados importantíssimos e que demandam orientações da própria escola. Para os autores, uma das formas de prevenção nas propostas de trabalho da educação é preparar teoricamente o corpo docente para a prática dos jogos e atividades lúdicas, realizando, principalmente, um aprofundamento sobre a importância do ato de brincar para o desenvolvimento infantil. 
Os fatores experienciais potencializam suas condições intelectivas, propostas pedagógicas que privilegiam atividades lúdicas e estimulantes possibilitarão aprendizagens cada vez mais complexas e mais eficientes. Roman e Steyer (2001) citam que os conflitos emocionais interferem muito no rendimento da criança. 
Cabe à escola, na figura do professor, fazer a “escuta” adequada destas manifestações, considerando o estado geral da criança em seu dia-a-dia, o contexto familiar em que está inserida e os eventuais problemas familiares que possa estar vivenciando, desde o nascimento de um irmão, a morte de um familiar, uma situação de desemprego, separação dos pais, dentre outros problemas. 
Deste modo, este trabalho apresentará os principais fatores que interferem no processo de aprendizagem no início da vida escolar e como as dificuldades em leitura e escrita, que ocorrem desde o século XX, podem ser amenizadas e erradicadas, levantando assim possíveis causas para os problemas cognitivos. 
Abordaremos as diferenças entre o transtorno de aprendizagem, o conhecimento interno de cada indivíduo e a proposta de letramento no processo de aprendizagem.
2.1. Transtornos de Aprendizagem no Decorrer da História 
Na década de 1930, as dificuldades de aprendizagem foram atribuídas a desajustes emocionais e a criança com dificuldade era considerada como uma criança-problema. O Teste ABC, criado por Lourenço Filho a partir de pesquisas realizadas na escola-modelo anexa à Escola Normal de Piracicaba em 1925, exemplifica essa mentalidade (Magnani, 1997). Seu objetivo era medir a maturidade para a aprendizagem da leitura e escrita, permitindo caracterizar a maturidade educacional. Os alunos que se mostrassem capazes de identificar e escrever palavras contidas em um determinado grupo de objetos e tivessem habilidade motora para realizar desenhos geométricos eram classificados como maduros.
 	Para compreender melhor a questão da leitura, bem como o sentido desta, e a interpretação da mesma, será preciso desenvolver uma análise mais aprofundada num processo de reflexão, a fim de encontrar uma fundamentação convincente para tantas dificuldades encontradas pelos alunos do Ensino Fundamental em fazer uma leitura e não saber interpretá-la. 
Segundo Maria Lúcia Weiss (2001 154): “a aprendizagem normal dá-se de forma integrada no aluno aprende, no seu pensar, sentir, falar e agir”. Quando começam a aparecer “dissociações de campo” e sabe-se que o sujeito não tem danos orgânicos, pode-se pensar que estão se instalando dificuldades na aprendizagem: algo vai mal no pensar, na sua expressão, no agir sobre o mundo.
A instituição educativa do século XXI está passando portransformações significativas, devido às mudanças na legislação brasileira, mas principalmente, em função da rapidez e agilidade que acontecem descobertas a respeito de novas tecnologias, o que influencia as relações humanas, modificando assim, a maneira de olhar o mundo. 
Apesar de a educação ter evoluído no século XX, mais especificamente nas duas últimas décadas, não houve o rompimento com as diretrizes originárias da instituição, que se mantém centralista, transmissora, selecionadora e individualista, conforme nos ensina Imbernón (2000). Juntamente com a sociedade pós-moderna, entende-se, portanto que a educação vem passando por profundas mudanças que resultaram na expansão quantitativa da oferta escola provocando necessidades de inovações qualitativas nas formas de fazer educação. Nóvoa (1991 apu UNESCO, 2004, p. 27) aborda a gênese e o desenvolvimento da profissão docente em su relação com a gênese e o desenvolvimento da instituição escolar. Assim, afirma que: 
2.2 A Educação Pública Brasileira Contemporânea
Na década de 1960, as causas do insucesso escolar foram atribuídas somente a fatores orgânicos e psicológicos. Por consequência, a criança deveria ser encaminhada apenas por profissionais qualificados na área.
Na década de 1970, estudiosos americanos afirmam que as dificuldades de aprendizagem eram decorrentes das péssimas condições de vida do indivíduo atribuindo a maior responsabilidade da educação à escola. 
Nas décadas de 1980 e 1990, através de pesquisas e trabalhos em todo mundo, concluiu-se que os erros estão nas instituições educacionais, incluindo professores, instituições do sistema governamental e projetos mal elaborados inseridos na proposta educacional. Atualmente, muitos profissionais da educação confundem o quadro de transtorno de aprendizagem com dificuldades de aprendizagem.	
É inegável o avanço da educação pública nessas últimas décadas. Pois desde 1996, com a nova LDB – 9394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação), muitas coisas têm mudado entre elas a acessibilidade tanto para os discentes quanto para os docentes, embora haja bastante a ser feito. 
Porque as tentativas de transformação não aconteceram de forma proporcional, ou melhor, houve um avanço significante sobre a quantidade de oferta da mesma dando oportunidade para todos, porém a qualidade dessa, não acompanhou essa proporcionalidade e esse fato tem sido preocupante. 
É comum se ouvir de educadores e escola a dificuldade que os alunos encontram para desenvolver uma leitura ou produzir um texto baseado em alguma leitura que tenha feito, pois a grande maioria deles, não compreendem aquilo que leem. 
Os resultados das avaliações que analisam a qualidade da educação demonstram esse episódio claramente, alunos do Ensino Fundamental que são avaliados, apresentam dificuldades enormes de leitura e interpretação, tendo em vista que, quando conseguem ler não compreendem o enunciado.
Atualmente, a política educacional prioriza a educação para todos e a inclusão de alunos que, há pouco tempo, eram excluídos do sistema escolar por portarem deficiências físicas ou cognitivas; porém, um grande número de alunos (crianças e adolescentes), que ao longo do tempo apresentaram dificuldades de aprendizagem e que estavam fadados ao fracasso escolar, puderam frequentar as escolas e eram rotulados, em geral, como alunos difíceis. 
Os alunos difíceis que apresentavam dificuldades de aprendizagem, mas que não tinham origens em quadros neurológicos, numa linguagem psicanalítica não estruturam uma psicose ou neurose grave que os considerem portadores de deficiência mental, oscilavam na conduta e no humor e até com dificuldades nos processos simbólicos, o que dificultava a organização do pensamento e, consequentemente, interferia na alfabetização e no aprendizado dos processos lógico-matemáticos.
 Estes alunos demonstram potencial cognitivo podendo ser resgatados na sua aprendizagem. Raramente as dificuldades de aprendizagem têm origens apenas cognitivas, atribuir ao próprio aluno o seu fracasso, considerando que haja algum comprometimento no seu desenvolvimento psicomotor, cognitivo, linguístico ou emocional (conversa muito, é lento, não faz a lição de casa, não tem assimilação, entre outros), desestruturação familiar, sem considerar as condições de aprendizagem que a escola oferece a este aluno e os outros fatores interescolares que favorecem a não aprendizagem. 
As dificuldades de aprendizagem na escola podem ser consideradas uma das causas que podem conduzir o aluno ao fracasso escolar. Não podemos desconsiderar que o fracasso do aluno também pode ser entendido como um fracasso da escola por não saber lidar com a diversidade dos seus alunos. 
É preciso que o professor atente para as diferentes formas de ensinar, pois há muitas maneiras de aprender. O professor deve ter consciência da importância de criar vínculos com os seus alunos através das atividades cotidianas, construindo e reconstruindo sempre novos vínculos, mais fortes e positivos. 
O aluno, ao perceber que apresenta dificuldades em sua aprendizagem, muitas vezes começa a apresentar desinteresse, desatenção, irresponsabilidade, agressividade etc. A dificuldade acarreta sofrimentos e nenhum aluno apresenta baixo rendimento por vontade própria. 
Durante muitos anos os alunos foram penalizados, responsabilizados pelo fracasso, sofriam punições e críticas, mas, com o avanço da ciência, hoje não podemos nos limitar a acreditar que a dificuldade de aprendizagem seja uma questão de vontade do aluno ou do professor, é uma questão muito mais complexa, onde vários fatores podem interferir na vida escolar, tais como os problemas de relacionamento professor-aluno, as questões de metodologia de ensino e os conteúdos escolares. 
A relação professor-aluno torna o aluno capaz ou incapaz. Se o professor tratá-lo como incapaz, não será bem sucedido, não permitirá a sua aprendizagem e o seu desenvolvimento. Se o professor mostrar-se despreparado para lidar com o problema apresentado, mais chance terá de transferir suas dificuldades para o aluno. 
Os primeiros “ensinantes” são os pais, com eles aprendem-se as primeiras interações e ao longo do desenvolvimento aperfeiçoam-se Estas relações, já constituídas na criança ao chegar à escola, influenciarão consideravelmente no poder de produção deste sujeito. É preciso uma dinâmica familiar saudável, uma relação positiva de cooperação, de alegria e motivação. Torna-se necessário orientar aluno, família e professor, para que, juntos, possam buscar orientações para lidar com alunos/filhos que apresentam dificuldades e/ou que fogem ao padrão, buscando a intervenção de um profissional especializado.
Cada pessoa é um ser único. Uma vida é uma história de vida. É preciso saber o como é o aluno e como ele aprende. As crianças com dificuldades de aprendizagem não são crianças incapazes, apenas apresentam alguma dificuldade para aprender. São crianças que têm um nível de inteligência bom, não apresentam problemas de visão ou audição, são emocionalmente bem organizadas, mas fracassam na escola. 
Para Guerra (2001), crianças com dificuldades de aprendizagem não são deficientes, não são incapazes e, ao mesmo tempo, demonstram dificuldades para aprender. Incapacidades de aprendizagem não devem ser confundidas com dificuldades de aprendizagem. 
Para Strick e Smith (2001), as dificuldades de aprendizagem referem-se não a um único distúrbio, mas a uma ampla gama de problemas que podem afetar qualquer área do desempenho acadêmico. As dificuldades são definidas como problemas que interferem no domínio de habilidades escolares básicas, e elas só podem ser formalmente identificadas até que uma criança comece a ter problemas na escola. As crianças com dificuldades de aprendizagem são crianças suficientemente inteligentes, mas enfrentam muitos obstáculos na escola.
O fato é que episódio assim tem tornado muito mais complicado a missão do educador que às vezes fica com as mãos atadas sem saber como proceder, além do mais há sempre um descompassono discurso de aluno e professor com atribuição de culpa entre ambos.
De acordo com Charlot (2006, p. 15) “Esse descompasso entre professor e aluno revela um abismo entre ambos e interfere no processo de aprendizagem,” pois por um lado o professor diz que ensinou e que o aluno não fez sua parte por outro esse diz ter estudado, porém não compreendeu o que leu.
Já Cury (2003, p. 12) defende que “o avanço tecnológico é que tem acelerado tudo e o sistema encontra-se retardo”. Pois se é possível se perceber avanço em cada criança por que não o sistema acompanhar tais inovações já que existem tantos programas que visam ao fim a melhoria na qualidade do aprendizado, seja ele técnico ou empírico. Acrescenta ainda que: “Criamos um mundo artificial para as crianças e pagamos um preço caríssimo”. (CURY, 2003 p.12). Seguindo esse pensamento é possível dizer que aquilo que é tido como velho não atrai a atenção dessa clientela contemporânea e, portanto, se não há atração à probabilidade é muito baixa para haver compreensão.
Na verdade é possível que Cury(2003, 62) tenha razão, pois com tanta rapidez como se conseguem as coisas hoje, dificilmente a criança, adolescente ou jovem irão se interessar pelos os conteúdos do livro didático, a menos que este se transforme em atração e desperte curiosidade, ao contrário, a exposição feita em sala de aula provavelmente será esquecida logo que terminar a mesma, até porque, segundo o mesmo teórico “não existe lembrança pronta do passado, o passado é sempre reconstruído!” (CURY, 2003 p 13). 
Mesmo que não se saiba de quem é a culpa de tal fracasso, o certo é que tem que ser promovido alguma ação, principalmente pelos os educadores, pois a sociedade a cada dia exige pessoas que tenham domínio de leitura, para vivência no dia-a-dia, para o mercado de trabalho, enfim para exercer sua cidadania.
2.3. Diferença Entre Transtorno e Dificuldade de Aprendizagem
Os transtornos de aprendizagem compreendem a falta de habilidade específica como leitura, escrita ou matemática em indivíduos que apresentam resultados abaixo do esperado para o nível de desenvolvimento no qual eles se encontram. 
Os transtornos de aprendizagem podem originar-se de distúrbios na interligação de informações em várias regiões do cérebro, nos quais, podem ter surgido durante a gestação. Dentre os transtornos de aprendizagem, o mais agravante é o transtorno de leitura e escrita, o qual será abordado neste estudo. O desenvolvimento cerebral do feto é um fator importante que contribui para o processo de aquisição, conexão e atribuição de significado às informações, ou seja, da aprendizagem. 
Dessa forma, qualquer fator que possa alterar o desenvolvimento cerebral do feto facilita o surgimento de um quadro de Transtorno de Aprendizagem, que possivelmente só será identificado quando a criança necessitar expressar suas habilidades intelectuais na fase escolar. 
Existem fatores sociais que também são determinantes na manutenção dos problemas de aprendizagem, e, entre eles, o ambiente escolar e contexto familiar são os principais componentes desses fatores. 
Quanto ao ambiente escolar, é necessário verificar a motivação e a capacitação da equipe de educadores, a qualidade da relação professor – aluno - família, a proposta pedagógica e o grau de exigência da escola, que, muitas vezes, está preocupada com a competitividade e põe de lado a criatividade de seus alunos. 
Em relação ao ambiente familiar, há casos em que a família apresenta um nível de exigência muito alto, com a visão voltada somente para os resultados obtidos, podendo desenvolver na criança um grau de ansiedade que não permite um processo de aprendizagem devidamente adequado, assim facilitando que outras dificuldades ocorram.
De acordo Scoz (1994, 148) menciona inúmeros fatores que contribuem para as dificuldades de aprendizagem: (...) “Os problemas de aprendizagem não são restringíveis nem a causas físicas ou psicológicas, nem a análises das conjunturas sociais. É preciso compreendê-los a partir de um enfoque multidimensional, que amalgame fatores orgânicos, cognitivos, afetivos, sociais e pedagógicos, percebidos dentro das articulações”.
2.4 A Importância do Domínio da Leitura e Interpretação
É indiscutível a importância da leitura nos dias atuais a todo cidadão e cidadã, porém nem sempre foi assim, em outras épocas essa era uma característica apenas da elite, pois servia apenas para uma elevação da classe social. Na atualidade a leitura e a interpretação, tornou-se indispensável, porque é através da mesma que adquirimos conhecimento estimula o censo crítico e nos dá a oportunidade termos uma melhor qualidade de vida e diminuindo assim as desigualdades sociais. 
De acordo com Araújo (2009, 104)
A arte de ler e interpretar são fundamentais no processo de formação do indivíduo, pois é através da leitura que o indivíduo passa a conhecer melhor as normas gramaticais e como utilizá-las. Dessa forma a leitura é um mecanismo que leva o leitor a interagir com o autor em um determinado momento no texto e consequentemente interage com o mundo também. 
Concordamos com a autora, pois a leitura é sinônima de luz, no sentido de clarear a mente, através da mesma é possível ter uma visão mais ampla sobre as coisas que nos cerca (nossos direitos, os deveres, as legislações, etc.) sobre a evolução científica e tecnológica, bem como sobre o mundo.
Para De Bortoli (2002, p. 09):
Ler é condição de estar no mundo, de recebê-lo, de interagir com ele, de recriá-lo, de escrevê-lo e de inscrever-se nele. Pensar a leitura desde o texto escrito – primeiro e indispensável contato com um sistema de significação, deliberadamente tornado consciente por exercícios metalingüísticos, minimamente conscientizável pelo usuário – e por ele, pouco a pouco ir aprendendo a interpretar, a construir sentido para as representações, para as situações, para o mundo, enfim, em sua linguagem plurais, depende hoje substantivamente de que a formação do leitor tenha um caráter multi, inter e transdisciplinar. Isso favorece a diversificação das práticas de leitura e interpretação, propiciando a criação de oportunidades para o aluno entrar em contato com diversas formas de apresentação da informação e diversos modos de abordar os textos segundo os subjetivos da disciplina, cujo trabalho deve ser abordado com uma meta de equipe.
Como se percebe, a leitura é tão importante para o ser humano nos nossos dias que abre porta para sua interação com o mundo. Na verdade, quando alguém desconhece o mundo gráfico as dificuldades de interagir no meio em que está inserido tendem-se a multiplicar-se, por ex.: como interagir no controle social das políticas públicas educacionais, sendo um analfabeto funcional? Porque é preciso ter conhecimento, ou seja, compreender os critérios legais para saber se o executivo ou as Unidades Executoras estão direcionando as mesmas nos caminhos para as quais foram projetadas. 
3 QUAIS FATORES TÊM CONTRIBUÍDO PARA QUE OS ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL APRESENTEM TANTAS DIFICULDADES TANTO NA LEITURA QUANTO NA ESCRITA?
Para encontrar justificativas que possam dá uma sustentação teórica ao questionamento buscamos mostrar a partir daqui uma análise dos fatores mais evidentes que são: As legislações, a prática pedagógica, dentre outras em buscar enfim um referencial de outros estudos relevantes ao tema.
3.1 Bases Legais e as Obrigatoriedade
	Acreditamos que um fator que muito tem contribuído para esse desinteresse dos alunos pela a escola e de cumprir com seu dever enquanto aluno, no sentido de desenvolver bem as habilidades, é a obrigatoriedade que os mesmo são submetidos, principalmente nas escolas públicas, onde geralmente a clientela maior pertence à classe menos esclarecida. 
Por um lado a LDB (9394/96) torna obrigatória a permanência do aluno na escola, “notificar ao Conselho Tutelar do Município, ao juiz competente da Comarca e ao respectivo representante do Ministério Público a relação dos alunos que apresentem quantidade de faltas acimade cinquenta por cento do percentual permitido em lei.”(Incluído pela Lei nº 10.287, de 2001) (LDB 9394/96, Art. 12 par. VIII), e ainda, a ameaça da suspensão dos benefícios sociais caso a lei não seja cumprido.
A idéia do Estado, acredita-se ser a melhor possível, pois é uma forma de garantir que todos tenham acessibilidade à escola e possam construir um futuro brilhante, porém a criança nem sempre pensa assim, porque não são esclarecida na sua maioria, devido a falta de conhecimento dos pais ou arrogância, obriga a criança ir para a escola a qualquer custo, a fim de garantir sua permanência nos programas assistencialistas oferecidos pelo Estado, e não tem a preocupação de explicar realmente a importância da escola para a criança e em sua maioria nem pratica a educação familiar. 
Fato como o exposto acima faz com que a criança acredite que a escola é uma prisão e não um lugar que desperte prazer, é tão tal que, a maioria das crianças quando saem da escola correm desesperadamente como se estivesse presa realmente. Dessa forma é muito difícil estimulá-las a desenvolver qualquer habilidade.
Além disso, às vezes, para atender a requisitos formais como por exemplo, uma melhor colocação nos resultados das avaliações do MEC, as escolas focam suas atenções na estrutura curricular que se refere a estas, e acaba não se preocupando se tal procedimento é prazeroso ou não para o aluno como aponta Azevedo (2007, p. 8):
Daí as práticas de avaliações externas, com sistema de avaliação em os sujeitos que atuam no cotidiano das instituições transformam-se em objetos passivos, sendo os processos de trabalhos ignorados, as especificidades dos conteúdos desconhecidas. O que dá validade ao trabalho é o produto final, aferido, quase sempre, em limites quantitativos, concentrados, avaliados de fora para dentro.
	Contudo, as legislações sempre trazem obrigatoriedade que nem sempre os alunos ficam satisfeitos, como a carga horária a ser cumprida por lei 200 dias letivos (800 horas), no mínimo, “a carga horária mínima anual será de oitocentas horas, distribuídas por um mínimo de duzentos dias de efetivo trabalho escolar, excluído o tempo reservado aos exames finais, quando houver, (Art. 24 – I, LDB 9394/96).” 
A maioria dos alunos, principalmente aqueles que se sentem incomodados na escola, criticam muito essa questão reclamam que praticamente não têm férias, embora sabendo que quanto mais tempo este permaneça em contato com as atividades escolares maior será a probabilidade de aprendizagem. Porém não podemos esquecer que criança ou adolescentes nem sempre têm essa compreensão. 
3.2 A Prática Docente e a Relação com a Sociedade Tecnológica 
São inegáveis os avanços educacionais nos últimos tempos, mas mesmo assim, é visivelmente perceptível, a deficiência na educação pública ainda tem causado muita preocupação nos diferentes setores sociais e muito tem sido feito na tentativa de encontrar mecanismos que venham contribuir na resolução de tal problemática.
Vários são os fatores apontados por especialistas como parte integrante dessa deficiência, entre eles, a prática docente. Pois se sabe que a pesar das tentativas de mudanças muitos professores resistem a aderir aos novos paradigmas educacionais.
Segundo Tiba (2008, p. 70) afirma: “maioria dos professores em atividade hoje não teve no currículo profissional aulas de capacitação para exercer o papel de formador da personalidade do aluno” e continua:
Professores retrógrados, apoiados no longo tempo de carreira e já contando os anos que faltam para aposentadoria, são os primeiros a resistir a modificações. Além de não aderirem aos movimentos de modernização, quando possível, criticam-nos destrutivamente. E muitos pais, já acomodados com o andamento escolar, mesmo que sofrível, não se dispõem a aceitar as propostas de mudanças na escola que envolve esforço deles, mesmo que seja em benefícios de seus filhos. (TIBA, 2008 ibid. p. 73) 
	
Na verdade, as transformações da sociedade, bem como o avanço tecnológico têm andado numa velocidade tão acelerada que até mesmo os professores que possuem uma nova postura em frente sua docência baseada num processo reflexivo, não consegue acompanhar essa metamorfose. E imagine os semelhantes aos que Içami Tiba aborda!
	Outros autores também têm demonstrado essa preocupação, Weisz (2002.P 15)) por exemplo, já afirma:
Acho que o professor continua chegando hoje à escola com as mesmas insuficiências com que eu cheguei em 1962. Ele acaba ganhando experiência e também algum conhecimento de natureza intuitiva, mas, dependendo da formação que recebi, continua tão cego e perdido quanto eu estava. O que mudou hoje, é a maneira pela qual ele pode, se quiser, tentar resolver essa situação... O que está a disposição dos professores hoje é um corpo de conhecimentos que, se não dá conta de tudo, pelo menos ilumina os processos através dos quais as crianças conseguem ou não aprender certos conteúdos .
Concordo com a autora quando diz que hoje se o professor quiser, só dependerá dele próprio para enriquecer seu currículo e fazer um trabalho de qualidade. A falta de metodologia de leitura oral, no período fundamental	 e médio também acarretará na dificuldade de ler e interpretar, a falta de treinamento dos professores e de mecanismo que deveriam ser utilizados visando o melhor aproveitamento do conteúdo por parte de cada aluno é outro fator que ocasiona tais deficiências. 
De acordo com Gregory (2001, p. 124, apud ARAÚJO, 2009):
Há muitos professores que vão para sala de aula totalmente despreparada ou preparada apenas em parte. São como mensageiros sem mensagem. Falta-lhes a energia e o entusiasmo necessários para produzirem os resultados que, centralizado por direito, devemos esperar de seu trabalho. Sem estímulo jamais haverá curiosidade a ser despertada. A mente humana até onde a conhecemos, é uma força que funciona ativada por motivações. Um relógio pode bater as horas junto a um ouvido, um objeto pode lançar sua imagem dentro do campo visual, mas a mente desatenta não ouvirá nem verá nada. 
 
Portanto, o educador nos dias atuais precisa ser uma pessoa inovadora, reflexiva, progressista, ter um completo domínio dos multimeios, além de ser aberta ao diálogo, alguém que procure analisar uma situação problemas por todos os ângulos, a fim de não tomar decisões precipitadas.
3.3 A Forma Que é Ensinada a Leitura na Educação Básica Atrasam as Habilidades de Leitura e Interpretação 
As dificuldades de leitura e compreensão de textos que os alunos apresentam no decorrer da Educação Básica, é bem provável que seja devido às deficiências trazidas desde a base, isto é, um longo processo que se acumula ao longo dos anos. 
Por que nem todos os alunos têm oportunidades de passar por todas as etapas normais da Educação Básica, principalmente, pela às da Educação Infantil, tendo em vista que nos municípios interioranos, na maioria das escolas quando as crianças chegam à escola na Pré Escola, não têm uma atenção especial, pois assistirão aula num multisseriado e essa desatenção para a Educação Infantil faz com que o aluno não desenvolva as fases previstas pelo RECNEI, pois este determina que até final da Educação Infantil seja trabalhado as seguintes áreas de abrangências: “Movimento, Arte visuais, Música, Linguagem Oral e escrita, Natureza e sociedade, Matemática.”(RECNEI, 1998 p.46) 
Os alunos que não forem oferecidos uma Educação Infantil normal, evidentemente não passarão por todo procedimento determinado por lei e consequentemente entrarão no Ensino Fundamental com alguma deficiência e esta irá se prolongando ao longo dos anos, pois algumas habilidades têm uma idade mais apropriada para ser desenvolvida. Como explica a Dra. Ângela Cristina Munhoz Maluf (2003.P 165) 
Ao nascer, a criança possui bilhões de neurônios que estabelecerão conexões entre si chamadas sinapses – tais conexões multiplicam-se rapidamente conforme a estimulação exterior. O fenômeno das sinapses configura as estruturas funcionais do cérebro, que constituirãoa base fisiológica das formações psíquicas condicionantes das aprendizagens. E por que o período até os 8 anos de idade acaba sendo importante? Pelo simples fato do estabelecimento de conexões neuronais seguir uma curva descendente: no nascimento, ao mesmo tempo em que a possibilidade de sinapses é ilimitada, inicia-se uma "corrida" contra o tempo, pois, a partir dos 7 ou 8 anos, essa possibilidade é praticamente nula. Portanto, em nossas vidas de adulto, vivemos com as conexões formadas na infância! Naturalmente, aprendemos novas habilidades, mas, para tanto, utilizamos somente aquelas conexões Tal conhecimento obriga-nos, então, a oferecer ricos e variados estímulos à criança (desde o nascimento!), uma vez que provocarão um efeito imediato na configuração cerebral e, em conseqüência, na qualidade das funções psíquicas, repercutindo na aprendizagem e no desenvolvimento. A inexistência de tais estímulos pode provocar efeitos negativos e, muitas vezes, irreversíveis. A estimulação levada a cabo na infância envolve aspectos que abrangem tanto o desenvolvimento sensorial quanto o desenvolvimento das habilidades motoras e cognitivas. Tal estimulação acompanha o processo de construção do sistema nervoso, que se dá em várias etapas – da concepção até por volta do sexto (ou oitavo) ano de vida.
É incomparável a facilidade que uma criança nessa idade tem de apreender tendo em vista que, a mesma se encontra num processo de crescimento que abrange a criança como um todo, por isso, é importantíssimo que seu meio seja cercado de inovações e acolhimento para que ela possa ter uma interação e flua bons frutos, isto é, tenha um adulto capacitado capaz de interferir e ajudar na progressão deste desenvolvimento. 
Para Vygotsky (1989.136),
(...) as características humanas não estão presentes desde o nascimento do indivíduo nem são meros resultads das pressões do meio externo. Elas resultam da interação dialética do homem e o seu meio sócio-cultural. As relações psicológicas especificamente humanas se originam nas relações do indivíduo e seu contexto cultural e social. A aprendizagem e o desenvolvimento estão inter-relacionados desde o primeiro dia de vida do indivíduo.
A preocupação com a baixa qualidade da educação brasileira hoje, principalmente nas séries iniciais do Ensino Fundamental é grande, e tem sido motivo de reflexão e tomada de decisão em busca de solução, sendo apontado como grande responsável a Educação Infantil,
Os Estados do Ceará e Alagoas possuem um dos mais baixos resultados de avaliação do país. O resultado da Prova Brasil/2005 revelou que os alunos de 4.a. série do ensino fundamental obtiveram o 8º. pior índice de proficiência em português. 68,2% dos alunos obtiveram desempenho entre critico e muito crítico. Isso quer dizer que eles “não desenvolveram habilidades de leitura. Não foram alfabetizados adequadamente e, quando lêem, não são leitores competentes, pois o fazem de forma truncada, lendo apenas frases simples”. (...) Assembléia Legislativa do Estado do Ceará em parceria com SEDUC, APRECE, INEP, UNDIME/CE, UNICEF, SESC, FECOMÉRCIO, BNB, CEDCA, CONSELHO ESTADUAL de EDUCAÇÃO, UECE, UVA, URCA, UFC e UNIFOR, conduziu um grande estudo em 48 municípios cearenses através do Comitê Cearense para Eliminação do Analfabetismo Escolar. (...) Terminado o diagnóstico do Comitê, a APRECE em parceria com a UNDIME/Ce e apoio do UNICEF, resolveram dar prosseguimento ao Comitê e criaram o Programa Alfabetização na Idade Certa, cujo objetivo era apoiar os municípios a elevarem a qualidade do ensino da leitura e escrita nas séries iniciais. Em 2005 o Programa Alfabetização na Idade Certa, em decorrência da pesquisas do Comitê, definiu algumas recomendações para que os municípios superassem o grave problema de aprendizagem que está gerando analfabetos dentro da própria rede escolar. Há, portanto, a necessidade e urgência de focar a atenção governamental na alfabetização das crianças, pois a educação de qualidade deve começar nos primeiros anos de escolaridade. (CEARÁ / SEDUC, 2007). 
Não há como duvidar tanto a educação Infantil quanto as série/ano do Ensino Fundamental é alicerceis fundamental para um desenvolvimento cognitivo e sociocultural. Após divulgação destes resultados, algumas dessas instituições voltaram-se para estratégias que fossem entendidas e melhor aplicadas as escolas com déficit de aprendizagem na leitura e na escrita que pudessem em uma futura pesquisa não estarem, mas presentes nesta triste estatística.
4. PARTICIPAÇÃO DA FAMÍLIA NA VIDA ESCOLAR DO ALUNO
Hoje em dia é comum se ouvir de professores e equipe gestora de qualquer escola pública, que os pais não estão participando da vida escolar de seus filhos. E isso tem ocasionado uma série de problemas, tanto para a escola quanto para o corpo discente.
Enquanto educador o professor é consciente de que a família é uma base estrutural para a vida educacional da criança. Ao chegar à escola traz uma bagagem baseada no senso comum, a escola tem a função de ampliar esse conhecimento de forma sistematizada. Porém, a intervenção da escola não exclui a educação familiar, tendo em vista que a criança é um ser frágil e precisará desse apoio. O certo é que, a maioria dos pais de alunos foge essa responsabilidade, atribuindo-a toda à escola ou professores. 
E isso evidentemente, tem ocasionado uma série de problemas, como por exemplo: deficiência na aprendizagem, agressividade, entre outros. A verdade é que muitos pais hoje, mandam os filhos para a escola apenas para se ver livre, ou ainda para não perder o direito na participação desses programas sociais do governo. 
Segundo Tiba (1996, p.178 apud Lopes & Vivaldo, 2007). “É dentro de casa, na socialização familiar, que um filho adquire, aprende e absorve a disciplina para, num futuro próximo, ter saúde social [...]”. Dessa forma percebe-se a grande importância da participação da família ajudando a educar seus filhos, tendo em vista que a escola é apenas uma passagem para o aluno, mas a família será por toda vida. 
Nesse sentido Tiba (2002, p.181), já nos chamava atenção “Para a escola, os alunos são apenas transeuntes psicopedagógicos. Passam por um período pedagógico e, com certeza, um dia vão embora. Mas, família não se escolhe e não há como mudar de sangue. As escolas mudam, mas os pais são eternos.”  A família jamais deverá deixar de participar do processo educativo de seus filhos, pois:
A própria lei garante a participação no processo de ensino-aprendizagem de seus filhos, todavia, nem sempre as famílias se dispõem a esta participação O dever da família com o processo de escolaridade e a importância da sua presença no contexto escolar é publicamente reconhecida na legislação nacional e nas diretrizes do Ministério da Educação (LEITE & GOMES, 2004, 172)
Portanto, a família ajudará e muito no desenvolvimento das habilidades educacionais de seus filhos. Pois mesmo que os pais sejam analfabetos funcionais, mas têm grande importância nesse processo de estimulação e incentivo.
4.1 Parceria Escola – Família
Quando há um acompanhamento ou um monitoramento dos pais sobre a vida estudantil de seu filho, o estudo torna-se mais significativo e a probabilidade de aprendizagem com certeza bem maior, além disso, a família tem conhecimento dos atos de seu filho enquanto aluno, pois geralmente desconhece este. 
Tiba (2002, p.181), afirma que “se os pais acompanharem o rendimento escolar do filho desde o começo do ano, poderão identificar precocemente essas tendências e, com o apoio dos professores, reativar seu interesse por determinada disciplina em que vai mal”. Isto é, se há uma interação ou parceria entre escola e família, geralmente os problemas que surgirem poderão ser solucionados e as habilidades e competências do aluno serão desenvolvidas e alcançadas.
De acordo com Cervera (2005 s/p apud Lopes & Vivaldo, 2007 s/p): “A responsabilidade dos estudos recai sobre os pais, os professores e sobre o filho-aluno. É uma responsabilidade partilhada e, portanto, nenhumadas três partes deve permanecer à margem desta tarefa ou ter ópticas diferentes”. Na verdade a educação só é possível se houver essa mútua ação. O problema é que a maioria ainda não se conscientizou desse fato e quanto menos se encontre essa aproximação entre escola/família mais difícil melhorar a qualidade da educação.
É importante que o professor pense nas crianças e na família como sujeitos ativos que participam e intervêm no que acontece ao seu redor, seja na escola ou em casa, porque suas ações são também forma de reelaboração e de recriação do mundo.
Nos seus processos interativos, a criança não apenas recebe, mas também cria e transforma, é constituída na cultura e também é produtora da cultura. Essas colaborações são bastante provocativas para escola, especialmente para o trabalho com as crianças nos anos iniciais do ensino fundamental, quando se inicia o processo de sistematização de conceito e formalização dos conteúdos.
4.2 Classe Social e Poder Aquisitivo Contribuem para o Fracasso Escolar
Durante muito tempo na Historia da Educação Pública do Brasil houve grande desigualdade social, pois em principio esta, era destinada apenas à elite, aos filhos provenientes das classes sociais baixa, ou seja, a massa, restava apenas os ofícios braçais. Episodio desta natureza tornou-se parece que uma tradição cultural. Embora mais tarde aos poucos tenha se tentado consertar esse grande erro, porém não foi totalmente sanado.
Provavelmente, esse processo histórico passou uma imagem negativa da escola brasileira, principalmente, da pública aos integrantes das classes menos favorecidas. Certamente, ainda têm a concepção que a mesma deverá ser destinada apenas aquela classe social como no principio. 
A maioria dos alunos provenientes dessa classe traz consigo tal concepção, pois é comum se ouvi dos mesmos a seguinte afirmação: “estudar para quê, se irei sempre bater em cabeça de toco.” Por isso, se não houver muita conscientização sobre a família e se a mesma tiver uma mente mais ampla, com certeza mandará o filho para escola a qualquer custo, sem nem um compromisso, a não ser a obrigatoriedade da legislação, e certamente este aluno jamais irá despertar interesse pela a escola e muito menos desenvolver as habilidades que se espera desse, principalmente de leitura e interpretação. 
As evidências da realidade e nossa intuição usualmente nos conduzem a supor que é acentuada a exclusão social tanto maior a distância dos indivíduos em relação à cultura letrada em sociedades com alta complexidade. Os indivíduos semi-analfabetos ou analfabetos recebem tratamento semelhante ao das chamadas minorias. Além de não terem acesso às informações, estão sujeitos à manipulação de toda ordem, restando-lhes papéis marginais no quadro social. (MOLLICA, 2007, p.22).
Muito ainda há de se fazer para que uma educação de qualidade seja de fato aplicada e exercida de veridicamente nas escolas sejam elas de rede publicas ou privadas, para tanto ainda sim é conveniente que cada educador conheça a situação sócio econômica de cada um de seus alunos para que saiba tratar de problemas oriundos desta situação nos momentos em que os mesmos ocorrerem, para isso a aproximação da família é imprescindível.
Rojo (2009, p.35) faz essa observação:
Para além de nossa experiência cotidiana das salas de aula e da impressão de desinteresse, desânimo e resistência dos alunos das camadas populares em relação a propostas de ensino e letramento oferecidas pelas práticas escolares, resultados concretos e mensuráveis como esses configuram um quadro de ineficácia das práticas didáticas que nos leva a perguntar: como alunos de relativamente longa duração de escolaridade puderam desenvolver capacidades leitoras tão limitadas? 
Portanto, tanto a classe social quanto o poder aquisitivo têm interferido no processo ensino aprendizagem, como também contribuído com o fracasso escolar. Pois geralmente, os familiares desses alunos não participam da vida escolar seus filhos e muito menos incentivam-nos a desenvolverem suas habilidade e competências educativa. 
Como se percebe, o contexto socioeconômico em que a criança está inserida faz toda uma diferença e deve ser levada em consideração. 
Basta afirmar que o processo de alfabetização, na escola, sofre talvez mais que qualquer outra aprendizagem escolar, a marca da discriminação em favor das classes socioeconomicamente privilegiadas. A escola valoriza a língua escrita e censura a língua oral espontânea que se afaste muito dela. [...] Esse contexto escolar, com seus preconceitos linguísticos e culturais afeta o processo de alfabetização das crianças, levando ao fracasso as crianças das classes populares. (SOARES, 2008, p.22)
Contudo, querendo ou não esse é um fato na nossa história, porém é possível mudar esse contexto, desenvolvendo um longo processo de sensibiliza e conscientização dessa nova clientela social que compõe a escola pública nos dias atuais, procurando clarear suas mentes no que se refere a importância da escola para os mesmos. 
5 COMO PODE SER DETECTADO AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM CONSIDERAÇÕES TECNICA
A área da educação nem sempre é cercada somente por sucessos e aprovações. Muitas vezes, no decorrer do ensino, nos deparamos com problemas que deixam os alunos paralisados diante do processo de aprendizagem, assim são rotulados pela própria família, professores e colegas. É importante que todos os envolvidos no processo educativo estejam atentos a essas dificuldades, observando se são momentâneas ou se persistem há algum tempo. As dificuldades podem advir de fatores orgânicos ou mesmo emocionais e é importante que sejam descobertas a fim de auxiliar o desenvolvimento do processo educativo, percebendo se estão associadas à preguiça, cansaço, sono, tristeza, agitação, desordem, dentre outros, considerados fatores que também desmotivam o aprendizado.
A dificuldade mais conhecida e que vem tendo grande repercussão na atualidade é a dislexia, porém, é necessário estarmos atentos a outros sérios problemas: disgrafia, discalculia, dislalia, disortografia e o TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade).
5.1 – Dislexia:
 É a dificuldade que aparece na leitura, impedindo o aluno de ser fluente, pois faz trocas ou omissões de letras, inverte sílabas, apresenta leitura lenta, dá pulos de linhas ao ler um texto, etc. Estudiosos afirmam que sua causa vem de fatores genéticos, mas nada foi comprovado pela medicina. 
5.2 – Disgrafia: 
Normalmente vem associada à dislexia, porque se o aluno faz trocas e inversões de letras consequentemente encontra dificuldade na escrita. Além disso, está associada a letras mal traçadas e ilegíveis, letras muito próximas e desorganização ao produzir um texto.
2.3 – Discalculia:
É a dificuldade para cálculos e números, de um modo geral os portadores não identificam os sinais das quatro operações e não sabem usá-los, não entendem enunciados de problemas, não conseguem quantificar ou fazer comparações, não entendem sequências lógicas e outros. Esse problema é um dos mais sérios, porém ainda pouco conhecido. 
5.4 – Dislalia:
 É a dificuldade na emissão da fala, apresenta pronúncia inadequada das palavras, com trocas de fonemas e sons errados, tornando-as confusas. Manifesta-se mais em pessoas com problemas no palato, flacidez na língua ou lábio leporino.
5.5 – Disortografia:
É a dificuldade na linguagem escrita e também pode aparecer como consequência da dislexia. Suas principais características são: troca de grafemas, desmotivação para escrever, aglutinação ou separação indevida das palavras, falta de percepção e compreensão dos sinais de pontuação e acentuação.
5.6 – TDAH:
O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade é um problema de ordem neurológica, que traz consigo sinais evidentes de inquietude, desatenção, falta de concentração e impulsividade. Hoje em dia é muito comum vermos crianças e adolescentes sendo rotulados como DDA (Distúrbio de Déficit de Atenção),porque apresentam alguma agitação, nervosismo e inquietação, fatores que podem advir de causas emocionais. 
É importante que esse diagnóstico seja feito por um médico e outros profissionais capacitados. Professores podem ser os mais importantes no processo de identificação e descoberta desses problemas, porém não possuem formação específica para fazer tais diagnósticos, que devem ser feitos por médicos, psicólogos e psicopedagogos. O papel do professor se restringe em observar o aluno e auxiliar o seu processo de aprendizagem, tornando as aulas mais motivadas e dinâmicas, não rotulando o aluno, mas dando-lhe a oportunidade de descobrir suas potencialidades.
6 ANÁLISE DOS DADOS
6.1 – Campo de Pesquisa
Nestes últimos anos, tem sido notório a preocupação e os esforços em todos os setores da sociedade na tentativa de solucionar os problemas da educação pública brasileira. Porém não tem sido nada fácil, apesar do empenho social e das iniciativas do poder público. Os métodos utilizados para averiguar a qualidade dessa, por parte do governo, como a Prova Brasil, por exemplo, desde 2005, tem demonstrado resultado preocupante, fazendo com que vários setores da sociais aderissem à causa. Todo esse esforço de um modo geral, para oferecer uma educação pública de qualidade e para todos. 
A má qualidade da educação pública, apontada por vários especialistas, está relacionada à dificuldade que os alunos apresentam nas habilidades de leitura e interpretação, pois essa clientela, principalmente os que são avaliados através nas avaliações do MEC, não compreendem aquilo que leem e portanto, não conseguem interpretar os enunciados das questões, e consequentemente saem-se mal nesses testes. Certamente essa amostragem colida pelo MEC, é generalizada, isto é, a maioria encontra-se nesse grau de dificuldades relacionadas às habilidades de leitura e interpretação. 
Diante desse contexto resolvi desenvolver esse trabalho que tem como principal pressuposto identificar por que há tantas dificuldades, nos alunos do Escola Municipal Antônio Lopes Dias – Cabeceiras – Pi, para procederem uma leitura e interpretarem aquilo que leem que segue com a seguinte caracterização.
6.1.1- A ESCOLA MUNICIPAL ANTONIO LOPES DIAS
6.1.1.1 – Aspectos Físicos
 Possui estrutura física adequada, porém é constituída de 1 (uma) sala de aula, uma cantina, uma dispensa, dois banheiros, um pátio interno, dois quadro, um de acrílico e outro de giz, um mimeografo, cinco computadores carteiras adequadas e suficientes. A escola necessita de vários, inclusive recursos financeiros, manutenção dos mesmo para melhorar o ensino aprendizagem dos docentes e discentes. Na escola tem um mimeografo e cinco computadores.
6.1.1.2 – Aspectos Administrativos
O quadro de pessoal da escola é formado por 3 (três) professores, 1 (um) auxiliar de serviços gerais e um diretor que acompanha não na escola mas na sede em Cabeceiras, mas o secretario, junto com os três coordenadores supervisionam as escolas dos município. A comunidade participa da administração.
O Calendário Escolar está de acordo com a SEMEC, o referido calendário determina o inicio e o termino do ano e das atividades escolares letivas, sendo elas, período letivo, feriados letivos, sábados letivos, avaliações, reuniões de pais e mestres planejamentos e festividades escolares.
O Currículo Escolar que serve de base para o andar desta escola segue os Parâmetros Curriculares Nacionais.
Desta maneira, à referida escola está desenvolvendo seu papel de acordo com o Sistema Educacional.
	A escola funciona por dois turnos, atende a alunos do maternal ao 5º ano. A pesquisa assumiu um caráter qualitativo e para o levantamento dos dados foi utilizado questionários aos pesquisados (professores, gestora e alunos), a fim de após acesso às informações proceder uma análise e procurar compreender tal problemática.
6.2 A Visão da Gestora
De acordo com os dados levantados 100%, ou seja, todo equipe gestora e corpo docente apontam vários fatores para a má qualidade da educação pública, como desinteresse dos alunos, ausência dos pais, as legislações, Além de despreparo e descompromisso profissional, como é demonstrado abaixo: 
Existem vários fatores que têm contribuído para esse fracasso escolar, ou seja, para má qualidade da educação pública entre eles estão: desinteresse dos alunos, a ausência dos pais na relação com a escola, os enormes direitos atribuídos aos alunos e também o despreparo e descompromisso docente de muito dos nossos colegas. (GESTORA)
 
Com relação o grau de dificuldade que os alunos apresentam na Prova Brasil e que serve de mecanismo para avaliar a qualidade da educação, 80% da equipe docente respondeu: “Os alunos não gostam de ler, não prestam atenção nas aulas muitos se recusam a fazer as atividades escolares.” (PROFESSORES (A) Os demais atribuíram também as dificuldades de leitura e interpretação que os discentes apresentam as a flexibilidade da escola para que o aluno passe de ano, pois segundo esse pensamento desestimula o interesse do aluno pela as atividades escolares, como explica uma das professaras, 
Os alunos só querem brincar, pois sabem que hoje, a escola tem que lhe dá uma serie de oportunidades para o mesmo consiga passar de ano, por isso, qualquer atividade que exige um sacrifício por menor que seja, o mesmo desiste na primeira tentativa. Todos esses fatores contribuem para que este tenha dificuldade de desenvolver as habilidades e competências. (PROFESSORA A)
A equipe docente em peso concorda com o ponto de vista dos especialistas quando dizem que os educandos não desenvolveram a habilidade de leitura, por isso apresentam tantas dificuldades com relação à Prova Brasil, principalmente no 5º ano do Ensino Fundamental. 
6.3 A Visão dos Professores
Veja o que diz o Professor JC: “Há aluno terminando o Ensino Fundamental, apresentam muita dificuldade de leitura, não conseguem desenvolver essas habilidades de leitura e nem tão pouco de interpretação. Pois faz uma leitura muito vaga que não consegue compreender o que leu.”
Para pelo menos 70% dos professores entrevistados, os fatores que mais têm contribuídos para essas dificuldades de leitura e interpretação, é porque maioria dos alunos não atingiram as competências previstas nos anos iniciais do Ensino Fundamental e ou perderam fases de desenvolvimentos durante à Educação Infantil. Comenta professora WG: 
Acredito que os maiores entravem é porque não atingiram os objetivos ou competências nos anos iniciais do Ensino Fundamental ou talvez perderam desenvolvimento de fases no decorrer da Educação Infantil, pois as fases não desenvolvidas nessa etapa dificilmente serão recuperadas.
 	Já, os demais acreditam que seja pelo desinteresse que esses têm pela a escola, pois segundo uma das entrevistadas parece que não se sentem bem no ambiente escolar.
	Quanto à metodologia utilizada pelo corpo docente, a gestora afirma que a equipe é orientada a trabalhar com métodos diversificados a fim de estimular ao desenvolvimento das habilidades e atrair a atenção do alunado, embora reconheça que ainda há resistência por partes de alguns, como esclarece “A equipe docente é orientada a trabalhar com métodos inovadores, porém é comum alguns colegas persistir com métodos tradicionais, como por exemplo, aula expositiva, e muitas vezes, apenas de forma oral.”
	Com relação à contribuição da família nessa problemática, pelo ao menos 80 % alega que a mesma contribui na medida que se esquiva ou seja, foge de sua responsabilidade e não participa da educação de seus filhos atribuindo todo responsabilidade à escola. Veja o desabafo da Gestora:
A família contribuiu deixando de participar da vida escolar de seu filho, além disso, negando a educação familiar. Pois se praticasse a educação familiar conscientizava o filho de quão grande importância tem a escola nos nossos dias. E ainda, se mantivesse uma relação com a escola teria conhecimento das dificuldades que seu filho apresentava de aprendizagem, além do mais,mostrava interesse por aquilo que seu filho fizesse e este, por sua vez, iria perceber que faria algo importante que despertava curiosidade aos seus pais. Fato como esse, se assim acontecesse estimularia o mesmo a desenvolver todas as atividades promovidas pela a escola. (GESTORA)
Ao perguntar se a obrigatoriedade, isto é, as medidas que o Estado tem tomado através das legislações tentando colocar todas as crianças e adolescentes na sala de aula tem também contribuído para o problema, ou seja, essas dificuldades de que os alunos apresentam sobre a leitura e interpretação daquilo que conseguem lê. Para alguns professores acham que não. Já para a maioria, é possível que ter uma relação, pois:
Não podemos esquecer que a maioria dos pais força os filhos a qualquer custo ir à escola apenas para não ser penalizado com relação aos programas sociais que o governo tem ofertado a estes para manter o filho na escola. Porém faz isso sem nem uma explicação da importância da mesma e outras vezes, simplesmente para retirar a culpa si pela má educação do filho. (PROFESSORES JL; DF & MC) 
Quando perguntei se essa dificuldade que os alunos apresentam de leitura e interpretação, era proveniente da Educação Infantil ou dos anos/séries iniciais do Ensino Fundamental, a gestora por exemplo, acredita ser das duas modalidades.
Com certeza das duas etapas. Ou seja, é um problema que vem se arrastando ao longo dos anos. É um fato complicado, pois grande parte desses alunos vem passando de série/ano sem desenvolverem as competências necessárias. É bem provável que em alguns casos, essa passagem seja apenas na tentativa de alcançar metas do ponto de vista quantitativa ou para corrigir fluxo. (GESTORA E PROFESSOR PA)
	Análise e depoimento que foram abordados são referentes à equipe gestora e corpo docente. A seguir analisarei o ponto de vista dos alunos. 
6.4 A Visão dos Alunos
Com relação ao ambiente escolar, mais da metade dos entrevistados não acham esse um lugar agradável, pois segundo eles “a gente se cansa de fazer atividade, os professores reclamam demais, alunos provocam a gente e demora muito tempo para ir embora.” (ALUNO Y)
Mas, os demais têm uma visão de amplitude maior no que se refere à escola, como demonstra KL “a escola é um lugar agradável, porque aprendo muitas coisas, posso me formar e arranjar um bom emprego, além disso, fiz muitas amizades.”
	Quanto à questão da leitura, 100% responderam que sabem ler, mas parte deles reconhece que tem muita dificuldade de interpretação, ou seja, não compreendem de fato o assunto lido. Alegam que se perdem nos textos por serem grandes demais e tornam-se cansativos.
	Já, sobre a carga horária, esses não sabiam que os 200 dias letivos era determinados pela LDB, na verdade não desconheciam essa lei. Disseram que os professores até já haviam falado que era obrigado a ter no mínimo esses dias letivos.
	A grande maioria reclama da carga horária anual, pois segundo eles, a escola toma tempo demais dos mesmos, e comentam: “A gente praticamente não tem férias. Porque as férias são muito pouca, não se tem nem tempo de brincar porque logo começa as aulas.” (PH; GR & PV)
	A participação dos pais, nas reuniões e outras atividades que a escola os convoca, é muito fragmentada, pelo o que se pode perceber através de depoimento de alguns alunos. “Quando são convidados algumas vezes vêm” (J). “Todas às vezes a mãe vem” (FR). “A mãe nunca veio à reunião. O pai vem alguma vez” (XZ).
	A maioria dos alunos, se quer mostram as atividades escolares aos pais. Pior ainda, demonstram que parte deles não está nem aí! Veja os depoimentos: “Eu mostro ao pai, porque ele sempre pergunta por o que fiz (KK)”. “Só para a mãe, porque o pai nunca pediu para ver (M). “Não mostro porque nem sempre eu faço, mas também meus pais nem perguntam como foi à escola (DL).”
	Com relação às tarefas de casa, apenas uma minoria ajuda a respondê-las. Observe o que dizem: 
Meus pais me ajudam. O pai explica como fazer a tarefa, dando exemplo, lendo e comentando o assunto. _Meus pais não ajudam por que eles não sabem lê. _Meus pais dizem que quem tem que ensinar é os professores. _Meus pais me ajudam algumas vezes, porque sempre têm tempo, pois trabalham demais. (et al)
Portanto, o problema parece ser bem mais amplo do que se possa imaginar, e parece haver um abismo, entre família e escola; pais e filhos; professor e aluno. É possível perceber que esses parecem andar sempre em sentido oposto. Com certeza há a necessidade de parar para refletir, pois a ajuda mútua faz-se necessário.
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Durante a análise dos dados foi possível constatar que a escola reconhece a problemática e tem pensado em inovação, porém reconhece que há necessidade de refletir sobre sua prática, pois aponta vários fatores que tem contribuído para a má qualidade da educação pública, entre eles, desinteresse dos alunos, ausência da família e negligência desta, as leis e ação pedagógica e a flexibilidade da escola.
A equipe aponta que os alunos chegam praticamente ao final do Ensino Fundamental com uma leitura muito vaga e acreditam que é um problema que se arrasta ao longo dos anos, isto é, perderam fases de desenvolvimento na Educação Infantil e não mais recuperaram, além de não terem alcançados as competências necessárias durante o Ensino Fundamental Menor (1º ao 5º).
Outro fator preocupante é negligência das famílias, pois essas direta ou indiretamente estão contribuindo para tal caos, como também a visão que a maioria dos alunos estão tendo do ambiente escolar. Há muita reclamação no que se refere às legislações, tanto por alguns professores quanto pela a maioria dos alunos. 
Contudo, o que se percebe é que muito precisa realmente ser feito, o problema, ou seja, as dificuldades de leitura e interpretação que os alunos apresentam no Ensino Fundamental, há vários fatores envolvidos. 
Exigindo, portanto, uma mobilização mútua de ambas as partes para tentar reverter à situação. Outro aspecto a considerar, em relação ao ambiente escolar, refere-se ao material de trabalho colocado à disposição dos alunos. 
É evidente que com salas abarrotadas de alunos o trabalho se torna mais difícil. O número de alunos deve possibilitar ao professor um atendimento individual, baseado num conhecimento de todos eles. Tanto os pais como os professores devem estar atentos quanto o processo de aprendizagem, tentando descobrir novas estratégias, novos recursos que levem a criança ao aprendizado. 
Percebe-se que se os pais souberem do poder e da força dos seus contatos com seu filho, se forem orientados sobre a importância da estimulação precoce e das relações saudáveis em família, os distúrbios de aprendizagem poderão ser minimizados. 
Considera-se fundamental para o desenvolvimento posterior da criança e para a sua aprendizagem escolar os sentimentos que os pais nutrem por ela durante os anos anteriores à escola. É, sobretudo, à família, às suas características culturais ou situação econômica, que predominantemente se atribuirá a responsabilidade pela presença ou ausência das pré-condições de aprendizagem na criança. No âmbito escolar, certas qualidades do professor, como paciência, dedicação, vontade de ajudar e atitude democrática, facilitam a aprendizagem. 
Ao contrário, o autoritarismo, a inimizade e o desinteresse podem levar o aluno a desinteressar-se e não aprender. Além disso, métodos didáticos que possibilitam a livre participação do aluno, a discussão e a troca de ideias com os colegas e a elaboração pessoal do conhecimento das diversas matérias contribuem de forma decisiva para a aprendizagem e desenvolvimento da personalidade dos educandos. É importante que o professor, e o futuro professor, pense sobre sua grande responsabilidade, principalmente em relação aos alunos dos primeiros anos, sobre os quais a influência do professor é maior. 
Por fim, como primeiro indício, observa-se que uma das principais reclamações de pais, com filhos em idade escolar é a de que a instituição

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