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03/04/2016 1 TRANSGÊNICOS Prof.ª Michele Fernandes Introdução Biotecnologia conjunto de técnicas de manipulação de seres vivos ou parte destes para fins econômicos. Biotecnologia Moderna: A técnica de transferência e modificação genética direta, conhecida como engenharia genética ou tecnologia do DNA recombinante, biotecnologia moderna: novo estágio para a agricultura que reserva um papel de destaque à genética molecular. Aumento da produtividade Redução dos custos de produção Produção de alimentos com melhor qualidade Desenvolvimento de práticas menos agressivas ao meio ambiente Biotecnologia moderna 03/04/2016 2 O que são alimentos transgênicos ? São alimentos cujo material genético (DNA/RNA) tenha sido modificado por qualquer técnica de engenharia genética. Definição Acesso em: 02/11/2009 ANVISA. Instrução Normativa nº 1, de 1º abril de 2004. Disponível em: http://e-egis.anvisa.gov.br/leisref/public/showAct.php?id=10523. 03/04/2016 3 Tecnologia do DNA recombinante características desejadas a um produto agrícola introdução de novos genes ou o aumento ou redução na expressão de genes preexistentes construção genética que envolve o gene de interesse e elementos reguladores da expressão gênica. resistência a insetos tolerância a herbicidas produção de um nutriente pela introdução de um gene novo Exemplo: genes preexistentes removidos ou bloqueados reduzida a expressão de um gene produtor de uma proteína alergênica arroz Passa a manter a firmeza por mais tempo mesmo maduro tomate 03/04/2016 4 DNA resistência ao glifosato por expressar uma enzima mais resistente e muito próxima estruturalmente da original. Soja transgênica gene de uma enzima de outro organismo, uma bactéria, e que provoca uma alteração molecular correspondente a um aminoácido gene modificado CP4EPSPS resistente ao herbicida transferir mais de um gene arroz dourado receber genes de uma flor e de uma bactéria e passa a produzir B- caroteno (provitamina A) 03/04/2016 5 Lajolo, Franco Maria; Nutti, Marília Regini. Transgênicos: bases cientificas da sua segurança. SBAN, 2003. Entre as principais características almejadas encontram-se: aumento do rendimento com melhoria da produtividade e da resistência às pragas, às doenças e às condições ambientais adversas; a melhoria das características agronômicas, permitindo uma melhor adaptação às exigências da mecanização; o aperfeiçoamento da qualidade; a maior adaptabilidade às condições climáticas desfavoráveis e a domesticação de novas espécies, conferindo-lhes utilidade e rentabilidade para o ser humano; Vantagens 03/04/2016 6 A liberação dos transgênicos no Brasil, vem provocando intensa polêmica iscos à saúde e ao meio ambiente. Envolve: cientistas, agricultores, ambientalistas e representantes do governo 'segurança alimentar' O conceito surgiu na Europa do século XX guerra e catástrofe Percurso histórico soberania e segurança nacional 1ª Guerra que evidenciou o poder de dominação que poderia representar o controle do fornecimento de alimentos. Estados Unidos e França (1986) Primeiros experimentos com cultivos geneticamente modificados A primeira variedade comercializada “tomate FlavrSavr” Entre 1987 e 2000 11.000 ensaios de campo Culturas GM : 1996 (Estados Unidos) - soja Roundup Ready® Calgene (1994) 45 países 81 cultivos GM milho, tomate, soja, canola, batata e algodão tolerância a herbicidas resistência a insetos qualidade do produto resistência a vírus 03/04/2016 7 Segurança Alimentar Critérios Definição Equivalência Substancial (ES) O organismo geneticamente modificado (OGM), sendo similar a sua contraparte convencional, é considerado substancialmente equivalente, inexistindo, portanto, razões para considerá-lo perigoso. Permitido no EUA, Canadá e Argentina. Princípio de Precaução (PP) Surgiu como uma ferramenta a ser utilizada quando for impossível efetuar a avaliação científica do risco, servindo para impedir ações que possam causar danos ambientais. Preconiza essencialmente que, em caso de ameaça de redução ou perda de diversidade biológica, a simples falta de plena certeza científica não deve ser usada para postergar medidas que evitem ou minimizem essa ameaça. Europa e Brasil No Brasil, Comissão Técnica Nacional de Biossegurança – CTNBio (regulamentada lei nº 11.105/ 2005): Avalia, caso a caso, os possíveis riscos oferecidos pelos transgênicos cuja liberação vem sendo requerida, para fins experimentais ou comerciais. CTNBio MCT, é uma instância colegiada multidisciplinar, com a finalidade de prestar apoio técnico consultivo e de assessoramento ao governo federal na formulação, atualização e implementação da Política Nacional de Biossegurança relativa a OGM, bem como no estabelecimento de normas técnicas de segurança e pareceres técnicos conclusivos referentes à proteção da saúde humana, dos organismos vivos e do meio ambiente, para atividades que envolvam a construção, experimentação, cultivo, manipulação, transporte, comercialização, consumo, armazenamento, liberação e descarte de OGM e derivados. A instrução normativa 20, de 11 de dezembro de 2001, dispõe sobre as normas para avaliação da segurança alimentar de plantas geneticamente modificadas ou de suas partes. Segurança 03/04/2016 8 Segurança A Codex Alimentarius Commission, da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) adotou, em 2003, uma lista de princípios para a análise dos riscos oriundos da aplicação da técnica de transgenia. Além disso, descreve, também, uma metodologia para conduzir as avaliações da segurança alimentar desses produtos. Os princípios de avaliação requerem a investigação de: efeitos diretos para a saúde (toxicidade); tendência a provocar reações alérgicas (alergenicidade); componentes específicos que promovem propriedades nutricionais ou tóxicas; estabilidade do gene inserido; efeitos nutricionais associados com a modificação genética específica; qualquer efeito não intencional que pode resultar da inserção genética. O cultivo de transgênico é ainda dominado por duas características que reduzem os custos para os agricultores : - resistência a insetos - tolerância herbicida. Os principais cultivos são ainda soja, algodão, milho e canola. 03/04/2016 9 Culturas Melhoramentos Arroz Tolerancia salinidade e escassez de água Resistencia a pragas Melhoria nutricional (aumento no teor de ferro) Trigo Aumento na produção e adaptação Resistencia a pragas Milho Aumento na produção e adaptação Resistencia a pragas Sorgo Tolerância escassez de água Resistente a herbicidas e dotado de propriedades que auxiliam na prevenção de doenças cardiovasculares Aumento no teor de óleo Algodão Resistencia a pragas Aumento na produção e na qualidade da fibra e teor de óleo Batata Mais resistente a pragas e as variedades climáticas Cana de açúcar Maturidade precoce Feijão Resistente ao mosaico dourado, principal vírus que ataca a plantação Melão Maior durabilidade Mamão Resistente mancha anelar, doença que afeta a fruta, reduzindo a sua produtividade Tomate Com sabor e cor mais acentuado, além de maior durabilidade Para seus criadores, as sementes transgênicas (TG) incorporam conhecimento científico e trazem a marca da ciência e da economia política da “globalização”. Há um intenso conflito entre defensores e críticos da tecnologia transgênica. Grande parte da polêmica ocorre da falta de informações completas e confiáveissobre riscos, benefícios e limitações dessa aplicação. 03/04/2016 10 Riscos Uma série de riscos dos alimentos transgênicos para a saúde estão sendo levantados e questionados, como: o aumento das alergias, resistência aos antibióticos – aparecimento de Superdoenças e superpragas, aumento das substâncias tóxicas e dos resíduos nos alimentos. novo DNA introduzido a efeitos não-intencionais, decorrentes da introdução no genoma e da expressão desse novo gene eventuais mutações Rotulagem Na União Européia, desde 2004, o limite para não rotular um produto como geneticamente modificado é de 0,9% de OGMs . No Brasil, o limite é de 1%, determinado pelo Decreto 4.680 de 24 de abril de 2003. Nos EUA, embora a recente legislação não exija a rotulagem, o governo recomenda fazê-la voluntariamente, exigindo apenas que as empresas produtoras de alimentos contendo OGMs notifiquem a FDA (órgão do governo americano responsável pela fiscalização de drogas e alimentos) pelo menos 120 dias antes do novo produto ser comercializado. 03/04/2016 11 Decreto n.4.680/03 Instrução Normativa Interministerial n. 1/04 Portaria MJ n. 2658/03 "(nome do produto) transgênico", "contém (nome do ingrediente ou ingredientes) transgênico(s)" ou "produto produzido a partir de (nome do produto) transgênico". Obrigatoriedade de constar o símbolo no painel principal Decreto n.4.680/03 Instrução Normativa Interministerial n. 1/04 Portaria MJ n. 2658/03 Deverá ser informado, no rótulo (alimento ou ingrediente pré embalado) e expositor (alimentos e ingredientes alimentares a granel), o nome científico da espécie doadora do gene responsável pela modificação expressa do OGM, sendo facultativo o acréscimo do nome comum quando inequívoco. A informação dos alimentos ou ingrediente pré-embalado deverá ser feita da seguinte forma: a) após o(s) nome(s) do(s) ingredientes(s); b) no painel principal ou nos demais painéis quando produto de ingrediente único; 03/04/2016 12 Decreto n.4.680/03 Instrução Normativa Interministerial n. 1/04 Os alimentos e ingredientes alimentares que não contenham nem sejam produzidos a partir de OGM é facultada a declaração no rótulo da expressão: "Livre de transgênicos " a) Deve haver um alimento similar no mercado b) Comprovar a ausência de transgênico no produto ou ingrediente alimentar (documento de certificação reconhecido por órgão competente) A comprovação documental da presença ou ausência de OGM, mediante documentos fiscais que acompanham o alimento ou ingrediente alimentar em todas as etapas da cadeia produtiva, deverá atender a requisitos e procedimentos estabelecidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e pela ANVISA, no âmbito de suas competências. Os rótulos dos alimentos e ingredientes alimentares que contenham ou tenham sido produzidos a partir da soja comercializada deverão apresentar a seguinte expressão: "pode conter soja transgênica " ou " pode conter ingrediente produzido a partir de soja transgênica" 03/04/2016 13 Conclusão A falta de estudos experimentais independentes sobre a segurança ou perigo de alimentos geneticamente modificados na saúde humana é evidente. Várias revisões de literatura concluem que a investigação científica disponível a fim de consumir alimentos transgênicos sem medo são insuficientes. Conclusão Alimentos geneticamente modificados passam quase despercebidas, mas entram em nossa dieta diária. Não existe atualmente a possibilidade de estabelecer uma relação causa e efeito entre a taxa de consumo que fazemos dos transgênicos e da emergência de novas doenças, como alergias. A absoluta falta de certeza científica sobre a segurança dos alimentos geneticamente modificados em contradição com a falta de mecanismos para detectar problemas em potencial e, especialmente, com a velocidade com que estes novos alimentos foram introduzidos na cadeia alimentar. 03/04/2016 14 Conclusão Não se pode dizer que as culturas geneticamente modificadas irão contribuir para uma distribuição mais justa dos recursos entre todos os seres humanos, a redução das desigualdades entre países ricos e pobres, para resolver o problema da fome no mundo .
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