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Propedêutica resumo sistema respiratório

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Propedêutica- Sistema respiratório
Revisão- Fisiologia do sistema respiratório
A troca gasosa é a função mais importante do sistema respiratório, sendo chamada de hematose, e, para que ocorra, é necessária a aproximação do ar inalado com o sangue na barreira alveolocapilar.
Outras funções do sistema respiratório são:
1) Manutenção do equilíbrio acidobásico;
2) Atuação como um dos reservatórios sanguíneos do organismo;
3) Filtração e, provavelmente, destruição de êmbolos sanguíneos;
4) metabolização de substâncias como serotonina, prostaglandina, corticosteroides e leucotrienos;
5) ativação de outras substâncias, como a angiotensina;
6) Atuação importantes para as funções de termorregulação dos animais e na fonação;
7) Oxigenação sanguínea Eliminação de CO2;
8) Defesa contra agentes agressores.
Constituição anatômica do sistema respiratório:
Propedêutica- Sistema respiratório
1- Narinas;
2- Coanas;
3- Seios paranasais;
4- Laringe;
5- Traqueia;
6- Brônquios principais;
7- Brônquios segmentares;
8- Bronquíolos;
9- Alvéolos
O processo de movimentação dos gases respiratórios de uma região para outra (em razão da
diferença de pressão) é chamado de difusão. O oxigênio é transportado até as vias respiratórias distais. Na membrana alveolocapilar, ocorre sua difusão para o sangue, e, nos capilares sistêmicos, difunde-se do sangue para as células, seguido pela saída de dióxido de carbono produzido nos tecidos.
A ventilação é o mecanismo pelo qual o ar chega até os alvéolos, sendo mantida por centros
respiratórios no bulbo. A inspiração depende da contração dos músculos inspiratórios. A expiração é passiva e realizada pela força de retração elástica dos pulmões e pelo relaxamento dos músculos inspiratórios. O volume de ar inspirado e que não participa da troca respiratória denomina-se espaço
morto fisiológico.
As vias de condução do ar para as unidades fisiológicas de trocas gasosas são chamadas de
vias respiratórias. Dividem-se arbitrariamente na altura da borda caudal da cartilagem cricoide em vias respiratórias anteriores e posteriores. As vias respiratórias anteriores incluem narinas, seios paranasais, faringe, laringe e traqueia. Às vias respiratórias posteriores pertencem os brônquios maiores, os brônquios segmentares e os bronquíolos, que levam o ar inalado até os sacos alveolares e alvéolos.
O ar inalado entra pelas duas narinas, é aquecido e umidificado nas coanas e nos seios paranasais, vai à laringe e, daí, à traqueia. Essas estruturas situam-se fora do tórax. A porção final da traqueia, já no tórax, divide-se em dois brônquios principais, que dão origem aos brônquios lobares ou principais, os quais, por sua vez, originam várias gerações de brônquios segmentares.
Os pulmões são divididos anatomicamente em lobos, segmentos, lóbulos e ácinos, em
ordem decrescente de magnitude. Cada pulmão é envolvido por duas paredes de membrana serosa, conhecidas como pleuras (visceral e parietal). A Pleura visceral é uma fina membrana de tecido conjuntivo-elástico que envolve os pulmões. A Pleura parietal reveste toda a cavidade torácica em sua face interna. O líquido pleural é um ultrafiltrado do plasma que permite a movimentação dos pulmões sem qualquer atrito no interior do tórax. Inervação sensitiva só ocorre na pleura.
O sangue arterial, de maneira geral, é drenado pela veia pulmonar, com exceção das primeiras duas a três divisões da traqueia, que vão ao coração pelo sistema da veia ázigo.
Uma das grandes consequências da proximidade dos brônquios com ramos da artéria pulmonar são os casos de hemoptise (pneumo expectoração de sangue proveniente dos pulmões, traqueia e brônquios, mais comumente observável na tuberculose pulmonar), causados por trombose da veia cava caudal, em bovinos cuja alimentação contínua apresente grande quantidade de carboidratos.
A hemoptise uma séria manifestação clínica de afecção respiratória caracterizada pela eliminação de sangue pela boca e pelas narinas, proveniente do trato respiratório inferior. Os mecanismos patológicos responsáveis incluem hipertensão pulmonar (insuficiência cardíaca congestiva, tromboembolismo pulmonar e dirofilariose), perda da integridade vascular (neoplasias, inflamação e traumatismos) e lesão pulmonar cavitária. A hemoptise deve ser diferenciada da hematêmese.
Os pulmões são inervados por fibras parassimpáticas do vago e por fibras simpáticas dos gânglios torácico cranial e cervical. As fibras acompanham as vias respiratórias e os vasos sanguíneos até os ácinos e a pleura. No entanto, poucas fibras são encontradas no septo interalveolar.
Os reflexos nervosos são essenciais para a manutenção do controle da respiração e para a defesa do sistema respiratório contra agentes irritantes inalados. O tônus da musculatura lisa das vias respiratórias e dos vasos sanguíneos e as funções secretórias do sistema mucociliar também estão sob controle do sistema nervoso. Os receptores de pressão estão localizados nos músculos lisos da traqueia e dos grandes brônquios. Esses receptores respondem às alterações de pressão transmural das vias respiratórias e estão envolvidos no reflexo de Hering-Breuer (reflexo que inibe a inspiração e que é desencadeado pela distensão pulmonar).
A drenagem linfática do pulmão se faz pelos sistemas linfático profundo, linfático justa-alveolar e 
linfático superficial.
Os mecanismos de defesa do trato respiratório são variados e têm como função a inativação das partículas e dos microrganismos inalados. Conforme o tamanho e peso específicos das partículas, elas penetram mais ou menos no trato respiratório. Os cílios revestem todo o trato respiratório, com exceção da parte rostral do nariz e parte da faringe, do ducto alveolar e alvéolo. As partículas depositadas na zona coberta pelos cílios são removidas pelo mecanismo de limpeza mucociliar. O muco, que se deposita sobre os cílios, é produzido por células pertencentes ao epitélio de revestimento das vias respiratórias e por glândulas peribronquiais e, nos bronquíolos próximos aos alvéolos, por secreção dos pneumócitos tipo II. Os cílios apresentam movimento constante em sentido oral, de tal maneira que há movimentação do muco desde as partes mais profundas do pulmão até a faringe, levando essas partículas para a região superior da árvore respiratória, na qual elas serão deglutidas ou eliminadas pela tosse.
Outro mecanismo de defesa das vias respiratórias se dá pelos macrófagos alveolares, que desempenham papel importante na limpeza de partículas inaladas, pois, sob condições de normalidade, liquidam em poucas horas as bactérias que penetram no sistema respiratório.
As proteínas de defesa do sistema de complemento e os anticorpos também representam forte barreira à penetração de microrganismos no pulmão, ocorrendo grandes secreções de imunoglobulinas A (IgA) no trato respiratório anterior. Nos pulmões, é maior a quantidade de imunoglobulinas do tipo G (IgG).
Os alvéolos pulmonares são os principais sítios de difusão gasosa entre o ar e o sangue dos mamíferos. Constituídos dede dois tipos de células: Pneumócitos tipo I (função de revestimento) e pneumócito tipo II (secretam surfactante). Surfactante é uma mistura de fosfolipídeos e lipoproteínas, no qual reduz a tensão superficial do fluido alveolar.
Se ocorrer acúmulo de CO2 como consequência de hipoventilação, o resultado será o estabelecimento da acidose. A remoção excessiva de CO2, provocada por hiperventilação, resultará, por sua vez, em alcalose respiratória. Do mesmo modo, o sistema respiratório compensa parcialmente (de maneira muito rápida) os distúrbios acidobásicos metabólicos primários. Hiperventilação e diminuição na pressão de CO2 ocorrem em resposta à acidose metabólica. Nos casos de alcalose metabólica, ocorrem hipoventilação e aumento da pressão de CO2.
Uma das primeiras finalidades do exame clínico é saber se a manifestação respiratória em questão é de fato um problema do sistema respiratório. Problemas como anemia intensa,por exemplo, podem mimetizar problemas respiratórios, pois o animal terá de respirar com maior rapidez e profundidade para compensar a falha na oxigenação sanguínea. Da mesma maneira, problemas cardíacos podem exigir mecanismos de compensação respiratória, para suprir a diminuição de oxigenação decorrente das alterações circulatórias.
Parâmetros semiológicos realizados no exame do sistema respiratório:
1-Inspeção
2-Palpação
3-Percussão
4-Auscultação
5-Olfação
1-Inspeção geral:
De preferencia realizar sem tocar ou estressar o animal, observar a expansão torácica, observar o comportamento se há ocorrência de dor ou não, a observação pode ser realizada observando de cima para baixo. Se o exame estiver sendo realizado em animal de grande porte, o examinador deve olhá-lo obliquamente, colocando-se, de preferência, na parte posterior ou na parte dianteira do animal, de tal modo que se observe o ponto de transição costoabdominal.
Oscilações fisiológicas da F.R.
Quanto menor a idade do animal maior será a sua F.R. Animais de porte grande, idosos e obesos apresentam F.R. menor. Durante a gestação e exercício físico há aumento gradativo da F.R.
Oscilações patológicas da F.R.
-Taquipnéia: Aumento da F.R.
-Bradipnéia: Diminuição da F.R.
-Apnéia: Ausência total da respiração.
Ao aferir a FR, deve-se observar se o ritmo respiratório está dentro dos padrões considerados normais ou se há variações que possam ajudar o clínico no diagnóstico da lesão respiratória. O ritmo normal é observado como uma inspiração, uma pequena pausa, uma expiração e uma pausa maior, voltando, em seguida, a uma inspiração. Qualquer alteração no ritmo respiratório é denominada arritmia respiratória. Alguns tipos de ritmo respiratório anormais são:
-Alteração de Cheyne-Stokes: Observa-se a FR crescente até alcançar um auge, diminuindo em seguida até apneia, acompanhada, posteriormente, de FR novamente crescente. Esse tipo de respiração ocorre nas fases finais de insuficiência cardíaca, em intoxicações por narcóticos e lesões cerebrais.
-A respiração de Biot: Dois ou três movimentos respiratórios, apneia, um ou dois movimentos, outra apneia e assim por diante ocorre por afecções cerebrais ou de meninges.
-Kussmaul: Observado como inspiração profunda e demorada, apneia, expiração prolongada, repetindo-se o ciclo. É visto no coma e na intoxicação por barbitúricos.
De maneira geral, esses tipos de ritmos respiratórios estão associados a hipoxia ou depressões cerebrais.
Pela observação da respiração, ou seja, da relação entre inspiração e expiração, dos movimentos do tórax e abdome e da postura adotada pelo animal, pode-se classificar a atividade respiratória como: -Normal: Eupneia
-Dificultosa: Dispneia
Na respiração normal, o movimento inspiratório é ativo e mais rápido que o expiratório, passivo, e mantém uma relação temporal de 1:1,2, respectivamente.
Classificação das dispneias:
1-Dispneia inspiratória: Está relacionada com alterações das vias respiratórias anteriores por estenoses, corpos estranhos ou inflamações que diminuam o lúmen das vias respiratórias, dificultando a entrada de ar. Isso é facilmente entendido, pois as vias respiratórias anteriores apresentam pouca sustentação e, por conseguinte, quando o animal faz inspirações forçadas, a tendência das vias respiratórias, que estão fora da cavidade torácica, é o “colabamento”, portanto, diminuições em seu calibre intraluminal dificultarão a entrada de ar na árvore respiratória.
2-Dispneia expiratória: Relaciona-se com processos mórbidos que diminuam a elasticidade de retorno pulmonar ou que provoquem obstruções das pequenas vias respiratórias, dificultando a saída do ar, como ocorre no enfisema pulmonar, nas bronquites e bronquiolites. Pode-se entender o processo observando se, durante a inspiração, há pressão negativa intratorácica e, portanto, expansão das vias respiratórias que estão dentro do tórax. Durante a expiração, como a pressão negativa diminui, ocorre compressão das paredes torácicas sobre o pulmão e, consequentemente, sobre as vias intratorácicas. Se houver corpos estranhos, muco em excesso ou qualquer outro problema que diminua o lúmen dessas pequenas vias, haverá dificuldade de saída do ar alveolar e, em consequência disso, maior esforço para expirar.
3-Dispneia mista: No edema pulmonar, a dispneia é do tipo misto, pois o pulmão, pela presença de líquido no interstício, terá dificuldade de expansão e, em decorrência disso, dispneia inspiratória. Com a saída de líquido de dentro dos vasos sanguíneos para o interior dos bronquíolos, haverá
também dificuldade de saída de ar dos alvéolos, caracterizando a dispneia mista. Apesar disso, nessa doença, em especial, ocorre predominância de dispneia inspiratória pela maior dificuldade de trocas gasosas e grande hipoxia resultante.
4-Ortopneia: É um quadro extremo de dispneia que impede o paciente de ficar deitado e o obriga a
assumir posições que confiram algum alívio. No cão, geralmente é manifestado por abdução dos membros torácicos com pescoço esticado e respiração pela boca. O animal permanece andando ou sentado com um grau de inclinação que favoreça a expansão torácica e diafragmática. Os gatos geralmente não se sentam, mas se mantêm quase deitados (a poucos centímetros do chão) e respiram com a boca aberta.
5-Trepopneia: É a dispneia que aparece em determinado decúbito lateral, em especial em pacientes com efusão pleural unilateral, ao se deitarem sobre o lado hígido.
Na broncopneumonia, a dispneia é do tipo misto, pois existe dificuldade de expansão pulmonar (dispneia inspiratória), decorrente da congestão provocada pela inflamação e saída de exsudato nos brônquios e bronquíolos, que determina dificuldade na expiração.
O pulmão pode responder de modo funcional à diminuição das trocas gasosas por dois mecanismos compensatórios: aumentando frequência (taquipneia) e amplitude (hiperpneia) respiratórias. A taquipneia não ajuda a localizar a alteração dentro do sistema respiratório, pois pequenas alterações anatômicas, como ocorre nas pneumonias focais, já provocam alterações nas trocas gasosas, estimulando esse mecanismo de compensação. A hiperpneia, por sua vez, está relacionada principalmente com processos que dificultam a expansão pulmonar, como o pneumotórax ou, temporariamente, logo após o exercício.
O tipo respiratório é outra característica que pode indicar a localização da alteração patológica dentro do sistema respiratório. O tipo respiratório normal nos animais domésticos é o costoabdominal, que pode sofrer alterações para o tipo costal e o abdominal. Os animais portadores de processos que manifestem dor torácica, como fraturas de costela ou pleurite, podem apresentar o tipo respiratório ou a respiração predominantemente abdominal, como forma de defesa contra a dor. Aqueles que têm dor abdominal, como nos casos de peritonite ou nas grandes compressões sobre o diafragma (Ex.: Dilatações rumenais), podem apresentar respiração do tipo costal.
Inspeção nasal:
Alterações no espelho nasal se há ressecamento ou presença de secreções, no conduto ou fossa nasal alterações na coloração e umidade da mucosa procurando lesões. Observar nas narinas há presença de corrimento se é uni ou bilateral, odor da respiração, fluxo de ar e com as costas da mão a temperatura do ar, alterações do espelho nasal, também chamado de muflo, como o ressecamento, como nos casos de febre, desidratações ou hipovolemias.
No conduto, também chamado de fossa nasal, devem-se verificar modificações na coloração e umidade da mucosa e procurar lesões como úlceras, erosões, pólipos, tumores e corpos estranhos, que podem ser vistos na inspeção direta da cavidade nasal. A mucosa nasal sadia é de cor rósea, úmida e sem lesões visíveis. Em geral, a mucosa nasal em grandes animais é pigmentada; por isso, é de grande utilidade para a observação de possíveis corrimentos, mas não para alteração de coloração.
São manifestações clínicas de doenças do sistema respiratório que podem ser percebidaspelo acompanhante: Corrimento nasal, espirro, tosse, fadiga durante exercício (ruídos ouvidos durante a respiração: Respiração rápida e superficial, taquipnéia, e dificuldade respiratória, dispnéia).
Espirro
Reflexo protetor manifestado pela liberação forçada e explosiva do ar dos pulmões pelo trato respiratório superior e que visa à remoção de irritantes na cavidade nasal. A ocorrência ocasional de espirros é considerada normal em alguns animais. Espirro reverso: Esforço inspiratório rápido observado ocasionalmente em cães (em especial de pequeno porte). Costuma causar preocupação aos proprietários pela natureza aguda, mas são crises passageiras. Normalmente, o espirro reverso apresenta curta duração e associa-se a processos envolvendo a nasofaringe, mas alguns episódios podem ter natureza idiopática. Esses episódios precisam ser diferenciados de crises associadas ao colapso de traqueia, em particular quando ocorrem após momentos de excitação.
Tosse: Mecanismo de limpeza do sistema respiratório e ocorre quando há irritação nas terminações nervosas da laringe e traqueia provocada pela inflamação da mucosa por um agente agressor. Tipos:
1- Tosse seca
Normalmente indica inflamação nas vias aéreas superiores (faringite, laringite).
2- Tosse produtiva
Aumento do exsudato broncopulmonar. Líquido inflamatório se movimenta nas vias aéreas com a respiração (broncopneumonias).
3- Reflexo da tosse
Compressão ou fricção dos primeiros anéis traqueais.
Para confirmar a informação recebida do acompanhante do animal e verificar o tipo de tosse, deve-se proceder ao reflexo de tosse que, nos grandes animais, pode ser realizado de duas maneiras: beliscando-se ou esfregando-se os primeiros anéis traqueais logo abaixo da glote ou, como é feito principalmente nos adultos, por problemas de enrijecimento dos anéis cartilaginosos e pela sua difícil compressão, pela obliteração do ar inalado (tapando-se as narinas do animal com as duas mãos) até que o animal comece a reagir, soltando-se em seguida. O animal inspirará grande quantidade de ar rapidamente, tendendo a tossir se houver inflamação das vias respiratórias. O estímulo do reflexo da tosse em equinos oferece melhores resultados do que em ruminantes.
Estridor
Som inspiratório agudo (semelhante a um assovio fino), indicativo de distúrbios na laringe. Pouco comum em gatos. Associa-se mais comumente à paralisia de laringe em cães, podendo ser acompanhado de angústia respiratória. Disfonia (mudança no latido do cão) pode estar presente em alguns animais.
Tipos de corrimento nasal (podem haver combinações entre os tipos):
1) Seroso
Observado normalmente nos bovinos, que lambem constantemente as narinas. Esse tipo de corrimento é mais intenso em animais deprimidos e sempre está relacionado com afecções do sistema respiratório. O corrimento seroso ganha significado clínico quando se apresenta em excesso, em qualquer espécie de animal.
2) Mucoso
Relaciona-se principalmente com a produção exacerbada de muco pelas glândulas das narinas, consequente a inflamações, viroses ou alergias.
3) Purulento
Quando há contaminação bacteriana e migração de células leucocitárias e restos celulares para o muco.
4) Hemorrágico
Lesões vasculares provocadas por corpos estranhos, ferimentos, úlceras ou pólipos podem determinar corrimento do tipo hemorrágico.
Às vezes, os herbívoros apresentam corrimento nasal com conteúdo alimentar, geralmente
de coloração esverdeada. Deve-se ressaltar que, em bovinos, pelo hábito de lamberem as narinas, as secreções nasais muitas vezes não são observadas, devendo-se buscar indícios de extravasamento nos bebedouros e comedouros, em virtude da facilitação de sua exteriorização quando da ingestão de água ou comida pelo abaixamento da cabeça. O odor é variável, indo desde a ausência de cheiro até odor pútrido. Esse tipo de corrimento revela defeitos na deglutição por lesões na faringe ou processos obstrutivos de esôfago, e o animal pode apresentar refluxo nasal ao deglutir.
No exame das narinas, deve-se atentar para o odor da respiração e para o fluxo do ar exalado. Para tanto, é interessante individualizar o ar expirado, promovendo o desvio do ar com a mão em forma de concha. O examinador deve, de preferência, postar-se lateralmente à cabeça do animal. Odor pútrido da respiração está relacionado com lesões em que há destruição tecidual, tais como na laringite necrótica, em abscessos pulmonares ou na pneumonia por aspiração.
Fluxo de ar desigual nas narinas, perceptível pela colocação das costas das mãos defronte as narinas, implica diminuição de calibre de uma das narinas. Isso pode ocorrer devido a obstruções por corpos estranhos, tumores ou quaisquer outros problemas que provoquem estenoses no lúmen da narina com menor fluxo de ar. Da mesma maneira, é importante sentir, também com as costas das mãos, a temperatura do ar exalado. O aumento da temperatura no fluxo de ar saído de uma das narinas é indicativo de processo inflamatório na cavidade nasal correspondente.
2-Palpação:
Além do reflexo de tosse descrito anteriormente, que já é uma manobra de palpação da traqueia, devem-se palpar todas as partes externas do sistema respiratório à procura de depressões (afundamento do osso nasal, fratura de anel traqueal cervical, fratura de costelas) ou aumentos de volume que possam ou não ter sido verificados à inspeção. Nessas alterações superficiais, observam-se sempre os sinais clássicos da inflamação (dor, calor, rubor, tumor) e, conforme o local, é possível relacioná-los com processos inflamatórios localizados, como abscessos.
Piotórax: Coleção de líquido séptico na cavidade torácica
A palpação do tórax deve ser feita com a mão espalmada e com as pontas dos dedos apoiadas nos espaços intercostais. Aumenta-se gradativamente a pressão dos dedos e observa-se a reação do animal.
3-Percussão:
Deve ser realizada desde os seios paranasais até a porção posterior do tórax. Nos seios paranasais (frontal, lacrimal e maxilar), a percussão deve ser feita com o cabo do martelo de percussão ou com a ponta do dedo médio (digital) de modo comparativo entre o lado esquerdo e direito da face do animal. A principal alteração que se consegue ouvir é a modificação do som normal (claro) para maciço, indicando que uma cavidade antes vazia está sendo preenchida por alguma substância, por exemplo, pus. Esse sinal sugere sinusite ou tumorações em seio paranasal, ou seja, lesões que ocupam espaço. Por outro lado, se houver acúmulo de gás, o som pode se modificar para timpânico, como nos casos de infecção da cavidade sinusal por bactérias anaeróbicas, produtoras de gás.
Percussão torácica: Diagnostica alterações conforme presença ou ausência de líquidos no trato respiratório e deve ser realizada digito digital, feita na direção craniocaudal e dorsoventral. A resposta sonora à percussão do tórax pode variar desde o som normal (claro) até as alterações sonoras com significado clínico. Áreas de sons submaciços ou maciços podem indicar preenchimento do parênquima pulmonar por tecidos sólidos ou que, pelo menos, diminuam a quantidade de ar no órgão, como nos casos de pneumonia, abscessos ou tumores pulmonares. Áreas de som timpânico indicam maior preenchimento do pulmão por ar e podem se relacionar com enfisema pulmonar ou pneumotórax. Limites para a realização do exame:
-Anteriores: musculatura da escapula (som maciço);
-Superiores: musculatura dorsal (som maciço);
-Posteriores: De acordo com a espécie animal, observando-se o cruzamento de linhas que passam, imaginariamente, nos espaços intercostais (EIC) com linhas imaginárias e horizontais que passam sobre as tuberosidades ilíaca (linha ilíaca) e isquiática (linha isquiática) e na articulação escapuloumeral (linha do encontro).
O som na região mais central do tórax é chamado de claro. Avançando para trás, no limite posterior, passa a ser timpânico ou submaciço (na dependência de haver mais ou menos conteúdo de gás nas estruturas abdominais). Na região inferior do tórax, o somé submaciço.
Alterações encontradas na percussão:
-Ampliação da área de percussão: Enfisema pulmonar, som claro se modifica para timpânico.
-Som metálico: Quantidade exagerada de gás associada ou não a líquidos (cavernas cheias de ar como no pneumotórax ou tuberculose).
-Som maciço ou submaciço: Áreas de condensação ou compressão pulmonar (tumores, grandes abscessos, atelectasia).
-Linha de percussão horizontal: Do som claro ao maciço ou submaciço em linha reta com animal em pé indicação de liquido na cavidade torácica. (hemotórax, piotórax).
4-Auscultação:
É o método que mostra mais informações sobre o sistema respiratório, quando realizado corretamente, a interpretação dos ruídos diferenciando padrões normais de alterados. Preferencialmente o animal deve estar em estação. Com o estetoscópio ausculta-se todo o tórax no sentido craniocaudal e dorsoventral, se necessário pode realizar algum exercício físico com o animal, para ausculta de mudança de padrão e percepção de ruídos que aparecem após o exercício.
Recomendações da auscultação: Fazer a auscultação em sala silenciosa Manter o animal preferencialmente em estação sobre a mesa Delimitar o campo pulmonar a ser auscultado Auscultar o tórax da frente para trás e de cima para baixo (de maneira sistemática) Procurar auscultar, no mínimo, dois movimentos respiratórios em cada ponto de auscultação Fazer auscultação comparativa entre cada lado do tórax Toda área de anormalidade deverá ser auscultada novamente (para ter certeza da alteração) e comparada com áreas normais.
1-Ruidos normais (podem estar aumentados ou diminuídos):
-Laringotraqueal: É o ruído provocado pela vibração das paredes da laringe e da traquéia, sendo ouvido sobre a região da traquéia cervical, no momento da passagem do ar.
-Traqueobrônquico: A ausculta na área torácica, produzido pela passagem do ar pelos grandes brônquios e porção final da traquéia, com vibração de suas paredes. Pode estar aumentado em intensidade quando houver estenose de vias respiratórias anteriores e nos casos de infiltração líquida do interstício pulmonar, quando os brônquios menores passam a ter paredes rígidas, que refletem melhor o som. Nessas situações, as regiões do interstício pulmonar preenchidas por líquido
devem ter extensão adequada e conter brônquios pérvios, próximos à parede torácica. Além do
aumento na intensidade, observa-se, nesses casos, aumento da área de auscultação do ruído
traqueobrônquico, que pode ser notado em toda a área pulmonar, na qual normalmente não é ouvido.
-Bronco-bronquiolar: produzido pela vibração das paredes dos brônquios menores e bronquíolos. O ruído broncobronquiolar, pode estar aumentado fisiologicamente nos animais jovens (maior FR e menor espessura torácica), nos magros, nos de pelos curtos e naqueles que realizarem exercícios físicos. Pode estar aumentado patologicamente na hipertrofia vicariante ou compensadora das áreas normais, quando há hepatização pulmonar em áreas vizinhas àquelas que se está auscultando; nas dispneias, pois os movimentos respiratórios são mais amplos; e nos casos de infiltração líquida do pulmão, em presença de brônquios pérvios.
Basicamente, o aumento de intensidade dos ruídos normais do pulmão à auscultação significa aumento na quantidade de ar que penetra nesse órgão e, consequentemente, maior vibração das paredes das vias respiratórias. Sempre que houver aumento na intensidade da respiração por aumento na FR (taquipneia), na amplitude (hiperpneia) ou, ainda, por dificuldade respiratória (dispneia), haverá exacerbação na auscultação dos ruídos respiratórios. Os ruídos respiratórios normais podem estar exacerbados, também, nos casos em que haja facilitação de sua transmissão, especialmente quando houver líquido no interstício pulmonar, aumentando sua densidade. Os processos patológicos que causam deposição de líquido no interstício pulmonar, aumentando assim a transmissão sonora, são as pneumonias, a congestão e o edema pulmonar.
Pode-se verificar diminuição dos ruídos à auscultação pulmonar sempre que houver interferência na transmissão destes ao ouvido de quem está auscultando, quando houver diminuição da velocidade de penetração de ar nas vias respiratórias, seja por obstruções ou por diminuição da atividade respiratória; ou quando ocorrerem obstruções nas vias respiratórias anteriores, prejudicando a velocidade do ar nas vias respiratórias posteriores e diminuindo a vibração das paredes dessas estruturas.
Assim, o ruído Broncobronquiolar e o Traqueobrônquico podem estar diminuídos fisiologicamente nos animais gordos, de pelos longos, com maior espessura da parede torácica, musculosos (maior distância do ouvido ao órgão produtor do som) e nos que estão há muito tempo em repouso (menor FR). Podem estar diminuídos patologicamenteem afecções dolorosas do tórax, causando respiração superficial, diminuição da elasticidade pulmonar, nas aderências pulmonares extensas (menor entrada de ar), nos exsudatos fibrinosos, edemas ou enfisemas subcutâneos, nas coleções de ar ou líquido na cavidade pleural (dificultam a capacidade de auscultação do indivíduo, já que afastam o órgão produtor do ruído do ouvido do examinador).
2-Ruidos pulmonares patológicos:
-Crepitação grossa ou estertor úmido: Liquido no interior dos brônquios, som se assemelha a estourar bolhas.
-Crepitação Fina ou estertor crepitante: Inspiratório edema pulmonar ou pneumonia se for misto DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica), bronquiolite enfisema pulmonar, ruído semelhante ao se esfregar cabelos próximos à orelha.
-Inspiração Interrompida: Presença de pouco líquido na cavidade, pequenas interrupções na respiração como se fosse o soluçar de uma criança chorando.
-Sibilo: Compressão da traquéia, estenose da laringe ou obstrução em pequenas vias aéreas, manifestação sonora ou aguda que se assemelha a chiado ou assobio.
-Ronco: Ruído grave, de alta intensidade, produzido pela vibração de secreções viscosas aderidas às paredes de grandes brônquios, durante a passagem do ar.
-Ruido Cardiopleural: Pleurite ou pericardite, ruído rude, semelhante ao raspar de duas superfícies ásperas.
-Ruido Cardiopulmonar: Animais saudáveis ou com bronquiolites, ruído suave, de baixa intensidade semelhante ao soprar com os lábios fechados.
-Broncofonia: Ruídos propagados nas vias aéreas anteriores como voz ou gemidos, ouvidos principalmente na região anterior ao tórax.
-Ruídos Acessórios: São ruídos que perturbam e dificultam a auscultação, ruído das contrações musculares, crepitações dos pelos, deglutição e ruídos gastroentéricos, ruídos produzidos pelo ambiente.
4.1-Percussão auscultatória:
Outro método semiológico para o exame do sistema respiratório é a associação da auscultação com a percussão. Faz-se a percussão traqueal com o dedo ou com o cabo do martelo (em grandes animais) e a auscultação pulmonar conjuntamente, ou seja, produzimos um som e o escutamos na área pulmonar. Dessa maneira, pode-se ouvir:
-Em tecido normal, um ruído débil, impreciso, distante e difuso;
-Em tecido atelectásico ou congesto, ouve-se um ruído breve, seco e preciso, como nascido imediatamente debaixo do ponto que se está auscultando;
-Em coleções líquidas no espaço pleural, o ruído se apresenta distante, mas preciso e breve.
Exames complementares:
1-Punção exploradora ou toracocentese
É outro método exploratório que pode ser utilizado para diferenciar o diagnóstico de
exsudato e transudato pleural e para coleta de líquido pleural, tanto para exame como com fins
terapêuticos.
2-Radiografia
Exame não invasivo permite analisar estruturas intratorácicas e também os seios paranasais para identificação de alterações, importante para análise das estruturas inacessíveis a um endoscópio, permite a visualização densas e liquidas em contraste com o pulmão, é possível confirmar o diagnóstico de pneumonia, enfisema, abscessos e neoplasias.
3-Endoscopia
Permitem analisar as características físicas e funcionais do sistema respiratório além de facilitara colheita de secreções, líquidos que poderão ser utilizados para o diagnóstico do agente que está ocasionando a enfermidade.
4-Lavado bronqueoalveolar
Colheita de células, através de um lavado com solução fisiológica estéril e coletada novamente, este material é avaliado pela cultura microbiológica e exames imuno-histoquímicos e, dessa maneira, proporcionar o diagnóstico do agente causal, determinar a gravidade da resposta inflamatória, auxiliar na instituição do tratamento adequado e do prognóstico das doenças respiratórias.
5-Hemogasometria
São indicadas para documentar a insuficiência pulmonar, diferenciar hipoventilação de outras causas de hipoxemia, ajudar a determinar a necessidade de terapia de suporte com oxigênio e monitorar a resposta ao tratamento. Avaliar a relação ácido-base do sangue arterial.
6-Ultrassonografia
Possibilita detectar abscessos, tumores, enfisema e problemas de pleura, especialmente acúmulo de líquido na cavidade torácica, como no caso de pleurite com efusão.
7-Toracocentese
É indicada para a colheita de amostras de líquido pleural para realização de exames citológicos e microbiológicos e, também, como método terapêutico em animais com ventilação comprometida pela compressão pulmonar, por depósitos de líquido ou ar no espaço pleural.
8-Biopsia pulmonar
É indicada para obtenção de amostra tecidual para diagnóstico histológico ou para informações prognosticas, principalmente, em casos de moléstias pulmonares difusas. Em casos de lesões focais, como nas neoplasias, a colheita deve ser guiada por ultrassom ou endoscopia, visto que a amostra obtida é muito pequena. Contra indicado em pacientes que apresentem sinais clínicos severos que possam ser agravados pelo procedimento.
9-Ressonância magnética
Visualização de estruturas do aparelho respiratório como: cartilagem aritenóide, cartilagem tireóide, cavidade nasal, coanas, epiglote, laringe, meato nasofaríngeo, nasofaringe, orofaringe, recesso maxilar, tonsila palatina e traqueia.
Outros exames:
-Hemograma;
-Exame parasitológico de fezes, indicado no diagnóstico de verminose pulmonar;
-Titulação sorológica de anticorpos, usada principalmente para detecção de anticorpos contra agentes virais, potencialmente patogênicos para o sistema respiratório.

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