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BASES TÉCNICAS DAS CIRURGIAS ABDOMINAIS DE GRANDES ANIMAIS

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BASES TÉCNICAS DAS CIRURGIAS ABDOMINAIS DE GRANDES ANIMAIS
Em grandes animais assim como em pequenos à certas peculiaridades, como por exemplo o acesso via celiotomia mediana, que é possível em equinos, mas difícil em ruminantes.
Em grandes a abordagem pelo flanco é muito comum, sendo que o flanco é uma região da cavidade abdominal delimitado pelos processos transversos das vertebras lombares, caudal ao último par de costelas, limite caudal íleo, e ventral a prega pré crural.
O espaço para trabalhar o flanco de cavalos é fisicamente pequeno se comparado à cães e bovinos que tem apenas 13 pares de costela, á que os equinos apresentam 18 pares, logo, a histerotomia por exemplo para cesárea pelo flanco é difícil pelo flanco nesses animais. 
A abordagem pelo flanco esquerdo em ruminantes pode ser utilizada para acesso de rume, retículo e forame omasal, também pode-se fazer cesárea, mas consegue-se explorar quase toda a cavidade por esse acesso. Pelo lado direito pode-se acessar útero, todo o intestino delgado e grosso, fígado, abomaso, palpar bexiga (não expor). Em equinos, pelo lado esquerdo consegue-se acessar vários órgãos, mas não deve opera-los por esse acesso, porém em lado esquerdo pode-se acessar ID, colón ventral esquerdo, colón menor, e do lado direito ceco, colón ventral direito, porém como o TGI apresenta uma grande extensão o melhor é não fazer a abordagem por esse pequeno acesso. Já, ovariectmia e criptorquiectomia podem ser realizadas por esse acesso. Logo em ruminantes os acessos são realizados pelo flanco com maior segurança. 
Muitos dos animais são operados em estação e conscientes. O que provoca dor é a distensão do órgão e grande tração (excessiva e abrupta) em uma víscera, e daí ele pode expressar esse sinal de dor. Mas no pós-operatório ele vai sentir dor, por isso se faz analgesia. Porém manejo cirúrgico pode ser realizado apenas com bloqueio da musculatura, pois a incisão ele vai sentir. 
O flanco é recoberto por músculos, sendo eles o musculo obliquo externo, interno (menor, mas com muita fascia, dependendo de onde é a incisão pega só aponeurose), nessa camada há dois vasos importantes, sendo a artéria circunflexa ilíaca profunda, e a artéria abdominal cranial. E por último o transverso do abdome, sendo o mais delgado e próximo das vísceras e peritônio (chance de perfuração), todos estes se encontram formando a linha alba.
A abertura da musculatura pode ser realizada pela incisão retilínea e ininterrupta com bisturi, ou afastando as fibras musculares, sem incisão. Quando há o corte de um musculo, por ser bem vascularizado, ele sangra, e nem todos os vasos conseguem ser vistos. Por isso afastar as fibras pela abertura em grade gera menos sangramento, porém não é muito utilizado porque se houver a necessidade de ampliação não se tem a possibilidade já que as fibras seguem caminhos diferentes. E dependendo do trauma gerado no tecido, ele pode cicatrizar ou reparar à tecido original, sendo que se durante o procedimento tomou-se cuidado para não imprimir traumas ao tecido muscular há uma maior chance de regeneração e não substituição por tecido fibroso. Mas na região de flanco, promover fibrose não provoca muita alteração sobre a vida do paciente. 
A incisão da laparotomia não deve ser ampliada para abaixo da última costela, pois pode-se acabar expondo intestino durante a cirurgia. 
Para entrar no abdômen a seis planos de incisão, pele, SC, oblíquo externo, interno, transverso e peritônio. Já os planos de rafia (que vão promover reconstituição e estabilização tecidual por tempo suficiente para ele reparar) são definidos de acordo com a espessura do tecido. 
BOVINOS com 3-4 cm de parede (a TO define pelo menos um plano para cada 1-1,5cm), então necessita-se de pelo menos 2 planos. Num primeiro plano pode se pegar de peritônio até obliquo externo sem muitos problemas, SC em um segundo plano já que não é muito desenvolvido, podendo pegar nesse plano pele também. Mas fazer mais planos, abordando camadas separadamente também se é possível, com exceção do SC que é muito pequeno. ABORDAGEM DA GEANE (peritônio e transverso num plano, depois ambos os oblíquos, ou só externo com o interno junto com peritônio e transverso, e por último SC e pele). 
Fios: categute (muito desafiador para cirurgias de campo), ácido poliglicóico (1 ou 2, pouco reativo, inorgânico e sintético), nylon (de pesca, pouco reativo, mas pode gerar reação e CE meses depois, e exige muitos sobrenós podendo reagir), algodão (grande chance de abscesso, NÃO USAR). Musculo demora de 10-15 dias para cicatrizar. 
EQUINOS pele com 7-10 cm de parede abdominal. Um plano só com peritônio e transverso, outro só com OI e outro só com OE, e um quarto plano com pele e SC devido a espessura dessa parede. 
A celiotomia mediana tem como principal e importante problema a posição, pois o animal tem que ficar em decúbito dorsal, e provavelmente o animal não vai permitir ficar, pelo desconforto e dor. A paramediana tem um posicionamento parecido, e de agravante pega-se para acessar o abdome o reto do abdome, que é muito vascularizado. Para cavalos a mediana é a abordagem de escolha, dando acesso a 75% dos órgãos que são palpáveis e exteriorizáveis, poucas exceções, mas necessita-se de anestesia geral, não podendo se realizar o procedimento à campo. E para bovinos este acesso é muito limitado. Tendo como planos de incisão a pele, SC linha alba e peritônio. E para rafia fecha-se primeiro um plano pegando peritônio e linha alba, segundo plano fechando SC separado e por último a pele. Em relação ao fio, como é mais sensível e a chance de problemas é maior, pode-se utilizar como fio nylon ESTÉRIL, ácido poliglicóico (número 2, boa resistência, nó seguro), entre outros. Linha alba demora de 60-90 dias para cicatrizar, por isso esse fio precisa ter estabilidade mecânica por pelo menos esse período, firme. 
LAPARATOMIA PARAMAMÁRIA
Abordagem utilizada em BOVINOS, por incisão paralela a glândula mamária. Nesta região de abertura apresenta praticamente apenas aponeurose dos músculos que formam o flanco, iniciando um pouco atrás da prega pré-crural, sendo recomendada exclusivamente para cesariana, principalmente para fetos grandes. Animais permanece em decúbito lateral, e a incisão pode ser ampliada o quando necessitar, principalmente para retirada de feto enfisematoso. 
Planos de incisão: pele, SC, aponeuroses/fáscias (fino mas muito resistente) de todos os músculos. Se houver a necessidade de ampliar, a ampliação cranial começa a pegar fibra do obliquo externo, mas ainda é tão fino que não sangra muito; e peritônio.
Diferente de pequenos animais, expõe-se apenas um dos cornos, devido ao seu peso e dificuldade de exposição/tração. 
Planos de rafia: peritônio e fáscias juntas (pode-se pegar separado o peritônio), SC e pele juntas. 
COMPLICAÇÕES: sempre podem ocorrer, e geralmente estão associados a contaminação, traumas, uso de fio de sutura errado ou padrão (padrões que não invaginem e não promovam sobreposição, usar sutura de aposição sem muita tensão em flanco).
Com exceção da celiotomia mediana todas as abordagens podem ser realizadas via apenas bloqueio local.

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