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AVALIAÇÃO FISOTERAPÊUTICA EM REUMATOLOGIA FINALIDADE • A compreensão completa e clara dos problemas e da história do paciente, bem como da base física dos sintomas que o levaram a se queixar. • Baseado nesta avaliação, o fisioterapeuta busca elaborar o diagnóstico fisioterapêutico (análise e descrição das deficiências e incapacidades do paciente e estipular o prognóstico funcional. PRINCÍPIOS BÁSICOS DA AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA • Ouvir o paciente; • Olhar para o paciente com manifestação de interesse; • Sentar-se o mais próximo possível; • Atentar para a linguagem não-verbal; • Desestimular informações irrelevantes; • Fazer perguntas de fácil compreensão; • Formular perguntas que não conduzam o paciente a respostas tendenciosas; • Realizar uma pergunta de cada vez; • Saber interpretar o que ouve do paciente. FICHA DE AVALIAÇÃO COMENTADA • Dados pessoais e clínicos - A incidência de determinadas doenças reumáticas pode recair sobre grupos específicos. A coleta dessas informações permite ao fisioterapeuta iniciar o processo do diagnóstico, pois é conhecida a relação de hábitos e vícios com a predisposição de algumas doenças reumáticas FICHA DE AVALIAÇÃO COMENTADA • História - esse paciente, de maneira geral, é um doente crônico com uma história repleta de sofrimentos e o momento da avaliação é normalmente dotado de grandes expectativas. A adesão do paciente ao tratamento dependerá desse momento. • pacientes diferentes exigem atitudes diferentes, com mais ou menos participação do fisioterapeuta, moderando, intervindo ou conduzindo os questionamentos. pacientes diferentes exigem atitudes diferentes, com mais ou menos participação do fisioterapeuta, moderando, intervindo ou conduzindo os questionamentos. FICHA DE AVALIAÇÃO COMENTADA • Queixa principal - Geralmente, as queixas mais comuns dos pacientes são: dor, cansaço, febre, perda de peso, distúrbios gastrintestinais, dispneia, insônia, edema, diarreia, boca seca, parestesias (cãibras, dormências), fraqueza e fadiga muscular, cefaleias, tontura, rigidez articular, tosse, mal-estar, palpitação, secura ocular, fotofobia e dores oculares. • Na maioria dos casos, a dor é o sintoma mais referido, associada a limitações funcionais e alterações psico-afetivas Oigem Mecânica (devido a deslocamentos ou movimentos); inflamatória (quando ocorre mesmo em repouso) Localização precisa Região anatômica, difusa ou localizada Modo de início Insidioso, agudo, subagudo Intensidade Leve, moderada, intensa Duração Cíclica, contínua Ritmo Piora pela manhã, à noite, com exercícios etc. Tipos Peso, cólica, queimação, facada ou pontada, perto, cãibra (forte, fraca), choque, agulhada etc. Irradiação por compressão nervosa Choque, formigamento O que alivia Repouso, atividade etc. Fatores associados Parestesia, fenômeno de Raynaud, febre, atividades do dia-a-dia, trabalho, aspectos emocionais, hipocondria, depressão QUADRO 4.1. INVESTIGAÇÃO DAS QUEIXAS DOLOROSAS OUTROS ASPECTOS IMPORTANTES A SEREM CONSIDERADOS NA AVALIAÇÃO SÃO: • Tempo das manifestações dos sinais e sintomas: às vezes, acontece por episódios, outras vezes por surtos. Deve-se levar em consideração se os sintomas são agudos ou crônicos. • Antecedentes familiares: doenças existentes na família (enfatizar doenças reumáticas, pois algumas dessas têm componente hereditário relevante). • Medicamentos e tratamentos anteriores: se seguiu corretamente o tratamento, medicação; se apresentou efeitos colaterais, tratamento fisioterapêutico, atividade física/repouso. • Hábitos e vícios: fumante/etilista/usuário de drogas, atividade física e tipo/frequência, alimentação, rotina alimentar/tipo de alimento, higiene (observação geral das condições). • Doenças sistêmicas associadas: geralmente estão presentes. EXAME FÍSICO • Geral – Sinais Vitais • Especifico • Inspeção - A inspeção engloba tudo o que pode ser visualizado no paciente de forma mais genérica, merecendo exploração mais minuciosa na sequência da avaliação • Palpação - O fisioterapeuta deve palpar regiões com alterações referidas ou observadas e, para isso, é necessário ter um bom conhecimento anatômico. • Além de sentir o que está palpando, o fisioterapeuta deve anotar de forma detalhada e padronizada as alterações percebidas na ficha de avaliação. Termos como superficial/profundo; compressível/rígido; quente/frio; úmido/seco; dolorido/indolor; local/circunscrito/difuso; relaxado/tenso; hipertônico/hipotônico; normal/anormal etc. podem expressar a percepção do avaliador e devem ser adotados como padrão de descrição. • Avaliação da amplitude de movimento (ADM) - Pode ser realizada com um goniômetro para quantificar a limitação dos ângulos articulares e decidir sobre o mais apropriado tratamento • PRECAUÇÕES NA REALIZAÇÃO DA GONIOMETRIA EM PACIENTES REUMÁTICOS • Luxação ou fratura local não consolidada • • Imediatamente após cirurgias • Lesões musculares • Processos infecciosos ou inflamatórios • Pacientes em uso de medicações analgésicas ou relaxantes musculares • Osteoporose • Hipermobilidade ou subluxação • • Dor • PROCEDIMENTOS PARA A REALIZAÇÃO DA GONIOMETRIA • Exposição da área a ser avaliada • Explicação e instrução ao paciente • Observação do posicionamento do paciente • Posicionamento do goniômetro (distância do segmento; eixo; braço fixo e móvel; referências) • Estabilização • Avaliação do segmento não afetado • Evitar a realização de movimentos substitutos ou acessórios • Avaliação da força muscular - podem ser empregadas as provas de função/força muscular por procedimentos manuais. No entanto, é necessário que os avaliadores adotem padrões comuns de emprego de resistência aos movimentos e nomenclaturas padronizadas . • Segundo Clarkson & Gilewich, a avaliação manual da força muscular é contraindicada na presença de inflamação e dor na região. • QUADRO 4.5. GRAUS DE FORÇA MUSCULAR • GRAU VALOR MOVIMENTO/DESCRIÇÃO • 5 Normal ADM completa contra gravidade e resistência máxima • 4 Bom ADM completa contra gravidade com resistência moderada • 3+ Regular + ADM completa contra gravidade e mínima resistência • 3 Regular ADM completa contra a gravidade • 3- Regular - ADM incompleta contra a gravidade • 2+ Fraco + Inicia o movimento contra a gravidade • 2 Fraco ADM completa sem ação da gravidade • 2- Fraco - inicia o movimento sem ação da gravidade • 1 Traço Evidência de leve contratilidade sem movimento articular • 0 Zero Nenhum esboço de contração palpável ou visível • Avaliação do perímetro segmentar ou articular- É um procedimento necessário para praticamente todos os pacientes com doenças reumáticas a fim de quantificar edema e/ou trofismo muscular. As limitações nas atividades conduzem à perda de força e à gradual redução no trofismo muscular. • Avaliação do equilíbrio (estático e dinâmico) - Ela pode ser realizada por métodos quantitativos e/ou qualitativos das oscilações posturais. As análises qualitativas incluem a avaliação de Tinetti, a escala de Berg, o teste Timed Get Up & Go, o teste de Romberg, o Functional Reach e a escala Pass, entre outros. • Apesar de os testes citados possuírem um certo grau de eficácia, as análises quantitativas sofisticadas (sistemas computadorizados de rastreamento automático do movimento, plataformas de força associadas a computadores, registro de imagens por meio de vídeo ou filmes) tendem a ser mais confiáveis. • Avaliação da marcha - O método mais comum empregado na clínica é a análise qualitativa da marcha, por observação do paciente EXAME DA MARCHA •Alguns dos seguintestópicos devem ser observados e avaliados : • Caminhada em planos regulares e irregulares; • Subida e descida de escadas; • Subida e descida de rampas; • Posturas antálgicas; • Utilização de apoios ou meios auxiliares; • Dissociação de cinturas. •Avaliação postural - A avaliação postural exige técnica, experiência e padronização. A avaliação deve ser feita com o paciente preferencialmente em pé, relaxado e estático. O fisioterapeuta deve avaliar a simetria em todos os perfis: •Avaliação respiratória - A avaliação da mobilidade tóraco- abdominal (expansibilidade torácica) geralmente é feita pela Cirtometria. Esse método consiste em medir com uma fita métrica o perímetro torácico, nos pontos axilar e xifoidiano, e o abdominal, no nível supra-umbilical. • Avaliação funcional: atividades da vida diária (AVD) e atividades da vida prática (AVP) - A análise desse conjunto de informações ajuda-nos a definir a qualidade de vida do paciente e pode orientar sobre a necessidade de modificação de hábitos familiares e de trabalho. • . A Organização Mundial da Saúde (OMS) define qualidade de vida como "a percepção do indivíduo de sua posição no contexto da cultura e do sistema de valores, nos quais ele vive, em relação a seus objetivos, suas expectativas, seus padrões e suas preocupações". •Questionários gerais validados para o português • SF-36 (Medical Outcome Survey Short Form 36): utilizado para avaliar a qualidade de vida em oito escalas: aspecto físico, dor corporal, capacidade física, estado geral de saúde, vitalidade, aspectos emocionais, saúde mental e aspectos sociais. Apresenta um escore final de 0 a 100, sendo que 0 corresponde ao pior e 100, ao melhor estado de saúde. • WHOQOL: de propriedade da Organização Mundial da Saúde, foi elaborado na busca de um instrumento que avaliasse a qualidade de vida dentro de uma perspectiva internaciona • MCGILL MELZACK PAIN QUESTIONNAIRE: questionário de dor mais utilizado, consta de uma relação de 87 descritores das qualidades sensoriais da dor e das emoções correspondentes, além do desenho do corpo, no qual o paciente assinala a localização da dor, e de uma escala de intensidade da dor. Outros instrumentos: • Escala Visual Numérica (graduada de 0 a 10); • Escala Visual Analógica • Escala Comportamental. • QUADRO 4.6. AVALIAÇÃO DA DOR EM FUNÇÃO DA ATIVIDADE DA VIDA DIÁRIA • NOTASIGNIFICADO • 0 Dor ausente ou sem dor • 3 Dor presente, havendo períodos em que é esquecida • 6 A dor não é esquecida, mas não impede de exercer atividades da vida diária • 8 A dor não é esquecida e atrapalha todas as atividades da vida diária, exceto alimentação e higiene • 10 A dor persiste mesmo em repouso, está presente e não pode ser ignorada, sendo o repouso imperativo • Testes especiais - São realizados pelo fisioterapeuta para a confirmação do diagnóstico ou da suspeita médica . Apesar de sugerirem fortemente uma doença ou condição quando positivos, quando negativos, não descartam necessariamente a doença ou condição. • Exames laboratoriais/complementares • Laudo fisioterapêutico- O laudo fisioterapêutico é o alvo principal de um processo de avaliação. De acordo com Goodman & Snyder, é a comparação de sinais e sintomas neuromusculoesqueléticos para identificar as disfunções implícitas do movimento, a fim de que o tratamento possa ser planejado o mais especificamente possível. • Objetivos fisioterapêuticos a curto/médio prazo • Conduta fisioterapêutica - A escolha do tratamento adequado (técnica a ser utilizada), a indicação e a periodicidade devem ser definidas pelo laudo fisioterapêutico (anamnese). O fisioterapeuta deve descrever com detalhes todas as atividades (intensidade, frequência, duração etc.) desenvolvidas durante todo o processo de reabilitação no prontuário do paciente.
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