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Obstetrícia 4 – Avaliação Inicial da Gestação Diagnóstico da Gravidez e data provável do parto: Diagnostico clínico Sintomas iniciais: Náuseas, vômitos, sialorreia, aumento da sensibilidade álgica mamária, polaciúria, nictúria, constipação intestinal, tonteira, sonolência, labilidade emocional, cólicas abdominais. Sinais: Atraso menstrual Alterações cutâneas Estrias, cloasma gravídico, linha nigra, sinal de Halban Alterações mamárias Tubérculos de Montgomery, rede de Haller, sinal de Hunter Aumento do volume abdominal Aumento do volume uterino 12° sem acima da sínfise púbica 16° sem entre pubis e cicatriz umbilical 20° sem na cicatriza umbilical 40° sem apêndice xifóide Sinal de Hegar Flexão do corpo sobre o colo uterino na palpação bimanual Sinal de Piskacek Assimetria uterina Sinal de Nobile-Budin Percepção pelo toque bimanual do preenchimento do fundo-de-saco pelo útero gravídico. Sinal de Jacquemier-Kluge Coloração violácea da vulva e vagina Sinal de Puzos Rechaço fetal intra-uterino Alteração do muco cervical Imagem microscópica de “folhas-de-samambaia” Ausculta dos batimentos cardio-fetais Percepção de partes e movimentos fetais Sinais e sintomas de Presunção Náuseas 5 – 6 sem Polaciúria 6 sem Percepção materna dos mov. fetais 16 – 20 sem Atraso menstrual 4 sem Alterações mamárias 5 – 20 sem Sinais de Probabilidade Hegar 6 – 8 sem Piskacek Nobile-Budin Alterações do muco Alterações da vulva e vagina Aumento do volume uterino 12 sem Sinais de Certeza Ausculta do BCF com sonar 10-12 sem Sinal de Puzos 14 sem Percepção dos movimentos e partes fetais pelo médico 18 – 20 sem Ausculta do BCF com sonar Diagnóstico Ultrassonográfico: USG-TV USG-ABDM Saco gestacional 4 sem 5 sem Vesícula vitelínica 5 sem 6 sem BCF 6 sem 7 sem Modificações do Organismo Materno Modificações Hemodinâmicas: Coração Síndrome hipercinética Aumento da freqüência cardíaca Presença de sopros, extrassistoles e desdobramento de bulhas Débito cardíaco aumentado Pico na 20° semana Resistência vascular periférica Diminuída pela presença da placenta (fistula arteriovenosa) Pressão arterial diminuída (principalmente a diastólica) Pressão venosa aumentada cerca de 3 X nos MMII Compressão da veia cava pelo útero gravídico Hipotensão supina: Bradicardia, hipotensão e lipotímia Modificações Hematológicas Volume plasmático Aumenta cerca de 40-50% a partir da 6° semana, com pico na 30° semana Ocorre hipervolemia com hemodiluição e diminuição da viscosidade sanguinea. Eritrócitos Aumento de 20-30%, o que reflete aumento da demanda de oxigênio Anemia fisiológica da gestação Hemodiluição (Ht diminuído) Recomenda-se: 30-60mg/dia de ferro elementar e acido fólico Leucócitos Leucocitose relativa (até 12.000) Secundária ao aumento de neutrófilos Diminuição da quimiotaxia e aderência dos leucócitos Plaquetas Contagem permanece inalterada Fatores de coagulação Fibrinogênio aumentado Agentes pró-coagulantes aumentados Fatores de coagulação VII, VIII e IX e o fator de Von Willebrand apresentam atividade aumentada Redução do sistema fibrinolítico e dos fatores XI e XIII que contribuem para o estado de hipercoagulabilidade da gravidez. Aumento da incidência de fenômenos tromboembólicos Modificações Metabólicas Ganho ponderal de 12,5Kg Retenção de água (edema) Hiperinsulinemia Anemia ferropriva Hipotireoidismo Aumento das proteínas totais, lipídeos, colesterol e triglicerídeos Diminuição de albumina, cálcio, magnésio, ferro, iodo. Modificações Respiratórias Dispnéia fisiológica Congestão nasal Alcalose respiratória Aumento da freqüência respiratória, consumo de oxigênio Diminuição da capacidade residual funcional, pCO2 arterial Modificações Renais Glicosúria fisiológica Aumento da incidência de infecções do trato urinário Aumento da freqüência urinária Incontinência urinária Aumento da taxa de filtração glomerular Aumento da reabsorção de sódio Modificações Gastrointestinais Pirose Constipação intestinal (diminuição do peristaltismo e esvaziamento gástrico) Varizes hemorroidárias Sangramento gengival Assistência Pré-Natal Objetivos: Diagnosticar e confirmar a gravidez. Diagnosticar doenças maternas preexistentes e tratá-las. Aconselhar, educar e apoiar a gestante e seus familiares quanto à gravidez. Identificar e minimizar os distúrbios da gravidez Identificar e tratar precocemente intercorrências gestacionais. Recomenda-se que sejam realizadas pelo menos 6 consultas de pré-natal ao longo da gestação: uma no primeiro trimestre, 2 no segundo e 3 no terceiro. Recomendações do MS: Estimulo ao parto normal Anamnese e exame físico da gestante Imunização antitetânica Avaliação do estado nutricional Prevenção ou diagnostico precoce do câncer de colo de útero e de mama Atenção à mulher e ao recém-nascido na primeira semana após o parto e nova consulta puerperal até o 42° dia pós-parto. Exames solicitados de rotina: ABO/Rh, hemoglobina/hematócrito Glicemia jejum VDRL Urina tipo I Bacteriúria assintomática (105 UFC/ ml em amostra de jato médio) Associação com abortamento, parto prematuro e baixo peso. Escherichia coli Em pacientes sintomáticas o tratamento não deve ser postergado à espera de urinocultura Opções terapêuticas: Nitrofurantoína, Ampicilina, Cefalexina, Amoxicilina, Sulfametoxazol+Trimetoprim Nova urinocultura deve ser realizada em 3-7 dias após o termino do tratamento e repetida a cada 4-6 semanas. USG 1 em cada trimestre 1 realizada entre 18 e 22 semanas Testagem anti-HIV Sorologia para hepatite B (HBsAg) Sorologia para toxoplasmose IgG e IgM negativos Pcte suscetível IgG + e IgM - Paciente imune / infecção crônica IgG – e IgM + Infecção aguda / Falso-positivo IgG + e IgM + Infecção aguda ou crônica Marcadores de infecção aguda: IgA positiva Baixa avidez para IgG (<30%) Soroconversão (IgM + após teste anterior -) Aumento de 4 vezes em soros pareados nos títulos de IgG Tratamento: Toxo materna sem evidencia de infecção fetal Espiramicina Toxo materna com Toxo fetal Espiramicina alternando mensalmente com Sulfadiazina + Pirimetamina + ác. Folínico Rastreio e profilaxia para infecção contra o estreptococo do grupo B: Profilaxia Todas as gestantes com fatores de risco para infecção ou para aquelas com cultura positiva Rastreio TODAS as gestantes com IG de 35-37 semanas sejam rastreadas com swab vaginal e retal. As gestantes colonizadas devem receber antibiótico durante o trabalho de parto ou no momento da amniorrexe. Fatores de risco para infecção: Trabalho de parto com menos de 37 semanas Temperatura intraparto maior ou igual a 38°C Amniorrexe há mais de 18 horas Deverão receber profilaxia intraparto: Gestantes com cultura vaginal ou retal positiva entre 35-37 semanas Gestantes com fatores de risco Gestantes com bacteriúria por GBS em qualquer fase da gravidez (mesmo após tratamento adequado) Gestantes com filhos acometidos por infecção por GBS em gestação prévia. Não deverão receber profilaxia intraparto: Gestantes submetidas à cesariana eletiva (mesmo com cultura positiva), na ausência de trabalho de parto ou RPMO. Gestantes com cultura negativa com intervalo inferior a 5 semanas (mesmo na presença de febre, amniorrexe prolongada ou prematuridade) Regimes antibióticos: Penicilina G cristalina 5 milhões U IV (dose de ataque) + 2,5 milhões de 4/4horas até o parto. Ampicilina 2g IV (dose de ataque) + 1g de 4/4h até o parto. Vacinas e Imunoglobulinas: Tétano: é recomendada a partir da 20° semana. Duas doses da vacina já são suficientes para prevenir o tétano neonatal (a ultima dose administrada 20 dias antes da data provável do parto). Em pacientes com esquema completo há menos de 5 anos não há necessidade de reforço vacinal. Rubéola: deve-se aguardar um intervalo mínimode 1 mês após a vacinação para engravidar. Hepatite B: deve ser realizada em pacientes de alto risco. Gestantes com menos de 20 anos com sorologia negativa devem ser vacinadas durante a gestação. Raiva: deve ser administrada em casos de acidente. Febre-amarela: formalmente contra-indicada. Influenza: recomendada em toda gestante no período de inverno. Não devem ser utilizadas vacinas de vírus vivos atenuados (VOP, Triplice viral) Investigação não-invasiva para anomalias congênitas comuns: Testes Bioquímicos (sangue materno): Teste duplo: PAPP-A + HCG (11-13 semanas) Teste triplo: AFP + ESTRIOL + HCG (15-18 semanas) Teste quádruplo: AFP + ESTRIOL + HCG + INIBINA A (15-18 semanas) *O aumento da AFP fala a favor de defeitos no tubo neural, que são facilmente diagnosticados pela USG. Testes biofísicos (USG): Translucência nucal Feto deve ocupar 75% da tela; o comprimento cabeça-nádega deve ser de 45 – 84mm; valor suspeito quando superior a 2,5mm Osso nasal Ducto venoso Presença de onda A negativa Ventrículos cerebrais Presença de ventriculomegalia maior que 10mm Marcador IG (sem) Resultado TN 11-14 Aumentada nas trissomias PAPP-A 11-13 Diminuida nas trissomias Beta-HCG livre 11-18 Aumentada na Sd. Down AFP 15-18 Diminuída nas trissomias Estriol Inibina A Aumentada na Sd. Down Osso nasal Qualquer época Ausente ou diminuído na Sd. Down Ducto venoso 11-14 Fluxo reverso ou ausente na Sd. Down Investigação Invasiva para anomalias congênitas comuns: Biopsia do vilo corial 10 – 13 semanas Amniocentese > 14 semanas Cordocentese > 18 semanas
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