Buscar

Microbiologia - Resumo III -Defesasespecíficasdohospedeiro-Respostaimunológica

Prévia do material em texto

Defesas específicas do hospedeiro: a respostas imunológica
Resumo III - Microbiologia
Tortora
Introdução
A resistência geneticamente predeterminada de um indivíduo a certas doenças é denominada imunidade ou resistência inata (inespecífica).
A resistência individual é afetada pelo sexo, pela idade, pelo estado nutricional e pela saúde geral.
Imunidade
A imunidade é a capacidade do corpo de combater especificamente os organismos ou substâncias estranhas, denominadas antígenos.
A imunidade resulta da produção de linfócitos especializados e anticorpos.
 Tipos de imunidade adquirida
A imunidade adquirida é a resistência específica á infecção desenvolvida durante toda a vida do indivíduo.
Uma pessoa desenvolver ou adquirir imunidade após o nascimento.
 Imunidade adquirida naturalmente
A imunidade resultante de infecção é denominada imunidade ativa adquirida naturalmente; esse tipo de imunidade pode ser de duração prolongada.
Os anticorpos transferidos da mãe ao feto (transferência trans-placentária) ou ao recém-nascido no colostro resultam na imunidade passiva adquirida naturalmente pelo recém-nascido; esse tipo de imunidade pode durar alguns meses.
 
 Imunidade adquirida artificialmente
A imunidade resultante da vacinação é denominada imunidade ativa adquirida artificialmente e pode ser de longa duração.
As vacinas podem ser preparadas de microrganismos atenuados, inativados ou mortes e de toxoides.
A imunidade passiva adquirida artificialmente refere-se aos anticorpos humorais adquiridos por injeção; esse tipo de imunidade pode durar algumas semanas.
Anticorpos produzidos por um ser humano ou outro mamífero podem ser injetados em um indivíduo suscetível.
O soro contendo anticorpos frequentemente é denominado anti-soro.
Quando o soro é separado por eletroforese em gel, os anticorpos são encontrados na fração gama do soro e são denominados globulinas sérica imunológica, ou gama-globulina.
 A dualidade do sistema imunológico
A imunidade humoral está nos líquidos corporais.
A imunidade mediada por células ocorre devido a certos tipos de linfócitos.
 Imunidade humoral (mediada por anticorpos)
O sistema imunológico humoral envolve anticorpos produzidos por células B em resposta a um antígeno específico.
Os anticorpos defendem principalmente contra bactérias, vírus e toxinas no plasma e na linfa.
 
 Imunidade mediada por células
O sistema imunológico mediado por células depende das células T e não envolve a produção de anticorpos.
A imunidade celular é principalmente uma resposta a bactérias e vírus intra-celulares, parasitas multi-celulares, tecido transplantado e células cancerosas.
 
Antígenos e anticorpos
 
 A natureza dos antígenos
Um antígeno (ou imunógeno) é uma substância química que faz o corpo produzir anticorpos específicos ou células T sensibilizadas.
 Via de regra, os antígenos são substâncias estranhas; eles não são parte da química corporal.
A maioria dos antígenos são componentes dos micróbios invasores: proteínas, núcleo-proteínas, lipo-proteínas, glico-proteínas, ou poli-sacarídeos grandes com massa molecular maior que 10.000.
Os anticorpos são formados contra regiões específicas na superfície de um antígeno, denominadas determinantes antigênicos.
A maioria dos antígenos tem muitos determinantes diferentes.
Um hapteno é uma substância de massa molecular baixa, que não pode causar a formação de anticorpos a menos que seja combinada com uma molécula transportadora.
 A natureza dos anticorpos
Um anticorpo, ou imunoglobulina, é uma proteína produzida pelas células B em resposta á presença de um antígeno, capaz de combinar-se especificamente com aquele antígeno.
Um anticorpo tem no mínimo dois sítios idênticos de ligação ao antígeno (valência).
 Estrutura do anticorpo
Uma única unidade de anticorpo bi-valente é um monômero.
Monômeros típicos consistem de quatro cadeias poli-peptídicas. Duas são cadeias pesadas e duas cadeias leves.
Dentro de cada cadeia há uma região variável (V), onde ocorre a ligação ao antígeno, e uma região constante ( C ), que serve como base para diferenciar as classes de anticorpos.
Um monômero de anticorpo tem forma de U ou T; as regiões variáveis formam as pontas, e as regiões constantes formam a base e a região Fc (caule).
A região Fc pode se fixar a uma célula do hospedeiro ou ao complemento.
 
 Classes de imunoglobulinas
Os anticorpos IgG são os mais prevalentes no soro; eles fornecem a imunidade passiva adquirida naturalmente, neutralizam as toxinas bacterianas, participam na fixação do complemento e intensificam a fagocitose.
Os anticorpos IgM consistem de cinco monômeros unidos por uma cadeia; eles estão envolvidos na aglutinação e fixação do complemento.
Os anticorpos IgA do soro são monômeros; os anticorpos IgA secretores são dímeros que protegem as superfícies mucosas da invasão por patógenos.
Os anticorpos IgD são receptores de antígeno nas células B.
Os anticorpos IgE ligam-se aos mastócitos e basófilos e estão envolvidos nas reações alérgicas.
Células B e imunidade humoral
A imunidade humoral envolve anticorpos que são produzidos por células B.
As células-tronco da medula óssea dão origem ás células B.
As células B maduras migram para os órgãos linfoides.
Uma célula B madura reconhece um antígeno com receptores de antígenos.
 Apoptose
Os linfócitos que não são necessários sofrem apoptose, ou morte celular programada, e são destruídos pelos fagócitos.
 
 Ativação de células produtoras de anticorpos por seleção clonal
De acordo com a teoria da seleção clonal, uma célula B torna-se ativa quando um antígeno reage com os receptores de antígeno em sua superfície.
A célula B ativada produz um clone de plasmócitos e células de memória.
Os plasmócitos secretam anticorpos. As células de memória reconhecem os patógenos de encontros prévios.
As células T e células B que reagem com os antígenos self são destruídas durante o desenvolvimento fetal; isso é denominado deleção clonal.
 Ligação antígeno-anticorpo e seus resultados
Um antígeno liga-se ao sítio de ligação ao antígeno (região variável) de um anticorpo para formar um complexo antígeno-anticorpo.
Os anticorpos IgG inativam vírus e neutralizam toxinas bacterianas.
A aglutinação dos antígenos celulares ocorre quando um anticorpo IgG ou IgM se combina com duas células.
Os complexos antígeno-anticorpo envolvendo anticorpos IgG ou IgM podem fixar o complemento, resultando na lise de uma célula bacteriana (antigênica).
 Memória imunológica
A quantidade de anticorpo no soro é denominada título de anticorpo.
A resposta do corpo ao primeiro contato com um antígeno é denominada resposta primária. Ela se caracteriza pelo surgimento de IgM, seguida por IgG.
O contato subsequente com o mesmo antígeno resulta em um título de anticorpo muito alto e é denominado resposta secundária, anamnésica ou de memória. Os anticorpos são principalmente IgG.
 Anticorpos mono-clonais e seu uso
Os hibridomas são produzidos em laboratório através da fusão de uma célula cancerosa com um plasmócito secretor de anticorpos.
Uma cultura de células de hibridoma produz grandes quantidades de anticorpos do plasmócito, denominados anticorpos mono-clonais.
Os anticorpos mono-clonais são usados em testes de identificação sorológica, para impedir as rejeições de tecidos e para produzir imuno-toxinas para o tratamento do câncer.
As imuno-toxinas podem ser produzidas combinando um anticorpo mono-clonal e uma toxina; a toxina então matará um antígeno específico.
Células T e imunidade mediada por células
 
A imunidade mediada por células envolve linfócitos especializados, principalmente células T, que respondem aos antígenos intra-celulares.
 Mensageiros químicos das células imunológicas – citocinasAs células do sistema imunológico se comunicam umas com as outras por meio de substâncias químicas denominadas citocinas.
As inter-leucinas (IL) são citocinas que servem como comunicadores entre os leucócitos.
Os interferons protegem as células contra os vírus.
As químio-cinas fazem os leucócitos se moverem para o sítio de infecção.
 Componentes celulares da imunidade
As células T são responsáveis pela imunidade mediada por células.
Após a diferenciação na glândula timo, as células T migram para o tecido linfoide.
As células T se diferenciam em células T efetoras quando são estimuladas por um antígeno.
Algumas células T efetoras tornam-se células de memória.
 Tipos de células T
As células T são classificadas de acordo com suas funções e receptores de superfície celular, denominados CDs.
O antígeno deve ser processado por uma célula apresentadora de antígeno (CAA) e posicionado na superfície da CAA.
O complexo de histo-compatibilidade principal (MHC) consiste de proteínas de superfície celular que são exclusivas para cada indivíduo e fornecem moléculas self.
Uma célula T reconhece os antígenos em associação com o MHC em uma célula apresentadora de antígenos, fazendo-a liberar IL-1.
Após a ligação a uma CAA, as células T auxiliares (Th) ou células CD4 secretam citocinas que ativam outras células T e B.
Células T citotóxicas (Tc) ou células CD8 estão associadas com certos tipos de reações alérgicas e rejeição a tecidos transplantados.
As células T supressoras (Ts) parecem regular a resposta imunológica.
 Componentes celulares inespecíficos
Os macrófagos que são estimulados pela ingestão de um antígeno ou por citocinas tornam-se ativos, apresentando capacidade fagocítica aumentada.
As células assassinas naturais (NK) provocam a lise das células infectadas por vírus e células tumorais. Elas não são células T, nem são antigenicamente específicas.
As inter-relações entre a imunidade mediada por células e imunidade humoral
As células T auxiliares (T helper) que ativam as células B para produzir anticorpos contra antígenos T dependentes.
Os antígenos que ativam diretamente as células B são denominados T independentes.
Na cito-toxidade mediada por células dependente de anticorpo (ADCC), as células NK, macrófagos e outros leucócitos causam a lise das células revestidas por anticorpos.
A ADCC é útil contra parasitas helmintos.

Continue navegando