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18/04/2018 1 DOENÇAS OSTEOMIOARTICULARES NO IDOSO E EXERCÍCIO FÍSICO Prof. M.Sc. Klebson Almeida ARTROSE • Distúrbio que afeta a cartilagem com conseqüentes alterações do osso subcondral de etiologias diversas. • Ocorre uma degeneração e frouxidão da articulação, o que causa sintomas como inchaço, dor e rigidez nas juntas e dificuldade para realizar movimentos. Lianza,2007 CARTILAGEM: É um tecido conectivo fibroso denso capaz de resistir a uma grande quantidade de pressão e tensão (Lippert,2000). Tipos: Cartilagem Hialina – Cartilagem articular Cartilagem Fibrosa ou fibrocartilagem Cartilagem Elástica FISIOPATOGENIA A cartilagem articular normal é composta; Fluido intersticial; Elementos celulares e Moléculas de matriz extracelular A osteoartrite começa com uma alteração das células que sintetizam os componentes da cartilagem, como o colágeno (proteína fibrosa e resistente encontrada no tecido conjuntivo) e os proteoglicanos (substâncias que provêem a elasticidade da cartilagem). OSTEOARTRITE • Em seguida, a cartilagem pode crescer exageradamente, mas, finalmente, ela diminui de espessura e apresenta fissuras em sua superfície. Ocorre a formação de pequenas cavidades sob a cartilagem, enfraquecendo o osso subcondral. 18/04/2018 2 • Pode ocorrer um crescimento ósseo excessivo nas bordas da articulação, produzindo tumefações (osteófitos) que podem ser observados e palpados. • Essas protuberâncias podem afetar o funcionamento normal da articulação, causando dor. • Em última instância, a superfície lisa e deslizante da cartilagem torna-se irregular e apresenta depressões puntiformes, impedindo que a articulação mova-se suavemente. • Ocorre alteração da articulação em decorrência da deterioração de todos os seus componentes, isto é, os ossos, a cápsula articular (tecido que envolve as articulações), a membrana sinovial (tecido que reveste a articulação), os tendões e a cartilagem. QUADRO CLÍNICO A OA apresenta início insidioso, lento e gradualmente progressivo ao logo de vários anos, principalmente nas articulações de carga, coluna e mãos. CLASSIFICADA: Primária - Essencial ou idiopática Secundária – Alterações metabólicas,anatômicas, traumas ou doenças inflamatórias articulares. 18/04/2018 3 • Dor mecânica; • ↓ dos movimentos articulares; • Rigidez matinal; • Crepitação e estalidos durante a movimentação – podem ocorrer e podem piorar com a perda progressiva de cartilagem; SINTOMAS OSTEOARTRITE DE COXOFEMURAL • A OA de coxofemural é muito incapacitante e a sua prevalência varia nos diferentes estudos. • Dor local – pontos dolorosos na pregas do glúteo maior ou na região inguinal – irradiando ao longo da musculatura adutora da coxa face interna ou externamente pelo tensor da fáscia lata até o joelho SINTOMAS • Dor local; • Limitação aos movimentos – abdução • Marcha contratura em flexão, rotação externa • Discreta assimetria entre os MM Com a progressão da doença; • Perda da rotação interna; • Diminuição da abdução e Flexão; Em casos muitos avançados; • Flexão antálgica da coxa e atrofia de quadríceps 18/04/2018 4 OSTEOARTRITE DE JOELHOS Os joelhos são as articulações mais acometidas pela OA, com maior incidência entre as mulheres. Associado a presença de distúrbios biomecânicos do MMII – Varismo e o Valgismo dos joelhos Quadro é marcado por dor de inicio insidioso e progressivo; Dor é mecânica, difusa pela articulação, com intensidade variável – aumento de volume e temperatura O indivíduo refere piora ao subir escada ou levantar- se de uma cadeira, Às vezes a dor é mais localizada, podendo indicar a associação com acometimento periarticulares. OSTEOARTRITE DE MÃO A historia familiar é de grande importância nesta forma de OA, com maior ocorrência entre indivíduos de uma mesma família. Principalmente entre as mulheres. (Coimbra e Rose. In:Freitas et al.2006) O acometimento mais freqüente nas articulações distais de forma assimétrica com predomínio do : mínimo e indicador médio e anular 18/04/2018 5 • Dor Mecânica; • Dificuldade de movimentos; • Rigidez matinal Nas interfalangeanas distais (IFD) Nódulo de Herberden – duro a palpação Nas interfalangeanas proximais (IFP) Nódulo de Bauchard – sinais inflamatórios Evoluem de forma silenciosa: • Incapacitante • Subluxações ; • limitação acentuada da flexo - extensão dos dedos ; • limitação dos movimentos de apreensão das mãos DIAGNÓSTICO Exames laboratoriais; Investigação radiológica (diminuição do espaço articular, esclerose do osso subcondral, cistos subcondrais e osteófitos ); Tomografia Computadorizada(TC); Ressonância Magnética(RM); TRATAMENTO A OA é uma enfermidade crônica, com múltiplos fatores envolvidos na sua patogenia e por, esta razão, o seu tratamento deve ser multidisciplinar e buscar não só a melhora clínica, mas também melhora mecânica e funcional. ARTRITE REUMATÓIDE • É uma doença inflamatória sistêmica, auto- imune e crômica, caracterizada pelo acometimento primordial das articulações sinoviais. • Inflamação sinovial progressiva, associada à destruição da cartilagem articular e do osso marginal,pode levar a deformidades e, conseqüentemente, a uma redução na qualidade de vida e na capacidade física (Vannucci et al,2006) 18/04/2018 6 EPIDEMIOLOGIA 1% da população Mundial – 4 e 5 década de vida 1/3 após 60 anos de idade. (Vannucci et al ,2006) FISIOPATOLOGIA DA A.R. No idoso, o envelhecimento do sistema imunológico, fatores genéticos e hormonais têm papeis centrais na fisiopatologia da AR. Com a idade, ocorrem alterações no sistema imunológico que podem alterar a resposta a antígenos. FISIOPATOLOGIA DA A.R. Na AR, uma vez que o antígeno, ainda desconhecido, é apresentado ao linfócito T pelas células apresentadoras de antígenos , tem início a estimulação de macrófagos , monócitos e fibroblastos liberação de citocinas. A membrana sinovial torna-se alvo do processo inflamatório, sofrendo alterações que envolvem sua hiperplasia, hipertrofia, infiltração celular e fibrose tecidual, formando assim o chamado pannus, que invade e destrói a cartilagem articular e o osso subcondral. QUADRO CLÍNICO • Dor; • Edema poliarticular simétrico, principalmente nas pequenas articulações mãos e pés; • As articulações mais acometidas metacarpofalangianas, interfalangianas proximais da mão, punho, joelhos, cotovelos e ombros; • Rigidez matinal 18/04/2018 7 O AMERICAN COLLEGE OF RHEUMATOLOGY ESTABELECE OS SEGUINTES CRITÉRIOS PARA O DIAGNÓSTICO DA DOENÇA: • Rigidez articular matinal com duração ≥ 1 hora; • Edema (inchaço) de 3 ou mais articulações; • Edema das articulações das mãos (dedos), interfalangeanas, metacarpofalangeanas, ou punho; • Edema simétrico (bilateral) dos tecidos moles periarticulares; • Presença de nódulos subcutâneos; • Fator Reumatóide no sangue positivo; • Erosões articulares e/ou periarticulares com diminuição da densidade óssea nas mãos ou pulsos, observadas em exames radiológicos 18/04/2018 8 HIDROGINÁSTICA BENEFÍCIOS •Exercícios realizados na piscina com água quente (30°C) proporcionam um efeito analgésico para músculos e articulações doloridas. •Além disso, a flutuabilidade do ambiente aquático reduz a carga sobre as articulações, aumenta a possibilidade dos movimentos livres de dor e fornece resistência para o fortalecimento dos grupos musculares que circundam a articulação artrítica. (AMERICAN GERIATRICS SOCIETY PANEL ON EXERCISE AND OSTEOARTHRITIS, 2001). HIDROGINÁSTICA BENEFÍCIOS • Resistência oferecidapela água e da possibilidade de movimentos amplos e seguros com menor risco de acidentes por quedas na água, propicie uma melhor qualidade de vida; • As propriedades físicas e o aquecimento da água desempenham um papel importante na melhoria e na manutenção da amplitude de movimento das articulações, na redução da tensão muscular e no relaxamento. (AGUIAR; GURGEL, 2009). (AMERICAN GERIATRICS SOCIETY PANEL ON EXERCISE AND OSTEOARTHRITIS, 2001). HIDROGINÁSTICA BENEFÍCIOS •A diminuição do impacto articular durante atividades físicas induzida pela flutuação causa: • Redução da sensibilidade à dor, •Diminuição da compressão nas articulações doloridas; •Maior liberdade de movimento e diminuição do espasmo doloroso; (CANDELORO; CAROMANO, 2007). (AMERICAN GERIATRICS SOCIETY PANEL ON EXERCISE AND OSTEOARTHRITIS, 2001). OSTEOPOROSE • “Definida como uma alteração sistêmica do esqueleto caracterizada pela redução da massa óssea e deterioração da microarquitetura do osso, que leva ao risco de fraturas com traumas ou até mesmo na ausência de traumas.” Lianza, 2007 OSTEOPOROSE • É crônica, de etiologia multifatorial e em geral é clinicamente silenciosa, até que ocorram as fraturas. • A osteoporose é o resultado da combinação de fatores genéticos e ambientais, que afetam tanto o pico quanto a perda da massa óssea. • A perda óssea é uma conseqüência inevitável do envelhecimento e é responsável por uma alta taxa de morbidade. Lianza, 2007 TIPOS: I- Pós Menopausa II- Senil SECUNDÁRIA: Ao uso de medicamentos OSTEOPOROSE 18/04/2018 9 OSTEOBLASTOS • São células de formação dos ossos, derivadas de células mesenquimais indiferenciadas; • localizadas na Medula óssea, endósteo, periósteo e canais ósseos; • Responsáveis pela produção da Matriz Orgânica ( proteínas e polissacárides – Mineralizada) OSTEOCLASTOS • Os osteoclastos agem removendo tanto a fase mineral quanto orgânica do osso. • É a célula responsável pela reabsorção óssea tanto em condições normais ou patológicas. OSTEÓCITOS • Formam aproximadamente 90% das células ósseas do adulto CONSEQUÊNCIA É o desenvolvimento de ossos ocos, finos e de extrema sensibilidade, ficando mais sujeitos a fraturas. Coluna Punho Quadril Fêmur Locais onde podem ocorrer fraturas Através da Densitometria óssea, que visa a quantificação da densidade mineral óssea. Radiografias comuns não são sensíveis o suficiente para detectar osteoporose, somente mostra alterações quando há perda de mais de 30% da massa óssea. MAIOR RISCO DE DESENVOLVER A DOENÇA SÃO: • Mulheres; • Fumantes; • Consumidores de álcool ou café em excesso; • Diabéticos • Atividade física inadequada, quer em excesso, quer ausência 18/04/2018 10 Prevenção • Fazer exercícios físicos regularmente: os exercícios resistidos são os mais recomendados; • Dieta com alimentos ricos em cálcio (como leite e derivados), verduras (como brócolis e repolho), camarão, salmão e ostras; • A reposição hormonal de estrógeno em mulheres durante e após o climatério consegue evitar a osteoporose. • Administração de cálcio e vitamina D TRATAMENTO Santos ML, Borges GF, 2010 SARCOPENIA Redução da massa muscular e da força, imposta pela idade; Causa potencial, importante e REVERSÍVEL de morbidade e mortalidade de pacientes idosos. Janssen et al: J Am Geriatr Soc. 2002 Condição multifatorial que determina mudanças nos músculos com a idade,levando a perda involuntária de massa muscular, força e função SARCOPENIA • Imobilidade • Alterações no metabolismo muscular • Alterações endócrinas • Alterações mitocondriais • Alterações da junção neuromuscular • Fatores nutricionais • Fatores genéticos • Citocinas pró-inflamatórias • Aumento de produção de radicais livres SARCOPENIA ETIOLOGIA MULTIFATORIAL 18/04/2018 11 ETIOLOGIA Embora existam muitos potenciais mecanismos para explicar a sarcopenia, a contribuição específica de cada um continua desconhecida Roth et al:J Nutr Health Aging. 2000 SARCOPENIA TEORIAS • Processo inflamatório de baixo grau • Alterações de IL-6 e TNF-α (fator de necrose tumoral) • Hsp (heat-shock protein) - Proteção celular • Exercício Físico : Restabelece a Hsp e citocinas circulantes Bautmans et al: Gerontology. 2005 Jul-Aug;51(4):253-65 SARCOPENIA TEORIAS (Insulin-like growth factor) • Redução da ação do IGF-1 no músculo • IGF-1 promove proliferação mioblástica • Diferenciação celular • Através de múltiplos mecanismos sinalizadores • Exercícios e lesões produzem: Aumento da IGF-1 Aumento dos receptores de IGF-1 Aumento IGF-1-ativada- função sinalizadora Adamo&Farrar: Ageing Res Rev. 2006 SARCOPENIA • Diretos e indiretos • U$18.5 bilhões - ano de 2000 Janssen et al : J Am Geriatr Soc. 2004 CUSTOS SARCOPENIA PERDA MUSCULAR • A perda de massa muscular é comum com a idade • Perda do tamanho e número de fibras musculares • A partir dos 50 anos: aceleração significativa • 30 - 80 anos: Perda de 50% da força muscular • O declínio é mais pronunciado nas fibras do tipo II • Diretamente relacionado ao decréscimo da força SARCOPENIA SARCOPENIA Efeitos do envelhecimento muscular : • Mudanças nas unidades motoras • Denervação das fibras • Redução dos fatores de crescimento • Alterações proteicas do músculo 18/04/2018 12 MODIFICAÇÕES MORFOLÓGICAS • Tomografia computadorizada • Após os 30 anos de idade • Redução na área de secção transversa • Diminuição da densidade muscular • Aumento na gordura intramuscular SARCOPENIA ENVELHECIMENTO PERDA DA INDEPENDÊNCIA Inatividade física Inatividade física DescondicionamentoAnsiedade e depressão Fragilidade músculo-esqueléticaQueda da motivação e auto-estima RISCOS ASSOCIADOS Estado de fragilidade Estágio anterior a incapacidade Papel predominante na etiologia da fragilidade Alto valor preditivo de eventos adversos Incapacidade, hospitalização e mortalidade SARCOPENIA RISCOS ASSOCIADOS Risco duas vezes maior de contrair infecção durante internação hospitalar. Cosqueric et al:Br J Nutr. 2006 SARCOPENIA INTERAÇÕES • Sarcopenia • Alterações de marcha • Desequilíbrio • Perda da propriocepção • Tendência cifosante • Alterações cognitivas • Osso osteoporótico • Queda • Fraturas SARCOPENIA Exercício O EXERCÍCIO 18/04/2018 13 ASSEGURAR A MELHOR RELAÇÃO RISCO- BENEFÍCIO • Planejamento individualizado • Considerar as comorbidades • Regular • Modalidade • Duração • Freqüência • Modo de progressão PRESCRIÇÃO DE EXERCÍCIOS Diversos componentes da aptidão física • Força muscular • Condicionamento cardiorrespiratório • Endurance • Flexibilidade • Composição corporal • Socialização EFEITOS DO TREINAMENTO DE FORÇA • O treinamento de força resulta em um incremento no tamanho muscular, que reflete o aumento do conteúdo de proteína contrátil; • Estímulo adequado de treinamento proporciona nas pessoas idosas ganhos reais de força; • A força pode aumentar de duas a três vezes em um período de tempo relativamente curto (3 a 4 meses) EFEITOS DO TREINAMENTO DE FORÇA • Intenso efeito anabólico nos idosos • Melhora a retenção de nitrogênio – retenção dos estoques de proteína corporal • Aumenta a massa e a força muscular, o equilíbrio dinâmico e o estoque ósseo • As terapias tradicionais para osteoporose têm a capacidade de manter ou reduzir a perda óssea, mas não melhoram o equilíbrio, força e massa muscular DURAÇÃO DAS ATIVIDADES • Média: 30 a 60 minutos • Inversamente proporcional a intensidade • Idosos frágeis • Sessões de curta duração – 5 a 10 minutos • Formafracionada – 2 períodos FRAGILIDADE Estado fisiológico de aumento de vulnerabilidade á fatores estressores resultantes da diminuição da reservas fisiológicas e disfunção de múltiplos sistemas. (Fried, 2001). 18/04/2018 14 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS • DAVID, Carol; LLOYD, Jill. Reumatologia para fisioterapeutas. São Paulo: Premier, 2001. • DUTHIE, Edmund H.; KATZ, Paul R. Geriatria prática. Tradução Douglas Arthur Omena Futuro. 3. ed. Rio de Janeiro: Revinter, 2002. 582 p • LIANZA, Sérgio. Medicina de reabilitação. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001. 463 p.] • AMERICAN GERIATRICS SOCIETY PANEL ON EXERCISE AND OSTEOARTHRITIS. Exercise prescription for older adults with osteoarthritis pain: consensus practice recommendations. A supplement to the AGS Clinical Practice Guidelines on the management of chronic pain in older adults. J Am Geriatr Soc., USA, v. 49, n. 10, p. 808-23, 2001. • MOTA, L.M.H., CRUZ, B.A., BRENOL, C.V., PEREIRA, I.A., REZENDE-FRONZA, L.S., BERTOLO, M.B., FREITAS, M.V.C., SILVA, N.A., LOUZADA-JÚNIOR, P., GIORGI, R.D.N., LIMA, R.A.C., PINHEIRO, G.R.C. Consenso 2012 da Sociedade Brasileira de Reumatologia para o tratamento da artrite reumatoide. 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