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Universidade Federal do Rio de Janeiro Faculdade de Farmácia Análise de Água Sanitária Comercial por Iodometria Código da disciplina: IQA234 Disciplina: Química Analítica Farmacêutica Experimental II Docente: Celeste Yara Discente: Karina Dutra Asensi DRE: 116039759 Turma: FFP - Farmácia Noturno Data da realização do experimento: 16/11/2017 Introdução: A iodometria é o método indireto de titulações de iodo. Consiste na titulação do iodo gerado em uma reação. Se fundamenta na reação reversível de oxi-redução representada por: I2 + 2e → 2I– Na prática foi utilizado o método indireto da iodometria que consiste na dosagem de espécies oxidantes pela adição de um excesso de iodeto (I-). O iodeto é oxidado a iodo e posteriormente este é titulado com uma solução padrão de tiossulfato de sódio (Na2S2O3). O indicador usado na iodometria é uma suspensão de amido que em presença de iodo adquire uma coloração azul intensa. Na realidade esta cor é devida à adsorção de íons triiodeto (I3-) pelas macromoléculas do amido. É necessário que haja o ajuste de pH na iodometria (método indireto) porque o tiossulfato (S2O32-) pode ser oxidado a sulfato (SO4)2- em meio com alcalinidade elevada. 2. Objetivos Calcular o teor (% p/v) de NaClO e cloro ativo em uma amostra comercial de água sanitária por meio da técnica de iodometria. 3. Dados Amostra: água sanitária a 2,3% (p/v) da marca carrefour; Massa molar de NaClO: 74,45 g Agente redutor: Na2S2O3.5H2O de aproximadamente 0,1M; KIO3 na concentração de 3,6796 g/L; KI a 10%; KI a 20%; H2SO4 a 5%; Ácido acético; Indicador: Goma de amido 1% Volume de água destilada: 100 mL; Padronização da solução de Na2S2O3.5H2O Foram adicionados nesta ordem no erlenmeyer: 10,00 mL de solução de KIO3 na concentração de 3,6796 g/L; 10,00 mL de Solução de KI a 10%; 5,00 mL de Solução de H2SO4 a 5%; A solução de Na2S2O3 de aproximadamente 0,10 M, que estava na bureta, foi adicionada até ocorrer a mudança cor para amarela claro. Em seguida, adicionou-se 2,00 mL de solução de goma de amido (indicador) e continuou a titulação até mudar a cor de preto para azul e anotou-se o valor. Titulação do teor de NaClO Foram adicionados nesta ordem no erlenmeyer: 10,00 mL de água sanitária diluída; 5,00 mL de solução de KI a 20%; 5,00 mL de solução de ácido acético. A solução de Na2S2O3 já padronizada, que estava na bureta, foi adicionada até ocorrer a mudança cor para amarelo claro. Em seguida, adicionou-se 2,00 mL de solução de goma de amido (indicador) e continuou a titulação até mudar a cor de preto para azul e anotou-se o valor. Reações IO3- + 5I- + 6H+ 3I2 + 3H2O I2 + I- I3- I3- + 2S2O32- 3I- + S4O62- Estequiometria: IO3- --------- 3I2 --------- 6 S2O32- ClO- + I- + 2H+ I2 + Cl- + H2O I3- + 2S2O32- 3I- + S4O62- ClO- + Cl- + 2H+ Cl2 + H2O Estequiometria: ClO- --------- I2 --------- 2 S2O32- 5. Cálculos 5.1. Padronização da solução de KIO3. Molaridade da solução de oxalato de sódio: O rótulo da embalagem indicava que a concentração da solução de KIO3 era 3,6796 g/L. 1 mol de KIO3 ----- 214,02 g X ----------------------- 3,6796 g X = 0,01719 mol/L Volume Na2S2O3 aferido por mim durante a padronização: V = 9,80 mL + 9,9 mL / 2 = 9,85 mL Para a determinação da molaridade da solução de Na2S2O3, tem-se de acordo com a estequiometria: nº mmols S2O32- = 6 nº mmols IO3- M real S2O32- x V S2O32- = 6 x M IO3- x V IO3- Substituindo: M real S2O32- = 6 x 0,01719 M x 10,00 mL / 9,85 mL M real S2O32- = 0,1047 M 5.2. Titulação do teor de NaClO e de cloro ativo. Molaridade da água sanitária a 2,3% (p/v). de solução Volume da amostra de água sanitária necessária para preparar 250ml de solução a aproximadamente 0,05M. Titulação da amostra de água sanitária comercial Volume de KMnO4 utilizado por mim: V1= 11,2 mL V2= 11,2 mL Vmédio = 11,2 mL - Para a determinação da molaridade da solução de água sanitária diluída, tem-se que a estequiometria abaixo: - Para a determinação da molaridade da solução de água sanitária na amostra original: Fator de diluição = 50,00 mL (volume da amostra original adicionado) / 250,00 mL (Volume final da diluição). Fator diluição = 5 M REAL NaClO = 0,05863 x 5 (diluição) M REAL NaClO = 0,2932 M (molaridade da amostra de água oxigenada antes da diluição, a partir dos meus volumes aferidos). M = m(g) -------------- mol x V (l) 0,2932 M = m(g) -------------- 74,44 x 1 (l) m = 21,83 g/L 21,83 g --------- 1000 mL x g --------- 100 mL x = 2,18% (percentual de NaClO no frasco de água sanitária original). Molaridade de Cloro Ativo na amostra 71,00 g Cl2 --------- 74,44 g NaClO y g --------- 2,18g x = 2,08% (percentual de Cl2 no frasco de água sanitária original). Tabela 1: Percentual de NaClO e Cl2 no frasco de água sanitária original encontrado durante a titulação por cada aluno. Aluno NaClO (%) Cl2 (%) LUIS / ARTHUR 2,16 2,06 ITALO 2,11 2,1 FLAVIA 2,11 2,01 ANA CAROLINA 2,15 2,05 PAMELA / WALLACE 2,14 2,04 ERIKA 2,14 2,04 ALESSANDRA 2,27 2,16 KARINA 2,18 2,08 MATEUS 2,08 1,98 xi = 19,34 xi = 18,52 Média xi/9= 2,1488 Média xi/9 = 2,0578 6. Estatística Tabela 3: Valores para o avaliação estatística do teor de NaClO. Numeração Aluno CLO (%) |xi-x| (xi-x)2 1 LUIS / ARTHUR 2,16 0,0111 0,00012345 2 ITALO 2,11 0,0388 0,00151234 3 FLAVIA 2,11 0,0388 0,00151234 4 ANA CAROLINA 2,15 0,0011 1,23457E-06 5 PAMELA / WALLACE 2,14 0,0089 7,90123E-05 6 ERIKA 2,14 0,0089 7,90123E-05 7 ALESSANDRA 2,27 0,1211 0,01466790 8 KARINA 2,18 0,0311 0,00096790 9 MATEUS 2,08 0,0688 0,004745 xi = 19,34 Σxi – x= 0,3288 Σ(xi – x)2 =0,0236 Média xi/9= 2,15 Média xi-x/9 = 0,0365 Média (xi – x)2/9= 0,0026320 Média da turma =xi/n = 2,15% Σ(xi – x)2/ 9 = 0,002632 Desvio padrão s = √ Σ(xi – x)2/n – 1 s = √ 0,0236 / 8 = 0,0543 Teste de Grubs: G = xi – x/ s G tab = 0,0365 / 0,0543 G tab = 0,6721 Primeiro valor máximo encontrado: G exp7 (2,27%) = 0,1211 / 0,0543 = 2,2302 G7 > G tab Esse valor é um outlier, deveria ser descartado. Primeiro valor mínimo encontrado: G exp9 (2,08%) = 0,0688 / 0,0543 = 1,2670 G9 > G tab Esse valor é um outlier, deveria ser descartado. Segundo valor máximo encontrado: G exp8 (2,18%) = 0,0311 / 0,0543 = 0,5727 G8 < G tab Esse valor permanece. Segundo valor mínimo encontrado: G exp2 (2,11%) = 0,0388 / 0,0543 = 0,7145 G2 > G tab Esse valor é um outlier, deveria ser descartado. Terceiro valor mínimo encontrado: G exp5 (2,14%) = 0,0089 / 0,0543 = 0,1633 G5 < G tab Esse valor permanece. Logo, os valores dos alunos 1, 4, 5, 6, 8 (2,14% < x < 2,18%) permanecem no cálculo e os outros foram descartadas. Mediante tal fato, recalculamos a média, desvio padrão e intervalo de confiança. xi = 10,77 Σxi – x= 0,0611 Σ(xi – x)2 = 0,001250 Média xi/5= 2,15 Média xi-x/5= 0,0122 Média (xi – x)2/5= 0,00025 Desvio padrão pós exclusão dos outliers: s = √ Σ(xi – x)2/n – 1 s = √0,001250 / 4 s = 0,0176 Intervalo de confiança pós exclusão dos outliers: IC = Média (x) ± t . S / √n IC = 2,15 ± (2,57 x 0,0176) / √5 IC = 2,15 ± 0,0202 IC = (2,17 – 2,13) Comparação da média encontrada com o valor “conhecido” no rótulo. Ttab = 2,57 Tcalc = (|xi – valor do rótulo / s|) . √n Tcalc = (2,15 – 2,3 / 0,0176) . √5 Tcalc = 19,05 Tcalc >>> Ttab Diferença significativa quandocomparada nossa média com o teor de H2O2 indicado pelo rótulo. 7. Discussão Nesse método de iodometria indireta, juntou-se um excesso de iodeto a um sistema contendo o analito, um oxidante e assim formou-se o iodo, em quantidade equivalente à do analito; esse iodo foi titulado em seguida com solução padronizada de tiossulfato. O ânion hipoclorito (ClO-) é oxidante e componente alvejante e biocida de inúmeros produtos, tais produtos liberam cloro ativo pela ação de ácidos diluídos, conforme a equação: A determinação do “cloro ativo” e o consequente controle de qualidade dos alvejantes fundamenta-se na titulação do iodo liberado pela ação do hipoclorito do produto alvejante/biocida sobre excesso de iodeto, em meio ácido. Assim, soluções que contêm iodo se colorem de azul intenso pela adição de amido, e a titulação com tiossulfato reduz o iodo a iodeto, descolorindo totalmente o sistema e caracterizando o ponto final da titulação. Inicialmente padronizamos a solução de tiossulfato (, que é um agente redutor, para utilizá-la na titulação seguinte. A partir dos volumes obtidos por mim de S2O32- durante a padronização, calculei que a solução de S2O32- estava a 0,1047 M. Com a solução padronizada iniciou-se a titulação da amostra de água sanitária. Através dos cálculos encontrou-se o teor de ClO- na solução que foi de 2,18% ao utilizar o volume aferido por mim na bureta e, de 2,15% ao utilizar a média da turma. Calculamos também o desvio padrão a partir dos valores obtidos pela turma e esse foi de 0,0543, sendo considerado pequeno. Além disso, observamos a partir do teste de Grubs que apenas cinco valores dos 9 aferidos pela turma não foram considerados outliers, logo esses permaneceram na análise. A exclusão de quatro valores da análise após o teste de Grubs é reflexo dos percentuais encontrado de ClO-. Isso pode ser explicado pela dificuldade de visualização do ponto final da titulação pelos diversos operadores, alguns gastaram mais titulante que o necessário e outros menos e, com isso, tivemos outliers na parte estatística do relatório. Esses foram descartados perante os cálculos finais para tratamento dos dados. Considerando os cálculos finais, já após a exclusão dos outliers, a amostra apresentou um teor de ClO- foi de 2,15%, com um desvio padrão de 0,0176. Esse desvio reduziu bastante em relação ao primeiro calculado, umas vez que as amostras estão mais homogêneas com a exclusão dos outliers. Além disso, o intervalo de confiança foi de 2,13 – 2,17, sendo um intervalo bem pequeno, reflexo do desvio padrão pequeno. A análise estatística indicou que existe diferença significativa entre a média dos resultado indicados pelo turma e a percentagem indicada no rótulo da água sanitária (Tcalc >>> Ttab). Esse resultado não sabemos se foi reflexo da inexperiência dos alunos em realizar esse tipo de experimento, ou alguma concentração errada indicada usada para padronizar o S2O32-, ou se esse é o valor real do teor de ClO- na amostra, estando esse diferente do indicado do rótulo. Entretanto, percentual de 2,15% encontrado para o teor de ClO-, está dentro da faixa aceitável das regras de fabricação vigente, estando assim o produto aprovado. Além de avaliar o teor de ClO-, também verificamos o teor de cloro ativo presente na amostra, teor esse regulado pela ANVISA. Verificamos que o teor de cloro ativo foi de 2,06%, estando em conformidade com as regras de fabricação vigente, indicando que água sanitária analisada está aprovada para uso. 8. Conclusão No Brasil, a água sanitária é um produto comercializado legalmente com o registro da ANVISA, que realiza periodicamente fiscalizações com o objetivo de verificar se as empresas estão obedecendo às regras de fabricação, definido pela portaria nº 89/94 onde o teor de cloro ativo é estabelecido entre 2,00% p/p a 2,5% p/p durante o prazo de validade, estabelecido de no máximo de seis meses (ANVISA, 2009) Pela titulação realizada em laboratório o valor encontrado de 2,06% de Cl2 e 2,15% de NaClO, define que as porcentagens de hipoclorito e de cloro ativo encontradas estão dentro dos padrões determinados pela legislação não só no que diz respeito ao teor de cloro ativo estipulado como também à margem de porcentagem aceitável para o produto (entre 1,75 e 2,75% p/v). Entretanto, o valor encontrado de titulação de 2,15% de teor de NaClO é estatisticamente diferente do valor indicado no rótulo de 2,3%. 9. Referências SKOOG, D. A. et al. Fundamentos de Química Analítica. 8. ed. São Paulo: Thomson, 2006. VOGEL, A. I. Análise Química Quantitativa. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1992. 712 p. HARRIS, D. C. “Análise Química Quantitativa”. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2005. 876p.
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