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Recurso em Sentido Estrito: Conceito e Características

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OAB 2011.1 - 2ª FASE PENAL 
 Direito Penal 
 Geovane Moraes 
 
Complexo de Ensino Renato Saraiva | www.renatosaraiva.com.br | (81) 3035 0105 1 
 
Recurso em Sentido Estrito (RESE) 
1. Conceito e características. 
O Recurso em Sentido Estrito é o recurso através do qual se busca o reexame da decisão, 
despacho ou sentença do juiz, permitindo a este, um novo pronunciamento, nas hipóteses 
taxativamente previstas em lei. 
Entretanto, deve-se ter muito cuidado para não confundir quando será cabível o Recurso em 
Sentido Estrito ou o recurso de Apelação (este recurso será ainda explicado em um capítulo próprio), 
podendo-se fazer a seguinte diferenciação para não confundir a utilização destes dois recursos: 
 REGRA GERAL se a decisão for de mérito caberá APELAÇÃO e se for decisão interlocutória 
caberá RESE. (Esta DICA NÃO se aplica as decisões proferidas pelo Tribunal do Júri). 
 Também para saber se caberá RESE ou APELAÇÃO deve-se verificar se já existe uma sentença, 
pois, a depender do tipo de sentença, caberá um ou outro recurso. A doutrina ensina que pode 
haver os seguintes tipos de sentença: 
 Sentença Stricto Sensu ou Sentença em termo próprio – é a decisão judicial 
propriamente dita sobre o mérito do feito, é a sentença que decide o MÉRITO da 
questão, decidindo de forma intrínseca as questões do processo. Desta sentença, via de 
regra, caberá Apelação. Vale lembrar que existe a seguinte classificação deste tipo de 
sentença: 
 
 Sentença Absolutória Própria ou Perfeita – o juiz absolve o réu inocentendo-o, 
é aquela que inocenta o acusado e não acarreta mais nenhum ônus do ponto de 
vista penal 
 
 Sentença Absolutória Imprópria ou Imperfeita – o réu também é inocentado, 
mas a ele é imputada alguma medida de segurança, normalmente será aplicada 
esta. 
 
OBS: Medida de Segurança NÃO é pena, esta tem a ideia de reeducação do 
apenado, é a lógica 
 
 Sentença Condenatória – são as sentenças em que o agente é responsabilizado 
criminalmente, existindo a aplicação de uma pena. Há o acolhimento da 
pretensão punitiva. 
 
OAB 2011.1 - 2ª FASE PENAL 
 Direito Penal 
 Geovane Moraes 
 
Complexo de Ensino Renato Saraiva | www.renatosaraiva.com.br | (81) 3035 0105 2 
 
 Sentença Latu Sensu – é qualquer decisão do juiz que NÃO resolva o MÉRITO, como as 
decisões interlocutórias. Todas as sentenças que foram feitas antes de decidir o feito 
serão consideradas sentenças latu sensu. Tal sentença é sinônimo de toda e qualquer 
sentença interlocutória, tudo que seja decisão emanada do juiz e que não verse sobre o 
mérito do feito. Como já foi dito, desta sentença, via de regra, caberá RESE. 
Como se pode observar, saber o tipo de sentença que foi proferida é de suma importância para 
poder identificar se será cabível o RESE. Além disso, o RESE possui outras características que podem ser 
cobradas tanto em questões práticas quanto em questões dissertativas nas provas da OAB e, por esta 
razão, serão devidamente explicadas. 
O prazo do RESE, via de regra, é de 5 dias para oferecer a petição de interposição e 2 dias para 
oferecer as razões do recurso, conforme Art. 586 e 588 do CPP, respectivamente. Somente 
excepcionalmente o RESE terá o prazo de 20 dias para ser interposto, já com as razões inclusas, no 
caso de decisão que incluir jurado na lista geral ou desta o excluir (Art. 581, XIV), contado da data da 
publicação definitiva da lista de jurado, conforme Art. 586, p.único do CPP. 
Por sua vez, o recorrido terá o prazo 2 dias para oferecer contrarrazões do Recurso em Sentido 
Estrito. Vale ressaltar que estas não são obrigatórias, caso a parte não ofereça as contrarrazões o 
processo não fica parado e não fica suspenso. 
No que se refere ao endereçamento do RESE, via de regra, a petição de interposição do RESE é 
endereçada ao juiz do feito, e as razões para o Tribunal respectivo (TJ ou TRF). A única exceção é no 
caso de decisão que incluir jurado na lista geral ou desta o excluir (Art. 581, XIV), quando a petição de 
interposição será endereçada ao Presidente do Tribunal (TJ ou TRF), assim como as razões. 
Por fim, outra característica peculiar do Recurso em Sentido Estrito é a de que ele possui efeito 
regressivo, pois o juiz do feito pode, após tomar conhecimento das razões e contra-razões das partes, 
reavaliar e modificar sua decisão. Ou seja, no RESE é permitido ao próprio juiz prolator da decisão 
recorrida retratar-se desta antes da remessa do recurso ao juízo ad quem. 
De forma resumida, pode-se fazer o seguinte esquema: 
 
 O RESE é composto de duas peças: 
 
PETIÇÃO DE INTERPOSIÇÃO 
 
- dirigida ao juiz da vara criminal que proferiu a sentença; 
- no caso de inclusão ou exclusão do jurado, deve ser dirigida ao Presidente do Tribunal; 
OAB 2011.1 - 2ª FASE PENAL 
 Direito Penal 
 Geovane Moraes 
 
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- deve ser pedido o recebimento e o processamento do RESE, a reforma da decisão 
recorrida e que, caso seja mantida a decisão, seja feita a remessa ao Tribunal 
competente; 
 
RAZÕES 
 
- dirigida ao Tribunal competente; 
- deve-se requerer a reforma da decisão prolatada; 
 
 O acusado deve ser intimado para apresentar suas contrarrazões no prazo de 2 dias. 
 
 Caso o juiz venha a reformar sua decisão, caberá ao recorrido intentar petição, no prazo 
de 5 dias, para subida dos autos. Caso o magistrado não modifique a decisão, deverá ele 
mesmo fazer a remessa dos autos a instância superior. 
 
 PARA FACILITAR : 
 
1ª. HIPÓTESE 
 
RESE prazo de 5 dias (regra geral) para a interposição 2 dias para as razões 
intimação do acusado 2 dias para contra-razões Juiz reforma a sua decisão 
recorrido têm 5 dias para peticionar a subida dos autos. 
 
2ª. HIPOTESE 
 
RESE prazo de 5 dias (regra geral) para a interposição 2 dias para as razões 
intimação do acusado 2 dias para contra-razões Juiz não reforma a sua decisão 
Juiz remete os autos a instância superior. 
 
2. Hipóteses de cabimento do RESE. 
É de suma importância lembrar-se de que o rol das hipóteses de cabimento do RESE é 
TAXATIVO, logo, se a decisão não está elencada nos incisos do Art. 581 do CPP possivelmente caberá o 
recurso de Apelação. Portanto, sempre deve-se verificar se a decisão se encaixa em alguma das 
hipóteses trazidas pelo Art. 581 do CPP para poder utilizar o RESE. 
Vale ressaltar, também, que algumas das situações elencadas no artigo 581 do CPP não 
comportam mais RESE, submetendo-se ao Agravo em Execução. Outras, simplesmente não possuem 
mais aplicação prática ou foram revogadas tacitamente por outros dispositivos legais. Posto isto, vale 
analisar as hipóteses de cabimento do RESE que ainda estão plenamente em vigor: 
a) Decisão que não receber denúncia ou queixa (Art. 581, I, CPP). 
 
OAB 2011.1 - 2ª FASE PENAL 
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Esta hipótese de RESE será cabível todas as vezes que a denúncia ou queixa for rejeitadanos 
termos do Art. 395 do CPP, ou seja, basta que haja a rejeição liminar da denuncia ou queixa com 
fundamento nas hipóteses deste artigo para ser cabível o RESE. 
Admite a jurisprudência, também, ser cabível o RESE com tal fundamento quando a decisão 
rejeita o aditamento da denúncia. 
 
Vale lembrar que não existe recurso previsto expressamente no Código de Processo Penal para 
a decisão que recebe a denúncia ou a queixa, sendo possível a parte intentar habeas corpus como ação 
autônoma. 
 
Por fim, havendo a interposição do RESE por parte da acusação, o denunciado deve ser intimado 
para apresentar suas contrarrazões, ainda que não exista sequer processo, tendo por fundamento a 
manutenção da ampla defesa. 
 
OBS: Se o crime estiver afeto ao procedimento dos Juizados Especiais Criminais a rejeição da denúncia 
ou queixa ensejará APELAÇÃO, nos termos do art. 82 da Lei 9099/95 e o prazo será de 10 DIAS. Neste 
sentido vale lembrar o teor deste artigo: 
 
Art. 82 da lei 9099\95 - Da decisão de rejeição da denúncia ou queixa e da sentença caberá apelação, que 
poderá ser julgada por turma composta de três Juízes em exercício no primeiro grau de jurisdição, 
reunidos na sede do Juizado. 
§ 1º A apelação será interposta no prazo de dez dias, contados da ciência da sentença pelo Ministério 
Público, pelo réu e seu defensor, por petição escrita, da qual constarão as razões e o pedido do recorrente. 
§ 2º O recorrido será intimado para oferecer resposta escrita no prazo de dez dias. 
b) Decisão que concluir pela incompetência do juízo (Art. 581, II, CPP). 
 
Aplica-se este caso, quando o reconhecimento da incompetência for feito de ofício pelo juiz, ou 
seja, o próprio juiz, por iniciativa pessoal e sem o requerimento de nenhuma das partes, entende que 
não é competente para julgar o feito e profere decisão alegando a incompetência do juízo. 
 
Deve-se ficar a atento ao detalhe acima, pois caso o reconhecimento da incompetência seja 
decorrente da argüição de uma exceção, NÃO haverá a fundamentação do RESE com base no inciso II 
do Art. 581 do CPP e sim com base no inciso III do artigo 581 do CPP. 
 
Vale lembrar que no Tribunal do Júri a decisão do juiz de desclassificação acarreta RESE, tendo 
em vista que o próprio juiz entende que o juízo não é o competente para o julgamento do feito e remete 
o processo ao juízo competente, como bem traz o artigo 419 do CPP. 
 
OBS: Caso o magistrado conclua pela competência do juízo, não existe recurso cabível, podendo a 
defesa ingressar com habeas corpus, tendo por fundamento o princípio do juiz natural. 
c) Decisão que julgar procedente as exceções, salvo a de suspeição (Art. 581, III, CPP). 
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As exceções, conforme previsão do art. 95 do CPP, podem ser de suspeição (ou impedimento) 
incompetência do juízo, litispendência, ilegitimidade da parte e coisa julgada. 
No que se refere as exceções de incompetência do juízo, litispendência, ilegitimidade da parte e 
coisa julgada, elas são processadas em apartado e decididas pelo próprio juiz da causa, nos exatos 
termos do Art. 111 do CPP. Caso o juiz da causa decida pela procedência destas exceções será cabível a 
interposição do RESE com fundamento no inciso III, do Art. 584 do CPP. 
Em relação a decisão que julga procedente a exceção de incompetência do juízo, deve-se ter 
cuidado, tendo em vista que neste caso NÃO é o próprio juiz que decide de ofício pela incompetência 
do juízo (o que ensejaria a interposição do RESE com base no inciso II, do Art. 584 do CPP) e sim a 
decisão de incompetência é motiva pela interposição de uma exceção, ou seja, há o reconhecimento 
da incompetência do juízo através de um requerimento da parte. 
 Por sua vez, no que diz respeito a decisão que julgar procedente a exceção de suspeição existe 
uma ressalva trazida pelo próprio inciso III, do Art. 584 do CPP. Neste caso NÃO será cabível a 
interposição do RESE, tendo em vista que nesta hipótese o duplo grau de jurisdição será automático, 
podendo ocorrer as seguintes situações: 
1ª) Caso o magistrado concorde com a exceção de suspeição, decretará a suspensão do processo e 
a remessa dos autos ao substituto. Neste momento ocorrerá um controle jurisdicional, realizado 
pelo Tribunal, pois cabe ao Presidente designar qual o magistrado será o substituto. 
 
2ª) Caso o juiz discorde da exceção de suspeição, os autos obrigatoriamente devem ser 
encaminhados a instância superior. 
 
Vale transcrever os artigos do CPP relacionados a exceção de suspeição que abordam a questão 
referida: 
 
Art. 99 do CPP - Se reconhecer a suspeição, o juiz sustará a marcha do processo, mandará juntar aos autos 
a petição do recusante com os documentos que a instruam, e por despacho se declarará suspeito, 
ordenando a remessa dos autos ao substituto. 
 
Art. 100 do CPP - Não aceitando a suspeição, o juiz mandará autuar em apartado a petição, dará sua 
resposta dentro em três dias, podendo instruí-la e oferecer testemunhas, e, em seguida, determinará 
sejam os autos da exceção remetidos, dentro em vinte e quatro horas, ao juiz ou tribunal a quem competir 
o julgamento. 
 
OBS: Caso o juiz decida pela rejeição da exceção, não existe recurso cabível, podendo ser intentado 
habeas corpus. 
 
d) Decisão que pronunciar o réu (Art. 581, IV, CPP). 
 
OAB 2011.1 - 2ª FASE PENAL 
 Direito Penal 
 Geovane Moraes 
 
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Por expressa disposição legal, da decisão que pronunciar o réu caberá a interposição do RESE 
com base no inciso, IV, do Art. 581 do CPP. 
 
OBS: Em relação às decisões que podem ser proferidas em sede de Tribunal do Júri, vale lembrar a 
possibilidade de interposição dos seguintes recursos: 
 
 Pronúncia – cabe RESE com fundamento no Art. 581, IV, do CPP. 
 Desclassificação – cabe RESE com fundamento no Art. 581, II, do CPP. 
 
 Impronúncia – cabe APELAÇÃO com fundamento no Art. 416 do CPP. 
 Absolvição Sumária - cabe APELAÇÃO com fundamento no Art. 416 do CPP. 
e) Decisão que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança (Art. 581, V, CPP). 
 
Toda vez que couber RESE no caso de fiança deve-se verificar quais são os casos em que não 
cabe fiança previstos no Art. 323 e 324 do CPP. Entretanto, vale lembrar que não cabe fiança em 
contravenções penais, pois estas são crimes de Menor Potencial Ofensivo e nestes crimes não se 
imputa flagrante nem fiança, logo não se aplica o Art. 323, IV que trata do réu vadio. 
Outro ponto relacionado a fiança é o de que o delegado de polícia somente poderá conceder a 
fiança no caso de ser a infração punida com detenção ou prisão simples e NÃO ser crime de Menor 
Potencial Ofensivo. Nos demais casos, a fiança deve ser requerida ao juiz, que decidirá em 48 horas 
sobre o pedido de concessão, como bem elucida o Art. 322 do CPP. 
Por fim, como o tema fiança é muito importante tanto para provas práticas quanto para 
questões dissertativas vale relembrar os seguintes pontos: 
 Se o crime for praticado mediante violência ou grave ameaça NÃO cabe fiança. 
 Se o crime tem a pena MÍNIMA maior que 2 anos ele já é inafiançável. 
 Se o réu é reincidente pode ser concedida a fiança, isto não é condição para não ser concedida 
a fiança. 
 Sempre que for concedida a liberdade provisóriamediante fiança NÃO será preciso proceder à 
oitiva prévia do Ministério Público. 
 Se houver a concessão de liberdade provisória SEM fiança DEVE haver a oitiva do Ministério 
Público. 
 Fiança é depósito em garantia, ela é uma mera garantia, não é pagamento para ter a 
liberdade. Não existe a tradição da propriedade, se a pessoa for inocentado recebe de volta a 
garantia, e se for condenado também receberá de volta a garantia, mas o valor serve para 
descontar as CUSTAS e TAXAS . alem disso por ser um depósito NÃO PRECISA SER SÓ 
DINHEIRO. Por ser um depósito é porque o dinheiro é devolvido. 
OAB 2011.1 - 2ª FASE PENAL 
 Direito Penal 
 Geovane Moraes 
 
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f) Decisão que indeferir o pedido de prisão preventiva (Art. 581, V, CPP). 
 
O candidato deve ficar atente ao detalhe de que somente caberá RESE do indeferimento da 
prisão preventiva, caso a sentença venha a decretar a preventiva deve-se pedir a revogação da prisão 
preventiva. 
g) Decisão que conceder liberdade provisória (Art. 581, V, CPP). 
 
Esta hipótese refere-se a possibilidade de RESE diante da concessão de liberdade provisória sem 
fiança, entretanto, ela é uma hipótese utilizada pela acusação, razão pela qual dificilmente poderá ser 
pedida em uma questão prática, podendo ser requerida em questões dissertativas. 
 
OBS: Caso a liberdade provisória seja negada, caberá a defesa intentar habeas corpus. 
 
OBS: O assistente de acusação não é parte legítima para intentar RESE, nas hipóteses em que o juiz 
conceder liberdade ao réu. 
 
h) Decisão que relaxa a prisão em flagrante. (Art. 581, V, CPP). 
 
Esta hipótese de RESE é de utilização da acusação, razão pela qual tem pouca incidência em 
questões práticas, podendo ser objeto de questões dissertativas. 
 
i) Decisão que julgar quebrada a fiança ou perdida seu valor (Art. 581, VI, CPP). 
 
As hipóteses que acarretam a perda ou quebramento da fiança, de acordo com o CPP, são estão 
trazidas nos seguintes artigos do CPP: 
 
Art. 327. A fiança tomada por termo obrigará o afiançado a comparecer perante a autoridade, todas as 
vezes que for intimado para atos do inquérito e da instrução criminal e para o julgamento. Quando o réu 
não comparecer, a fiança será havida como quebrada. 
 
Art. 328. O réu afiançado não poderá, sob pena de quebramento da fiança, mudar de residência, sem 
prévia permissão da autoridade processante, ou ausentar-se por mais de 8 (oito) dias de sua residência, 
sem comunicar àquela autoridade o lugar onde será encontrado. 
 
Art. 341. Julgar-se-á quebrada a fiança quando o réu, legalmente intimado para ato do processo, deixar 
de comparecer, sem provar, incontinenti, motivo justo, ou quando, na vigência da fiança, praticar outra 
infração penal. 
Art. 344. Entender-se-á perdido, na totalidade, o valor da fiança, se, condenado, o réu não se apresentar à 
prisão. 
 
j) Decisão que decretar a prescrição ou julgar, por outro modo extinta a punibilidade (Art. 581, 
VIII, CPP). 
OAB 2011.1 - 2ª FASE PENAL 
 Direito Penal 
 Geovane Moraes 
 
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Normalmente quem utiliza esta hipótese de RESE é o promotor de justiça. 
k) Decisão que indeferir o pedido de reconhecimento da prescrição ou de outra causa 
extintiva de punibilidade (Art. 581, IX, CPP). 
 
Esta hipótese de RESE ocorrerá nos casos de existir uma decisão que denegar o reconhecimento 
de uma causa extintiva de punibilidade. 
Deve o candidato sempre ir para o Art. 107 do Código Penal para ver quais são as hipóteses de 
extinção de punibilidade e se houve, no caso concreto, o indeferimento do seu pedido de 
reconhecimento. 
Ex. Houve decadência ao direito de queixa, mas o juiz NÃO a reconheceu, neste caso será cabível a 
impetração de RESE. 
l) Decisão que conceder ou negar ordem de habeas corpus (Art. 581, X, CPP). 
 
Desta hipótese de RESE a situação que interessa a defesa é o caso de negação de ordem de 
habeas corpus. Vale ressaltar que a negativa de seguimento do habeas corpus deve ser realizada por 
um juiz singular para poder caber o RESE. 
 
Deve-se ter cuidado com esta hipótese de RESE, pois caso o habeas corpus seja negado pelo 
Tribunal de Justiça, pelo TRF ou por Tribunais Superiores (STJ, STM ou TSE), NÃO caberá RESE e sim o 
Recurso Ordinário Constitucional (ROC), nos termos dos artigos 102, II, a) e 105, II, a) da Constituição 
Federal. Neste último caso NÃO haverá supressão de instância em face de previsão constitucional 
expressa deste último recurso. 
Desta forma, sempre que for o caso de denegação de Habeas Corpus deve-se ir para o Art. 102 
CF e 105 CF para verificar se á uma situação que motivaria o Recurso Ordinário Constitucional (ROC) 
para o STF ou STJ a depender do caso. No caso de ser hipótese de ROC, este recurso vai ser impetrado 
diretamente no STF ou STJ, não havendo que se falar em supressão de instancia. 
m) Decisão que anular, total ou parcialmente, o processo da instrução criminal (Art. 581, XIII, 
CPP). 
 
Nesta hipótese de RESE, segundo a doutrina, o que importa é que houve a anulação de algum 
ato processual, ou de todo o processo, e não apenas a anulação da instrução criminal. Ou seja, a 
expressão “instrução” foi utilizada de forma ampla. 
Neste caso será cabível a impetração de RESE tanto pela acusação, quanto pela defesa, a 
depender do interesse. 
 
n) Decisão que incluir ou excluir jurado da lista geral (Art. 581, XIV, CPP). 
OAB 2011.1 - 2ª FASE PENAL 
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Existe uma grande peculiaridade nesta hipótese de RESE, pois o prazo para intentá-lo, neste 
caso, é de 20 dias, nos termos do art. 586, parágrafo único, do CPP, a contar da publicação definitiva da 
lista de jurados. 
 
Além disso, o endereçamento da petição de interposição e as das razões são feitos diretamente 
ao Presidente do Tribunal (TJ ou TRF) e as razões do recurso, exclusivamente nesta hipótese, serão 
apresentadas dentro do prazo de 20 dias, NÃO havendo o prazo de 2 dias para apresentação das razões 
recursais, como ocorre nas demais hipóteses de RESE. 
 
Vale lembrar que qualquer pessoa é parte legítima para intentar RESE nesta hipótese, tendo em 
vista que a lista de jurados é de interesse coletivo ou difuso. 
 
o) Decisão que denegar a apelação ou julgá-la deserta (Art. 581, XV, CPP). 
 
A hipótese de denegação de apelação ainda esta plenamente em vigor e ocorrerá todas as vezes 
que a apelação NÃO for recebida pela ausência de pressupostos recursais de admissibilidade. 
 
Muitos doutrinadores entendem hoje não ser mais cabível o instituto da deserção da apelação 
em decorrência da revogação do Art. 594 CPP. Este artigo previa que caso o réu apresentasse apelação 
e depois viesse a fugir, haveria a deserção da apelação. Entretanto, como já foi dito, NÃO é mais cabível 
esta hipótese de deserção da apelação e, por conseqüência, do RESE, pois a Lei 11.719/2008 ao prever 
no Art. 387, parágrafo, do CPP, que o juiz, ao proferir sentença condenatória, decidirá, 
fundamentadamente, sobre a manutenção ou, se for o caso, imposição de prisão preventivaou de outra 
medida cautelar, sem prejuízo do conhecimento da apelação que vier a ser interposta, revogou 
tacitamente o Art. 594 do CPP. 
Corroborando com este entendimento, o STJ editou a Sumula 347 que afirma que “o 
conhecimento de recurso de apelação do réu independe de sua prisão”, razão pela qual, também em 
sede jurisprudencial, a hipótese de cabimento de RESE diante de decisão que julgou a apelação deserta 
encontra-se superada. 
 
p) Decisão que ordenar a suspensão do processo por questão prejudicial (Art. 581, XV, CPP). 
 
As questões prejudiciais estão previstas nos artigos 92 e 93 do CPP, razão pela qual vale a pena 
transcrevê-los: 
 
Art. 92. Se a decisão sobre a existência da infração depender da solução de controvérsia, que o juiz repute 
séria e fundada, sobre o estado civil das pessoas, o curso da ação penal ficará suspenso até que no juízo 
cível seja a controvérsia dirimida por sentença passada em julgado, sem prejuízo, entretanto, da inquirição 
das testemunhas e de outras provas de natureza urgente. 
Parágrafo único. Se for o crime de ação pública, o Ministério Público, quando necessário, promoverá a 
ação civil ou prosseguirá na que tiver sido iniciada, com a citação dos interessados. 
 
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Art. 93. Se o reconhecimento da existência da infração penal depender de decisão sobre questão diversa 
da prevista no artigo anterior, da competência do juízo cível, e se neste houver sido proposta ação para 
resolvê-la, o juiz criminal poderá, desde que essa questão seja de difícil solução e não verse sobre direito 
cuja prova a lei civil limite, suspender o curso do processo, após a inquirição das testemunhas e realização 
das outras provas de natureza urgente. 
§ 1o O juiz marcará o prazo da suspensão, que poderá ser razoavelmente prorrogado, se a demora não for 
imputável à parte. Expirado o prazo, sem que o juiz cível tenha proferido decisão, o juiz criminal fará 
prosseguir o processo, retomando sua competência para resolver, de fato e de direito, toda a matéria da 
acusação ou da defesa. 
§ 2o Do despacho que denegar a suspensão não caberá recurso. 
§ 3o Suspenso o processo, e tratando-se de crime de ação pública, incumbirá ao Ministério Público intervir 
imediatamente na causa cível, para o fim de promover-lhe o rápido andamento. 
 
A regra é a de que o juiz, no curso da instrução criminal, não está adstrito as provas 
apresentadas pelas partes, ou seja, o magistrado não é obrigado a se restringir ao que for alegado pelas 
partes, sendo uma prova lícita o juiz pode mandar produzi-la. 
Desta forma, entende-se que o juiz é livre para produzir as provas que bem entender, que 
julgue relevantes, necessárias e pertinentes, a única exigência é que a prova seja lícita. Ao magistrado 
cabe o conhecimento da verdade real, ele tem que chegar ao seu conceito sobre o fato e se a prova for 
lícita ele poderá determinar a produção de provas de oficio. 
Entretanto, existem casos em que o juiz, para decidir uma questão de mérito, necessita da 
produção de prova de outra esfera, diferente da esfera penal. Neste caso estamos diante de uma 
questão prejudicial de natureza extrapenal ou heterogênea. 
 Diante de uma questão prejudicial heterogênea se o magistrado tiver que dirimir dúvida sobre 
o estado civil de pessoas e esta questão tiver que ser solucionada para caracterizar o crime (alguma de 
suas elementares) ele terá que remeter o caso ao juiz civil e deve suspender o processo (não corre 
prazo de nada), existindo o que a doutrina chama de questão prejudicial heterogênea obrigatória. 
Neste caso o juiz criminal manda para o juiz cível e espera que este seja resolvido. Há uma 
controvérsia, dúvida, sobre direito civil que verse sobre o estado de pessoa, a lei proíbe que o juiz 
solucione, devendo mandar o feito para a esfera civil, conforme os art. 92 e 93 do CPP. 
Ex. Caso de bigamia, somente haverá este crime se o primeiro casamento for válido. Se estiver havendo 
discussão sobre a nulidade do primeiro casamento no âmbito cível não haverá bigamia e esta 
controvérsia sobre o estado civil das pessoas é elementar do crime de bigamia e não pode ser resolvida 
pelo magistrado criminal. 
 Neste caso, da decisão que ordenar a suspensão do processo por questão prejudicial 
heterogênea obrigatória caberá a interposição de RESE. 
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Vale ressaltar que a controvérsia deve ser indispensável para caracterizar a elementar do 
crime, se não for indispensável, o juiz pode decidir sem necessidade de sustar o feito e remeter o 
processo para o juízo cível, existindo, neste caso, o que a doutrina chama de questão prejudicial 
heterogênea facultativa. Neste caso, o próprio juiz do feito criminal é que irá decidir a questão 
prejudicial mencionada. 
Ex. Pessoa que comete lesão corporal sobre X, mas há dúvida se este é filho ou não, neste caso há 
questão prejudicial heterogênea facultativa, pois não é questão necessária para caracterizar a elementar 
do crime e sim uma circunstância agravante prevista no Art. 61, II, e), do CP, podendo o próprio juiz 
criminal decidir sobre a questão, sem necessidade de sustação do feito e de remessa para o juízo cível. 
 No caso de decisão que julgar questão prejudicial heterogênea facultativa, como não há a 
suspensão do processo, NÃO há o cabimento de RESE. 
q) Decisão do incidente de falsidade. (Art. 581, XVIII, CPP). 
 
O incidente de falsidade está previsto nos artigos 145 a 148 do CPP, e caso o juiz profira uma 
decisão julgando este tipo de incidente, será cabível a apresentação do RESE. 
Vale transcrever os artigos do CPP referentes ao incidente de falsidade. 
Art. 145. Argüida, por escrito, a falsidade de documento constante dos autos, o juiz observará o seguinte 
processo: 
 I - mandará autuar em apartado a impugnação, e em seguida ouvirá a parte contrária, que, no prazo 
de 48 horas, oferecerá resposta; 
 II - assinará o prazo de 3 dias, sucessivamente, a cada uma das partes, para prova de suas alegações; 
 III - conclusos os autos, poderá ordenar as diligências que entender necessárias; 
 IV - se reconhecida a falsidade por decisão irrecorrível, mandará desentranhar o documento e 
remetê-lo, com os autos do processo incidente, ao Ministério Público. 
 Art. 146. A argüição de falsidade, feita por procurador, exige poderes especiais. 
 Art. 147. O juiz poderá, de ofício, proceder à verificação da falsidade. 
 Art. 148. Qualquer que seja a decisão, não fará coisa julgada em prejuízo de ulterior processo penal 
ou civil. 
3. Hipóteses em que NÃO cabe mais RESE. 
 
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Deve-se ter muito cuidado para não cair nas seguintes “cascas de banana”, tendo em vista que nas 
seguintes hipóteses NÃO é cabível mais o RESE: 
 
1ª) Da decisão que conceder, negar ou revogar a suspensão condicional da pena caberá 
Agravo ou Apelação (art.157 e 197 da LEP); 
 
2ª) Da decisão que conceder, negar ou revogar livramento condicional  caberá Agravo em 
Execução (art. 197 da LEP); 
 
3ª) Da decisão que decidir sobre a unificação de penas  caberá Agravo em Execução 
(Interpretação jurisprudencial da LEP); 
 
4ª) Da decisão que decretar medida de segurança, depois de transitar a sentença em julgado 
caberá Agravo em Execução (art. 183 da LEP); 
 
5ª) Da decisão que impuser medida de segurança por transgressão de outra caberá Agravo 
em Execução (art. 184 da LEP); 
 
6ª) Da decisão que mantiver ou substituir a medida de segurança, nos casos do art. 774 NÃO 
cabe recurso pois o Art. 774 do CPP foirevogado tacitamente pela LEP. 
 
7ª) Da decisão que revogar a medida de segurança  caberá Agravo em Execução (art. 179 da 
LEP); 
 
8ª) Da decisão que deixar de revogar a medida de segurança, nos casos em que a lei admita a 
revogação  caberá Agravo em Execução (art. 175 a 179 da LEP); 
 
9ª) Da decisão que converter a multa em detenção ou em prisão simples NÃO cabe recurso 
pois esta hipótese foirevogado tacitamente pela modificação do art. 51 do Código Penal, que 
converteu a multa em dívida de valor, não tornando mais possível a sua conversão em prisão. 
 
 
4. Estrutura do Recurso em Sentido Estrito. 
4.1 Petição de interposição. 
Endereçamento. 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE 
_______________________ ( Regra Geral) 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ____ VARA CRIMINAL DA SECÇÃO JUDICIÁRIA DE 
_______________________(Crimes da Competência da Justiça Federal) 
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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA DO TRIBUNAL DO JÚRI DA 
COMARCA DE________________________ (Regra geral) 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ____ VARA DO TRIBUNAL DO JÚRI DA SECÇÃO 
JUDICIÁRIA DE _______________________(Crimes da Competência da Justiça Federal) 
PROCESSO No_______________________________ 
 
(Nome do Recorrente), já qualificado nos autos do processo que lhe move o Ministério 
Público, à fls.___________, por seu advogado formalmente constituído que esta subscreve, vêm, 
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, inconformado com a respeitável sentença de 
_________________, conforme fls._________________, interpor tempestivamente o presente 
RECURSO EM SENTIDO ESTRITO 
Ou 
CONTRARRAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO 
com fundamento no art. 581, (indicar inciso)______ou Art. 588(Contrarrazões), do Código de Processo 
Penal. 
 
Requer a realização do juízo de retratação, nos termos do Art. 589 do Código de 
Processo Penal e, em sendo mantida a decisão atacada, seja o presente recurso encaminhado a 
superior instância para o devido processamento e julgamento. 
OU 
Requer que, após o recebimento destas, com as contrarrazões inclusas (na prova elas 
serão feitas juntas), sejam os autos encaminhados ao Egrégio Tribunal de Justiça, onde serão 
processados e não provido o presente recurso. 
 
 
 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
 
Comarca, data 
Advogado, OAB 
 
4.2 Razões ou Contrarrazões. 
 
Endereçamento: 
 
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Razões (ou Contrarrazões) do Recurso em Sentido Estrito 
Recorrente: ____________________ 
Recorrido: ____________________ (MP - ação penal pública ou Querelante – ação penal privada) 
Processo n._______________ 
 
Egrégio Tribunal 
Colenda Câmara 
Ínclitos Desembargadores 
1. Dos Fatos. 
Seja mais resumido nos fatos, e mais enfático no resumo do processo. Cita-se o mínimo 
necessário para os fatos e o máximo para o processo. Não precisa fazer dois pontos distintos, falar 
quando a houve a publicação da sentença é fase processual, deve-se expor como se chegou a sentença. 
No final dos fatos, é para, sem pular linhas, fazer um parágrafo com o seguinte teor: 
“ A respeitável decisão proferida merece ser reformada pelos motivos de fato e direito a 
seguir aduzidos. ” 
2. Das Preliminares. 
Se for o caso deve-se alegar preliminares. Como já foi explicado existe uma seqüência a ser 
seguida. Abra os artigos na seguinte seqüência: 
1º) Art. 107 CP – Causas extintivas de punibilidade. 
2º) Art. 109 CP – Prescrição 
3º) Art. 564 CPP – Nulidades 
4º) Art. 23 CP Causas de exclusão de ilicitude. 
 
5º) Deve-se buscar todo e qualquer outro defeito que levaria a ocorrência rejeição liminar da peça 
acusatória. 
3. Do Mérito. 
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Fale logo do mérito no primeiro parágrafo, diga o que você quer. Deve-se dizer logo o porquê de 
você está atacando a sentença. O recurso é uma peca pesada para investir no mérito. 
Após falar do mérito você deve logo em seguida falar do direito, mencionando o direito 
pertinente ao caso e os artigos correlatos. 
 
4. Do Pedido. 
 
Deve-se fazer um pedido principal de provimento do recurso e reforma da decisão e demais pedidos 
subsidiários possíveis. 
Ou 
Nas contrarrazões deves-se um pedido principal de não provimento do recurso e manutenção da 
decisão. 
 
 
 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
 
Comarca, data 
Advogado, OAB 
 
5. Caso Prático resolvido. 
Luiz foi acusado pelo crime X, de ação penal pública incondicionada e afiançável, praticado 
contra Clodoaldo, tendo o delegado de polícia, em razão de o crime ser punido com detenção, 
concedido fiança ao acusado, que passou a responder ao processo em liberdade. 
Já na fase de instrução processual Luiz não compareceu à audiência de instrução e julgamento, 
constando dos autos que fora regularmente intimado do ato, razão pela qual o juiz julgou quebrada a 
fiança, nos termos Art. 341 do CPP, ocorrendo a perda da metade do seu valor e tendo Luiz a obrigado a 
recolher-se a prisão. 
Inconformado com o ocorrido Luiz procurou um advogado e lhe disse que não tinha sido 
regularmente intimado da audiência de instrução, tendo em vista que o mandado não chegou em sua 
residência, fato este constatado pelo advogado que observou que o endereço do mandado estava 
errado. 
 
Considerando a situação hipotética acima apresentada, redija, na qualidade de advogado(a) 
constituído(a) por Luiz, a peça processual pertinente, adequada à defesa de seu cliente. Em seu texto, 
não crie fatos novos, inclua a fundamentação que embase seu(s) pedido(s) e explore as teses jurídicas 
cabíveis, endereçando o documento à autoridade competente. 
 
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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE 
_______________________ 
PROCESSONo_______________________________ 
 
 
Luiz, já qualificado nos autos do processo que lhe move o Ministério Público, à 
fls.___________, por seu advogado formalmente constituído que esta subscreve, vêm, 
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, inconformado com a respeitável sentença que 
decretou o quebramento da fiança, conforme fls._________________, interpor tempestivamente o 
presente 
RECURSO EM SENTIDO ESTRITO 
com fundamento no art. 581, VII, do Código de Processo Penal. 
 
Requer a realização do juízo de retratação, nos termos do Art. 589 do CPP e, em sendo 
mantida a decisão atacada, seja o presente recurso encaminhado a superior instância para o devido 
processamento e julgamento. 
 
 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
 
Comarca, data 
Advogado, OAB 
 
Razões do Recurso em Sentido Estrito 
Recorrente: Luiz 
Recorrido: Ministério Público 
Processo n._______________ 
 
Egrégio Tribunal 
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Colenda Câmara 
Ínclitos desembargadores 
1. Dos Fatos. 
Luiz foi acusado pela prática do crime X, de ação penal pública incondicionada e 
afiançável, praticado supostamente contra Clodoaldo. O delegado de polícia, em razão de o crime ser 
punido com detenção, concedeu fiança ao acusado, que passou a responder ao processo em liberdade. 
Já na fase de instrução processual Luiz não compareceu à audiência de instrução e 
julgamento, em razão de não ter sido regularmente intimado desta, tendo em vista que o mandado não 
chegou em sua residência em virtude de o endereço do mandado não corresponder ao da residência do 
recorrente. 
Mesmo diante deste equívoco, o juiz considerou que o recorrente fora regularmente 
intimado do ato, razão pela qual julgou quebrada a fiança, nos termos Art. 341 do CPP, ocorrendo a 
perda da metade do seu valor e o recolhimento do recorrente a prisão. 
A respeitável decisão proferida merece ser reformada pelos motivos de fato e direito a 
seguir aduzidos. 
2. Do Mérito. 
 Conforme se depreende dos autos não há que se falar em quebramento de fiança por 
parte do recorrente, tendo em vista este somente deixou de comparecer a audiência de instrução e 
julgamento em decorrência de um erro do mandado de intimação, que continha o endereço errado do 
recorrente. 
 Desta forma, o recorrente não deu causa ao quebramento da fiança. Aliás, conforme 
prevê o Art. 341 do Código de Processo Penal, para que haja o quebramento da fiança o réu deve ser 
legalmente intimado do ato do processual e deixar de comparecer sem justo motivo. 
 Ora o recorrente não foi legalmente intimado, em face do erro de endereço do 
mandado de intimação, muito menos deixou de comparecer sem justo motivo a audiência, pois sequer 
teve conhecimento de sua existência, não havendo razão para a perda da metade do valor da fiança 
concedida ao recorrente e para o recolhimento do recorrente a prisão. 
3. Do Pedido. 
 Diante do exposto, requer, o recorrente, o provimento do recurso e a reforma da 
sentença para que não seja decretado o quebramento da fiança, restituído-se ao recorrente a metade 
do valor pago da fiança e sendo concedido o alvará de soltura para que responda em liberdade ao 
processo. 
 
 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
 
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Comarca, data 
Advogado, OAB 
 
6. Caso Prático proposto. 
Rivaldo, brasileiro, casado, funcionário público da prefeitura do Recife-PE, propôs queixa-crime 
contra José, brasileiro, solteiro, em virtude deste, no dia 10/07/2010 ter proferido palavras de baixo 
calão contra o referido, afirmando que Rivaldo era um funcionário público safado e corrupto e que 
recebia propina, tipificando a conduta no crime de injúria contra funcionário público em razão de suas 
funções, art. 140 c/c 141,II, do CP. 
O juiz da 1ª Vara Criminal da comarca de Recife-PE rejeitou liminarmente a queixa por falta de 
pressuposto processual, Art. 395, II, do CPP, sob o fundamento de que Rivaldo não era legitimado para 
entrar com a queixa-crime, pois conforme o Art. 145, parágrafo único do Código Penal, a ação penal, no 
caso de crimes contra a honra praticado contra funcionário público em razão de suas funções, é público 
condicionada a representação do ofendido, sendo a via eleita por Rivaldo inadequada. 
 
Considerando a situação hipotética acima apresentada, redija, na qualidade de advogado(a) 
constituído(a) por Rivaldo, a peça processual pertinente, adequada à defesa de seu cliente. Em seu 
texto, não crie fatos novos, inclua a fundamentação que embase seu(s) pedido(s) e explore as teses 
jurídicas cabíveis, endereçando o documento à autoridade competente. 
 
 Endereçamento – Petição de Interposição = Juiz de Direito da 1a Vara Criminal da Comarca de 
Recife Capital do Estado de Pernambuco. Razões = Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco 
 
 Tese – Petição de Interposição = com fundamento no Art. 581, I, do CPP. Razões = alegar 
inexistência de falta de pressuposto processual pois o recorrente é parte legítima para ingressar 
com queixa-crime, conforme entendimento pacífico do STF previsto na Súmula 714. 
 Pedido – pedido de provimento do recurso e reforma da decisão para que seja recebida a 
queixa-crime com o retorno dos autos a primeira instancia para regular processamento. 
 
 
Apelação 
 
1. Conceito e características. 
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A apelação, na regra geral, é o recurso cabível nos casos em que forem proferidas sentenças 
judiciais que julguem o mérito ou que possuam caráter definitivo. Desta forma, NÃO é cabível o 
recurso de apelação para atacar os despachos de mero expediente, inclusive pelo fato de eles serem 
sempre irrecorríveis, e, via de regra, também NÃO é cabível a apelação para atacar decisões 
interlocutórias. 
Todavia, em algumas situações, pode-se perceber que a apelação acaba assumindo uma 
natureza residual, pois em alguns casos de decisões interlocutórias proferidas pelo juiz singular em que 
NÃO seja hipótese de Recurso em Sentido Estrito, poderá ser passível de impugnação por meio da 
apelação. 
Explicando melhor, pode-se afirmar que as decisões interlocutórias são classificadas da seguinte 
forma: 
 Decisões interlocutórias simples – são todas aquelas que se visam decidir questões 
incidentais que surjam antes da sentença de mérito e que NÃO acarretam a extinção do 
processo, ou de algum procedimeto. Para este tipo de decisão interlocutória será cabível 
apenas o RESE, se houver hipótese específica de cabimento deste recurso. Já se NÃO houver 
hipótese de RESE para atacar este tipo de decisão interlocutória ela será simplesmente 
irrecorrível. Ou seja, para este tipo de decisão interlocutória NUNCA será possível a 
apresentação do recurso de apelação. 
Ex. A decisão que concede a liberdade provisória é uma decisão interlocutória simples e 
para atacaresta decisão é possível a apresentação do RESE com fundamento no Art. 581, V, 
do CPP. Entretanto se a decisão do juiz for de negar a liberdade provisória NÃO haverá a 
possibilidade de ingressar com RESE, nem de forma residual com a apelação, sendo a 
decisão irrecorrível. O que a parte poderá fazer é impugnar a decisão por meio do Habeas 
Corpus, que não é um recurso. 
 Decisões interlocutórias mistas – estas se subdividem da seguinte forma: 
 Decisões interlocutórias mistas terminativas – são aquelas decisões interlocutórias 
que acarretam a extinção do processo ou de um procedimento. São também 
chamadas pela doutrina como decisões definitivas. Ex. Decisão que não recebe a 
denúncia ou queixa. 
 Decisões interlocutórias mistas não-terminativas – são aquelas que extinguem 
uma etapa do procedimento, mas não acarretam a extinção do processo. São 
também chamadas pela doutrina como decisões com força de definitiva. Ex. Decisão 
que pronuncia o réu no rito do tribunal do júri. 
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Pois bem, quanto SOMENTE as decisões interlocutórias mistas terminativas ou não-
terminativas é que poderão ser atacadas de forma RESIDUAL pela apelação nos termos do Art. 593, II 
do CPP. Logo, o candidato deve primeiro verificar se existe alguma hipótese de RESE para atacar as 
referidas decisões interlocutórias mistas terminativas ou não-terminativas, caso NÃO existe hipótese, 
será perfeitamente viável a interposição da apelação. 
Ex. A decisão que indefere o pedido de restituição de coisa apreendida é uma decisão interlocutória 
mista não-terminativa, tendo em vista que extingue o procedimento de restituição de coisa apreendida, 
mas não acarreta a extinção do processo. Neste caso, como não existe uma hipótese específica de 
cabimento de RESE no Art. 581 é possível a utilização residual da apelação com fundamento no Art. 593, 
II, do CPP. Fique atento, pois este caso já foi objeto de pergunta em alguns concursos públicos e pode 
ser objeto de uma questão na OAB. 
Vale lembrar, também, que o prazo de apelação é de cinco dias para a interposição e de oito 
dias para as razões ou contrarrazões nos termos do Art. 593 e 600 do CPP, salvo nos caso de 
contravenções, quando o prazo para as razões ou contrarrazões será de três dias, conforme Art. 600 do 
CPP. 
OBS: Deve-se ter cuidado em relação a apelação no rito sumaríssimo, pois nos Juizados Especiais 
Criminais a apelação terá o prazo de 10 dias para a apresentação de razões e contrarrazões, nos exatos 
termos do Art. 82, § 1º, da Lei 9099/95. 
No que se refere a contagem do prazo da apelação é bom ficar atento, pois diferentemente do 
Processo Civil, o prazo de apelação no Processo Penal começa a correr da data da intimação da 
sentença e não da juntada do mandado aos autos, caso esta tenha sido feita por oficial de justiça. 
Vale ressaltar, que a petição de interposição é sempre endereçada ao juiz do feito, aquele que 
proferiu a sentença. Já as razões da apelação serão endereçadas para o Tribunal competente 
respectivo. 
 Cumpre elucidar, também, que somente se pode apelar sobre o que se pode entender, sobre o 
que é compreensível. No caso de o juiz proferir uma sentença condenatória mas houver ambigüidade, 
obscuridade, contradição ou omissão em sua fundamentação, a primeira providencia recursal será 
apresentar embargos de declaração e NÃO a apelação. 
Os embargos de declaração são usados para que o juiz declare a sentença de uma forma 
inteligível, de forma que possa ser compreendida. Entretanto, se a sentença condenatória tiver alguma 
ambigüidade, obscuridade, contradição ou omissão em sua fundamentação e tiver que se questionar o 
mérito para reanalisar a sentença, neste caso específico será cabível o recurso de apelação. 
Os embargos de declaração possuem os seguintes prazos: 
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 Embargos de Declaração - Rito Sumaríssimo – 5 dias (Juizados Especiais) Art. 83, parágrafo 
1º CPP. 
 Embargos de Declaração – Rito Comum Ordinário e Sumário – 2 dias, Art. 619 CPP 
2. Hipóteses de cabimento da apelação. 
O rol de hipóteses de apelação estão constantes no Art. 593 do CPP, sendo considerado pela 
doutrina e jurisprudência como meramente exemplificativo. 
Vale lembrar as hipóteses de cabimento da apelação do Art. 593 do CPP: 
a) Sentenças definitivas de condenação ou absolvição proferidas por juiz singular (Art. 593, I, 
CPP) 
Será cabível o recurso de apelação quando o juiz vier a proferir sentença condenando ou 
absolvendo o réu. Estes dois tipos de sentença são consideradas definitivas já que resolvem o mérito da 
causa. As disposições referentes as sentenças condenatórias e absolutórias estão previstas no Art. 386 e 
387 do CPP, no caso de rito comum ordinário e sumário, bem como no Art. 492, I e II, do CPP, no caso de 
rito do Tribunal do Júri. 
OBS: A previsão constante do Art. 593, § 4o do CPP, no sentido de que quando for cabível a 
apelação, não poderá ser usado o recurso em sentido estrito, ainda que somente de parte da 
decisão se recorra, somente vale para a apelação com fundamento no Art. 593, I, do CPP, tendo 
em vista que, no caso de existir a hipótese do Art. 593, II, do CPP, a apelação será considerada 
residual, como já foi explicado. 
b) Decisões definitivas, ou com força de definitivas, proferidas por juiz singular nos casos não 
previstos no Capítulo anterior (Art. 593, II, CPP). 
Esta hipótese de apelação é chamada de residual, pois ocorre todas as vezes que o juiz resolver 
uma questão definitiva ou com força de definitiva e que não era caso de Recurso em Sentido Estrito, 
conforme já foi devidamente explicado. 
OBS: Há a previsão 
c) Decisões do Tribunal do Júri, quando (Art. 593, III, CPP): 
I. Ocorrer nulidade posterior à pronúncia (Art. 593, III, a, CPP). 
Esta hipótese de apelação relaciona-se as nulidades relativas, tendo em vista que 
as nulidade absolutas podem ser alegadas em sede de apelação mesmo que tenham 
ocorrido ANTES da pronúncia. 
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Quanto às espécies de nulidade, vale lembrar a seguinte diferenciação: 
 Nulidade Absoluta – pode ser argüida a qualquer tempo, a qualquer 
instante do processo, até em sede de segundo grau. Neste caso, poderá ser 
utilizada a apelação com base no Art. 593, III, a, do CPP mesmo que a 
nulidade tenha ocorrido ANTES ou APÓS a pronúncia do réu. 
 
Ex. Incompetência para apreciar o mérito, como crime de latrocínio que 
acabou sendo processado pelo tribunal do júri. 
Ex. Impedimento ou suspeição do juiz, a qualquer tempo poderá argüir esta 
nulidade. 
Ex. Ausência de resposta a acusação há o cerceamento de defesa, havendo 
o rompimento da ampla defesa e do contraditório. 
 
 Nulidade Relativa – são argüíveis em tempo hábil ou irão gerar preclusão. 
Normalmente elas são alegadas na Resposta a acusação, pois se não forquestionada neste momento haverá preclusão. Assim, no caso de existirem 
nulidades relativas ocorridas após a pronúncia, deve a defesa argüi-las na 
primeira oportunidade que tiverem para falar nos autos, sob pena de 
preclusão. Caso a parte tenha alegado a nulidade relativa ocorrida 
posteriormente a pronúncia e seja proferida uma sentença, após a 
deliberação dos jurados, que não reconheça a ocorrência da referida 
nulidade, será cabível a apelação com fundamento no Art. 593, III, a, do 
CPP. 
 
Apresentada a apelação com base no fundamento da nulidade processual, deverá 
ser pedida a invalidação do ato considerado nulo, ou seja, pede-se a anulação do feito em 
razão da nulidade, devendo haver a realização de um novo julgamento e com novos 
jurados, nos termos da Súmula 206 do STF. 
II. For a sentença do juiz-presidente contrária à lei expressa ou à decisão dos jurados 
(Art. 593, III, b, CPP). 
No tribunal do júri o juiz presidente está vinculado a decisão dos jurados em 
matéria de mérito, se os jurados decidiram uma coisa, o juiz não pode decidir de outra 
forma. Se isto ocorrer, será apelação com base neste inciso. 
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Ex. Se os jurados decidiram que houve homicídio simples o juiz NÃO pode o juiz decidir que 
houve homicídio qualificado, sob pena de afronta a decisão dos jurados. Caso faça isto 
deverá ser apresentada apelação. 
Na apelação com base neste inciso deve-se pedir a retificação da decisão pelo 
Tribunal, como bem prevê o § 1º, do Art. 593 do CPP. 
III. Houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida de 
segurança (Art. 593, III, c, CPP). 
Nesta hipótese o juiz presidente, após a deliberação dos jurados, aplicou a pena de 
forma incorreta. Ou seja, houve um erro na quantidade da pena ou na qualidade da pena 
que deveria ter sido imposta ao condenado. 
Ex. Os jurados decidiram que o réu deve ser isento de pena em decorrência de erro de 
proibição e merece tratamento ambulatorial devendo ser aplicada medida de segurança, 
mas o juiz condenou o réu a pena privativa de liberdade. 
Ex. Os jurados condenaram o réu pelo crime de aborto, mas o juiz aplica o regime inicial de 
pena em fechado, mesmo a pena mínima sendo inferior a 4 anos. 
Na apelação com base neste inciso deve-se pedir a retificação da decisão pelo 
Tribunal, como bem prevê o § 2º, do Art. 593 do CPP. 
IV. For a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos (Art. 593, 
III, d, CPP). 
Esta hipótese somente ocorrerá no caso de existir uma contradição gritante entre a 
decisão dos jurados e as provas trazidas aos autos. Ou seja, existe um completo 
descompasso entre a decisão dos jurados e as provas produzidas dentro do processo. Esta 
hipótese tem como razão de existir o fato de que a soberania dos veredictos no Júri NÃO é 
tida de forma absoluta. 
Ex. Resta provado nos autos que o réu agiu em legítima defesa, entretanto, o conselho de 
sentença resolve condenar o réu. 
 Na apelação com base neste inciso deve-se pedir a nulidade do feito, devendo 
haver a realização de um novo julgamento e com novos jurados, nos termos da Súmula 
206 do STF e do Art. 593, § 3o, do CPP. 
Quanto a esta hipótese de cabimento exista, ainda, a previsão do Art. 593, § 4º, do 
CPP, no sentido de que NÃO poderá ser usado este fundamento, novamente, em outra 
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apelação e no mesmo processo. Ou seja, em outras palavras, esta hipótese de apelação 
somente é cabível uma única vez, caso os jurados venham a decidir novamente de forma 
manifestamente contrária à prova dos autos, deverá ser respeitada a soberania dos 
veredictos e o critério da íntima convicção. 
OBS: A maioria da doutrina entende que as hipóteses de apelação do rito do Tribunal do 
Júri são de fundamentação vinculada, ou seja, somente será cabível a apelação se houver 
o enquadramento do caso em alguma hipótese prevista no Art. 593, III, do CPP. Esta 
conclusão é uma decorrência da Súmula 713 do STF, que determina que “o efeito 
devolutivo da apelação contra decisões do Júri é adstrito aos fundamentos da sua 
interposição”. 
OBS: Parte da doutrina entende, também, que caso haja uma sentença do tribunal do júri 
que porventura NÃO venha a se enquadrar em umas das hipóteses do Art. 593, III, do 
CPP, nada impede que seja fundamentada a apelação com base no Art. 593, I, do CPP, 
como decorrência da ampla defesa e do contraditório e por não haver expressa disposição 
em contrário. Corrente a qual nos filiamos. 
OBS: No caso de serem proferidas sentenças de impronúncia ou absolvição sumária a 
fundamentação da apelação será no Art. 416 do CPP e NÃO no Art. 593, III, do CPP, tendo 
em vista disposição legal expressa neste sentido. 
3. Estrutura da Apelação. 
3.1 Petição de Interposição. 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE 
_______________________ ( Regra Geral) 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ____ VARA CRIMINAL DA SECÇÃO JUDICIÁRIA DE 
_______________________(Crimes da Competência da Justiça Federal) 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA DO TRIBUNAL DO JÚRI DA 
COMARCA DE________________________ (Regra geral) 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ____ VARA DO TRIBUNAL DO JÚRI DA SECÇÃO 
JUDICIÁRIA DE _______________________(Crimes da Competência da Justiça Federal) 
PROCESSO No_______________________________ 
 
 
 
 
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(Nome do Recorrente), já qualificado nos autos do processo que lhe move o Ministério 
Público, à fls.___________, por seu advogado formalmente constituído que esta subscreve, vêm, 
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, inconformado com a respeitável sentença de 
_________________, conforme fls._________________, interpor tempestivamente a presente 
APELAÇÃO 
Ou 
CONTRARRAZÕES DA APELAÇÃO 
com fundamento no art. 593, (indicar inciso)______ ou Art. 416(no caso de absolvição sumária ou 
impronúncia) ou art.600 (no caso de contrarrazões), do Código de Processo Penal. 
 
Requer que, após o recebimento destas, com as razões inclusas (na prova elas serão 
feitas juntas), ouvida a parte contrária, sejam os autos encaminhados ao Egrégio Tribunal, onde serão 
processados e provido o presente recurso. 
OU 
Requer que, após o recebimento destas, com as contrarrazões inclusas (na prova elas 
serão feitas juntas), sejam os autos encaminhados ao Egrégio Tribunal, onde serão processados e não 
provido o presente recurso. 
 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
 
Comarca, data 
Advogado, OAB 
3.2 Razões ou Contrarrazões da Apelação. 
Endereçamento: 
 
Razões (ou Contrarrazões) da Apelação 
Recorrente: ____________________ 
Recorrido: ____________________ (MP - ação penal pública ou Querelante – ação penal privada) 
Processo n._______________Egrégio Tribunal 
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Colenda Câmara 
Ínclitos desembargadores 
1. Dos Fatos. 
Seja mais sucinto no resumo dos fatos e mais enfático no resumo do processo. Cita-se o mínimo 
necessário para os fatos e o máximo para o processo. Não precisa fazer dois pontos distintos, falar 
quando houve a publicação da sentença é fase processual, deve-se expor como se chegou até a 
sentença. 
No final dos fatos, é para, sem pular linhas, fazer um parágrafo com o seguinte teor: 
“ A respeitável decisão proferida merece ser reformada pelos motivos de fato e direito a 
seguir aduzidos. ” 
2. Das Preliminares. 
Se for o caso deve-se alegar preliminares. Como já foi explicado existe uma seqüência a ser 
seguida. Abra os artigos na seguinte seqüência: 
1º) Art. 107 CP – Causas extintivas de punibilidade. 
2º) Art. 109 CP – Prescrição 
3º) Art. 564 CPP – Nulidades 
4º) Art. 23 CP Causas de exclusão de ilicitude. 
 
5º) Deve-se buscar todo e qualquer outro defeito que levaria a ocorrência rejeição liminar da peça 
acusatória. 
3. Do Mérito. 
Fale logo do mérito, diga o que você quer. Deve-se dizer logo o porquê de você está atacando a 
sentença. O recurso é uma peça pesada para investir no mérito. 
Após falar do mérito você deve logo em seguida falar do direito, mencionando o direito 
pertinente ao caso e os artigos correlatos. 
 
4. Do Pedido. 
 
Deve-se fazer um pedido principal de provimento do recurso e reforma da decisão e demais 
pedidos subsidiários possíveis. 
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Ou 
Nas contrarrazões deves-se um pedido principal de não provimento do recurso e manutenção 
da decisão. 
 
 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
 
Comarca, data 
Advogado, OAB 
DICA MUITO IMPORTANTE: 
Caso a apelação tenha sido feita pela parte acusatória a defesa seguirá a mesma linha. Na petição 
de interposição o nome será CONTRARRAZÕES DE APELAÇÃO, com fundamento no art. 600 do Código 
de Processo Penal. 
Em tratando-se de crime do rito do Tribunal do Júri, logo na Interposição, o apelante deve indicar a 
motivação de seu recurso, em consonância com a súmula 713 do STF. Ao apresentar suas razões, este 
estará adstrito a motivação indicada na interposição. Ou seja, no caso de apelação do Rito do Tribunal 
do Júri a apelação é de fundamentação vinculada e somente cabe nas hipóteses trazidas pelo Art. 593, 
III, do CPP. Nos termos da Súmula 713 do STF. 
4. Caso Prático resolvido. 
Ricardo, brasileiro, com 25 anos de idade, universitário, réu primário e sem antecedentes 
criminais, residente e domiciliado na cidade Gama, foi denunciado pelo Ministério Público, nos 
seguintes termos: 
“No dia 10 de janeiro de 2000, por volta das 15h00, na cidade e comarca Gama , situada no 
Estado Alfa, o réu Ricardo, ofendeu a integridade corporal de Jeremias, brasileiro, solteiro, com 24 
anos de idade, desempregado, quando este se encontrava na Rua X, desferindo um soco no rosto 
deste, fato este comprovado pelo exame de corpo de delito constante do inquérito policial, 
incorrendo nas penas do Art. 129, caput, do Código Penal.” 
O magistrado da 1ª Vara Criminal da Comarca Gama, situada no Estado Alfa, recebeu a 
exordial em 20 de janeiro de 2005, acolhendo a imputação em seus termos. 
O denunciado apresentou resposta a acusação por intermédio de defensor público. 
Na audiência de instrução a testemunha de defesa Júnior, afirmou que Ricardo era um rapaz 
muito equilibrado e que o conhecia a mais de 10 anos, não tendo conhecimento do envolvimento dele 
em qualquer tipo de briga. Além disso, Rafael, outra testemunha de defesa, disse que conhecia a 
vítima Jeremias a 2 anos e já teve notícias de que ele estava usando drogas e que sempre estava se 
envolvendo em confusões. 
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Ricardo, em seu depoimento afirmou que Jeremias tinha anunciado um assalto, usando uma 
faca para ameaçá-lo, porém conseguiu evitar o assalto surpreendendo-o ao deferir um soco em seu 
rosto, o que foi suficiente para neutralizar a ação de Jeremias. Entretanto, como Jeremias não 
conseguiu seu objetivo inventou que tinha sido agredido e foi procurar a autoridade policial 1 dia 
depois da agressão. 
Obedecidos todos os procedimentos legais, o réu foi condenado nas penas do Art. 129 do 
Código Penal, tendo o magistrado, fixado a pena privativa de liberdade em 1 ano de detenção. Fixou, 
ainda, para Ricardo, réu primário e de bons antecedentes, o regime fechado de cumprimento de pena, 
tendo a sentença condenatória sido publicada no dia 10 de fevereiro de 2008. 
O Ministério Público não interpôs recurso. 
 
Em face da situação hipotética acima apresentada, na qualidade de advogado(a) constituído(a) de 
Ricardo, e supondo que, intimado(a) da sentença condenatória em 1 de março de 2008, você tenha 
manifestado seu desacordo em relação aos termos da referida decisão, elabore a peça processual 
cabível, endereçando-a ao juízo competente, enfrentando todas as matérias pertinentes, datando o 
documento no último dia do prazo para apresentação e levando-se em conta que na comarca não 
existe Juizado Especial Criminal. 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CRIMINAL DA COMARCA GAMA DO 
ESTADO ALFA 
PROCESSO No____________ 
 
 
 
Ricardo, já qualificado nos autos do processo que lhe move o Ministério Público, à 
fls.___________, por seu advogado formalmente constituído que esta subscreve, vêm, 
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, inconformado com a respeitável sentença 
condenatória, conforme fls.____________, interpor tempestivamente a presente 
APELAÇÃO 
com fundamento no art. 593, I do Código de Processo Penal. 
Requer que, após o recebimento desta, com as razões inclusas, ouvida a parte contrária, 
sejam os autos encaminhados ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado Alfa, onde serão processados e 
provido o presente recurso. 
 
 
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Nestes termos. 
Pede Deferimento. 
Gama,comarca do Estado Alfa, 6/03/2008 
Advogado, OAB 
 
 
RAZÕES DA APELAÇÃO 
RECORRENTE: Ricardo 
RECORRIDO: MINISTÉRIO PÚBLICO 
 PROCESSO N.___________ 
 
EGRÉGIO TRIBUNAL; 
COLENDA CÂMARA; 
 ÍNCLITOS DESEMBARGADORES 
 
 
1. Dos Fatos. 
 O recorrente foi condenado como incurso nas penas do Art. 129, caput, do Código 
Penal, a pena privativa de liberdade de 1 ano de detenção e regime fechado de cumprimento de pena, 
porque no dia 10 de janeiro de 2004, por volta das 15h.00, na cidade e comarca Gama, situada no 
Estado Alfa, teria supostamente ofendido a integridade corporal da vítima Jeremias,quando este se 
encontrava na Rua X, desferindo um soco no rosto deste, fato este comprovado por exame de corpo de 
delito constante do inquérito policial. 
Ocorre que a respeitável decisão condenatória proferida merece ser reformada pelos 
motivos de fato e direito a seguir aduzidos. 
2 . Das Preliminares. 
Inicialmente cumpre esclarecer que ocorreu a prescrição da pretensão punitiva, tendo 
em vista que o crime de lesão corporal leve, Art. 129 caput, do Código Penal, possui uma pena máxima 
de 1 ano, tendo prazo prescricional de 4 anos, conforme Art. 109, V, do Código Penal. 
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Desta forma, como o crime ocorreu no dia 10 de janeiro de 2000, por volta das 15h00 e 
a denúncia somente foi recebida no dia 20 de janeiro de 2005, foi ultrapassado o prazo de 4 anos, 
ocorrendo a prescrição, o que já deveria ter acarretado a extinção da punibilidade, nos termos do Art. 
107, IV, do Código Penal. 
Cumpre alegar ainda em sede de preliminar a existência manifesta de uma causa de 
exclusão da ilicitude do fato, qual seja, a legítima defesa, com base no art. 23 e 25 do Código Penal. 
3. Do Mérito. 
 Cumpre esclarecer que resta configurada a excludente de ilicitude da legítima defesa no 
caso concreto, pela simples leitura das provas produzidas na audiência de instrução. 
 Ora doutos desembargadores, o recorrente em seu depoimento afirmou que a vítima 
Jeremias tinha anunciado um assalto, usando uma faca para ameaçá-lo, porém conseguiu evitar a 
ocorrência do crime ao surpreendê-lo ao deferir um soco em seu rosto, o que foi suficiente para 
neutralizar a ação do referido. Entretanto, como a vítima não conseguiu seu objetivo inventou que tinha 
sido agredido e foi procurar a autoridade policial 1 dia depois da agressão. 
 Conforme se depreende desta exposição o recorrente, usando moderadamente dos 
meios necessários, repeliu injusta agressão humana e atual protegendo o seu patrimônio. 
 Houve moderação na utilização dos meios uma vez que o recorrente apenas desferiu 
um soco no rosto da vítima, o que já foi suficiente para cessar a ação criminosa desta. O recorrente 
repeliu injusta agressão humana ao defender-se de um anúncio de assalto em que foi utilizada uma 
faca, o que também representou um perigo atual. Além disso, a ação do recorrente visou proteger o seu 
patrimônio da agressão de outrem, o que é plenamente permitido pelo ordenamento jurídico pátrio. 
Desta forma, resta configurada a existência da excludente da ilicitude de legítima defesa 
prevista no Art. 23, II e Art. 25, o que deverá acarretar a reforma da decisão condenatória mediante a 
decretação da absolvição do recorrente com fundamento no Art. 386, VI, tendo em vista a existência de 
circunstância que exclui o crime. 
4. Dos Pedidos 
 Diante do exposto, requer-se a reforma da decisão condenatória para decretar a 
absolvição do recorrente com fundamento no Art. 386, VI, tendo em vista a existência de circunstância 
que exclui o crime, a legítima defesa. 
No caso de não ser decretada a absolvição, seja reformada a decisão para decretar a 
extinção da punibilidade em decorrência da prescrição da pretensão punitiva, Art. 107, IV e Art. 109, V 
do Código Penal. 
Por fim, apenas por cautela, caso não haja o acolhimento dos pedidos acima, o que não 
se espera, requer-se a aplicação da pena no mínimo legal e cumprimento da pena em regime 
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inicialmente aberto com fundamento no art. 33, § 2º, c), do Código Penal, levando-se em conta que o 
réu é primário e não possui maus antecedentes. 
 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
Gama, Comarca do Estado Alfa, 6/03/2008 
Advogado, OAB 
 
5. Caso Prático proposto. 
José foi processado pelo crime de estelionato, por emissão de cheque sem fundos. 
Durante a fase inquisitiva, José pagou o cheque para vítima, João, sendo que tudo ficou 
consignado no inquérito policial. O Meritíssimo Juiz da Vara competente absolveu o réu 
da imputação, porém o doutor Promotor de Justiça, inconformado apelou. A defesa foi 
intimada ontem. 
 
 Peça – Contrarrazões de Apelação – Art. 600 CPP. 
 
 Endereçamento – petição de interposição ao juiz do feito e contrarrazões ao 
Tribunal de Justiça. 
 
 Tese – extinção de punibilidade do crime de estelionato, pois foi feito o pagamento 
do valor antes da denúncia, conforme a Súmula 554 do STF. 
 
 Pedido – pedido de provimento do recurso e reforma da decisão para decretar a 
extinção da punibilidade do crime de estelionato. 
 
 
 
 
 
Capítulo 8 – Agravo em Execução 
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1. Conceito, características e hipóteses de cabimento. 
O Agravo em Execução é um recurso criminal que NÃO está expressamente previsto no Código 
de Processo Penal e sim na Lei de Execução Penal – LEP, Lei n. 7.210/84, em seu artigo art. 197. Ele será 
cabível contra as decisões, despachos ou sentenças proferidas pelo Juiz da Vara de Execuções Penais. 
Neste sentido, vale lembrar o teor d artigo: 
“Art. 197. Das decisões proferidas pelo Juiz caberá recurso de agravo, sem efeito suspensivo.” 
 Quanto as hipóteses de cabimento do RESE, deve-se ter muito cuidado em relação a redação 
do Art. 581 do CPP, tendo em vista que antes da LEP ele previa algumas hipóteses de Recurso em 
Sentido Estrito, entretanto, após a LEP, caberá Agravo em Execução da decisão, despacho ou sentença 
proferida pelo juiz da Vara de Execuções Penais que: 
1º) Conceder, negar ou revogar a suspensão condicional da pena (Art. 581,XI, CPP revogado 
pelo Art. 157 e 197 da LEP); 
2º) Conceder, negar ou revogar livramento condicional (Art. 581,XII, CPP revogado pelo art. 197 
da LEP); 
 
3º) Decidir sobre a unificação de penas (Art. 581, XVII, CPP revogado pelo interpretação 
jurisprudencial da LEP); 
 
4º) Decretar medida de segurança, depois de transitar a sentença em julgado (Art. 581, XIX, CPP 
revogado pelo art. 183 da LEP); 
 
5º) Impuser medida de segurança por transgressão de outra (Art. 581, XX, CPP revogado pelo 
art. 184 da LEP); 
 
6º) Mantiver ou substituir a medida de segurança, nos casos do art. 774 (Art. 581, XXI, CPP 
revogado tacitamente pela LEP.) 
 
7º) Revogar a medida de segurança (Art. 581, XXII, CPP revogado pelo art. 179 da LEP); 
 
8º) Deixar de revogar a medida de segurança, nos casos em que a lei admita a revogação (Art. 
581, XXIII, CPP revogado pelo art. 175 a 179 da LEP); 
 
9º) Converter a multa em detenção ou em prisão simples (Revogado tacitamente pela 
modificação do art. 51 do Código Penal, que converteu a multa em dívida de valor, não 
tornando mais possível a sua conversão em prisão.) 
 
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