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ALONGAMENTO Profa. Ms. Camila A. Oliveira DEFINIÇÃO Termo geral usado para descrever qualquer manobra fisioterapêutica elaborada para aumentar a extensibilidade dos tecidos moles, melhorando, desse modo, a flexibilidade com o aumento das estruturas que, de modo a se adaptarem, encurtaram-se e tornaram-se hipomóveis com o tempo. FLEXIBILIDADE Capacidade de mover, suave, fácil – ADM – sem dor ou restrição Comprimento do músculo e extensibilidade t.m. Habilidade em relaxar – ceder a força Artrocinética e tec. conjuntivo FLEXIBILIDADE DINÂMICA: Mobilidade ativa – ADM ativa Grau até o qual o segmento é movido por uma contração ativa PASSIVA: Mobilidade passiva – ADM passiva Grau até o qual o segmento pode ser movido passivamente – Pré-requisito DIFERENÇAS Flexibilidade: capacidade das articulações – ADM morfológica sem risco de lesões Alongamento: conjunto de técnicas para manter ou aumentar a ADM ALONGAMENTO GRAU DE FLEXIBILIDADE DIFERENÇAS FRAQUEZA COM RETRAÇÃO Músculo retraído não é capaz de produzir um pico de tensão FRAQUEZA POR ALONGAMENTO Músculo hiperalongado não é capaz de manter a estabilidade normal de uma articulação DIFERENÇAS EXTENSIBILIDADE Capacidade do músculo alongar-se além do comprimento de repouso ELASTICIDADE Capacidade da fibra muscular retornar ao seu comprimento de repouso depois que a força de alongamento do músculo é removida RESPOSTA NEUROFISIOLÓGICA DO MÚSCULO AO ALONGAMENTO Músculo – alongado rápido : fibras aferentes Ia estimulam motoneurônios alfa e facilitam a contração das fibras extrafusais = tensão Reflexo de estiramento monossináptico Músculo – alongado lentamente: OTG dispara e inibe a tensão – componente elástico em paralelo alonga-se HIPOMOBILIDADE Mobilidade diminuída ou restrita Processos patológicos Rigidez de tecidos moles Contraturas Perda potencial da ADM CAUSAS DE ENCURTAMENTO MUSCULAR Imobilização prolongada Mobilidade restrita Doenças de tecido conectivo ou neuromuscular Processos patológicos devido a traumas Deformidades ósseas congênitas e adquiridas CONTRATURA Encurtamento adaptativo da U.M.T. e tecidos moles da articulação Resistência ao alongamento e limitação da ADM Perda quase completa da mobilidade Designação pela localização TIPOS DE CONTRATURAS Miostática: não há uma patologia muscular, resolução rápida – alongamentos Pseudomiostática: hipertonicidade, associada a lesão do SNC. Espasmo muscular, dor. Estado de contração constante TIPOS DE CONTRATURAS Artrogênicas ou Periarticulares: patologia intra- articular. Aderências, edema, irregulariedade na cartilagem, osteófitos. Fibrótica e Irreversível: alterações fibróticas no tecido conjuntivo = aderências/ tecido cicatricial/ osso heterotópico INTERVENÇÕES Melhorar a mobilidade dos tecidos moles Aumentar a ADM Aumentar flexibilidade ALONGAMENTO E MOBILIZAÇÃO INDICAÇÕES Limitação da ADM – aderências, contraturas, tec. Cicatricial Encurtamento muscular e fraqueza muscular do tecido oposto Prevenção de lesões Antes e após exercícios – dor muscular CONTRA-INDICAÇÕES Fratura recente Processo inflamatório agudo ou infeccioso Dor aguda Hematoma ou trauma no tecido Hipermobilidade Tecidos encurtados dão estabilidade Tecidos encurtados possibilitam AVDs DETERMINANTES DO ALONGAMENTO Alinhamento Estabilização Intensidade Duração Velocidade Frequência Modo ALINHAMENTO Posicionamento apropriado Influencia a qtde de tensão nos tecidos moles Alinhamento muscular e da articulação ESTABILIZAÇÃO Fixar a inserção proximal ou distal da UMT Alongamento passivo: fixa a inserção proximal e mobiliza o segmento distal Fontes: contato manual, peso corporal e superfície firme INTENSIDADE Magnitude de uma força de alongamento Carga colocada sobre o tecido mole Baixa intensidade – carga leve Paciente relaxado – evita defesa muscular Menor danos aos tecidos Menos dor muscular pos-exercício DURAÇÃO Segura, efetiva, prática e eficiente Período de aplicação da força de alongamento Único ciclo Mais curta = mais ciclos 2 repetições de 30s = 6 repetições de 10s Diversos estudos – não há consenso VELOCIDADE Deve ser lenta Força aplicada e liberada gradualmente Menor sobrecarga tensiva sobre os tecidos conjuntivos Menor possibilidade de reflexo de estiramento VELOCIDADE Menor tensão nas estruturas contráteis Afeta propriedades visco-elásticas do t. conjuntivo Fibras Ia do fuso muscular são sensíveis a velocidade do alongamento ALONGAMENTO BALÍSTICO Intermitente rápido e forçado Alta velocidade e intensidade Movimentos bruscos Maior trauma Mais dor muscular residual Não recomendado: idosos, sedentários, patologias musculoesqueléticas, contraturas crônicas FREQUÊNCIA Número de séries – sessões – por dia ou semana Baseia-se na causa do comprometimento Nível de cicatrização Cronicidade Gravidade da contratura Idade Resposta ao alongamento FREQUÊNCIA Semanal: 2 a 5 sessões Depende do julgamento clínico Resposta e necessidade do paciente Equilíbrio entre a quebra de tecido colágeno e seu reparo MODO Forma ou maneira como são realizados Alongamento manual, mecânico ou auto- alongamento Alongamento passivo, assistido ou ativo ALONGAMENTO MANUAL Fisioterapeuta aplica uma força externa Mover o segmento Levemente além do ponto de resistência do tecido e da ADM disponível Fisio controla o local da estabilização, direção, velocidade, intensidade e duração do alongamento ALONGAMENTO MANUAL Progressivo, estático, controlado Final da ADM Intensidade de acordo com o conforto 15 a 60 segundos Repetido algumas vezes ALONGAMENTO MANUAL Mais apropriado nos estágios inicias Quando o paciente não pode realizar o auto- alongamento Falta de controle neuromuscular ALONGAMENTO MECÂNICO Equipamentos Munhequeiras Órteses ajustáveis Aparelhos automatizados Duração: 15 a 30 minutos, até 8 a 10 horas ou contínuo ALONGAMENTO MECÂNICO Carga constante e deslocamento variável Carga variável e deslocamento constante Gessos e talas de posicionamento Intensidade muito baixa por períodos prolongados Alongamento permanente – deformação plástica DIRETRIZES PARA A APLICAÇÃO Exame e avaliação do paciente Anamese ADM – ativa e passiva Outros comprometimentos Limitação funcional Quais tecidos moles comprometem a mobilidade Estágio de cicatrização Avaliar FM Metas DIRETRIZES PARA A APLICAÇÃO Preparo para o alongamento Revise metas e resultados desejados Selecione a técnica Aquecimento dos tecidos moles – calor local ou exercícios ativos de baixa intensidade Posição estável e confortável Explique o procedimento Área liberada Relaxado ALONGAMENTO MANUAL Mova lentamente o membro ao longo da ADM até a restrição dos tecidos Segure as regiões proximal e distal à articulação Estabilize o segmento proximal e mova o distal ALONGAMENTO MANUAL M. multiarticulares: estabilize o segmento proximal ou distal, alongue uma articulação por vez e depois simultaneamente Baixa intensidade, maneira lenta e sustentada A direção do movimento do alongamento é opostaà linha de tração do músculo limitador da amplitude ALONGAMENTO MANUAL Leve até o ponto de resistência e então mova- os um pouco além Sensação de tracionamento Manter por 30 segundos ou mais Libere gradualmente a força Repita a sequência APÓS ALONGAMENTO Aplique frio em posição alongada Exercícios de ADM ativa e fortalecimento Padrões funcionais – tarefas ocupacionais – AVDs Equilíbrio de força nos mm. Antagonistas – estabilidade NM PRECAUÇÕES Não force passivamente uma articulação além de sua ADM normal Osteporose Fraturas recém-consolidadas Evite vigor em tecidos conjuntivos imobilizados por longo período PRECAUÇÕES Progrida gradualmente a dosagem Dor articular ou muscular por mais de 24h Edemas – aumenta a irritação Músculos enfraquecidos ADJUNTOS Treino de relaxamento : aliviar dores, tensão musclar, ansiedade, estresse, cefaléias tensionais, HA e dificuldades respiratórias Calor: maior extensibilidade, reduz dor, diminui o disparo eferente (tipo II), aumento da sensibilidade do OTG Calor superficial ou profundo Exercícios ativos: caminhada, pedalar, step ADJUNTOS Massagem: relaxamento, aumenta a circulação, diminui o espasmo muscular Massagem miofascial Massagem transversa Biofeedback: instrumento auxilia o paciente a aprender a relaxar Tensão muscular, PA, FC ADJUNTOS Tração: leve separação manual das superfícies articulares, inibe dor e espasmo Oscilação articular: movimentos pendulares com ou sem peso (0,5 a 1 Kg)
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