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Materno aula 7 Síndromes Hipertensivas Gestacionais

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Nutrição Materno Infantil
Gravidez de Alto Risco
Síndromes Hipertensivas da Gestação (SHG) 
ou Distúrbio Hipertensivo Específico da 
Gestação (DHEG) ou Toxemia
Profa Patrícia Simões
 Associada à uma alta prevalência de
morbidade e mortalidade;
 Passível de profilaxia com
assistência pré-natal;
 Contribui no BPN (<2,5Kg), asfixia e
morte fetal;
 80 a 90% dos fetos de mães com PE
ou E sofrem de RCIU;
SHG
 Tratamento dietoterápico pode
contribuir na prevenção e
tratamento;
 Acomete 10% das gestantes, onde 5
a 10% evoluem para pré-eclâmpsia
(PE) e eclâmpsia (E);
ou E sofrem de RCIU;
 Aumenta a necessidade de partos
cirúrgicos e prematuros, pois o
sofrimento fetal e a PE grave está
associada a morte perinatal (51%).
 Obesidade;
  estatura e brevelíneas;
 Associações mórbidas: diabetes,
nefropatia, HAS, proteinúria;
 Idade: mulheres maduras (> 40 anos);
 Tabagismo:  incidência, pois 
níveis de tiocianato no sangue 
efeito hipotensor; Nicotina  síntese
de tromboxano;
 Escolaridade: relação inversa;
 Grupo sanguíneo: AB possui maior
FATORES DE RISCO
 Hereditariedade: com história familiar
há maior predisposição;
 Cor de pele negra, árabes, judias,
hindus mostra maior prevalência;
 Dietas hiperprotéicas  prevalência;
baixo consumo de Ca prevalência;
 Portadoras de doenças autoimune
(artrite reumatoide e DM1)
 Grupo sanguíneo: AB possui maior
prevalência;
 Paridade: maior prevalência em
primigestas (6 a 8x mais
susceptíveis);
 Gravidez múltipla: risco 5x maior que
com feto único;
 Polidramnia (volume anormal de líquido
aminiótico).
1. HIPERTENSÃO GESTACIONAL
- Hipertensão SEM proteinúria com
aparecimento após a 20ª SG (Vitolo e
Accioly);
- Hipertensão: PAD > 140mmHg / PAS >
2. HIPERTENSÃO ARTERIAL CRÔNICA NA
GESTAÇÃO
- Diagnosticada antes da 20a SG ou
antes da gestação;
- Causas: essencial (primária); vascular;
endócrina; induzida por droga ou de
DIAGNÓSTICO DAS SHG
- Hipertensão: PAD > 140mmHg / PAS >
90mmHg (Krause).
- Acomete mulheres normotensas;
- Geralmente há normalização da PA no
pós parto (após a 6a semana), mas
pode evoluir para PE quando a
hipertensão associa-se à proteinúria.
endócrina; induzida por droga ou de
origem renal
Classificação PAS (mmHg) PAD (mmHg)
Normal < 120 < 80
Pré-hipertenso 120 - 139 80 – 89
Hipertensão
Estágio 1 140 - 159 90 – 99
Estágio 2 > 160 > 100
Accioly, 2009
3. PRÉ-ECLÂMPSIA
- Hipertensão arterial: PA > 140mmHg /
90mmHg pré-gestacional ou aumento
de 15mmHg na PA diastólica
previamente conhecida + proteinúria
significativa: valores > 300 mg na
urina de 24h,
 PE Grave: quando 1 ou mais critérios
estão presentes: PAD > 110mmHg;
proteinúria > 2g/L em 24h; oligúria (<
500ml/dia ou 15 ml/h); creatinina >
1,2mg/dl; sinais de encefalopatia
hipertensiva; insuficiência cardíaca;
DIAGNÓSTICO DAS SHG
urina de 24h,
- Geralmente após 20a SG.
- Pode haver ou não edema;
- Pode acometer mulheres previamente
normotensas e sem proteinúria;
- Geralmente remissão dos sinais da PE
no puerpério.
hipertensiva; insuficiência cardíaca;
aumento das enzimas hepáticas e
bilirrubinas; RCIU.
 Fatores de risco para o
desenvolvimento da PE: primigestas,
história familiar de PE ou E; história
pessoal de PE ou E; gestação gemelar;
hipertensão crônica; nefropatia; lupus;
diabetes.
4. SÍNDROME HELLP
- Em inglês, a sigla significa: H:
hemólise; EL: elevação das enzimas
hepáticas; LP: baixa contagem de
plaquetas.
- Os sinais de extrema gravidade são
sinais de insuficiência cardíaca
congestiva, hepatomegalia, icterícia,
cianose, diurese < 500ml/24h
- Destaca-se por apresentar os piores
DIAGNÓSTICO DAS SHG
plaquetas.
- Quadro clínico que surge como
agravamento da PE, caracterizado por
hemólise, elevação das enzimas
hepáticas e plaquetopenia
- Destaca-se por apresentar os piores
resultados maternos e perinatais; a
mortalidade materna tem atingido 24%
e perinatal 60%
- Principais complicações: descolamento
prematuro da placenta, insuficiência
renal, coagulopatia grave, choque e
alterações neurológicas.
5. ECLÂMPSIA
- Presença de convulsões generalizadas
em gestantes com qualquer dos
quadros hipertensivos, não causadas
por epilepsia ou qualquer outra
- São observados outros sinais e
sintomas, como cefaléia, agitação
psicomotora, distúrbios visuais e
epigastralgia;
- A morte fetal ocorre com frequência.
DIAGNÓSTICO DAS SHG
por epilepsia ou qualquer outra
patologia convulsiva, podendo ocorrer
na gravidez ou parto ou até 10 dias de
puerpério.
- Produção excessiva de hormônios
placentários e supra-renais e
desequilíbrio entre substâncias
vasodilatadoras (prostaglandinas) e
vasoconstrictoras (tromboxano);
FISIOPATOLOGIA DAS SHG
- Esse desequilíbrio pode causar
vasoespasmo, dano endotelial,
agregação plaquetária e consequente
aumento da PA.
FISIOPATOLOGIA DAS SHG
Hematológicas: trombocitopenia (redução 
das plaquetas)  risco de má 
coagulação
Renal: filtração glomerular 
função renal  creatinina ácido 
úrico
Pulmão: edema  taxas gasosas
Olhos: diplopia, visões turva, descolamento 
da retina, cegueira reversível
Uteroplacentária: alterações anatômicas 
e funcionais da placenta, podendo 
ALTERAÇÕES MULTISSISTENICAS
úrico
Hepática: neurose periportal; hematoma 
hepática;  TGO, TGP
Cérebro: hemorragia  principal causa 
de óbito
e funcionais da placenta, podendo 
ocasionar:
  nutrição fetal  sofrimento fetal, 
óbito IU  APGAR, prematuridade
  O2 fetal  PIG
Estágio 1
Sódio
 Nutriente essencial para o controle do 
compartimento fluido extracelular. Sua 
restrição aumenta o edema nas SHG. 
Dieta normossódica:
Vitaminas
 Ênfase em Vitaminas A, C e E.
Antioxidante, controlam a peroxidação
lipídica, evitando a lesão endotelial e a
ação vasoconstrictora do tromboxano.
Minerais
Cálcio: relação inversa com o
TRATAMENTO NUTRICIONAL AMBULATORIAL DA HAS GESTACIONAL ou CRÔNICA 
ou PE
Dieta normossódica:
– Até 6g/ dia, evitar ricos em sódio.
Proteína
 Visa correção de hipoproteonemia e
adequação do desenvolvimento fetal.
Dieta hiperprotéica:
– 2g/ kg/ dia.
Conclusão: dieta normocalórica,
normossódica e hiperprotéica.
 Cálcio: relação inversa com o
desenvolvimento de PE. Autores
recomendam suplementação com
2g/dia a partir do 2o trim para
gestantes de risco com histórico de
SHG.
 Peixes 2 a 3 porções/semana.
Estágio 2 
PA > 160 x 100 mmHg
Internação obrigatória!
 Dieta Normossódia (6g/ dia de NaCl)
 A consistência e a via da dieta pode
variar de acordo com o grau de
consciência da gestante.
 Demais recomendações são iguais.
TRATAMENTO NUTRICIONAL HOSPITALAR DA HAS GESTACIONAL ou CRÔNICA 
ou PE
 Dieta Normossódia (6g/ dia de NaCl)
 Em caso de HAS persistente ou
crônica, pode-se adotar a dieta
hipossódica, com no máximo 2 a 3g/
dia de NaCl.
ECLÂMPSIA
 Depende do grau de consciência:
sonda nasogástrica ou pós-pilórica.
 Seguir conduta da PE estágio 2.
SÍNDROME HELLP
 Conduta não está muito bem definida,
sendo motivo de controvérsias.
 Em linhas gerais, adotar conduta
similar à PE estágio 2.
TRATAMENTO HOSPITALAR DA ECLÂMPSIA e SÍNDROME HELLP
 Seguir conduta da PE estágio 2. similar à PE estágio 2.
PROTEÍNAS
 Na 2ª metade da gestação há uma dos
níveis de PTN séricas pela hemodiluição
(albumina - maior poder osmótico)
formando o edema.
 O edema pode ser oculto e identificado
pelo sinal de cacifo ou de Godet.
ENERGIA
 Não se deve fazer restrição calórica
visando a melhora dos níveis pressóricos,
pois pode desviar as ptn para a produção
de energia. Existe uma maior frequência de
SHG em naquelas com peso insuficiente e/
ou ganho de peso inadequado.ASPECTOS NUTRICIONAIS GERAIS E SHG
pelo sinal de cacifo ou de Godet.
 Ganho de peso e edema:  ponderal
súbito e excessivo durante a gestação é
sugestivo de SHG (> 0,5Kg/ semana).
 Ganho 1Kg/semana ou 3Kg/mês é
manifestação da SHG em evolução.
 As proteínas, especialmente a albumina,
são responsáveis pelo equilíbrio
hidroeletrolítico.
 Dieta hiperprotéica (2g/Kg/dia) visa
compensar a proteinúria.
SÓDIO
 Sua restrição está associada com o do
edema. O tratamento do edema associado
com a SHG tem como princípio básico a
correção da hipoalbuminemia.
 Requerimentos de Na estão  durante a
gestação para propiciar a expansão do
volume plasmático, líquido aminiótico e o
atendimento das necessidades fetais.
 O uso de diuréticos causa perda de fluido e
 do volume intravascular
CÁLCIO
 Na gestação ocorre expansão do volume
extracelular, aumento da filtração
glomerular, o que aumenta a excreção do
Ca (calciúria) e aumento da sua demanda
para atender as necessidades fetais.
ÔMEGA 3 - EPA (eicosapentanóico)
 Possui efeito inibitório na produção de
tromoboxano e  da prostaciclina, com
 da agregação plaquetária e  da
vasodilatação.
ASPECTOS NUTRICIONAIS GERAIS E SHG
 Acredita-se que a  ingestão resulta em
 do hormônio paratireoidiano, 
contração da musculatura lisa vascular,
 a PA.
 Existem contradições acerca deste papel
do Cálcio (Krause e Dan)
 Usar 2 a 3 porções de peixe/ semana.
MAGNÉSIO e ZINCO
 Há associação entre sua suplementação e
menor prevalência de PE.
ÁCIDO FÓLICO
CONDUTAS GERAIS
- Controle do ganho de peso;
- Controle do stress e infecções;
- Orientar a parar de fumar;
- Repouso noturno de 8h e diurno de 2h para
ASPECTOS NUTRICIONAIS GERAIS E SHG
 Suplementação associada à menor
prevalência de HAS na gestação.
VITAMINA A, C e E
Descritas anteriormente.
- Repouso noturno de 8h e diurno de 2h para
aumentar o fluxo plasmático;
- Monitorar o crescimento fetal.
 ACCIOLY, E., SAUNDERS, C. e LACERDA,
E.M.A. Nutrição em Obstetrícia e
Pediatria. 2ª Edição, Rio de Janeiro, Ed.
Guanabara Koogan, 2009.
 VITOLO, M.R. Nutrição - Da Gestação ao
 CHEMIN, S.M. & MURA, J.P. Tratado de
Alimentação, Nutrição e Dietoterapia.
São Paulo: Roca, 2007.
 OMS. Recomendações para Prevenção
e Tratamento da Eclâmpsia e Pré-
Bibliografia
 VITOLO, M.R. Nutrição - Da Gestação ao
Envelhecimento. 1ª Edição, Ed. Rubio,
2008.
e Tratamento da Eclâmpsia e Pré-
eclâmpsia. 2014. Disponível em:
http://apps.who.int/iris/bitstream/1
0665/44703/11/9789248548338_por
.pdf

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